O maior símbolo deste atual time do Flamengo não fez nem 25 jogos com o Manto Sagrado – na verdade, ainda não marcou nenhum gol pelo clube. E, apesar da alma de titã e do coração imenso é o atleta mais baixote do elenco.
Aos 34 anos, o senhor Marcio Rafael Cunha (como chamar um monstro desse pelo apelido?) entrou, na quarta-feira dia 23 de outubro, para o panteão rubro-negro de semideuses da raça. Com parte do crânio rachado na região do osso zigomático, uma região da nossa anatomia que necessita de 45 dias para total recuperação, este craque chamado pelo pouco respeitoso apelido de Rafinha foi a campo para uma das mais temidas batalhas da história do Flamengo – apenas dez dias após receber no meio do rosto uma cabeçada de estilhaçar ossos.
O lateral-direito tinha motivos e até o direito de se poupar, mas deu a outra face – por pura raça e total devoção ao Flamengo. E, mesmo com a cabeça e o rosto cobertos por uma proteção de espuma de alta densidade com forro interno de algodão, proteção enviada pelo goleiro e fabricante Petr Cech de sua empresa lá na Europa, foi um colosso no Maracanã. Rafinha não parou um segundo, e nem a espuma o impediu de colar o rosto e debater com o juiz, o bandeirinha mais próximo, o treinador adversário, o ponta-esquerda do Grêmio, o quarto árbitro, o Gilsão Ricardo atrás do gol, o gandula e o cachorro policial, e quem mais aparecesse por perto. E o pior é que o jogo começou e ele continuou fazendo o mesmo.
Fato é que nosso camisa 13 tem uma certa história no futebol, e poucos títulos ainda por conquistar na carreira. Colecionou troféus europeus, foi campeão mundial de clubes (2013), guarda em casa uma medalha olímpica (Pequim-2008), jogou com Pep Guardiola e tem cidadania alemã para viver por lá como um ídolo local, se assim o desejasse. Mas uma coisa ele não tinha, e tem feito tudo para buscar: um lugar na galeria de ídolos do Flamengo.
E foi assim que, após receber um golpe no crânio ainda no primeiro tempo em jogo épico na Arena da Baixada, no dia 13 de outubro, encarou uma cirurgia, passou uma semana com a cara enfiada numa máscara de gelo de última geração, perturbou até a mamãe do David Luiz na Inglaterra para falar com o goleirão tcheco, mas conseguiu. E conseguimos.
Com 1,72m de altura, Rafinha fica entre Messi e Neymar no quesito estatura. No quesito idolatria rubro-negra, o lateral da máscara de espuma está bem acima desses reles mortais. Afinal, teve o privilégio de atuar 90 minutos com o osso fraturado, diante de uma emocionada massa rubro-negra.
Falta somente um jogo de Copa Libertadores, no dia 23 de novembro, para o lateral baixinho se tornar um eterno gigante aos olhos de toda uma nação.
Adorei os artigos, principalmente do Marcelo Dunlop, que faz a gente participar do fato mesmo não estando presente. O sumiço da taça é de tipo daquelas cronicas que vc deseja que tenha continuidade para se deleitar com as coisas engraçadas que acontecem depois de um campeonato. Com toda certeza teremos mais relatos.
Parabens
Grande xará, joga muito! Show de coragem e autoconfiança. Já está na história do clube. Gol dele na final da Liberta!
Um esforço de guerra rondinelliano, digno dos grandes ídolos Rubro Negros!
acabou o jogo GOIAS 2 X 2 FLAMENGO ,com várias falhas do rodilindo ,que é feio pro cacete.
mas falo isso só pra corroborar com vc.
time titular do flamengo não tem reservas a altura ,por isso o mister mexe tão pouco…
SRN !
Parabéns e obrigado, fera!
Fazia algum tempo que gostaria de ver alguém falar especificamente do Rafinha. Eu lembro de ter visto ele jogar em 2004 (salvo engano), ainda pelo Coritiba, numa partida contra o Santos. Eu morava em Curitiba, fui acompanhar um tio santista. Naquele dia Robinho não jogou. Foi a campo, mas não apareceu muito.
Quando começou a pipocar as notícias de que ele viria para o Flamengo o meu pensamento foi de que teríamos um lateral muito bom.
E pensar que também estamos tão bem resguardados no lado esquerdo.
Obrigado, fera!
O jogo que falta vai coroar, mas pelo que ela já fez desde que chegou, pelo espírito rubro-negro que demonstrou ter e pelas tantas vezes que já cantou junto com a Naçao, o Rafinha chegou chegando e veio pra ficar na nossa memória e nos nossos coraçoes.
Nao comparemos com um “outro’ lateral direito que nos honrou com um futebol espetacular e hoje nos honra pelo amor declarado sempre ao Flamengo. Eterno Leandro, meu muito obrigado sempre .
Se Leandro é Leandro, e será sempre incomparável, Rafinha é Rafinha e já começa a ocupar um espaço em nossos coraçoes.
Saudaçoes
Claps, muitos claps. O equilíbrio desse time do Flamengo é tão pronunciado que até nas personalidades dos laterais esse fato se evidencia. Enquanto o Filipe Luís é de uma seriedade e imponência que lembra o Denzel Washington dando porrada nos inimigos sem piscar e tirar o palito entre os dentes, o Rafinha (ao contrário de você, gosto do apelido – Marcio Rafael é dose) é a alegria e empolgação em pessoa (O pulo que ele deu pra abraçar o Diego Alves num dos gols lembrou o de um filho pulando no colo do pai). E, mesmo com todo o profissionalismo, parece estar sempre jogando uma pelada. Aliás é uma característica comum a todos os jogadores pós-JJ (Gérson, Marí, Rafinha e FLuís): a imediata identificação com a mística rubro-negra, incluindo Gabriel e BHenrique, o que tem ajudado, e muito, nessa sinergia que dá no que dá.
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