Ao contrário de boa parte da torcida flamenga, não vi o time tão mal assim no Fla-Flu de 6 de janeiro. É que faltou luz no sítio Recanto dos Sabiás, e acompanhamos a partida pelo rádio. Um auditivo desgosto profundo, que nem o ar puro e o cheirinho de terra molhada aliviaram.
Desliguei o som do carro, sorvi o resto da cerveja e dei um muxoxo geral de despedida, antes de me recolher. Com um pires e um toco de vela, retirei-me para ler o último capítulo do meu livro de férias, “O falcão maltês”, na tradução esperta supervisionada por Ruy Castro.
Não tardou para que, naquele cômodo mal iluminado feito as ideias de Rogério Ceni, eu fechasse a capa mole e amassada do clássico policial escrito há mais de 90 anos – que também virou uma joia nos cinemas, “Relíquia macabra”, premiada com uma penca de Oscars. Babando no travesseiro, sonhei com o detetive Sam Spade, envolto num último caso estranhíssimo, de algum modo similar ao mistério da estatueta do falcão de valor incalculável, feita de ouro e pedras preciosas.
Ao acordar molhado de suor, esvaziei um copo de rum e passei o sonho para o papel. No alto de um velho caderno, com a Dora Vergueiro de maiô na capa, pus o primeiro título que me ocorreu, como transcrito a seguir.
“O urubu maltês”
Após atirar o chapéu na mesa, Spade sorriu e começou a enrolar um cigarro.
– Respeitáveis senhores, obrigado por esta audiência. Espero que não se incomodem com o cheiro de fumo. Sabem como é, hábitos de família, herdados do velho vovô Samuel – piscou o americano de cor embaçada, movendo as sobrancelhas e o queixo em V, que concluíam seu rosto similar a um sátiro ruivo. Era de fato a cara do avô.
À sua frente, cinco pessoas se remexiam nos assentos, sem esconder o incômodo. Na poltrona acolchoada, um homem de barba rala, ombros estreitos e calça jeans pigarreou e olhou para os lados. Na cadeira alta giratória, um homem de cabelos brancos ao estilo escovinha, procurava manter a respiração tranquila.
No sofá, havia duas pessoas em cada canto: ao longe, um homem grande de uns 130 quilos, de sorriso forçado, mantinha as mãos rechonchudas nos grandes bolsos do terno. Ao seu lado, uma mulher loura estava encostada, sonolenta, aparentemente narcotizada. O grupo terminava com um homem calvo com uniforme de treino, o mais velho da sala, na cadeira de madeira perto da mesa.
– O que me trouxe aqui, como sabem por alto, foi uma cliente que me procurou em San Francisco. Vinha de Austin, era loura e parecia nervosa, com um ar desesperançado que o batom carmim cremoso não disfarçava. Vamos chamá-la de madame N. Richa, mas seu nome exato não vem ao caso – eu não diria a polícia e muito menos aos senhores. Devo dizer que ela me pagou muito bem, e que só sairemos desta confortável sala quando me revelarem o mistério. Peço que não tentem nada. Já avisei ao Montanha lá fora que alguém vai voar pela janela caso ele nos interrompa.
O homem gordo de terno quebrou o silêncio com uma risada alta e sincera. Spade ignorou:
– O caso é o seguinte, falemos sem rodeios: onde foi parar o belo e valioso futebol do Flamengo? De quem é a culpa por seu desaparecimento? Não pretendo desapontar minha cliente e voltar sem uma resposta.
Com um olhar frio e duro como sanduíche de botequim, o homem de cabelos escovinhas iniciou em tom conciliador:
– Você fala um belo português, caro Spade. Mas tem certeza de que reuniu todos aqui? – disse ele, os dedos macios ajustando o relógio de pulso dourado.
– Gentileza sua, Sr. Rudolph Land. Tive uma velha namorada brasileira. Não durou muito. Você acha que falta alguém, não é? Imaginei que diria isso.
O senhor calvo, identificado como o gerente Noval, pigarreou:
– Seria importante a presença do treinador, não concordam?
Spade baforou o cigarro e abriu novamente o sorriso, antes de afastar a sugestão com um abano.
– Mestre Noval, entendo seu ponto. Mas discordo. Me permite contar uma história? Durante o caso mais famoso do meu avô, uma das partes mais célebres ocorre quando os personagens se fecham numa sala para decidir quem será o bode expiatório do crime. Ficam páginas e páginas nisso. Mestre Noval, não há nada mais clássico do que isso no futebol brasileiro. Há sempre o mesmo bode, o mesmo suspeito de sempre. De mais a mais, em qualquer romance detetivesco há um estranho de narigão aquilino, e não estou aqui para apontar o dedo para o primeio bucha na minha frente. A culpa é do técnico? OK, quem o pôs lá, por que ele caiu de paraquedas, e como surrupiou o futebol de gala do time? É isso o que quero saber, e vou descobrir.
Deu uma baforada e virou seu olhar seco ao rapaz magro de barbas ralas, que foi pego de surpresa:
– Everton Ribeiro, alguma teoria? Diga, ó Capitão!, meu Capitão…
O jogador endireitou os ombros estreitos, levantou as sobrancelhas e refletiu um segundo, antes de falar. Quando abriu a boca, foi interrompido:
– Eu não estou bem certo se devemos falar tudo que pensamos aqui, até porque meu departamento jurídico aconselhou que…
– Corta essa, Sr. Land! Queremos a verdade, não rodeios ditados por burocratas de gabinetes. Ou o senhor se esqueceu o que é falar com honestidade de torcedor para torcedor? Ora, vamos!
Rudolph engoliu um muxoxo malcriado, para então responder pausadamente:
– Bem, eu creio que há erros, e baixa produtividade, claro. Mas há uma pista que não pode ser ignorada: o Flamengo sem a torcida é como outro time qualquer sem goleiro. É dureza, sabe?
Everton Ribeiro enfim baixou a sobrancelha, afastou as costas da poltrona e pediu a palavra:
– Sr. Spade, se eu soubesse fique certo que já teríamos resolvido, no vestiário mesmo.
– Ou na festinha de ano novo em Angra, certo? Sim, andei fazendo minhas anotações. Fique tranquilo, sei que o grupo é unido. E é competente. O que só aumenta o mistério, ó capitão.
– Você me pergunta se como jogador tenho uma teoria… Sr. Spade, me permita um exercício: o que você faria se eu te entrego dois ovos, bacon, vinho branco, queijo, pimenta e um pacote de massa?
– Ovos mexidos. E meteria o vinho na geladeira.
Everton riu.
– Pois é. Já um cozinheiro experimentado faria um espaguete à carbonara de lamber os beiços. Compreende?
– Sim. Você é o queijo. O ataque rubro-negro é a pimenta. E o mau cozinheiro é o de boné à beira do campo. Ou o gordinho espanhol que os senhores fritaram e depois demitiram. Compreendi?
O homem grande grunhiu, e ameaçou tirar algo do bolso. Spade manteve o rosto rígido, enquanto falava com voz macia porém convicta:
– Eu espero que isso seja um pacote de Bono. Já haviam me alertado sobre você, Sr. M. “Gelo no sangue e olho nele, é o homem das respostas.” E me faziam um “M” no ar, com os dedos. E então, Sr. M? Está pronto para desembuchar? Ou tem algum compromisso político nas próximas horas?
A única resposta foi uma risada sarcástica. O Sr. M mostrou aos demais o que havia no bolso, um charuto. Após acendê-lo, guardou o isqueiro, fingiu desinteresse pelo detetive e puxou um livro da mesinha de centro, o célebre “Heptacular”, soltando uma risada de vez em quando e murmurando uma frase quando um trecho o interessava.
Amuado, as mãos no rosto, Noval alisou o lábio com a língua e perguntou:
– Minutinho: e a moça no sofá, quem é?
– Ah! Boa pergunta! Sr. M?
– Ela é parte da resposta que o senhor procura – disse enfim o homem grande – com uma voz de trovão que fez ventar a sala. – Explicarei no momento oportuno.
A esta altura, o ar da sala estava frio e viciado, e pesado de fumaça. O suor brilhava nas faces dos presentes. Sr. Rudolph Land procurou o controle do ar condicionado mas desistiu, preferindo abrir mais as janelas viradas para a Lagoa.
Com um abano vago, Spade atraiu as atenções:
– Fiquemos todos tranquilos. Afinal, isso interessa mais a vocês do que a mim, é ou não é? Andei conversando com funcionários antigos, e muito me chamou a atenção o caso do Flamengo de 1982. O escrete campeão do mundo, o rei da América… Vocês se lembram como foi o reencontro do time com o Maracanã? Sr. Land eu sei que não esquece.
Spade apagou o cigarro no cinzeiro rubro-negro e prosseguiu:
– Flamengo x São Paulo, Brasileiro de 1982, mês de janeiro. Primeiro tempo? Dois a coco para o São Paulo, e a turba sem entender nada. O time conversou, ajustou o que dera errado, e virou o jogo, 3 a 2. Partidaço. Em abril, Zico & cia venciam o campeonato, contra o Grêmio. Mas veio o Carioca. E aquele esquadrão para lá de poderoso terminou como vice do Rio. O que explicaria isso?
– O acaso? O futebol?
Todos procuraram a origem das palavras, e se surpreenderam. Tinham saído da boca da mulher loura, que vencera o estupor. Suas frases tinham um sotaque forte, mas diferente do de Spade. Este respondeu sem demonstrar maiores emoções:
– Sim, isso também. Mas há uma natural acomodação quando se chega ao topo. E um presidente e um vice-presidente que conquistam a Libertadores da América também se acomodam, e não apenas os jogadores – disse Spade, com os olhos fitos em Everton e apontando para os demais.
– O mais incrível, porém, é 1983. O Flamengo perde o Carpa e em seu lugar convoca um estreante: Carlos Alberto Torres, que acabara de pendurar as chuteiras no NY Cosmos. E o time conquista o Campeonato Brasileiro. Como? Por quê? Bem, eu acho que a resposta está no grupo.
Noval, interessado, tentou colaborar:
– A gente pensou em trazer o Juan para a atual comissão técnica, para dar um choque de rubro-negrismo nos jogadores…
– Devagar. Juan, claro, é um grande nome. Pode ajudar? Pode, claro. Mas cuidado para não resvalar na criancice de parte dos internautas, aquela turma do “manda todo elenco embora” e do “vamos começar tudo do zero”. Isso nunca deu certo. Vide 1983. Não acho que falte foco ao grupo atual.
– Então… Falta o quê?
– O que os velhos craques aprenderam rápido, e que esse grupo ainda não sacou, é o que a torcida do Flamengo realmente quer. O objetivo da massa de apaixonados não é a Libertadores, o Mundial, tampouco o Brasileiro. E muito menos o Estadual, claro. Não é caneco nenhum, por sinal.
O homem gordo ameaçou tirar o terno, mas seu olhar era interessado agora. Spade piscou para ele e continuou o raciocínio:
– Veja bem, eu entendo que Zico & cia não tiveram essa merda de pandemia, diabos carreguem esse vírus. Contudo, mais cascudos e malandros que o atual elenco, eles perceberam uma coisinha simples: o Flamengo não quer saber do ontem, e sim da vitória do jogo de amanhã. É dessas migalhas que a torcida vive: os gols do domingo, a atuação convincente na quarta, a alegria de uma partida difícil conquistada. Se vier um banquete regado a caneco no fim da temporada, tanto melhor.
– E você acha que é fácil, seu desgraçado? – urrou então o Sr. M, atirando longe o livro que segurava, quase acertando o Sr. Land. Spade não se alterou, e riscou mais um fósforo no sapato. O grandalhão então se ergueu, chocalhando todos os bulbos do seu corpanzil, e se aproximou da mulher loura, encolhida:
– Sabe quem é esta madame? É uma alta executiva da Adidas, alemã, responsável pelas principais negociações com grandes clubes europeus. Eu a trouxe aqui para que nos explique, de uma vez por todas, por que as camisas do Flamengo não foram repostas nas lojas quando ganhamos tudo no ano passado! Você sabe? Nem ela! Nenhuma loja tinha um Manto Sagrado para vender, Sr. Spade. Você acha que isso ocorreria em Turim? Em Londres? Em Nova York? Vá para o inferno, Spade. O Brasil é uma esculhambação! O Rio é uma zorra, e o Flamengo está fincado nesse mar de lama. Olhem nossos governantes. Olhem nossos gestores. Porra, o Jorge Jesus foi embora e não conseguimos ficar com um caderno de treinos, um manual de procedimentos para o futebol. Zerou a porra toda. Não temos um livro bom de futebol no Brasil, só aquela bomba do Parreira. É impossível fazer um trabalho sério, é o que quero dizer. A torcida tumultua, a CBF esculhamba, o jogador descaralha, o que se pode fazer? O que você faria? Responda, seu patife!
Spade baforou o tabaco, tirou os pés da mesa e baixou as sobrancelhas em V.
– Agora você me pegou, meu caro M. Que o velho mestre Dashiell Hammett nos perdoe, mas posso sugerir um desfecho infame? Ô Montanha, meu anjo! Traz um café forte, uns aperitivos e uma rodada de caipirinhas? Pronto, temos a tarde toda para arrumar mais um bode expiatório. Quem vocês sugerem: um zagueiro ou o treinador?
Já que ninguém se manifesta ( peru de fora não se mama em festa, lembram-se?) vou falar o óbvio, minha especialidade, o Flamengo trocou a carne assada pela carne de pescoço, ou seja, a maciez da carne dos fortalezas, dos cearás, das florzinhas da vida, pelos porcos, sem drenagem (royalties para o Arthur), gaymios, e bâmbis. Gosto é gosto, ninguém discute. Quer dizer, não tem mais a tal gordurinha pra queimar.
(ESCREVO EM CAIXA ALTA DEVIDO A EMERGÊNCIA DA SITUAÇÃO)
NUNCA PENSEI QUE CHEGARIA A ESSE PONTO, MAS NÃO TENHO OPÇÃO.
SOBREVIVO COM UM SALÁRIO MÍNIMO DO BENEFÍCIO AO IDOSO E ESTOU EM VIAS DE PERDER A VISÃO DO OLHO DIREITO SE NÃO FIZER A CIRURGIA DE CATARATA PELO SUS.
É URGENTE PORQUE SE PASSAR DESTE PONTO ATUAL NEM A CIRURGIA RESOLVE E A CEGUEIRA SE TORNA IRREVERSÍVEL, DE ACORDO COM A MÉDICA CIRURGIÃ.
O PROBLEMA SURGIU COM A EXIGÊNCIA DE 3 EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS COM O CUSTO TOTAL DE 880 REAIS, O QUE É INVIÁVEL PRA MIM.
COM O RESULTADO DOS EXAMES, A CIRURGIA É MARCADA.
QUEM PUDER E/OU QUISER CONTRIBUIR FAVOR ENTRAR EM CONTATO COMIGO ATRAVÉS DO EMAIL
renatocarvalho@rocketmail.com
EM CONTRAPARTIDA E AGRADECIMENTO OFEREÇO ATENDIMENTO PERSONALIZADO QUE PODE SER ESCOLHIDO ATRAVÉS DO MEU SITE
renatocarvalho57.wixsite.com/operegrino
ESSE ATENDIMENTO SERÁ IGUAL A 5 VEZES O VALOR DA CONTRIBUIÇÃO E ESTOU DISPONÍVEL ÀQUELES QUE NÃO PUDEREM PAGAR – COMO SEMPRE ESTIVE.
ANTECIPADAMENTE AGRADEÇO.
srn p&a
Enquanto o futebol do Flamengo não for dirigido com competência, seja pelo departamento de futebol, seja pelo treinador;
Enquanto os jogadores estiverem passeando em campo;
Enquanto “CENI, O BREVE” estiver assoviando e com a mão no bolso (!);
Urubu (que não é o maltês) vai voar de volta para seu penhasco e descansar…
Saúde para todos !!..
Como nunca tenho certeza de nada, a não ser quando tenho provas inquestionáveis ou, melhor ainda, quando eu sou a prova, respiro aliviado ao ver minhas suspeitas, expostas aqui no RP&A, serem confirmadas pelo Mauro Cezar, melhor comentarista de futebol do Brasil:
A zona em que se transformou o Flamengo, que teve início no incêndio do Ninho, começa no andar de cima e desce ladeira abaixo, tornando o lema “Tudo pelo Flamengo, Nada do Flamengo” uma hipocrisia asquerosa, onde a politicagem rasteira visando o poder pelo poder, mina qualquer possibilidade de união entre todos os supostos interessados no sucesso do clube, objetivo que deveria ser comum.
Não consigo reprimir o desprezo e o nojo dessa gente minúscula.
Caro Dunlop, Os mistérios desse texto espetacular e a não resolução das pendências que existem no Flamengo estão lá no terceiro andar da sede na Gávea. O que provavelmente veríamos, caso alguem estivesse lá escondido e anotasse os discursos para nos informar, seria uma baderna com um certo sr. “Ninguem” assumindo a culpa, ora, quem quer deixar a boa vida na diretoria e qual jogador folgado e bem mimado lá que está a fim de fazer uma mea culpa? Isso mesmo, Sr. Ninguem se apresenta pra falar. O que precisaríamos pra nos tirar dessa crise seria efetivar a barca com dispensa de pelo menos 8 jogadores imediato e colocar TODOS à venda, sem exceção. Teríamos um bom caixa e menos jogador pipoca.
Saudações . SRN
Sempre maravilhoso estar presente nos seus textos! Hahahahaha ♥️♥️♥️♥️
Tudo bem aí na terra do louco-mór, Nivinha.
Grande abraço, extremamente saudoso.
Mande , pelo menos, um pequeno artigo, com a sua solução para o impasse rubro-negro.
Feliz Ano Novo e SRN
FLAMENGO SEMPRE
Dada a dificuldade para encontrar o “objeto” roubado e a forma sutil e dissimulada como o sumiço se deu, eu incluiria Arséne (Ar-Ceni?)Lupin entre os suspeitos… Embora acredite que o desfecho seria mais como o Assassinato no Expresso do Oriente (atenção, spoiler pra quem não leu): todos têm alguma culpa na história…
O desaparecimento do futebol do Flamengo só não é, certamente, uma questão elementar, seja para os Holmes, seja para os Watsons da vida.
Grande texto, Dunlop, com grandes referências. Congratulações Rubro-Negras e você e
SRN a todos.
Li, bem depois, o artigo.
Afinal, havia aberto a página do RPA na busca de novidades.
Profunda ironia.
Não há culpado no Flamengo 2020/21.
Há uma porrada de culpados, entre eles o zagueiro e o técnico, além (e principalmente) do próprio Sr. Land.
Apesar do ótimo artigo, o filme é inesquecível.
Obra prima de um craque, John Houston.
Vi, lá pelo final dos anos 50, na antiga ABI, graças a um dos muitos cine-clubes da época, ou, das sessões que o MAM realizava naquela sala, pois ainda não tinha o seu prédio do Aterro.
Um dos primeiros e, sem dúvida, dos melhores de todos os tempos, do que se chamou de “film noir”.
O verbo no passado, pois não há mais.
A escola sempre no presente, pois foi das mais brilhantes.
Batucando essas linhas na minha intimorata Remington, esbarrei com um dado irreversível.
“Film Noir”
É minha gente. Há muita besteira, de tudo que é lado.
Há até uma tal de QAnon, lá na terra doTrump, que defende a existência de uma “elite pedófiila dedicada a Satã”. boçalidade sem par.
Não incorramos nos mesmos equívocos.
Mantenhamos a escola maravilhosa com o nome de sempre, “Film Noir”.
Não há porra alguma de racismo.
A noite é negra e ameaçadora, mas nunca foi racista.
Está na literatura em geral, de Shakespeare ao nosso Monteiro Lobato.
Raciocinemos e não sejamos tão estúpidos como os Supremacistas Brancos” que infestam o lado norte deste continente,
Cinematográficas SRN
FLAMENGO SEMPRE
O MAM não tinha o seu prédio no aterro, até por um motivo insuperável.
O aterro não existia.
Quando contei isso, há uma porrada de anos para os meus filhos, eles me tiveram como maluco.
Talvez um “corretivo” do Montanha & companheiros no vestiário resolvesse. Talvez procurar o urubu maltês aos pés do Buck na Lagoa. Talvez respostas só pós-vacina. Certo mesmo só a excelência da crônica.
Elementar: quem estava do outro lado?
Vamos sentar, beber e escolher o próximo bode! E q mais obras primas sejam escritas no Recanto dos Sabias! Demais!
Rapaz, lembrei que esta foi a segunda escrita no Recanto, hein?
Três anos antes saiu esta crônicas de férias:
http://republicapazeamor.com.br/site/o-dia-em-que-o-jovem-zico-salvou-os-craques-da-selecao-brasileira/
Caro Dunlop, estou escrevendo após mais uma derrota do Flamengo ( Ceará 2×0) e a trágica conclusão que cheguei é que para encontrar o futebol do Flamengo você terá que contratar, além de Sam Spade, outros detetives hard-boiled com suas trench coats,
seus cigarros e suas doses industriais de uísque…Que tal pedir alguns ao Raymond Chandler?
Ah, com esse rodízio que a diretoria gosta, logo logo demitem o Spade e chamam o Philip Marlowe. O ArCeni Lupan também foi uma ótima. SRN!
Muito melhor ler o Dinlop do que assistir esses pregos dando vexame!
Caríssimos, que fim de festa pavoroso. O último a sair que apague a luz.
Flamengo 0 x 2 Ceará, tal qual no turno.
Prefiro ficar babando a foto do artigo, que nem li, ainda.
Que quarteto !
O grande Bogart, Peter Lorre, Mary Astor e o velho Sidney Greenstreet, um ator sempre coadjuvante, mas invariavelmente extraordinário.
Relíquia Macabra (o título brasileiro), 1941.
Uma obra prima da cinematografia, naqueles velhos tempos em que se fazia cinema com altíssima categoria.
Zico parou, todos os quatro morreram.
O Flamengo não honra a sua camisa, o cinema vive de patuscadas insossas.
Mais do que saudosistas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Sensacional! Muito bom mesmo!
Criativo, cômico/trágico e real.
Que maravilha Dunlop,estou gargalhando com o final.Afinal se não consegue vencê-los junte-se a eles e aproveite a vida,por que ela é curta,ainda mais em tempos de pandemia e imbecis no poder.Esperançosas SRN sempre com muita P&A.
Só tem monstro sagrado escrevendo por aqui. Diferente do Flamengo, aqui é um espetáculo atrás do outro, não tem oscilação.
Parabéns, Dunlop.