Jurei não mais me importar pela décima vez. Jurei não perdoar o que ele me fez. O costume é a força que fala mais forte do que a natureza. E nos faz dar provas de fraqueza. Às 4 da tarde eu tava sentado em frente à TV, como o idiota irrecuperável que sou, pra ver o Mengão em Bambiland. O Flamengo é um vício.
Foi impossível fazer qualquer analise mais aprofundada sobre a tática, a técnica ou o mesmo sobre o ânimo do time do Flamengo tendo como base o que aconteceu no jogo do Morumbi. Disputado num momento em que o clube vive uma atmosfera sufocante, totalmente fora das mais recentes CNTP, com o técnico virtualmente postado diante de um pelotão de fuzilamento e a cartolada aparentemente dividida, metade querendo sentar o dedo e a outra metade com a bunda encostada na parede.
Ainda por cima era o time reserva, no que talvez tenha sido a mais acertada decisão tomada pelos mandachuvas do futebol esse ano. O enorme risco de esbagaçar psicologicamente o time titular antes de uma partida decisiva pela Liberta foi corretamente avaliado. A competição continental exige respeito. Brasileiro é maratona e, no longo prazo, tem nada errado em empatar de vez em quando fora de casa. Perder é bem pior.
Mas sofri demais assistindo à pelada, o gol do Berrío saiu logo no começo e passei o resto da tarde de domingo lidando com o ataque borracha-fraca tricolor. César fez boas defesas, ajudado principalmente pelo jeitinho doce dos caras chutarem no gol. No lance altamente controverso do gol deles César fez a sua melhor defesa no jogo. Infelizmente, seus camaradas da defesa deram mole e deixaram o vagabundo deles dominar e chutar sem esboçar nenhum protesto ou resistência.
Falando em arbitragem, o jogo teve ainda outro lance discutível, em que, pra variar, o Flamengo foi roubado mais uma vez sob o silêncio ensurdecedor do VAR. Que até agora só mostrou serviço marcando pênaltis contra nós e anulando nossos gols legítimos. O anunciado grande acordo nacional urdido pela cleptocracia nacional pra fuder o Flamengo, com VAR, com tudo, continua a pleno vapor. E nem assim o médio tricolor da Vila Sônia conseguiu ganhar dos nossos reservas.
Sem clubismo, se o Flamengo não tivesse ficado o 2º tempo inteiro olhando a São Paulo vir pra cima dava até pra ter ganhado o jogo. Mas o que nós, torcedores, podemos fazer? O conformismo com os resultados adversos ou placares modestos está virando uma embaraçosa característica desse Flamengo com as contas em dia. Aquela necessidade incontrolável de ganhar, nem que seja roubado, hoje em dia é cada vez mais rara de se encontrar. E no Flamengo pós-gentrificação é mais difícil ainda.
Hoje em dia o jogador do Flamengo já sabe que alcançou o topo da carreira, não quer guerra com ninguém, só quer que o juiz apite o final do jogo, tomar sua ducha e ir voado pro hotel assistir Game of Thrones. Nessas horas dá saudade do tempo em que os caras iam pegar as primas em boite e fazer festinha em boca-de-fumo. Pelo menos os caras quando faziam as paradas erradas ficavam na atividade, a adrenalina fazia o sangue dos malandro correr nas veias.
Mas não os culpo totalmente pela falta de élan, meu próprio sangue só altera sua velocidade de circulação se for pela Libertadores. O Brasileiro nessa fase homozigótica, não considerando a mensalidade do Premiere, vale muito pouco. Se você olhar pro alto da tabela de classificação vai achar que é o Grande Prêmio do Paraguai tal a quantidade de matungos e pangarés. Se eu, que sou um leigo, não me preocupo com essas jequices porque jogadores profissionais que manjam como as coisas realmente são iriam se preocupar?
Durante o nosso jogo, entre um bocejo e outro, pelo menos me convenci que César deve ser o titular contra o Piranhol e que tanto Piris da Mota quanto Ronaldo deveriam ser considerados seriamente pro lugar do Arão. No nosso jogo de quarta-feira mais importante do ano o característico descompromisso do Arão com a marcação pode nos custar muito caro. Mas, no fundo, acho que dificilmente o Abel vai dar o braço a torcer e barrar seu peixe. E nisso eu dou razão ao treinador, já que é pra ele se fuder que ao menos ele se foda junto com todo seu fechamento.
Sei que hoje em dia a alta fidelidade está fora de moda até para equipamentos sonoros, mas é um sentimento nobre e eu dou valor. Custe o que custar, nós gostando dele ou não, se classificando ou não, Abel tem que ser fiel às suas convicções como nós somos fiéis ao Flamengo. Joguei meu cigarro no chão e pisei. Sem mais nenhum, aquele mesmo apanhei e fumei. Através da fumaça neguei minha raça chorando, a repetir: o Flamengo é o veneno que eu escolhi pra morrer sem sentir.
Mengão Sempre
Legal, deve ser alucinação minha. Até o Pet cornetou. O Arão faz parte da marcação pelo alto, ele ataca também. No time titular, só ele, Leo Duarte, Rodrigo Caio e Bruno Henrique fazem esse papel. Até Vitinho ajuda, mas no momento o banco dele é incontestável. Renê, Pará, Cuellàr, Ronaldo, fora os anões Diego, Everton Ribeiro, Arrascaeta, só conseguem cortar bola pelo alto na base do posicionamento.
Infelizmente é uma característica do time que faz com que o Arão seja necessário.
SRN
Claro que uma doideira, tipo um zagueiro alto (Rafael) na lateral esquerda, ou colocar o Arão no lugar do Pará (mas o combate na linha de fundo fica prejudicado), essa falta de opções defensivas prejudica quando enfrentamos times de grande estatura que lançam muito a bola na área.
SRN
Tá osso Arthur… só teus textos geniais pra fazer a gente lembrar de um Flamengo Sessentão no bom sentido. Acho que esse Flamengo de hoje aceita demais as convenções do futebol moderno e deixou o élan de 1911 emoldurado como artigo de museu.
Salve, Noel! Saudações, Arthur! Que São Judas e Zico estejam conosco em mais esta peleja/batalha sudaca.
Assisti ao desenrolar desse empate, olhando o tempo inteiro para a caixa de madeira onde guardo a minha corneta, enquanto refletia: tocar ou não tocar, eis a questão.
Em relação ao Flamengo, eu ponderei bem. Afinal o time jogou recheado de garotos do Ninho: César, Thuller, Matheus Dantas, Rafael Santos, Hugo Moura, Ronaldo, Lucas Silva e Lincoln. Oito entraram em campo, e talvez jamais tivessem jogado juntos. Desculpei assim a atuação do time.
Então, para não perder o costume, resolvi cornetar o árbitro da partida e os coVARdes auxiliares de vídeo.
Segundo as diretrizes de interpretação de lances de mão na bola, a FIFA orientou as arbitragens a observarem o seguinte:
Ação deliberada – Se um jogador se movimenta no sentido de bloquear um chute ou cruzamento, e ele atinge seu objetivo ajudado pelo contato da mão com a bola, a infração deve ser marcada, mesmo que sua intenção não seja a de utilizar os braços ou mãos no lance. Assim, comete falta um zagueiro que dá um carrinho para travar uma finalização e vê a bola encostar em sua mão apoiada no chão.
Movimento natural ou não – O árbitro deve levar em conta se a posição da mão ou braço ao tocar na bola é uma decorrência natural do movimento. Durante uma corrida, por exemplo, a mão pode tocar a bola como resultado do balançar normal dos braços, o que não constitui uma infração.
Ampliação do “volume” do corpo – A arbitragem deve observar se a posição da mão que toca a bola representa um aumento do espaço que o corpo do atleta ocupa. Um braço esticado, para os lados ou para cima, pode interceptar um cruzamento ou passe que não seria bloqueado pelo tronco ou pernas. Neste caso, a falta deve ser marcada.
Agora, observem no vídeo abaixo que o jogador Bruno Alves, do São Paulo, se movimenta no sentido de bloquear o chute, esticando o braço, em um movimento antinatural, ampliando o volume do corpo e interceptando um lançamento que não seria bloqueado pelo tronco ou pernas.
Ora, se o árbitro não viu a infração, por que o VAR não interferiu e orientou o medroso árbitro a marcar a penalidade máxima?
Simples a resposta:
1) a partida já estava no seu final, na fase de prorrogação, o que impossibilitaria uma reação do São Paulo;
2) a partida estava sendo disputada no campo do São Paulo, e
3) o atual presidente da CBF é um ex dirigente do São Paulo Futebol Clube e da Federação Paulista de Futebol.
Mas, se fosse contra o Flamengo, o pênalti seria marcado.
Observem também a cara de babaca dos comentaristas do SPORTV, principalmente a do Milton Leite que gaguejou quase se borrando nas calças, tentando justificar o erro grosseiro da arbitragem, apontado pelo comentarista de arbitragem, Sandro Meira Ricci.
Com a existência desse pênalti, até o Carlos Morais irá concordar.
Já dizia o velho ditado popular: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
E a roubalheira continua solta.
SRN!
Lance do pênalti:
https://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/central-do-apito-sandro-meira-ricci-ve-penalti-nao-marcado-a-favor-do-flamengo.ghtml
Não, meu caro Aureo.
Ainda não será desta vez.
Estou com o nosso Jorge Murtinho (para mim, nada).
Arbitragem nota DEZ !
O árbitro Ricardo , mais do que tudo, teve o que se precisa ter, seja de Juiz, seja de um Árbitro.
BOM SENSO !!!
A bola tocada de cabeça pelo Rafael Santos, SEM o menor perigo de gol, JÁ se dirigia, INDUBITAVELMENTE, para a linha de fundo.
Marcar um penalty (em inglês, mesmo) nestas circunstâncias, seria um TOTAL ABSURDO.
As regras, como as leis, existem para ser intepretadas, obviamente SEM INVENCIONICES, muito em comum, na segunda. hipótese, nos nossos dias.
Bem pelo contrário, vibrei (modo de falar) com a interpretação do Ricardo Marques, que, por sinal, acertou em tudo, a saber –
a) o citado penaltiç
b) o gol do Tchê Tchê, que, na hora do primeiro chute, para notável defesa do Cesar, estava atrás do jogador que chutou.
c) não dar um penalti que o Sandro Ricci (de que peça nos livramos) viu contra nós, quando de um mero choque atingindo o jogador Hernanes
d) não expulsar os nossos jogadores Thuler (apesar da entrada mais do que estabanada) e Trauco.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Pois, Carlos, eu também acho que seria “um absurdo” marcar aquele pênalti naquela altura, na casa do dono, o escambau, tanto que não foi marcado, mas pelas próprias leis vigentes ( que eles próprios criaram) o pênalti existiu, existiu. E tem mais, há controvérsias no gol dos caras.
Tabelinha de craques: Arthur e Noel. Parabéns, meu camarada!
Primeiro sobre o tal de VAR, já falei, via Saint-Hilaire e Policarpo Quaresma, aquela história da saúva, se não acabarmos com o VAR, o VAR como está sendo empregado aqui, vai acabar com o que resta do futebol brasileiro. A grande vantagem do VAR é que o bando de ladrões (nada do tal clepto que o Arthur minimizou) fica confinado vendo televisão sem pagar assinatura e agora a gente pode xingar as pobres das senhoras mães deles coletivamente. O gol dos caras foi impedido, o sujeito que recebeu a bola estava paradão na linha de fundo quando recebeu a bola após a grande defesa do Cezar, eu acho que esse negócio de receber rebote de goleiro só tira impedimento na cabeça do Galvão, o que por si, não é recomendável. E houve o pênalti no final que o juizeco ( não estou me referindo a um que anda perambulando por aí que jurou que não ia virar político e virou) se encagaçou e não marcou, e o VAR será que lhe chamou atenção?Nós já estamos à frente, as novas regras já sendo cumpridas? Mais uma avacalhação no bananal. “Restaura-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”, já dizia o Stanislaw Ponte Preta. Agora o futebol. O Flamengo até que começou bem, depois entrou em campo a tal síndrome da recueta. A desculpa da vez foi que o Berrio se contundiu (aliás, o que se passa com o nosso “Black-out”, os mais antigos sabem que estou falando do cantor de sucesso de marchinhas, o general da banda) ,um negão enorme e basta esbarrar nele pra ele se desmilinguir todo, o cara não consegue jorgar. Parece que é esse o grande problema do Flamengo, uma síndrome que eu não sei se já está descrita, a síndrome do cagarolas ou dos que não aguentam o sucesso, quando tudo vai bem, lá inventam uma porra pra fracassar. Quem não conhece um tipo assim, que adora um fracassinho. Psicanalistas de plantão cartas pra redação.
É, Arthurzão, eu já não perco mais tempo tentando analisar as atuações desse time Abelardo, porque num dia faz 6×1 ou 3×1 e no outro perde jogos patéticos. Porém, não foi um resultado ruim se tratando de confronto fora de casa com um dos que correm pelo título.
Eu só espero que na Quarta não tenhamos que cantar aquela outra do Noel: “Adeus! Adeus! Adeus! Palavra que faz chorar…”
SRN!
Com um tempo de sobra, me atrevi a participar do Cartola. Nessa última rodada apostei grande parte da pontuação no São Paulo, em virtude da fraqueza que iria ser o time do Flamengo. Como Capitão, Pato. Moleza! Pontuação dobrada…Everton de meia e Bruno Alves (Foi o que deu para comprar e pela lógica…). Final da história: Me lasquei! Pato somou 0,80. Pontuação dobrada: 1,60. Bruno Alves: – 0,80. Everton 2,00…
O time do Flamengo não inspira confiança, mas esse time dos Bambis é horroroso.
Faltou informar que como técnico escalei o Cuca. O sujeito nem sabe armar um time, será que foi parceiro de Abel nos bancos escolares?
Praga de Urubu…
SRN
Hoje o Arthur, nosso Nelson Rodrigues contemporâneo, foi de Noel. Dentre as pérolas, adorei o conceito do “Flamengo pós gentrificação”. Nada define melhor o Diego, sua seriedade, forma física, técnica apurada, cabelinho com luzes e vocação pra derrota.