Não sou nenhum Moraes, o tremendo torcedor, mas também curto uma Copa do Mundo. Não perco uma desde 2006, mas da próxima eu praticamente já desisti. Fazer o quê, afinal, naquela península absolutista com essa seleção que aí está? Pronto, decidido.
Ou pelo menos era assim que eu pensava, até a noite de domingo:
– Amor, bati o martelo. Não vou à Copa do Muuundo do Qatar mesmo não. Chega, vamos poupar e fazer aquela viagem juntos. Só mudo de ideia com uma condição: se a seleção uruguaia levar o Arrasca, o Chile chamar lá o Isla (boniiita), e a besta do Tite (sem rancor, é modo de falar) escalar o Hugo Neneca, Gerson Rei de Wakanda, Pedro Queixo e Vinicius Junior. Fechado?
(Sim, sei que o Vinicius Junior é uma aposta mais arriscada, mas já vou começar a cotar passagens.)
O jogo do Flamengo contra o Athletico Paranahense, claro, não trouxe só boas notícias. Deu em treta, grosserias, xingamentos.
Tudo por conta de mais uma atuação sem muito brilho do atacante Vitinho, que nasceu Victor, chama-se Vittinho nas redes sociais e acaba tropeçando nessas letras em campo. Após sua substituição no intervalo, o bicho pegou geral nas redes, e sobrou até para o sofá lá de casa, onde fiquei de mediador entre dois flamengos fanáticos, que soltavam perdigotos virulentos cheios de opiniões polarizadas:
– Apaporra, cansei. Não guento mais, tem que vender esse manco do Vitinho.
– Pronto, começou. Vai começar a análise com a bile. Toma uma jurubeba, toma.
– Vocês sabiam que ele é Victor? Logo, tinha de ser Victinho na camisa. Até porque…
– Chega, caro demais para o futebol que apresenta. Devíamos ter vendido para aquele time dos Estados Unidos no início do ano. Só americano mesmo, que não entende nada do sóquer, para tentar comprar o Vitinho.
– E você lembra por que a negociação não saiu? Pois o jogador quis ficar e o Jorge Jesus pediu a diretoria encarecidamente que não o deixasse ir. Que este ano ele ia arrebentar. Quem entende mais de futebol, você, o Gilsão Ricardo ou o Jorge Jesus? Toma uma jurubeba, toma.
– Vai você tomar no..
Intercedi:
– Opa, opa. Mantenhamos o nível, candidatos.
– Como vocês ainda podem defender o Vitinho? Caro. Sem vontade. Tem 13 gols em cem jogos! Traz outro, já deu.
– Ambidestro. Chuta como poucos. Vinte e seis anos apenas. Acho que, antes de dispensar um cara assim, temos de vê-lo jogar com o time ajustado. O que não é o caso. E ele está vagaroso mas o time todo estava, desde que começou essa pandemia.
– Já repararam que quem fala “acadimia” fala “pandimia”? – filosofei, para baixar a fervura.
– Ah, para. Todos evoluem, menos ele. Todo mundo oscila, Vitinho é a constância em pessoa, aquele gráfico de uma linha chapada, sem saltos nem picos.
– Picos? Picos é o… (“Opa, opa”). Cara, deixa eu te refrescar a cabecinha? Ano passado, você detestava o Willian Arão, e só faltava tatuar o Cuéllar na panturrilha. O que o torcedor médio bradava aos quatro ventos? Que tudo o que acontecia de errado ali na meia era culpa do Arão, tudo que funcionava era pela garra do Cuéllar. Foi preciso vir um cidadão de Portugal para escancarar nossa cegueira futebolística.
– Não fala mal do Arão, hein…
– Pois é, hoje ele é o Arão da ralé, diria o poeta. Mas você percebe? O torcedor tem preconceitos capazes de derrubar qualquer um. Nem se o cara fizer dez partidaços em sequência a birra se desfaz.
– Eu não quero dez partidaços do Vitinho. Eu quero um partidaço do Vitinho. Ou do Victinho.
– Você vai dizer que ele não prende a bola bem? Não lança? Hoje mesmo, o Bruno Henrique tirou um gol certo dele. Se fosse o contrário, o cara apanhava na rua. Ah, tu não entende nada.
– Eu, né? E tu, que é pé-frio? Foi mijar, saiu o nosso gol.
Levantei o dedo:
– Opa, golpe baixo não, galera. Nelson Rodrigues mesmo já dizia sobre isso que…
– Pé-frio é teu passado, rapaz. E olha, pode anotar aí no seu celularzinho de espalhar treta: o Victinho, o craque Victinho, vai meter gol em São Janu. E vai correr rodando a benga para você, e pro Gilsão!
– Rá. Nem se tu passar o Flamengo x Vasco todo mijando…
– Quer saber? Vou embora, tu não entende nada.
– Vai mesmo. Mijão! Mija aí na porta ao sair, para ter o quarto gol! – Fica aí, seu m…
– Opa, opa!
E você? Concorda com quem? E a Copa do Qatar, bora? Comente aqui embaixo.
vitinho ou melhor victinho acabou com os Gambas ….
SRN !
Copa do Mundo acompanhei a partir de 1982 até 2006, e graças ao YouTube vi alguns jogos do tri e a da laranja mecânica. Futebol pra mim, só o do Flamengo me interessa. Pensei que fosse o único assim.
E se dependesse se mim nem Arinho nem Vitão estariam envergando o sagrado manto. Nem esse outro que não é cinco e meio, mas suja girando a DEZ. Mas, respeito quem pensa diferente.
Muito bom o texto. Me diverti muito.
Com copa, houve tempo de eu assistir todos jogos. Foi no tempo em que havia menos participantes (1978). 82 foi um trauma para mim. 94 fiquei blazê, mas vi a final completa. 2002, ok. Mas de 2006 em diante, foi só caindo o interesse. Teve elimanatória de eu não assistir uma partida que fosse. Culminou com 2014, viajei na primeira fase (para fora do Brasil), perdi vários jogos, e o 7 a 1 demorei para começar a assistir e não quis nem ver mais. Se não fosse o Flamengo eu abandonava o futebol, simples assim. Chega de selecinha, de qualquer país, já deu.
SRN
Copa,já não tenho mais desde minha penúltima casa antes da atual,afinal qual a finalidade deste cômodo?E pra mim,se não tem Mengão nem vejo.Futebol é só uma desculpa,eu amo mesmo é ver o onze Rubro-negro.Quanto ao Vitinho,tenho uma tendência em defender os mais fracos e defenestrados pela parte raivosa da nossa Nação,mas mesmo eu,confesso que já não o faço com tanto afinco.
Vamos deixar o Vitinho sossegado, ele faz parte de uma tradição rubro-negra milenar: há que se ter no elenco um pereba pra ser caçado a pauladas como uma ratazana prenha ( royalties para Nelson Rodrigues). Até onde a memória dá, não necessariamente em ordem de entrada em cena: Esquerdinha (esse é pro Carlos Moraes julgar) Fio Maravilha, Obina, Wellingon boca de Lhama, Márcio Caramujo, Gabriel baiano (falar nele: por onde anda o Odivan de Alagoinhas?) e muitos outros.
O problema do Vitinho é simples troca de consoante, ele tem que desabroxar, ou seja, parar de deixar a torcida de pau na mão.
Não entendo picas de psicologia, aliás não entendo de nada além de mim mesmo e olhe lá. Mas minha cara consórcia é médica e diz que o problema dele é “falta total de energia vital” se engraçando num rap. Diz ela que tem uma técnica de respiração XYZ que o Vitinho tinha que se aplicar dessa técnica poucos minutos antes de adentrar o gramado e aí o bicho vai entrar bufando. Parece que se chama respiração do fogo, só não sei se nas ventas ou no rabo. A trooper que é íntima do Landim e de toda a diretoria podia passar essa dica pra gang. Vai que cola.
Penso que sim, explico:
Assim como o Domê, o Vitinho ganha vida com a maldita pandemia que proíbe público nos estádios. Caso contrário, o grito da arquibancada já teria mandado ambos embora.
Otimista que sou, presumo que na volta da torcida, o Fla estará jogando o fino da bola, e aí a galera só será apoio com o time.
Não que o Vitinho será titular, mas nos trará pontos importantes, igual ano passado, contra Atlético MG.
Trabalho pro Domê achar a posição ideal pra ele. Não o considero nem ponta, nem meio de campo. Acho que rende melhor como atacante, como nos tempos de Botafogo e Internacional.
Abraço e SRN!
Vitinho e Arão juntos, no mesmo jogo, no mesmo time, sem chance de funcionar.
E o Jorge Jesus não “escancarou a nossa cegueira” com o Arão. Ele viu o mesmo que a gente, tanto que passou os 2 primeiros meses berrando “tá mal, Arão” na beira do campo.
Ele mudou o Arão de posição (teve que fazê-lo, porque não tinha outro primeiro volante no elenco, além do fraco Piris) e o ensinou minimamente a se posicionar em campo, coisa que nenhum dos supertécnicos que ele teve no Brasil fez, como ele próprio afirmou.
Já o nosso ambicanhoto Vitinho, fez os gols dos títulos dos últimos 2 carioquetas. É um feito do tamanho do futebol dele. Já pode receber um aperto de mão, um agradecimento e um autógrafo na CTPS, antes que envelheça e perca (mais ainda) valor de mercado. Temos uma garotada feroz pedido passagem, como o Guilherme Bala e o Richard Rios. Não dá mais pra ter Vitinho ocupando espaço nessa fila.
Vitinho, ora o Vitinho, chuta com as duas pernas, chute fortíssimo, uma pena que ele nunca acerta o alvo.
Sou também amarradão em Copas do Mundo.
Não perco um jogo sequer, desde que passaram a ser televisionados para o mundo.
A minha primeira foi ao vivo e a cores, no deslumbrante Maracanã.
Em plena terceira semana de junho, começo das então existentes Provas Parciais, iniciando pelo Brasil 4 x 0 México e não perdi um jogo, dos disputados no Rio.
Apesar de ser considerado CDF, entrei pelo cano no colégio. Se bem que até hoje detesto regência, O médico assiste ao doente, enquanto todos nós assistimos o jogo. Algo assim, que passei a detestar. TIve que me virar nas parciais de novembro, as mais importantes.
1954, rádio e nada mais. A seleção tinha Dequinha, que não jogou, e Índio, que entrou no célebre jogo em que a Hungria nos ensinou o que era o futebol moderno. Só para implicar com o Murtinho, façamos justiça ao Índio. Melhor do que o Silva.
1958 e 1962, a glória, também pelo rádio. Vocês não sabem o que foi o jogo contra a Espanha de Adelardo e Puskas, ele de novo, com outra camisa. 1 x 0 para eles (dois dias depois, pelo video tape, verificou-se que com toda a justiça) até os 10 minutos finais.
Eis que surge o Possesso e a glória para o grande Nelson.
1966, um fracasso rotundo, nem é bom lembrar.
Depois, o máximo que vi na seleção brasileira.
INIGUALÁVEL.
A partir daí, começaram as decepções, com transmissão direta de todos os jogos.
Comparar a nossa seleçãozinha com o futebol da Holanda (Int.). Piada de máu gosto.
1982 foi o fim da Seleção Brasileira, apesar dos títulos medíocres de 1994 e 2002.
Uma seleção com cara de FLAMENGO.
Cara e três dos principais jogadores. Leandro, Júnior e Zico.
Uma derrota, quando o empate seria suficiente, tal como em 50, que me derrubou e a todos os amigos.
Perdi o tesão, mas não a torcida, a partir daí no estilo tricolor.
Copa do Qatar, não sei.
Não gosto um pouquinho sequer dos países do Golfo, exploradores dos seus próprios habitantes.
Um calor das Arábias, ainda por cima.
Seleção do Adenor, pela segunda Copa consecutiva,
Com Vitinho pela ponta esquerda.
Muito obrigado.
Fico, uma vez mais, com a TV, esperando que seja a Globo, pois as outras são todas umas merdas.
Futurólogas SRN
FLAMENGO SEMPRE
KKKK, boa demais, Dunlop.
Tenho pena do Victinho – ta tao mal, pior que ano passado. Perdeu toda confiança e onde vai encontrar com o Dome Office no comando?
SRN
podia apostar no vitinho, no lugar do vjr.
mais garantia de não ir.. kkkkkkkk
Victor merece mais algumas chances, mas precisa se alimentar melhor e fazer psicoterapia.
Copa do Mundo tanto faz, seleção que se dane.
Hahahaha, bom pra carai!