Por que Flamengo?
Não, por que você virou Flamengo a gente sabe – ah, aquele dia inesquecível em que seus olhos foram capturados pelo negro universal e o vermelho flamejante, tudo culpa do seu pai (ou do seu padrinho?) e claro, daquela jogada celestial em gol. Sim, você já contou tudo isso antes.
A dúvida é: por que você torce para um time chamado Flamengo, em vez de, sei lá, Clube de Regatas Aguada dos Marinheiros – o velho nome da praia escolhida pelos jovens remadores?
São três as teorias, e você pode escolher a sua, que já escolhi a minha, nem vem.
Para início de conversa, a palavra Flamengo é coisa fina, nascida na Holanda. Vem de “Vlaming”, ou “nativo de Flandres”, importante principado medieval ao norte da Bélgica que legou à humanidade o comércio de tecidos, a latinha de cerveja e aquele personagem esquisitão dos Simpsons.
A primeira tese, e menos provável, é que o bairro ganhou o nome graças a moradores portugueses chegados dos Açores, mais exatamente da freguesia de Flamengos, na Ilha do Faial, um reduto de refugiados de Flandres. Quem nasce lá, por sinal, é flamenguense, e devoto de Nossa Senhora da Luz do Vale dos Flamengos.
A segunda, mais fofa e bucólica, envolve aquelas aves pernaltas e pescoçudas, com sua penugem rosada em razão dos crustáceos vermelhos que costumam rangar. Dizem que a trupe de João VI trouxe alguns casais de flamingos diretos do mar Mediterrâneo, e pelo menos um escritor, o militar alemão Carl Schlichthorst, registrou o voo dos bichinhos no bairro, “os flamingos com o esplendor de suas cores brilhantes e borboletas variegadas de tamanho nunca visto”. Sim, o velho Carl podia ser um bebum, mas como flamengo e flamingo eram sinônimos, é uma possibilidade.
E enfim, a tese mais forte, robusta e de bíceps avantajados, por contar com mais subsídios e relatos históricos. O nome atual da antiga praia de Sapocaitoba (depois da Aguada dos Marinheiros, da Carioca, do Sapateiro e de Uruçumirim) viria de fato de um velho dono de taberna. Com vocês, o grande holandês Olivier van Noort, o primeiro “flamengo” a pisar naquelas areias sagradas.
Dono de uma bodega em Roterdam, o lourão de cabelos de escovinha Olivier van Noort (1558–1627) era descrito como um sujeito gozado, valente e teimoso, e muito inquieto. Quando Mauricio de Nassau precisou de algum maluco para dar um rolé nos oceanos com uma frota de navios urcas, contratou Olivier para comandar a empreitada. A missão era a de sempre: buscar especiarias do outro lado do globo, ou se divertir tentando.
A bordo do Mauritius e de barcos similares aos da série “Vikings”, van Noort aportou no Rio de Janeiro em fevereiro de 1599, e no dia 9 anotou no diário o acontecimento, que geraria rivalidades insuspeitas: após seis meses de odisseia, sua tripulação estava fraca e doente de escorbuto, e Olivier desceu na praia para pedir provisões e água fresca, tudo negado pelos portugueses maléficos e sem noções de direitos humanos. A negativa originou uma escaramuça nas praias de Niterói, provavelmente a primeira briga de mulão de flamengos contra admiradores do Vasco da Gama. Os livros não contam, mas os portugueses teriam cantado: “Olhaaaa, olha os flamengos indo embora”, e deu no que deu.
A lenda de Olivier van Noort provavelmente rendeu conversas antológicas, que transformaram para sempre nossas vidas.
– Vovô, é verdade que você viu os barcos do navegador flamengo ancorados na praia?
– Claro, meu neto. Com sua cabeleira basta e loura e o peito nu, Olivier van Noort desembarcou cheio de sede, correndo para encher o cantil no rio Carioca. Grande sujeito.
– E vocês fizeram contato?
– Sim, falamos logo com ele: “Ô flamengo maluco! Tira o bote daqui que está atrapalhando a pelada!”
Olivier van Noort, o flamengo, voltaria para casa em 26 de agosto de 1601, com três barcos a menos, 203 vidas perdidas e sem meia pataca de ouro no bolso, mas fez história. Buscou água fresca e peixes em Ilha Grande, navegou pela Antártida, descobriu rotas importantes até o Ceilão e virou estátua na Holanda. E, se a história for firmeza, pode ter sido o primeiro célebre almirante a inspirar o nome de um grande clube de futebol. O segundo navegador é o… deixa pra lá.
Feliz aniversário, Flamengo.
Primeiro,parabéns Dunlop pelo texto.Segundo,o vice …sempre.Terceiro,não sei como funciona isso por aqui,mas vou arriscar e postar uma matéria que achei em outro site Rubro-negro e que achei muito pertinente pra tudo o que estamos passando vendo nosso time vitorioso de 2019 ruir em 2020.Se por acaso eu tiver cometido uma gafe por fazer isso me perdoem e me avisem que não farei mais do mesmo.Aqui vai a tal matéria para quem quiser vê-la, https://mundorubronegro.com/flamengo/para-quem-acredita-no-azar-do-flamengo
UM AVISO/RECOMENDAÇÃO IMPORTANTE PRA GERAL:
COMO TRAFEGO NO UNIVERSO DA YOGA/MEDITAÇÃO/TERAPIA HÁ MAIS DE 50 ANOS, DESDE O INÍCIO QUESTIONEI O USO DA MÁSCARA TAL QUAL ESTÁ SENDO USADA.
COMO ELA É FECHADA EM CIMA E EMBAIXO, OXIGÊNIO E GÁS CARBÔNICO TERMINAM POR SE MISTURAR NUMA MESMA RESPIRAÇÃO.
EXEMPLIFICANDO: INSPIRAMOS O OXIGÊNIO NECESSÁRIO À REVITALIZAÇÃO DO MECANISMO CORPO-MENTE NUM PROCESSO CONTÍNUO E INCONSCIENTE, E EXPIRAMOS GÁS CARBÔNICO PRA DESINTOXICAR ESTE MESMO MECANISMO E DA MESMA MANEIRA INCONSCIENTE.
ACONTECE QUE POR SER A MÁSCARA FECHADA NO QUEIXO ESSE PROCESSO DEIXA DE SE FAZER NA PLENITUDE DA SUA EFICIÊNCIA- MESMO QUE INCONSCIENTE.
O GÁS CARBÔNICO QUE DEVERIA SER ELIMINADO PELA EXPIRAÇÃO VOLTA A ENTRAR ATRAVÉS DA INSPIRAÇÃO JÁ QUE A MÁSCARA BLOQUEIA POR SER FECHADA NO QUEIXO.
ESTE EFEITO NÃO É DIFÍCIL DE NOTAR UMA VEZ QUE QUANDO INSPIRAMOS COM A MÁSCARA O AR QUE ENTRA É QUENTE, ABAFADO, QUANDO DEVERIA SER FRESCO E REVIGORANTE.
COM O TEMPO O NÍVEL DE OXIGÊNIO VAI CAINDO, TORNANDO O MECANISMO CORPO-MENTE DEBILITADO E O SISTEMA IMUNOLÓGICO ENFRAQUECIDO, FRAGILIZANDO O ORGANISMO E TORNANDO-O MAIS RECEPTIVO AO VÍRUS.
UMA DAS DIFICULDADES É QUE POUCO SE SABE SOBRE O VÍRUS, INCLUINDO CIENTISTAS, MÉDICOS, EPIDEMOLOGISTAS E OUTROS SUPOSTOS ESPECIALISTAS E QUALQUER UM PODE PERCEBER QUE TODOS ELES (ESPECIALISTAS) ESTÃO TATEANDO NO ESCURO.
POR OUTRO LADO, NÃO É POR ACASO QUE OS BILIONÁRIOS, COMO JEFF BEZOS DA AMAZON, TRIPLICARAM SUAS FORTUNAS DESDE O INÍCIO DA PANDEMIA E AS GIGANTES FARMACÊUTICAS, COMO A PFIZER, APARECERAM COM A FÓRMULA MÁGICA SENDO DISPUTADA A TAPA.
COMO NÃO TENHO DADOS CONCLUSIVOS SOBRE ISSO, MESMO PARECENDO ÓBVIO, ME ABSTENHO, POR ENQUANTO, DE COMENTÁRIOS.
VENHO FAZENDO EXAUSTIVAS PESQUISAS – NÃO SÓ EM RELAÇÃO AO VÍRUS MAS TAMBÉM AO QUE ESTÁ POR TRÁS DELE,- E ME COMUNICANDO COM AMIGOS E COLEGAS DA ÁREA EM VÁRIAS PARTES DO MUNDO PRA CHEGAR A ALGUMA SOLUÇÃO E/OU CONTRIBUIÇÃO.
E A MELHOR, ATÉ AGORA, EM RELAÇÃO À MÁSCARA, QUE VEM SATISFAZENDO MUITA GENTE, É USAR A MÁSCARA SEM ELÁSTICO NO QUEIXO, QUE TAPE O NARIZ E CUBRA A BOCA MAS SEM ABAFAR, OU SEJA, SOLTA PRA BAIXO, TIPO ODALISCA, COM UM SÓ ELÁSTICO PRENDENDO NA ORELHA E PERMITINDO QUE O PROCESSO INSPIRAÇÃO-EXPIRAÇÃO SE FAÇA MAIS NATURAL. A DIFERENÇA É GRANDE.
O DISTANCIAMENTO FÍSICO, PRINCIPALMENTE DE QUEM NÃO SE CONHECE, É FUNDAMENTAL,
E, PRA COMPLETAR, MANTER O SISTEMA IMUNOLÓGICO EQUILIBRADO ATRAVÉS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E RESTRITA, MUITA, MAS MUITA ÁGUA MESMO – NO MÍNIMO 2 LITROS POR DIA – E EXERCÍCIOS FÍSICOS (O MELHOR DELES É CAMINHAR).
POUCA ALIMENTAÇÃO EXIGE MENOS DO SISTEMA DIGESTIVO QUE GASTA MENOS ENERGIA PRA METABOLIZAR. E TUDO QUE PRECISAMOS AGORA É DE MUITA ENERGIA – FÍSICA E MENTAL.
DESCONFIO QUE AS SUCESSIVAS CONTUSÕES NO FLAMENGO TENHAM A VER COM ISSO.
srn p&a
Outra bela história flamenga! Três possibilidades para o nome Flamengo. Haverá uma quarta? Citado no Webster’s: FLA’MEN, substantivo [latim], na Roma Antiga, um padre. Originalmente, havia três padres chamados; o flamen Dialis, consagrado a Júpiter; flamen Martialis, sagrado para Marte; e flamen Quirinalis, que supervisionou os rituais de Quirino ou Rômulo. Haveria um quarto, flamen Go, sagrado a vitórias? O padre teria habitado o Castelinho, na Dois de Dezembro? Vai saber…
Dois textos num só, graaças aos comentários do Arthur.
Um tanto ou quanto cultura inútil, mas gostosa de ser lida.
Um dado curioso. Está amplamente justificada a minha admiração (e até mesmo torcida, em termos) pela Seleção da Holanda.
Van Noort, primo do Van Persie e padrinho espiritual do Cruyiff, o primeiro flamengo.
Tudo explicado.
Da minha parte, posso esclarecer.
Em 1944, com seis anos de idade, entrei no colégio, aprendendo a ler e a escrever lá pro meio do ano.
Fiquei sabendo que o bi-campeão era o Flamengo.
O pai de um primo, muito amigo meu e um ano mais novo, era um torcedor fanático rubro-negro.
Aderi de imediato.
Com ele, que era casado com uma prima de meu pai, fui até a Gávea, onde, ainda naquele ano, assisti jogos do nosso time.
Virei torcedor fanático.
Hoje, confesso, não sou tão fanático.
Antigamente, brigava com os que diziam que o Flamengo perdera um jogo por ter jogado pessimamente. Tinha outros argumentos para sustentar uma ^tremenda injustiça^.
Ainda na noite do último sábado, em razão de um simples empate, fiquei devidamente puto e esculachei o técnico e o time todo, sem a menor cerimônia.
Os tempos passam.
Sinceras SRN
FLAMENGO SEMPRE
Muito legal a história do primeiro Flamengo. Só um porra-louca como Van Noort para chegar por aqui, batizar a praia e as ginjinhas dos portugueses, que por sinal foram muito deselegantes com o aventureiro de Flandres.
A data do título da coluna do Dunlop de hoje é um easter egg pra uma cultura inútil muito maneira. A adoção do calendário gregoriano em 24 de Fevereiro do ano 1582 pela bula Inter gravíssimas do Papa Gregório XIII.
No século XVI a confusão com as datas dava a maior dor de cabeça. Os calendários e martirológios eram controlados pela Igreja, segundo o calendário Juliano implantado pelo Julio César em 46 A.C. e influenciavam diretamente as atividades economicas e a cobrança de juros.
Gregório, um papa executivo, juntou os sábios pra corrigir o calendário juliano. Ele queria de volta o equinócio da primavera no dia 21 de março e desfazer o erro de 10 dias existente. Publicou-se a bula, estabeleceram penas foda de excomunhão pra quem zoasse o calendário.
O primeiro dia valendo do novo calendário foi 15 de Outubro de 1582. Felipe I de Portugal, que era Felipe II na Espanha e fechamento do Gregório, assinou logo uma lei em 20 de setembro. Depois Itália e Polônia e maioria dos países católicos europeus formou.
Nos países onde o luteranismo já rolava a adoção foi mais problemática. Na Baviera, Prússia e e Holanda foi só em 1700. Na Inglaterra e País de Gales só em 1752. Na Suécia o bagulho foi tão doido que rolou o 30 de fevereiro. A implantação universal do calendário levou 4 séculos.
A China só adotou em 1912, Bulgária 1916, Rússia 1918. Romênia em 1919, Grécia em 1923 e a Turquia em 1926.
Dizem que o calendário Gregoriano tem falhas, O número de dias de cada mês é irregular (28 a 31 dias).
Além disso a semana, adotada quase universalmente como unidade laboral de tempo, não se encontra integrada nos meses e muitas vezes fica repartida por dois meses diferentes, prejudicando a distribuição racional do trabalho e dos salários. Ruim, mas é o que temos pra hoje.
Parabens, Dunlop ! Extraordinaria historiazinha gostosa!
Tem nivers que nao dao para serem festejados. Esse é um desses raros.
A festa so sai se SP cai.
Rima.
Abraço cordial – SRN
Mais um ótimo texto, culminando com um final espetacular!