República Paz & Amor

Por favor, aguarde...

República Paz & Amor

Cheiro de épico.

Por | 26 de setembro de 2016
51 Comments
  • […] REPÚBLICA PAZ E AMOR: Ano passado, em um de seus costumeiros acessos de megalomania e perdularismo, Vanderlei Luxemburgo bateu pé, pirraceou, fez birra e biquinho, queria porque queria a contratação de Robinho. Eu gosto do Robinho. Também acho que ele poderia nos ajudar bastante, mas concordei com a turma que não entende nada de futebol: seguindo sua linha de trabalho com rara firmeza, a diretoria do Flamengo achou por bem não cometer loucuras e preferiu contrariar o mimado ex-treinador. As tratativas para a possível vinda de Robinho não chegaram a ser tema de post no RP&A, mas apareceram na caixa de comentários, onde expus minha opinião: eu não via sentido em investir tanta grana em um jogador que logo adiante seria, como foi, convocado para disputar a Copa América no Chile, o que o deixaria fora de sete rodadas do Campeonato Brasileiro e o impediria de ajudar o time de maneira mais efetiva. Bobagem gastar uma pequena fortuna com Robinho, para chegar em oitavo lugar em vez de em décimo segundo. Porém, meu principal argumento vinha a seguir: se Robinho pouco poderia fazer em 2015, o que daria para o Flamengo e Robinho fazerem em 2016, sem um estádio para jogar no Rio de Janeiro? E já que não brigaríamos lá nas cabeças, melhor seria montar um elenco capaz de nos garantir um campeonato honrado, mas sem grandes pretensões e livre de gastos estratosféricos. Na caixa de comentários do post “O realista esperançoso”, publicado em 24 de agosto, tivemos a honra de contar com a presença da palmeirense Bia Rago, que acompanha as bobagens que escrevo desde os tempos do blog de futebol da revista piauí. Depois de elogiar a seriedade da gestão rubro-negra, a Bia mandou o seguinte: “Continuo pensando que o que vier esse ano, para o Flamengo, é lucro, que 2016 teria que ser a pré-temporada de 2017.” Futebol é sempre uma terra boa para cultivo e crescimento de opiniões divergentes, mas é difícil discordar do que a Bia pensa e escreve. Ainda estamos em processo de arrumação da casa, e o que é pior: sem a casa. Pois o Flamengo está oferecendo, a mim, à Bia e a todos os brasileiros que gostam de futebol, uma linda lição. Nada contra Brasília ou Cuiabá, tudo a favor do Pacaembu e de Cariacica, mas, independentemente das calorosas recepções onde quer que desembarque e da paixão que o rubro-negro é capaz de despertar nos mais escondidos rincões do país, não dá para comparar. Casa é casa. Pergunta ao Barcelona se, com todos os iniestas, messis e neymares, o clube abre mão de mandar seus jogos no Camp Nou. Uma lembrança que ilustra bem o assunto. Eu ainda morava no Rio de Janeiro em 2001, quando Flamengo e Vasco decidiram o campeonato estadual. Era curioso: o Vasco vencera a primeira partida por dois a um e seria campeão mesmo com uma derrota por um gol de diferença no segundo jogo. Todavia, quem circulasse pela cidade naquele fim de semana era envolvido por um mar vermelho e preto. Camisas, faixas, flâmulas, bandeiras, parecia que a vantagem era nossa. Tinha-se a impressão de que os vascaínos pressentiam o que aconteceria naquela tarde de domingo, sobretudo aos quarenta e três minutos do segundo tempo. Na condição de torcedores, é claro que queremos mais. Entretanto, a essa altura do texto – e do campeonato –, cumpre registrar que, seja qual for a classificação final, a campanha do Flamengo já pode ser carimbada como histórica, inesquecível. E se o título vier, creio que será inédito e exclusivo. Não tenho muita queda para esse tipo de pesquisa, mas não acredito que haja caso semelhante no futebol. Refiro-me, obviamente, a competições que reúnam algo em torno de vinte clubes, com jogos de ida e volta e sob a fórmula dos pontos corridos. Ganhar um campeonato assim, jogando sempre fora do seu lugar de origem, nunca. Ninguém. Se tivéssemos levantado o caneco em 2011, certamente nossa virada sobre o Santos na Vila Belmiro, quando chegamos a perder por três a zero e ganhamos por cinco a quatro, seria apontada como “o jogo do campeonato”. Em 2009 tivemos as vitórias sobre Palmeiras e Atlético Mineiro fora de casa – se não me engano, ambas valiam a liderança -, além da partida-chave contra o Santos (havíamos perdido para o Grêmio Barueri no meio da semana e parecíamos ter saído da disputa) em que Bruno defendeu dois pênaltis do Ganso. Agora em 2016, a escolha do “jogo do campeonato” também já começa a ficar difícil. Foi impressionante o empate com o Palmeiras, na casa adversária – casa mesmo, de verdade, onde o clube manda suas partidas há quase cem anos –, com um a menos desde os quarenta do primeiro tempo, abrindo o placar e dando uma excelente exibição de consciência e coletividade. Mas o que aconteceu há poucas horas em Cariacica teve uma cara danada de Flamengo. Teve uma cara danada de campeão. E teve um inebriante cheiro de épico. JORGE MURTINHO […]

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    carlos moraes 8 anos ago Responder

    Todos elogiaram, à minha exceção, o comentário feito pela Bia Rago, citada pelo nosso Murtinho em seu texto.

    Elogiaram, frise-se, sem qualquer restrição.

    Ao mesmo tempo, em outros momentos, elogiaram o próprio artigo do Jorge Murtinho.

    Grande incoerência.

    Até pelo título – CHEIRO DE ÉPICO – Murtinho dá ênfase à campanha do Flamengo jogando os seus jogos de mandante fora do Maracanã, em assim dizendo, FORA DE CASA.

    Bia Rago, por seu turno, é incisiva, senão vejamos –
    ^Esse negócio de jogar em casa ou fora é BESTEIRA e só no Brasil se perpetua esse MITO. Em todo lugar do mundo time grande faz valer a montanha de dinheiro que recebe a mais que os outros e JOGA EM CASA EM QUALQUER LUGAR.^ (os destaques são meus)

    Por sinal, neste aspecto concordo em boa parte com a Bia.
    Parece-me, como já escrevi anteriormente, que NÃO FAZ SENTIDO dizer que o Flamengo não jogou em casa quando atuou por CINCO vezes em Cariacica (Brasileirão, apenas), QUATRO em Brasília, TRÊS em Volta Redonda, UMA no Pacaembú, UMA nas Dunas e até UMA, sem mando, em Cuiabá.

    De fato, nestes QUINZE jogos, mesmo não jogando na cidade do Rio de Janeiro, fez valer o seu poderio – que NÃO È apenas o econômico – jogando como se fosse em casa. Até porque, em anos anteriores, podendo utilizar o Maracanã, optou por jogar em diferentes praças.
    90 % dos torcedores, pelo menos, a seu favor.

    Por outro lado, NEM SEMPRE, ao contrário do que foi afirmado, pode-se jogar em casa em qualquer lugar.
    No único jogo disputado na Cidade Maravilhosa, por determinação das autoridades, a torcida rubro-negra limitou-se ao pequeno percentual de 10%.
    Da mesma forma, na Arena do Grêmio e do Palmeiras, no Couto Pereira, no Itaquerão, no Mineirão, no Barradão, lá em Pernambuco, não sendo necessário citar outros locais , havia MAIORIA de torcedores dos nossos rivais.

    Ter o mando de campo, claro que continua e continuará sendo MUITO IMPORTANTE.
    Acha vista a última rodada, na qual, dos DEZ jogos, somente em UM, o do Corinthians, o mandante não saiu vencedor.

    Só que, como argumentou a Bia Rago, não me parece correto se afirmar que, por exemplo, lá no Kleber de Andrade, o Flamengo NÃO jogou em casa.

    JOGOU, SIM SENHOR.
    É O ÓBVIO ULULANTE do Nelson Rodrigues.

    Sinceras SRN
    FLAMENGO SEMPRE

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    carlos moraes 8 anos ago Responder

    Todos elogiaram, à minha exceção, o comentário feito pela Bia Rago, citada pelo nosso Murtinho em seu texto.

    Elogiaram, frise-se, sem qualquer restrição.

    Ao mesmo tempo, em outros momentos, elogiaram o próprio artigo do Jorge Murtinho.

    Grande incoerência.

    Até pelo título – CHEIRO DE ÉPICO – Murtinho dá ênfase à campanha do Flamengo jogando os seus jogos de mandante fora do Maracanã, em assim dizendo, FORA DE CASA.

    Bia Rago, por seu turno, é incisiva, senão vejamos –
    ^Esse negócio de jogar em casa ou fora é BESTEIRA e só no Brasil se perpetua esse MITO. Em todo lugar do mundo time grande faz valer a montanha de dinheiro que recebe a mais que os outros e JOGA EM CASA EM QUALQUER LUGAR.^ (os destaques são meus)

    Por sinal, neste aspecto concordo em boa parte com a Bia.
    Parece-me, como já escrevi anteriormente, que NÃO FAZ SENTIDO dizer que o Flamengo não jogou em casa quando atuou por CINCO vezes em Cariacica (Brasileirão, apenas), QUATRO em Brasília, TRÊS em Volta Redonda, UMA no Pacaembú, UMA nas Dunas e até UMA, sem mando, em Cuiabá.

    De fato, nestes QUINZE jogos, mesmo não jogando na cidade do Rio de Janeiro, fez valer o seu poderio – que NÃO È apenas o econômico – jogando como se fosse em casa. Até porque, em anos anteriores, podendo utilizar o Maracanã, optou por jogar em diferentes praças.
    90 % dos torcedores, pelo menos, a seu favor.

    Por outro lado, NEM SEMPRE, ao contrário do que foi afirmado, pode-se jogar em casa em qualquer lugar.
    No único jogo disputado na Cidade Maravilhosa, por determinação das autoridades, a torcida rubro-negra limitou-se ao pequeno percentual de 10%.
    Da mesma forma, na Arena do Grêmio e do Palmeiras, no Couto Pereira, no Itaquerão, no Mineirão, no Barradão, lá em Pernambuco, não sendo necessário citar outros locais , havia MAIORIA de torcedores dos nossos rivais.

    Ter o mando de campo, claro que continua e continuará sendo MUITO IMPORTANTE.
    Acha vista a última rodada, na qual, dos DEZ jogos, somente em UM, o do Corinthians, o mandante não saiu vencedor.

    Só que, como argumentou a Bia Rago, não me parece correto se afirmar que, por exemplo, lá no Kleber de Andrade, o Flamengo NÃO jogou em casa.

    JOGOU, SIM SENHOR.
    É O ÓBVIO ULULANTE do Nelson Rodrigues.

    Sinceras SRN
    FLAMENGO SEMPRE

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      Bia Rago 8 anos ago Responder

      Oi Carlos,

      Não discordei tanto do Murtinho. Ele só demonstrou surpresa pela campanha tão boa do Flamengo mesmo sem poder ser mandante, e eu defendi que nem surpresa tinha que ser, porque o pessoal abusa nas desculpas por jogar fora de casa.

      E do Muricy, não gosto mesmo. No começo do ano não quis descer a lenha na contratação, mas desde que ameaçou pisar na Gávea o Muricy só deu mancada com o Flamengo. Foi ele quem montou o time com liberdade para gastar e contratar, lado a lado com o Rodrigo Caetano. Não só fez campanhas pífias como montou um time que jogava muito mal, com medo, recuado, rezando para perder de pouco. Inegável o bem que sua saída fez ao time. Na minha opinião, o único grande reforço daquele time do Muricy foi o Diego, que chegou faz pouco tempo, mesmo sem o Diego o time já estava jogando melhor com o Zé Ricardo desde o Início. E o fim da picada para mim foi o que considerei muita falta de ética de reclamar publicamente da Primeira Liga sempre que tinha chance. O cara não sabia que o presidente que tinha contratado ele estava em pé de guerra com a ferj? Será que ele não entendeu que a Primeira Liga era uma afronta necessária aos desmandos da ferj? O Muricy virou um reclamão tão descontrolado (ou não, né, às vezes ele é político mesmo e estava evitando se queimar com a cartolagem poderosa da federação e da cbf) que não se absteve de dar munição para quem queria detonar o torneio independente dos clubes. Ele sabia de tudo isso, que ia ter Primeira Liga, que ia ter que jogar em Juiz de Fora, Espírito Santo; que o Maracanã muito provavelmente não seria uma realidade para 2016… Por que aceitou treinar o Flamengo? Era só ter dito não… Não foi ele o treinador que dispensou o tapetense porque que disse que não dava mais para não ter centro de treinamento, conviver com ratos no vestiário? Tem todo o direito, se não tava bom, caía fora e não atrapalhava. Acontece que agora o Flamengo pagando em dia virou uma grande opção para ex-treinador em atividade que quer continuar recebendo seus milhõezinhos em dia… Não gostei, achei um mico a passagem do Muricy pelo Flamengo, devia ficar como um exemplo do que não fazer no futuro.

      Em outro momento talvez a gente volte nessa de discutir os méritos e os deméritos do Muricy (também não é que eu ache que ele foi o pior técnico da face da Terra…), é sempre bom conversar com vocês.

      Abraços!

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    Eric 8 anos ago Responder

    Meeeeeengooo

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