Para a surpresa de ninguém, o Flamengo catou mais um Campeonato Carioca. Rotina das rotinas. Agora ficou mais do que consolidada a hegemonia no Rio com o nosso 35º titulo em 107 participações. O que significa dizer que a cada 3,05 anos o Mengão tá lá fazendo festa na favela e botando a arcoirizada mal vestida pra chorar, tirar as calcinhas pela cabeça e maldizer a sorte. Nem adianta argumentar com eles e avisar, na super boa, que se ficar puto é pior. Vagabundo fica possesso com o poderio rubro-negro. Mas vamos respeitar os vascaínos, o sofrimento não pode parar.
O jogo em si foi morninho, menos por nossa culpa do que pelo estado emocional instável do adversário. A vasca entrou previamente derrotada, muito mais interessada em dar demonstrações de virilidade, intimidar a arbitragem e enfiar a porrada desnecessariamente em seus colegas de trabalho do que em tentar jogar algum futebol. Diante de um adversário inerme, que não desafiava a ninguém, imagina-se que tenha sido muito mais difícil pro Flamengo se motivar e cumprir a sua obrigação de passar o rodo nesse campeonatinho meia-boca de pré-temporada.
Nessas horas bate uma saudade do tempo em que o Carioca era um puta de um campeonato. E que os Flamengo x vascas realmente paravam cidade. Dei a sorte de nascer na época certa e pude testemunhar alguns Clássicos dos Milhões históricos. Mas esse tempo passou, aquele Rio não existe mais e nem as decisões de campeonatinho carioquinha são capazes de excitar as massas. Muito menos essas decisões de araque em que todo mundo já sabia há uma semana o que ia acontecer. Se eu, que em mais de 40 anos de arquibancada só vi o Flamengo perder 4 vezes pra eles (sendo duas muito roubadas) sinto saudade de uma época mais risonha, imagina os bacalhaus. Os caras sentem saudade de épocas pré Maracanã, de Ademir Queixada, Danilo Alvim e Chico.
É evidente que dado o caráter festivo do evento não se podia exigir muito do Flamengo. Quem é louco de cobrar desempenho em um jogo das faixas? Concordo que sempre há espaço para a crítica construtiva e respeitosa visando melhorar a performance da equipe em compromissos futuros. Mas não desta vez, corneteiros, porque a vasca não serve de parâmetro pra nada. E digo isso na maior das humildades. Nossa baranga de fé hoje é um time que está vivendo numa galáxia muito distinta da do Flamengo.
Contudo, essa disparidade técnica, física, financeira e moral entre Flamengo e vasca não significa que o Flamengo tenha obrigação de golear os filhos da bigoduda a cada encontro. Por uma razão muito simples, o Flamengo não joga só contra os 11 perebas da vez. Os perebas são acessórios, o que Flamengo enfrenta na verdade é uma camisa. Feia e pouco vencedora, é verdade, mas bem pesada. Com tanta história, ainda que menos bela e resplandecente, quanto nós. E as camisas não se rendem, não se submetem, não se deixam abater por prognósticos, estatísticas ou avaliações individuais dos elencos. As camisas são muito maiores que os jogadores. Foi da camisa deles que o Flamengo ganhou e isso é muito maior, mais difícil e relevante do que ganhar um carioqueta.
Sei que é preciso um esforço de memória considerável, mas ainda há muita gente lúcida na área que se lembra perfeitamente de um passado distante em que no embate entre o Mengão e a galegada os papéis estiveram invertidos. Felizmente nessas ocasiões a lógica se fodeu e o Mengão triunfou. Em campo tudo podia acontecer. Por isso não diminuo o 2×0 e o considero de bom tamanho. Ainda mais porque nunca se sabe como essa rapaziada da masculinidade frágil reagirá à uma goleada.
Vejam o caso constrangedor do beque deles pagando paixão pro Gabigol desde o 1º tempo. O cara tava todo descompensado, louco de amor. E o calor na bacurinha do Castán acabou contagiando os outros perebas de camisa feia, que o imitavam e se excediam nos maus modos. Imagina o que poderia acontecer se o Flamengo mete uns 4, 5 cocos no balaio deles? Tinha muita criança assistindo, foi melhor assim. O pior foi quando o jogo acabou, eles saíram correndo pro vestiário pra demitir treinador e nem receberam as medalhas de vice. Deselegante. Os camisa-feia foram todos reprovados no quesito educação esportiva.
Considerando todos esses pormenores fica difícil até achar alguma coisa pra reclamar do jogo. Foi pelada, das brabas. Mas não dava pra esperar nenhum virtuosismo de um time que tava doido pra acabar logo esse Carioca e ir embora cuidar da vida em competições de verdade o do outro que tava doido pra ir embora logo e se esconder embaixo da cama. Dentro dessa realidade até que o jogo foi legalzinho. Disputado, o Flamengo até apresentou algum toque de bola e os vascaínos se destacaram pela velocidade. Principalmente pra sair voado do estádio e pegar o ônibus pra casa. Aos 30 do 2º Tempo só tinha gente bem vestida no Maracanã.
Sei que não é fácil e nem agradável, mas se coloque por uns poucos segundos na pele de um desses infelizes vascaínos. Sabe lá o que é ficar 11.160 dias, ou 1609 semanas, ou 31 anos, pagando cerveja pra flamenguista e ouvindo gracinha? Isso deve ser uma desgraça, uma tortura, um flagelo. Quando um vascaíno se encontra sozinho num canto qualquer do seu mundo, vibram acordes, surgem imagens, soam palavras, formam-se frases. E é só frase de baixo calão, os caras xingam muito o próprio time. Me solidarizo, mas na real, quero que se fodam. Eles merecem. Tão sempre do lado errado, formando com a nata da safadeza, sendo antiesportivos e aéticos. A bola pune. E a gente zoa.
Ao final dos 90 e tantos minutos de intermináveis formalidades no gramado a mulambada pode se entregar às festividades de praxe. Com invasão de campo generalizada, entrega do troféu, erguido com justiça pelo histórico Juan, que talvez seja um dos últimos brasileiros a conseguir a façanha de se aposentar no país, e a tradicional volta olímpica ao som do Hino do Flamengo. Estão todos de parabéns, elenco, comissão técnica e até dirigentes. Esse ano, fora a Taça Guanabara, o Flamengo ganhou tudo que disputou. E estamos achando pouco.
Mas agora a pré-temporada acabou, chega de palhaçada. Quarta-feira o bicho pega em Quito, sábado começa o Brasileiro, os cães ladram e a caravana não para. Foi um lindo domingo de Páscoa. A bacalhoada tava fraca, mas continua sagrada. Parabéns aos campeões. E ao Andrade, que ontem foi aniversário dele.
Mengão Sempre
cai na folia junto a charanga rubro-negra na entrada e saida do estádio(alías,nosso estádio) não passamos nenhum risco durante os 180 minutos.
chegou até a ser monótono mas ,quer saber…..FODA-SE !
odeio essa raça de viceinos.
tirei onda a semana inteira e vou continuar a zueira até quando não aguentar mais.
SRN !!!
Um pouco antes do início da partida, eu comecei a ficar nervoso e ansioso, suando frio. Então, para me acalmar, me veio em mente a possibilidade de deglutir um Rivotril, de ingerir umas doses de whisky ou de apertar uma perninha de grilo. Mas, porque estou proibido dessas substâncias, me contentei em ouvir Debussy para esperar a decisão.
E fiquei matutando, por que o estresse? O Carioca pouco vale. Já ganhei 26. Com quatro meses de vida, já conquistava o meu primeiro tricampeonato. Em apenas 19 anos do atual século, já levantei esse caneco 10 vezes.
Após uma rápida análise sob o ângulo da filosofia Rouseffiana, foi que eu consegui compreender a questão, ou seja, ganhar ou não ganhar essa partida não representavam a mesma coisa para mim.
Realmente, eu estava tenso não pela hipótese de deixar de conquistar o Carioca, mas, sim de perder a partida.
Somente quem conhece profundamente as notáveis obras da citada filósofa será capaz de me entender. Porém, eu explico:
Eu sabia que essa conquista pouco me empolgaria. Tanto é verdade que nem gritei gol nas três vezes em que balançamos a rede do Vice. (Se bem que os quatro segundos de diferença entre a transmissão via Sumaré e a da via satélite em HD me subtraem essa alegria. A gritaria de gol do Flamengo nas redondezas é infernal. Arrascaeta nem havia tocado na bola, e eu já sabia que havia saído o primeiro gol).
Ora, se por um lado não me entusiasmava a conquista do Carioca, por outro lado, a derrota me colocaria na mais profunda melancolia. Perdêssemos esse titulo, e a torcida do Vice aqui de perto iria azucrinar a minha santa paz. E começaria um verdadeiro Carnaval fora de época. E com certeza, eu deixaria de jantar, e de dormir com tranquilidade.
Mas, como levantamos o caneco pela 35º vez, após o jogo treino, toda a torcida flamenguista aqui do local voltamos para os nossos cotidianos afazeres, como se nada tivesse acontecido. E o silêncio reinou aqui nos lares rubro-negros. Sabemos que o que importa é a Libertadores.
SRN!
PERNINHA DE GRILO
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
RINDO ATÉ O PRÓXIMO VICE.
SRN !
Favor informar o significado de “perninha de grilo”.
Ampliar e aprofundar a cultura geral é fundamental.
srn p&a
Três vias assinadas, cópias entregues e carimbo de protocolo batido.
Agora que acabaram as formalidades, vamos começar bem o ano ganhando bonito da LDU no Equador. Só isso.
SRN a todos!!
Parabéns para o mito Andrade!
A pelada de ontem foi de amargar.
Enquanto o primeiro jogo deixou-me cheio de esperanças para os três campeonatos para valer que estamos e vamos começar a disputar, o de ontem, pelo contrário, deixou-me com a pulga atrás da orelha.
Ser dominado em, digamos, metade da partida, pelo time do Vasco, candidatíssimo a novo rebaixamento, é bem preocupante.
Não gosto do Abel, como já escrevi aqui e alhures umas 450 vezes.
Foi sincero, após a pelada, ao dizer que o Vasco foi melhor e que teve de dar um super esporro no vestiário, durante o intervalo.
Vamos depender muito dos talentos individuais, em especial do De Arrascaeta.
Preocupadas SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – o lance tenebroso do FESTA NA FAVELA nem quero comentar. Também de há muito venho chamando à atenção para o bando de mauricinhos à frente do Flamengo, o que é, sem dúvida, um mau presságio.
O jogo foi mesmo uma baita pelada. Vasco é muito fraco e o Flamengo uma completa bagunça.
Já com os tais “mauricinhos” à frente do Flamengo, não entendi o que quis dizer. Os antigos não eram? O Flamengo era governado por membros de qual classe social antes? O Márcio Braga era pobre?
Tá falando isso porque a Globo, que não usa o termo “favela” por ser politicamente incorreto (usa “comunidade” há anos), quer impor que uma empresa de marketing contratada pelo Flamengo use, arriscando-se a tomar processo? Tudo pra vender jornal e fazer populismo de quinta categoria?
Não vi lógica. Não vi sentido.
Rodolfo Landim está muito bem à frente do clube.
A Globo que tome vergonha e volte a ser uma empresa responsável.
A Rede Globo, nos dias atuais, está apanhando por todos os lados.
Já apanhava, desenfreadamente, pelo lado esquerdo, e, em razão da ^nova ordem^, passou a apanhar, mais ainda, pelo lado direito.
Tudo bem, é um direito da direita.
Só não precisa ser mentirosa, ao dizer, ^vamos moralizar^, mas … soltando uma baita verba para os bispos da Record.
No tocante ao Landim, é muito cedo para se dizer quanto ao seu sucesso à frente do nosso Clube, embora, cabe reconhecer, mesmo sendo um tremendo ^mauricinho^, tenha tudo para ser um bom Presidente.
Não se pode negar, no entanto, que foi MUITO MAL no episódio trágico que resultou na morte de dez meninos.
Ficou calado durante um longo tempo e fez corpo mole no tocante às indenizações que se impõem, até mesmo por exigência legal, se o assunto for levado à Justiça. Não cabe a menor discussão. Não há menor possibilidade de se fugir à responsabilidade civil, que não se confunde com a penal.
Neste último episódio, do ^Festa na Favela^, evidentemente de dimensões infinitamente menores, também foi mal a Diretoria, como bem fez ver o Juca Kfouri.
A tal Nota Oficial é mais uma confissão de culpa.
A partir do fato vir a público, é um ^Deus nos acuda^ em se falar Festa na Favela, até a nossa querida Nivinha, lá dos States, entrou nesta.
Cartazes no MaracANÃO, cantoria puxada, meio sem graça, pela Magnética, até os jogadores em suas entrevistas.
Se o uso da palavra FAVELA é politicamente incorreto estamos diante de um absurdo total.
Se uma empresa séria tem simplesmente MEDO de qualquer punição por empregar o termo, a mesma tem forte tendência a ser incompetente.
Não há como negar que, há muitos Carnavais (e aqui não se quer fazer apenas uma relação de tempo), ganhou espaço, de forma ridícula, o termo COMUNIDADE.
Aí entra o ^probrema^ do mauricinho. Estando à frente de uma autêntica Nação, tenha coragem e liberte-se de falsos preconceitos.
Grite bem alto, sempre e sempre, a palavra FAVELA.
Garanto que, quando nunca, terá o respaldo da Música Popular Brasileira,
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – a citação do Márcio Braga revela bem quem possa ser o ^Trooper^. Por falar nele. O nosso maior e mais vitorioso Presidente de todos os tempos, pelo menos até agora, nunca colocou os pés em qualquer ^comunidade^, nem mesmo quando de suas campanhas políticas.
PS 2 – O Flamengo nada deve à Rede Globo. Antes dela já era ENORME, como qualquer estudo banal sobre público e renda no futebol, anterior a 1964, comprova com total facilidade. Apesar disso, a mesma teve papel preponderante no movimento FAF, de grande importância para a nossa grandeza. Os homens eram, em boa parte, de lá. O Márcio foi apenas o representante final, exatamente por ser bonito, rico e ^vitelone^.
Não, meu caro, o Landim não está indo bem, que dirá “muito bem à frente do clube”.
É mais um que se revelou covarde (eu desprezo covardes) e omisso.
O papel que ele fez na tragédia do Ninho foi de dar nojo.
Fazer negócio com a morte de 10 crianças é asqueroso e se as pessoas não tivessem a memória tão curta e o nível de idiotia galopante não fosse tão avassalador a torcida deveria rejeitá-lo pra sempre e cobrá-lo até o fim dos seus dias. É repugnante.
Mas claro, tudo depende do nível de consciência de cada um. Tem gente que não consegue enxergar o óbvio.
Arthur, pra variar concordo em tudo com a crônica. Agora sutileza de maior profundidade foi a constatação realista: … “histórico Juan, que talvez seja um dos últimos brasileiros a conseguir a façanha de se aposentar no país”. Amarga profecia. Meditem, principalmente os mais jovens, sobre esse futuro sombrio em que talvez a solução seja uma bala na cabeça como se faz hoje no Chile.
Arthur, vi o enredo pastelão do aprendiz de Neymar ( Gabigol) E os zagueiros do vasquinho de outra forma. Sabedores do potencial inferior, partiram para decidir no início de jogo. Utilizaram, também, o recurso psicológico e quase atingiram o objetivo. O nosso desconscientizado jogador quase era expulso por excesso de encenações de péssima categoria. Não é compreensível esse tipo de atitude em um jogo para cumprir mero compromisso. Já fora expulso na Libertadores infantilmente. Estava esperando esse momento. Não digo que o Anão da Colina iria fazer estrago, mas iria incendiar o jogo. Esse rapaz deve ter um trabalho sério pelos responsáveis pela área psicológica. Muito fraco de cabeça. Tenta se utilizar de uma malandragem extemporânea. Infantil. Abobalhada.
Libertadores é outro nível. O sarafo é bem mais alto.
Valeu pelo título e pela manutenção da longa escrita.
SRN