A Nação é laica, mas há liberdade de credo. Cada um acredita no que quiser. Eu acreditava que o Flamengo teria que matar um ou dois lá no alto do morrão pra conseguir sair da Bolívia com os 3 pontos obrigatórios. Felizmente o objetivo foi atingido sem a ocorrência das baixas previstas, melhor para todos. A vitória foi magra de gols, mas gorda de significados. Há rumores de que foi a primeira vitória do Flamengo na estreia jogando fora na Libertadores com calção preto. Antes de iniciar as comemorações pela quebra de mais um tabu aguardamos a confirmação da relevante façanha por parte de fontes idôneas.
Fato é que o nosso adversário San José era uma baba, baba elástica e bovina. Em condições normais de temperatura, altitude e pressão os bolivia mal fariam a “de fora” numa pelada no Aterro. O orçamento anual para esparadrapo, gaze e algodão do Departamento Médico do Flamengo é superior ao orçamento do futebol profissional do San José. Ainda que a maioria dos comentaristas leigos tenha uma boa noção do desafio que é manter o organismo operacional acima de 3000 metros de altura, ninguém foi insensível com o sofrimento físico dos pobres jogadores só porque não conseguiu achar bacana o futebol que o Flamengo pôs na roda. Tudo bem que exista uma prevenção com o Abel em certos setores da mídia e da torcida, mas o futebol que ele assina é ainda mais feio do que se imaginava.
O Flamengo é humano, tem o direito de errar. E pelo que se viu em campo durante o ano que oficialmente se inicia amanhã o Flamengo exerce esse direito numa boa e sem culpas. O futebol do Flamengo é tosco, sem imaginação e se baseia na correria pros laterais e nas bicudas lá pra frente pra ver o que acontece. Foi ruim de assistir o jogo, mas no final fiquei amarradão com o resultado. Notem que foi jogando esse futebol sem vergonha que superamos o Ajax, que eliminou o Real Madrid na Champions. Ou seja, estamos pau a pau com o melhor futebol do planeta. E arrancamos muito bem na Libertadores, competição onde já se sabe que jogar bem não significa muita coisa. Após breve hesitação acabei concordando em comemorar, comedidamente, o nosso inesperado (ainda que obrigatório) triunfo andino.
Parece confuso, mas não é. Está mais do que provado que é perfeitamente possível amar o Flamengo acima de tudo e de todos e ainda assim achar que o Abel não está preparado pro serviço de levar o Flamengo até Tokio. Assim como é possível cornetar o Abel e suas táticas rupestres torcendo pra caramba pro Flamengo ganhar tudo. E já que estamos a sós posso ser franco, não me importo nem um pouco que o Flamengo jogue mal esse futebol tosco. Até prefiro, preocupado ficaria se o Flamengo estivesse jogando bem o futebol tosco. Como sou um otimista acho que essa inadequação à tosqueira é um indicio que existe, se não uma vocação inequívoca no elenco, muito espaço para o aperfeiçoamento.
Vamos tomar bastante cuidado para que o assunto não resvale para o movediço campo das altas filosofias de botequim, mas não são necessários profundos conhecimentos de dialética para entender que uma vitória conquistada sob condições adversas, longe do regaço da pátria mãe gentil, em competição com a qual somos notoriamente traumatizados e ainda por cima jogando mal vale muito, mas muito, mais que uma vitória jogando bem. Sem falar que jogar mal é um antidoto poderoso contra o insidioso veneno do oba-oba, que ano após anos insistimos em nos auto inocular pelos motivos mais torpes.
É evidente que a Libertadores é muito mais cascuda do que vencer bolivianos nas alturas. LDU e Peñarol não são babas como o San José e provavelmente darão muito mais trabalho. Claro que esperamos alguma melhora em nosso esquema de jogo visando os próximos compromissos, mas é muito improvável que isso ocorra espontaneamente. Temos que aproveitar a boa vibe da vitória e dar uma pressão no Abel pra ele deixar de timidez e entrar no século XXI sem medo. Se isso não acontecer a tendência é o time ir jogando toscamente até o Flamengo se fuder em grande estilo. Então quem for de cornetar é bom que comece agora, o tempo urge, quarta-feira tem jogo de novo. Rumo a Tokio, amigos.
Mengão Sempre
Admiro seu positivismo em relação ao time, Arthur, entretanto, Já perdi totalmente a empolgação por esse grupo de “velhos e cansados”jogadores. Na minha racionalidade e rabugice, achei tudo uma bosta. Com exceção do desempenho do contumaz entregador de gols e do aplicado Gabigol (se fosse um pangaré – Guerrero – teria perdido o gol), o restante teve uma atuação medíocre, como já é comum.
Analisando os melhores momentos, o adversário foi bem superior. A Diretoria esquece que existe defesa em um Clube de Futebol. Comparando com o Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro, a nossa é ridícula. Para surpresa geral, não levou gol, como é de seu feitio. Parece que o time não treina. O sistema defensivo é muito falho. Não há melhoras de desempenho e os já desgastados laterais são mantidos em total improdutividade.
Valeu apenas pelo resultado. Um tanto enganoso.
SRN
Melhor que a vitória é o renascimento do RPA. Pra cima deles Mengo!
SRN
Contra o ôba-ôba, pela conquista da Liberta, Mengão acima de tudo e rumo a TOKIO!
Resumindo a ópera, fiquemos com a máxima do feiticeiro Solich,” ganó el mejor”, ou a distorçamos um pouco, ” se ganó es el mejor”, entre estas duas sutilezas eu acho que a gente tem que se situar criticamente em relação ao atual time e, obviamente, suas últimas atuações. O Flamengo daquele horroroso aprendiz, o Barbieri, como se dizia antigamente “nem fodia, nem saía de cima” e para gáudio do tal “professor” ele ficava horas diante de embasbacados entrevistadores dissecando um cadáver pra lá de putrefacto ( com o c lusitano mesmo), veio o Dorival Jr e conseguiu tirar um pouco de leite das pedras, mostrou-se lúcido e mantendo o toque de bola característico do time ( pelo amor de Deus quem falar em DNA do Flamengo eu trucido) e conseguiu agudizar (epa!) as jogadas de frente. A meu ver foi muito lúcida e didática a efêmera era do Dorival, será que já vai deixar saudades? Agora o Abel quer mudar o jeito, estilo, ou que porra ele chama de jogo do time. Resultado até agora: o time não tem nem toque de bola, nem jogadas agudas, pratica um estilo muito mais chegado ao Felipão, ou seja, chutão pra frente e salve-se quem puder ( um pouco de exagero, claro, torçamos para não se chegar a esse ponto). Agora, quanto ao Arão, ora o Arão, todo time tem o Márcio Araújo que merece.
Ainda bem que o mundial não vai ser em Tokio.
Se o Dorival tivesse ficado o goleiro não seria o Diego Alves
O Abel ganhou do Barcelona com gol do Gabiru. Quem sabe o heroi da vez não seja o mal amado Arão?
O universo conspira
O imponderável, ah, o imponderável, se fosse o Dorival, o César não precisaria fazer tantas defesas milagrosas e teríamos ganho com mais tranquilidade. Prove-me o contrário.
Grande Arthur! Concordo plenamente com você!! Estou muito feliz pelo resultado, mas preocupado pelo futebolzinho que apresentamos ontem. Pela qualidade do elenco que temos, merecemos mais, muito mais! Não estou querendo eleger um ou dois bodes expiatórios, mas gostaria de saber por que Diego e Arão são titulares absolutos, mesmo não jogando nada. Observe que já trocamos de técnico algumas vezes, mas todos eles insistem nesses caras. Não me recordo da última vez que nosso atual camisa 10 decidiu um jogo importante pro Flamengo. Ontem, aos 14 do primeiro tempo, Diego conseguiu cagar um contra ataque com a sua já tradicional penteada na bola. Porra, contratar o Arrascaeta pelo preço que foi, para colocá-lo fora de posição, e ser obrigado a ver o Diego decidindo nada, é dose pra leão! Alguma coisa me cheira mal nisso aí. Tinhamos a chance de deixar Diego vazar no fim do contrato, mas renovamos com ele. Não consigo entender como parte da torcida gosta do “futebol” que ele apresenta, de muita disposição e zero objetividade. E o Arão não sai do time nunca, mesmo com atuações ridiculas. Estamos ganhando a maioria dos jogos nos lampejos individuais. Não temos conjunto tático e isso é muito preocupante, pois a qualquer momento vamos ser superados por um time com investimento muito inferior ao nosso, com jogadores muito piores que os nossos, mas com o mínimo de organização tática (vide jogo contra o Flu). A grande questão é que a vitória entorpece o torcedor, que não consegue enxergar que, com esse futebolzinho medíocre, não chegaremos a Toquio. Saudações Rubro-Negras!
Também não entendo a complacência da torcida com o futebol pífio do Diego, fora o seu perfil perdedor, que some nas decisões e no final dá entrevista rindo. Cheira mto mal, até hj temos garras de empresários na escalação
Minha gente, já estava esperando.
Nunca por parte do fabuloso Arthur, o Grão Mestre.
Quer dizer que ^DERROTAMOS^ o Ajax, hein (INT).
Contra os RESERVAS (na totalidade) do time holandês, conseguimos, MAL E MAL, um empatezinho chorado, tomando um couro ainda maior que o poderoso San José nos deu ontem, quando fomos salvos pelo Diego Alves, para depois, graças a um regulamento maluco, próprio de quem nada entende de futebol como são os estadunidenses, ^ganharmos^ nos pênaltis.
Além do mais, tristíssima a comparação para quem, como eu, assistiu os dois jogos de ontem, quando se pôde constatar a abissal diferença atual entre o futebol praticado lá e cá.
De qualquer forma, valeu a emoção da vitória, ainda com outro registro negativo, qual seja o locutor, bem pior que os da Vênus Prateada.
^Jogo histórico^, só para a vovozinha dele.
Emburradas SRN
FLAMENGO SEMPRE
bi da libertadores tá chegando