O Flamengo passar o rodo no adversário da vez e a cada rodada estabelecer novos paradigmas de performance no Campeonato Brasileiro já não é mais notícia. Assim como também não são novidade pra ninguém as causas e os efeitos do fenômeno sociocultural que é o Flamengo no Nordeste.
Novidade foi a torcida do Fortaleza dedicar seu tempo e esforço fazendo mosaico pra pagar paixão, talvez inadvertidamente, pro Mengão Papaizão Controlador da Porra Toda. Foi uma bela homenagem, não importa se foi meio sem querer. E altamente didática para quem tem saudade do tempo em que o Nordeste se dividia entre Cavalcantis e cavalgados. Uma turma de atrasados que pretende determinar, de cima pra baixo, para quais times os nordestinos estão autorizados a torcer. Vamos e venhamos, localismo em 2019 é coisa de jagunços.
N’Os Sertões, a oceânica reportagem de 1897 sobre a Guerra de Canudos, que segundo o criptorubronegro Nelson Rodrigues Euclides da Cunha só escreveu porque o Flamengo ainda não tinha criado a sua Secção de Sports Terrestres, o jagunço é assim definido: Imaginemos que dentro do arcabouço titânico do vaqueiro estale, de súbito, a vibratibilidade incomparável do bandeirante. Teremos o jagunço. O jagunço, saqueador de cidades, sucedeu ao garimpeiro, saqueador da terra. O mandão político substituiu o capangueiro decaído.
O que nos leva a crer que se Euclides da Cunha fosse hoje repórter de esportes no Estado de São Paulo não mudaria uma vírgula sequer ao descrever as lideranças desse movimento xenófobo e atrasado, que só passa vergonha a cada festiva visita do Flamengo às latitudes setentrionais. Não é possível que essas lideranças de miolo mole ainda não tenham percebido que o povão nordestino, rubro-negro por definição, está cagando e andando pra suas teorias baseadas no recalque e no complexo de inferioridade. O Flamengo é um clube nacional, talvez o único. Aceitem que dói menos.
Em campo, o Fortaleza não se deixou contaminar pelo viralatismo circundante e enfrentou o Flamengo como muitos times do Sul Maravilha não foram capazes. Apertaram a marcação, dificultaram a nossa troca de passes e souberam aproveitar um aparente cansaço dos jogadores rubro-negros (não mencionem isso perto do Jorge Jesus nem de brincadeira).
Com a ajuda do lamentável juiz da partida o tricolor cearense chegou a ficar na frente do placar. É notável a naturalidade com que o Flamengo é roubado nesse campeonato. Mas me permitam detalhar quem era o juiz. Era um daqueles caras que o pênalti maroto, controverso, de dificílima comprovação, ele marca com decisão e máxima certeza. Já o pênalti escandaloso, pornográfico, XXX-Rated, ele fica na dúvida e tem que confirmar no VAR. Bem, está explicado o gol do Fortaleza.
Se no 1o tempo o Flamengo parecia cansado Jorge Jesus deve ter usado todo seu conhecimento e seu vasto cabedal tático para acender o fogo sagrado no rabo da rapaziada no vestiário. No 2º tempo o Flamengo voltou com disposição redobrada, com verdadeiro espírito de campeão. O time deu seus pulos, se reorganizou em campo, Gabigol desencantou e o Flamengo virou o placar com o esperto gol de Reinier.
Se conforme relatam algumas fontes, sabidamente inidôneas, o jovem craque por algum momento ficou dividido entre a mercantilizada Seleção Sub-17 e o Flamengo, no gramado não deu pra perceber. O palindrômico moleque jogou muito bem, com foco total e foi justamente premiado com o gol do desempate.
Nessa batida, imparável, o Flamengo se aproxima mais um pouco do título. Nem a roubalheira desenfreada que hoje grassa no Campeonato Brasileiro, está sendo suficiente para impedir a total hegemonia rubro-negra. Temos que reconhecer que a CBF e a Federação Paulista de Futebol estão trabalhando insanamente pra avacalhar de uma vez por todas com o campeonato, mas o Flamengo tem sido olímpico. Joga seus jogos como se não soubesse de todas as putarias feitas em seu desfavor.
No fim da festa em Fortaleza o Flamengo tinha mandado mais um pra vala. Só faltam 12 agora. Não é hora pra dar mole pra Kojak e nem pra ficar com autopiedade. Só depende de nós, porque os adversários diretos estão perdendo tudo, principalmente a credibilidade. Se os vagabundos de sempre estavam pensando em dar um golpe de mesa no Flamengo lamentamos informar que perderam o momentum. Agora é tarde, é evidente que o Flamengo só deixa esse título escapar se acontecer uma violenta ruptura nas instituições democráticas nacionais. Sob o estado de direito não tem como o Flamengo não levar essa taça pra Gávea.
Chega de sapatinho, às favas com a humildade, o Oba-Oba está liberado em todo o território nacional. No momento, os nossos únicos deveres como rubro-negros são: defender a Constituição Federal, arrumar ingressos pros jogos, rezar pelo menisco do Arrascaeta e iniciar os preparativos pra festa do Hepta.
Mengão Sempre
Prefiro manter o sapato da humildade, estou cansado de “segues o líder”, “cheirinhos” e “o campeão voltou” antes da hora certa.
Oba oba nunca foi bom para a gente
“Um Flamengo grande, um Brasil maior”, do historiador Renato Soares Coutinho, que aponta a adoção de um caráter nacional associado ao rubronegrismo nas décadas de 30 e 40, pelas ondas da Rádio Nacional e visão do presidente José Bastos Padilha. Muito antes de Zico e da Globo. Vale a pena. Link: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1453.pdf&ved=2ahUKEwiChcDApKXlAhVXA2MBHV5LCOUQFjAEegQIARAB&usg=AOvVaw2iYtsn1CvpT6OCAcZn25UA
Não jogamos bem e, dentro de um mínimo de lógica, não era possível, desfalcados que estávamos de cinco dos nossos principais jogadores.
Não vimos aquele Flamengo arrasador, que destroçou quase todos os adversários após a chegada do Mister, o português que veio trazer a redenção ao futebol brasileiro.
Por outro lado, vimos o Flamengo que acompanho desde os anos 40, aquele que fez a sua torcida ir aumentando sempre, pois era sinônimo de luta, de raça, de nunca desistir.
Este foi o Flamengo que me seduziu, que me fez amar o futebol, que me fez vestir as mais diferentes camisas rubro-negras, fazendo com que, como criança, como jovem, como adulto e, mesmo agora, com muitos anos, não deixasse jamais de acompanhá-lo, fosse em
Conselheiro Galvão, na rua Bariri, em Campos Sales, em General Severiano, nas Laranjeiras, no então grande estádio de São Januário, obviamente na Gávea, para, uns poucos anos após, chegar ao Gigante do Maracanã, limitando-me, nos dias de hoje, a uma poltrona diante de um aparelho de televisão.
Paixão, raça, vitória.
Salve o nosso insuperável FLAMENGO !
Demorô! Eu já tava até estranhando que os foguetes postados na balaustrada da varanda ainda não tivessem espocados. Indivíduo de pouca fé que sou, abençoei o VAR pela 1ª vez e já me contentava com o empate sem vergonha, cornetando e perdoando aqui e ali sem deixar de prestar atenção na voz interior que me azucrinava “mas pro Fortaleza?” Mas com o improvável gol do Reinier, mandando um tijolo do meio da área no ângulo do arataca, deixando o goleiro mais batido que no gol do Gabriel, soltei o grito da garganta e tive certeza que o título tava na mão. Da decepção com a derrota iminente ao consolo do empate e, por fim, à surpreendente vitória na cabeça do exilado da cbf, me lembrei da Nivinha e tô com ela: na próxima vida espero estar destinado a ter uma personalidade zen e me apaixonar por bocha.
srn p&a
mais um milagre de jesus…….
esse gajo está fazendo com que o mengão jogue o fino da bola.
quando não dá espetáculo,ganha na raça como foi ontem.
me lembro do primeiro treino do flamengo com jorge jesus,aonde o gajo de 65 anos corre ao lado dos jovens atletas rubro-negros.
depois disso só dá o mister em tudo que se refere o mengão.
a torcida está apaixonada pelo coroão de portugal.
espero que esse amor dure muito tempo.
SRN !
Eitchá!! Qd li o título achei que era uma vigilância contra o oba a oba… Enganei-me! Pra cima deles Flamengo!
SRN
E o Flamengo, assim como Canudos, não se rendeu! Ao contrário do infausto arraial, tivemos bravura inexcedível para virar o jogo contra VAR, contra tudo.
O HEPTA se aproxima!
A homenagem da torcida adversária ao FLamengo deveria ser repitidas por todas as outras, com apoio das diretorias, visto que o Mengão é o trem pagador deste campeonato brasileiro. Movimentando o PIB de forma abrupta por onde passa, somente uma equipe de tal grandeza e com uma camisa tão blindada é capaz de aceitar tal título e honrá-lo. Receber o Flamengo em uma cidade hoje já é um evento economico, daqueles que os economistas preciam colocar asteriscos nos gráficos para explicar tamanha distorção.