Há quem não ligue pra essas coisas, tem meu respeito. Mas quando o assunto é conquistas internacionais não passo de um reles vira-lata, no sentido rodrigueano do termo, sinto uma certa vergonha aborígene diante de tantas conquistas dos vizinhos cucarachos. Sou daqueles mal-agradecidos que consideram a performance do Flamengo nas competições gringas, historicamente falando, muito aquém do mínimo aceitável para um time do nosso tamanho.
As 7 Libertadores do Independiente, os 3 Mundiais do Peñarol, o par de Sulas do Boca, tudo isso me enfurece, porque nos apequena. Ao cruzar nossas fronteiras é que percebemos com mais clareza o quanto o Flamengo está nos devendo. É uma dívida gigantesca e histórica. Que, cá pra nós, já passou da hora de ser paga.
Entre tantas outras, esta é uma das razões para nossa Libertadores e o nosso Mundial de 81 serem ainda mais valiosos. São nossa única referência, a parte mais suculenta do nosso patrimônio, nossa meta eterna, nosso Santo Graal. Ninguém discute que precisamos voltar a ocupar o lugar que julgamos ser nosso por direito. E só tem um jeito disso voltar a acontecer. É começar a ganhar as competições internacionais das quais participar. O Flamengo só precisa ser tão grande fora quanto é dentro do Brasil. Porra, não pode ser tão difícil assim.
Tanto não é difícil que ontem ou anteontem o Flamengo levou seu uniforme pra desfilar no Chile e fez bela figura enfrentando o simpático Palestinão da Massa Refugiada. Que não conseguiu nem dar trabalho à nossa rapaziada. Apesar do placar raquítico o jogo foi tranquilo e não rolou nem aquele perrenguinho tradicional. Teve gente que até estranhou. Porque agora o Flamengo tem elenco, entra um, sai dois, volta o outro amigo e fica tudo igual, o time não se altera. Bom sinal e ponto pra Zé Ricardo. Nosso técnico roeu osso durante temporadas na base e agora tá operando maravilhas trabalhando com filé.
Mas mesmo com elenco, e o nosso elenco tá ficando fodinha, é sinistro disputar dois campeonato à vera. Quero muito que o Mengão ganhe tudo, mas se tiver que escolher entre Brasileiro e Sula não hesito em mandar a Sula pra vala. Você pensa igual? Tá vendo? Talvez seja essa a principal razão pro Flamengo estar sempre garoteando nas internacionais da vida. Quem manda no Flamengo deve pensar que nem a gente. E a gente é muito brasileiro, a gente gosta de feijão, de querelas provincianas e não se importa muito com a opinião ultramarina. Caô!
Isso era antigamente, quando o mundo era pequeno porque Terra era grande. Hoje tem mais essa não, o Brasil ficou pequeno até pra ambições de timinhos que mal e mal se sustentam na 1ª Divisão todo ano. Imagina então pro ciclópico Mengão. Eu quero acreditar que os carecas no comando tem absoluta consciência dos fatos. Eles sabem que nós temos obrigação de estender nossa dominação opressora por todo o continente americano. Não por ambição, não por autoafirmação. Devemos fazer isso em nome da segurança e do bem estar da Nação.
Porque se não o fizermos, se não levarmos a sério o nosso destino manifesto, e botar ordem nessa porra de continente bananeiro, outros maluquinhos de menor porte e muito menor merecimento podem querer ter ideias. E se por algum azar da vida um desses pequenos ensaia uma dominação continental ilegítima, interina, quem sai perdendo é o Flamengo. Porque é o Flamengo o maior do Brasil, que é, por sua vez, o maior da América. Todo ouro e toda glória e toda tinta gasta pra exaltar o maior da América é, metaforicamente, tudo nosso. Ou pelo menos deveria ser.
Como o Flamengo sabe que não adianta ficar esperando um fax da CONMEBOL, não formamos nessa quadrilha, a única saída é ganhar de todo mundo e não perder de ninguém. É a única maneira de não deixar que uns e outros recebam a grana que pertence ao Flamengo. Até agora foi moleza, mas se passarmos de fase já teremos que pegar o time do Papa e daí pra frente a tendência é ficar cada vez mais escroto. Temos que ir com tudo pra cima de qualquer um e que se dane o padroeiro.
É sério, amigos bem vestidos. Precisamos ganhar essa Sula. E a próxima Liberta. Só não pode atrapalhar nossos planos de Hepta.
Mengão Sempre
[…] REPÚBLICA PAZ E AMOR: Há quem não ligue pra essas coisas, tem meu respeito. Mas quando o assunto é conquistas internacionais não passo de um reles vira-lata, no sentido rodrigueano do termo, sinto uma certa vergonha aborígene diante de tantas conquistas dos vizinhos cucarachos. Sou daqueles mal-agradecidos que consideram a performance do Flamengo nas competições gringas, historicamente falando, muito aquém do mínimo aceitável para um time do nosso tamanho. As 7 Libertadores do Independiente, os 3 Mundiais do Peñarol, o par de Sulas do Boca, tudo isso me enfurece, porque nos apequena. Ao cruzar nossas fronteiras é que percebemos com mais clareza o quanto o Flamengo está nos devendo. É uma dívida gigantesca e histórica. Que, cá pra nós, já passou da hora de ser paga. Entre tantas outras, esta é uma das razões para nossa Libertadores e o nosso Mundial de 81 serem ainda mais valiosos. São nossa única referência, a parte mais suculenta do nosso patrimônio, nossa meta eterna, nosso Santo Graal. Ninguém discute que precisamos voltar a ocupar o lugar que julgamos ser nosso por direito. E só tem um jeito disso voltar a acontecer. É começar a ganhar as competições internacionais das quais participar. O Flamengo só precisa ser tão grande fora quanto é dentro do Brasil. Porr*, não pode ser tão difícil assim. Tanto não é difícil que ontem ou anteontem o Flamengo levou seu uniforme pra desfilar no Chile e fez bela figura enfrentando o simpático Palestinão da Massa Refugiada. Que não conseguiu nem dar trabalho à nossa rapaziada. Apesar do placar raquítico o jogo foi tranquilo e não rolou nem aquele perrenguinho tradicional. Teve gente que até estranhou. Porque agora o Flamengo tem elenco, entra um, sai dois, volta o outro amigo e fica tudo igual, o time não se altera. Bom sinal e ponto pra Zé Ricardo. Nosso técnico roeu osso durante temporadas na base e agora tá operando maravilhas trabalhando com filé. Mas mesmo com elenco, e o nosso elenco tá ficando fodinha, é sinistro disputar dois campeonato à vera. Quero muito que o Mengão ganhe tudo, mas se tiver que escolher entre Brasileiro e Sula não hesito em mandar a Sula pra vala. Você pensa igual? Tá vendo? Talvez seja essa a principal razão pro Flamengo estar sempre garoteando nas internacionais da vida. Quem manda no Flamengo deve pensar que nem a gente. E a gente é muito brasileiro, a gente gosta de feijão, de querelas provincianas e não se importa muito com a opinião ultramarina. Caô! Isso era antigamente, quando o mundo era pequeno porque Terra era grande. Hoje tem mais essa não, o Brasil ficou pequeno até pra ambições de timinhos que mal e mal se sustentam na 1ª Divisão todo ano. Imagina então pro ciclópico Mengão. Eu quero acreditar que os carecas no comando tem absoluta consciência dos fatos. Eles sabem que nós temos obrigação de estender nossa dominação opressora por todo o continente americano. Não por ambição, não por autoafirmação. Devemos fazer isso em nome da segurança e do bem estar da Nação. Porque se não o fizermos, se não levarmos a sério o nosso destino manifesto, e botar ordem nessa porr* de continente bananeiro, outros maluquinhos de menor porte e muito menor merecimento podem querer ter ideias. E se por algum azar da vida um desses pequenos ensaia uma dominação continental ilegítima, interina, quem sai perdendo é o Flamengo. Porque é o Flamengo o maior do Brasil, que é, por sua vez, o maior da América. Todo ouro e toda glória e toda tinta gasta pra exaltar o maior da América é, metaforicamente, tudo nosso. Ou pelo menos deveria ser. Como o Flamengo sabe que não adianta ficar esperando um fax da CONMEBOL, não formamos nessa quadrilha, a única saída é ganhar de todo mundo e não perder de ninguém. É a única maneira de não deixar que uns e outros recebam a grana que pertence ao Flamengo. Até agora foi moleza, mas se passarmos de fase já teremos que pegar o time do Papa e daí pra frente a tendência é ficar cada vez mais escroto. Temos que ir com tudo pra cima de qualquer um e que se dane o padroeiro. É sério, amigos bem vestidos. Precisamos ganhar essa Sula. E a próxima Liberta. Só não pode atrapalhar nossos planos de Hepta. Mengão Sempre ARTHUR MUHLENBERG […]