Evidente que sim. Desde 1923 o bacalhau tem sido a pedra angular de uma dieta equilibrada e adequada a suprir as necessidades rubro-negras. Ainda que o bacalhau de hoje em dia não seja sombra do bacalhau de outrora e as vitórias sobre ele tenham lamentavelmente adquirido a aura monótona do feijão com arroz obrigatório, ganhar da bigoduda ainda é capaz de provocar sensações prazerosas nas papilas gustativas do mulambo médio. Seja ele um gourmet que busca pela qualidade do que leva à boca ou o gourmand que exalta a quantidade do que vai no prato.
Sem qualquer traço de soberba ou arrogância, admitamos que ganhar da vasca hoje é uma façanha menor, talvez nem façanha seja se considerarmos a rotineira previsibilidade do resultado. Mas quem abriria mão de mais uma carcada na baranga de fé? Somos Flamengo, mas também somos humanos e queremos, humildemente, ganhar tudo.
Como qualquer retardado mental a quem é dada uma missão muito além de suas capacidades e que desconsidera as circunstâncias e as conjunturas, não abrimos mão de nenhum direito. E dar aquela esculachada na bigoduda, se possível encurtando a distância para o precipício que a levará às profundas das divisões subalternas é nosso direito, sim.
A alegria rubro-negra não se parece com nenhuma outra. Não se sabe se é mais funda ou mais dilacerada, ou mais santa, mas provado está que é diferente. Se não der pra ser campeão não é impossível encontrar umas lasquinhas de alegria testemunhando mais um rebaixamento do nosso vil rival. Por isso, independentemente do momento que o Flamengo vive, ganhar dos caras, no Maraca, na Gávea, na pocilga ou em Brasília, sempre será obrigatório.
Nas últimas semanas um surto de oniomania nouveau riche se espalhou como praga entre os rubro-negros. Após as bem sucedidas investidas do Flamengo para repatriar Gérson e Felipe Luís de seus cativeiros europeus, partiu-se, com considerável dose de porralouquice, para tentar trazer Balotteli. Uma demonstração cabal de como é fácil, até para os autossuficientes flamengos, sucumbir aos apelos do viralatismo nacional, tão em voga nesses tempos sombrios. Foi um dos momentos mais jecas da história do futebol rubro-negro, que felizmente deu em nada. Seria extremamente embaraçoso, a essa altura da vida, que o Flamengo gastasse o que não pode para fazer papel de otário. Arriverdeci, Balo. Grazie per non essere venuto.
O Flamengo já tá cheio de craques, que se ainda não formam um TIME com maiúsculas, já compõem um elenco pesadão. Arrascaeta jogando o fino, seus números são impressionantes, Everton Ribeiro ainda tá dodói, mas contra o Grêmio mostrou que é imprescindível, Gérson tem sido um colírio no meio de campo e até o puto do Arão tem jogado bola (mas continua sem marcar ninguém). De Gabriel, artilheiro do país, nem precisamos falar. Enfim, temos material humano pra passar por cima de qualquer um dos outros 19 times do campeonato. Se Jesus não for traírado ninguém vai precisar morrer pra gritar Heptacampeão em dezembro.
Mas nada de oba-oba, a realidade é bem mais áspera do que a substância dos nossos desejos. Com todas as nossas maravilhas financeiras, nossos craques renomados e nosso Manto incomparável, somos apenas o terceiro colocado na bagaça. O que é bom, porque liderança no Brasileiro só vale na 38ª rodada.
Mas, notem, o Atrético de Vespasiano, com seu elenco meia-boca, onde até nossos enjeitados por gritante deficiência técnica encontraram abrigo, tem exatamente o mesmo numero de pontos que nós. Desnecessário recomendar que continuemos com os pés firmemente apertados pelo frenético sapatinho da humildade, mesmo que não combine nem um pouco com a nossa roupa de festa.
Se a vida do torcedor é mesmo uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem sentido algum, como dizia o bardo, pro torcedor do Flamengo ainda é melhor ser um idiota brigando por um título do que um gênio fugindo do rebaixamento.
Pau na baranga.
Mengão Sempre
grande arthur.
nosso mengão está muito bem,graças a torcida que lota os estádios e faz parte do socio torcedor.
temos que continuar crescendo no numero de sócios torcedores,só assim iremos dominar geral.
SRN !
Arthur , foi exatamente em um post de um jogo do Flamengo com o Vasco no falecido Urublog do GE que passei a acompanhar seus textos , aquilo mexeu comigo , a dinâmica , o escracho , a devoção exacerbada sobre o manto sagrado , tudo diferente daquilo que normalmente era publicado sobre o Flamengo. Desse dia em diante passei a aguardar avidamente a publicação de um novo texto , a buscar seus livros publicados , enfim , virei fã mesmo..kkk
Parabéns cara , e hoje novamente embalado por mais uma catracada em cima da baranga , um novo texto delicioso.
Vamos aguardar o próximo.
SRN!!
Roberto Junior – Cuiabá – MT
Muhlemberg repareceu na ponta dos cascos.
Esses 4 x 1 são desses jogos que ficam marcados na história do confronto Mengão X Bacalhau. Ninguém se esquecerá do baile, do olé e dos dois pênaltis defendido pelo Diego Alves. Defender dois pênaltis numa mesma partida é fato muito raro. Eu só sei que nunca critiquei o Diego Alves.
Um pouco antes deste comentário, assisti à nossa cria, David Braz, acertar um petardo na gaveta do porco, o que nos deixou na segunda colocação, por número de vitórias, a apenas dois do Santos.
Bem que este sábado poderia durar mais um pouco. Começamos levantando o caneco do brasileiro sub-17 e terminamos na segunda colocação do brasileirão.
E por falar em cheirinho, esse ano promete: Flórida Cup, Campeonato Carioca e Campeonato Brasileiro sub17. Carioca e brasileiro de basquete. Segundo no brasileirão e primeiro do brasileiro sub-20… e estamos vivos na Libertadores.
Creio que aqueles cheirinhos do passado serão agora reais. Por isso, temos que ter muito cuidado com uma overdose.
SRN!
A maldição Sérvia continua.
Eu de se estudar a sina da barganha desde o engavetamento monumental feito pelo nosso embaixador eslavo.
Desde daquela fatídica final vejo que os vascaínos entram em campo nunca para ganhar mas sempre para Não perder.
Tem que ter muita maldade no coração para além de derrotar o adversário destruir seu espírito.
Falo o mesmo para meu filho. Pet quebrou o espírito do vasco em 2001.
4 x 1. Normal.
É o rato amarrado e a peia comendo!
Me refiro ao habitante de São Januário.
Arthur, oniomania foi foda, eles aí fora não sabem o que é isso, não.
“Desnecessário recomendar que continuemos com os pés firmemente apertados pelo frenético sapatinho da humildade, mesmo que não combine nem um pouco com a nossa roupa de festa.”
É pura verdade; os fatos confirmam – Vinícius Jr., Paquetá, Jean Lucas, Samir e Jorge, quase meio time formado na base do Flamengo. Bruno Henrique completa e Everton Ribeiro e Gabriel B. seriam chamados se o técnico da seleção não tivesse o bom-senso que teve pra não exagerar no desfalque.
srn p&a
, mas esse não é da Base, embora seja
Arthur, o Grão Mestre, no seu melhor estilo.
Palmas de pé.
Para não correr o menor risco, voltarei DEPOIS do jogo (assumo a covardia)
Exuberantes SRN
FLAMENGO SEMPRE
Arthur, as vezes bate um momento de lucidez e retroajo aos tempos de penúria financeira e técnica do rubro-negro em confronto com os gigantes da colina. Tempos de Edmundo, Carlos Germano, Mauro Galvão, Felipe, Pedrinho e Juninho Pernambucano. Sem contar os demais coadjuvantes. Os caras tinham uma seleção, mas nunca ganharam uma final contra o Flamengo. Que sina!
Tempos de nervosismo antecipado. Insônia. Antes dos jogos derradeiros, sapecavam umas goleadas no caminho. Coisas de português otário. Gastavam o estoque de gols e depois reclamavam do golzinho solitário do Rodrigo Mendes, do Tuta, do Edilson e se descabelaram com o magnífico gol do Pet.
Os tempos mudaram. Hoje o rubro-negro ascendeu socialmente e os outrora poderosos foram decaindo e se tornaram os anões da colina. Time médio em completo declínio financeiro e técnico.
O que não mudou foi a supremacia rubro-negra.
Nada mais comum que um novo triunfo, se possível com um placar dilatado. Com muita humildade. Simples.
Apenas para não perder o costume.
SRN
Com mil perdões, mas não exageremos.
Em 1977, estava eu sentado nos degraus duros, posto que maravilhosos, da arquibancada do verdadeiro Maracanã, vendo a decisão do 2o. turno do Campeonato estadual, que ainda era o Cariocão, talvez já um pouco diminuído, sendo que o Vasco vencera o primeiro.
A partida terminou empatada, o turno também, consequentemente fomos para os pênaltis, para a grande decisão.
Deu Vasco – 5 x 4, com uma defesa incrível do Mazzaroppi, pulando no canto alto certo, do seu lado direito – que, em consequência ,se sagrou campeão, enquanto tive que contornar o choro do meu filho mais velho, então com 7 anos, que custou a se conformar.
Ainda bem que em 1978 …
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Me referi à geração de Edmundo e Cia. 1977 é bem antes . Essa geração é de Roberto Dinamite.
A última conquista vascaína em decisão contra o Flamengo, foi em 1988. Gol de Cocada. Faz tempo. Mais de 30 anos.
Contra fatos não existem argumentos. A geração de Edmundo nunca conquistou títulos diante do Flamengo.