Matchday é uma série sobre o Barcelona produzida pelo Barcelona. Sendo mais específico: uma série sobre a temporada 2018-2019 do Barça, produzida pelo Barça Studios.
Na divulgação, a Netflix informa que “dentro e fora de campo, imagens inéditas garantem um mergulho exclusivo no dia a dia do Barcelona, um dos times mais amados e bem-sucedidos do planeta”. Vale ver? Digamos que sim. Em tempos de confinamento e atormentadas crises de abstinência boleira, engolimos até Madureira x Resende, valentemente transmitido de Conselheiro Galvão pelo PFC.
Matchday tem seus momentos legais, a maioria deles envolvendo o zagueiro Gerard Piqué. E tome spoilers.
Tem a cultura do profissionalismo como subtexto do almoço de Piqué em família, poucas horas antes de Barcelona x Real Madrid. Concentração já era. Mais responsabilidade para os jogadores, menos despesas para o clube. Tem o olhar incrédulo de Shakira, assistindo em casa, ao lado do seu lindo par de filhos, à derrota para o Liverpool por quatro a zero, com a consequente queda do time do maridão nas semifinais da Champions League. (Shakira demonstra pouca intimidade com a bola: é o pequeno Milan, de seis anos, quem lhe explica que, mesmo com a goleada, se o Barça fizesse ao menos um golzinho passaria à final.) Tem o bom humor e a marra de Piqué em um programa de tevê às vésperas do jogo com o Espanyol. Após deixar claro ao entrevistador que é sincerão toda vida, Piqué tira onda e afirma que seu patrimônio é maior que o orçamento anual do adversário.
E tem o melhor dos oito episódios: os monges beneditinos da Abadia de Montserrat traçando planos para driblar o cansaço – acordam para as primeiras orações às 5h30 – a fim de ver a partida com o Liverpool. Atribui-se a Nelson Rodrigues esta frase: “Todo homem deve, de vez em quando, mudar de emprego, mudar de endereço, mudar de mulher. Só não pode mudar o time para o qual torce.” Distante do assumido machismo de Nelson, um dos monges diz algo que deságua no mesmo raciocínio: “Hoje não há fidelidade. Não há fidelidade na política – eles mudam de partido –, não há fidelidade nas famílias. A única fidelidade que existe é ao Barça.” Na hora do jogo, ao perceber a vaca indo pro brejo, esse mesmo monge aconselha outros dois: “Cruzem os dedos”. E quando o Liverpool faz quatro a zero, numa espertíssima cobrança de escanteio por Alexander-Arnold, seu comentário é uma mistura de desabafo com apelo ao chefe: “Deus!”
Curioso é que, numa série sobre o Barcelona e produzida pelo Barcelona, a passagem mais emocionante é a que mostra a torcida do Liverpool, inacreditavelmente confiante após a derrota por três a zero no jogo de ida, cantando “You’ll Never Walk Alone” minutos antes de começar a histórica partida da virada. Justiça seja feita: os produtores da série foram honestos o suficiente para mostrar o deslumbramento de Shakira com o que faziam os torcedores no estádio de Amfield Road.
A essa altura do texto, os leitores mais radicais e exclusivistas já estrilaram: que porra tudo isso tem a ver com o Flamengo?
Sem misturar alhos com bugalhos e nem comparar laranja com banana, há dois curtos depoimentos que nos podem ser úteis, depois da nossa arrasadora temporada de 2019. O primeiro é do lateral Jordi Alba: “Quanto mais você ganha, mais exigem.” O outro, e mais importante, é de Messi: “Nosso time é conhecido, os adversários nos estudam cada vez mais, vai ficando cada vez mais difícil ganhar as partidas.” Abram os olhos, pois, Mister e comandados.
Mas o que fez Matchday ocupar tantos parágrafos desse post foi o fato de ser uma produção chapa-branca – e isso tem tudo a ver com o oba-oba criado em torno da Fla TV, a partir da queda de braço com a Globo. Antes disso, tratemos do streaming.
No Campeonato Brasileiro de 2019, devido à inexistência de acordo entre o Athletico Paranaense e o Grupo Globo quanto às transmissões nos canais fechados, os flamenguistas que moram em São Paulo tiveram que assistir à despedida de Abel Braga – não se sabia que seria, porém acabou sendo – pelo globoesporte.com
Enquanto eu via Flamengo x Athletico Paranaense na acanhada tela do notebook, a tevê à minha frente transmitia o clássico entre Corinthians e São Paulo. Assim que o jogo em Itaquera terminou, a Globo pôs no ar o finzinho da partida no Maracanã, no instante em que os jogadores do Flamengo corriam para comemorar o terceiro gol com Abel, em desagravo à avalanche de merecidas críticas recebidas pelo treinador. Juro: no meu notebook, a bola sequer tinha chegado a Renê, autor do cruzamento para a fulminante cabeçada de Rodrigo Caio.
A experiência me traumatizou. Quando ouço falar nas glórias e delícias do streaming, concordo que esse é o inevitável caminho, todavia me preocupa a brasilidade dos serviços internéticos de que dispomos, com sobrecarga, queda de conexão, craquelamento de imagens, lentidão. Convém não esquecer que recentemente, em São Paulo, quem quis encomendar o jantar do Dia dos Namorados pelo aplicativo do ifood teve que comemorar a data com cream cracker. Assim são as coisas no lado de baixo do Equador. Periga a Nivinha, lá no Texas, assistir antes da gente ao gol do Gabigol no Maracanã.
A Fla TV é outra questão, e para falar dela volto ao Matchday. Como escrevi aí em cima, a série merece um confere. Só que enche o saco ver o Busquets elogiar o Piqué, o Piqué encher a bola do Alba, o Alba exaltar o Vidal e todo mundo endeusar o Messi. Esses caras não se desentendem? Não há tretas? Estranho. Em 28 de agosto de 2013, o portal Terra fez uma publicação baseada na matéria do site espanhol El Confidencial que acusava Messi de humilhar alguns companheiros de clube. Na reportagem, o atacante chileno Alexis Sánchez, atualmente na Inter de Milão, diz que em seus primeiros treinos no Barça chegou a ouvir de Messi: “Do jeito que você é ruim, não sei como custou tanto.” O Barcelona pagou 26 milhões de euros para tirar Sánchez da Udinese.
Desconfio que, se entre 2014 e 2017 tivéssemos que assistir aos jogos do Flamengo pela Fla TV, ouviríamos seguidos comentários enaltecendo o poder de recuperação do Márcio Araújo, o senso de cobertura do Márcio Araújo, a velocidade do Márcio Araújo, o alto índice de acerto de passes para trás do Márcio Araújo. Pôr em campo uma equipe jornalística imparcial e de qualidade – será essa a praia da Fla TV, um canal corporativo? – não é algo que se faz da noite para o dia, e os custos são bem mais elevados do que imaginamos. Goste-se ou não dele: em 4 de maio de 2012, a edição digital da Folha de S.Paulo informava que o narrador Cléber Machado tinha recusado uma proposta de 600 mil reais mensais para trocar a Globo pela Record. Vou repetir: 600 mil reais por mês. Em 2012. Cléber Machado.
Para o Flamengo começar a montar uma equipe à altura da empreitada, tenho uma sugestão: baixar em Belo Horizonte e fazer uma proposta irrecusável a Tostão para que ele seja o principal comentarista do canal, com salário de jogador titular e total liberdade de expressão. Alguém topa casar um troco? Eu digo que é impossível acontecer algo semelhante. Gesto de tal arrojo e impacto só teria equivalência se o presidente da República convidasse Noam Chomsky para ser o novo ministro das Relações Exteriores.
Do muito pouco ou quase nada que entendo de negócios, me parece que os passos dados pelo Flamengo podem ajudar a ampliar a autonomia do clube e entupir os cofres rubro-negros devido à concorrência. (Conforme já aprendemos, streaming, mercado e concorrência resolvem tudo nessa vida, certo?) Se os valores serão discutidos ou não em bloco é outro papo, e vejo um disparatado cruzamento de informações que me faz boiar ainda mais. Os críticos das negociações individuais alegam que elas podem aumentar disparidades já existentes, mas o que dizer das ligas alemã, italiana e espanhola, onde os clubes negociam em conjunto? Na Alemanha, o Bayern de Munique é campeão há oito temporadas consecutivas. Idem a Juventus, na Itália. Na Espanha, Real Madrid e Barcelona ficaram com dezesseis dos últimos dezenove campeonatos nacionais. O campeonato inglês, apontado como o mais equilibrado da Europa e o que tem a mais justa fórmula de distribuição do faz-me-rir, acaba de ser definido com sete rodadas de antecedência, graças aos 23 pontos que separam o campeão Liverpool do vice Manchester City.
Embora, sem dúvida, ela empodere os clubes, há mais coisas entre o céu e a terra do que uma suposta igualdade promovida pela negociação em bloco. Mesmo que seja vantajoso operar em conjunto e que seja correto espalhar melhor o dinheiro recebido pelas transmissões, quem sempre vai dar as cartas é a danada da competência. Exemplo rápido: em 2015, Bruno Henrique e Carlos Eduardo – não aquele nosso conhecido, e sim esse que agora está no Athletico Paranaense – jogavam juntos no Goiás. Saíram de lá, rodaram, foram para o exterior, a história de sempre. No início de 2019, o Flamengo contratou Bruno Henrique por 23 milhões de reais, o Palmeiras trouxe Carlos Eduardo por um pouco mais que isso.
Não basta ter dinheiro. É preciso saber o que fazer com ele.
Ainda refletindo sobre meios e consequências, acho que há um aspecto em toda essa questão que deve ser considerada para formarmos juízo de valor. A mim, alegra ver meu time alcançar patamares cada vez maiores. Poucos não são os comentários neste blog fazendo menção a tempos idos em que tínhamos que venerar jogadores, da base ou não, que não seriam reservas em nossos times de pelada. Porém, essa alavancada rumo à independência (refiro-me à FlaTV0 tem por origem uma carta de alforria, a meu ver, completamente inconstitucional: ela nasceu de um medida provisória que, com o merecido respeito, não guarda nem de longe os critérios de relevância e urgência exigidas pela constituição. Aí, é um cuidao a se tomar, pois, como diria no Ministro da Economia, “não há almoço grátis..”
Prezado Murtinho, belo e provocativo texto.
Quanto ao grande atraso da imagem, é fato. Porém, mesmo na TV aberta, sintonizada pela NET a cabo, a comemoração da rua me informa que a jogada terminou em gol, quando ainda estou vendo a troca de passes na intermediária!
Também torço muito para que o Flamengo contrate bons e isentos comentaristas. Acredito que essa Diretoria, que tem nos mostrado ser bastante profissional, siga pelo caminho da isenção.
SRN!
Fala, Fernando.
Obrigado pelo elogio.
Sim, fato: o delay existe sempre. Digo mais: aqui em casa, há delay mesmo em jogos assistidos no mesmo canal mas em cômodos diferentes. Impressionante. Só que esse que citei no post, no jogo Flamengo x Athletico Paranaense, foi demais.
Quanto aos bons e isentos comentaristas, acho bem difícil. Canal corporativo é canal corporativo, não tem jeito. Vamos ver.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Não me referi no outro comentário que vi o jogo de ontem pela telinha Fla TV e me senti um perfeito pintinho no lixo. Já há muito pego carona em alguns jogos que são transmitidos pelos canais pagos da Globo, claro em transmissões clandestinas, tenho cá meus pecadilhos, o que seria de minha vida insossa de velho se não fosse umas transgressõezinhas de vez em quando? Menos por avareza, mais pelo espírito de aventura. E em tais transmissões é um tal de tremelicar, congelar a imagem, enfim, uma tristeza, mas que eu incorporo bem, pois parece que estão testando minha paciência, o que sempre me saio airosamente, claro, no meio de alguns palavrões catárticos. Se esse negócio pegar, não quero outra vida, que se exploda a Globo com seu galvões, luizes robertos e os cleber machados, todos chatíssimos e ainda ganham uma grana preta, sim senhor, como você bem informou e o Bill Duba confirmou, para nos encherem o saco. Eu quero é ver o Flamengo, mesmo que seja numa telinha do tamanho de minha unha do polegar, do mindinho já não sei se minha catarata dá conta do recado.
Porra, Xisto!
Quer dizer que você vê os jogos em canais clandestinos e quer reclamar da imagem? Só falta ir ao Procon.
Também acho chatos, com raras exceções, os narradores e comentaristas da nossa tevê – e não só da Globo. Mas é uma chatice diferente da que a gente vê em qualquer canal corporativo. Aí é insuportável.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Será que, depois de ontem, ainda teremos torcedores da Globo por aqui?
Kkk
Fala, Trooper.
Então: o que a quarta-feira fez, o domingo desfez.
A lambança com aplicativo, MyCujoo, dez reais e tal deixa claro que o caminho apenas começou e os tropeços virão. Normal, nenhum problema com isso, faz parte do processo.
Mas é preciso que a gente critique, e o mais importante: que os erros sejam admitidos. Se não, como corrigir e acertar?
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Cara, você falou tantos assuntos, e gostaria de comentar tanta coisa. Então vamos lá.
Com relação ao streamming, ou TV, o que importa para mim é o conteúdo. E como os filmes, se o roteiro é bom, os atores, etc, pode ser até em baixa definição que vai emocionar. Mas há controvérsias, tem gente que só vê filme que promete no cinema (ou via), não admite a tela pequena, diminui a pompa que a circunstância exige. Discordo.
Outra coisa é a questão da Fla TV ser chapa branca. Quem tem que investir em comentário, narração, é quem precisa mostrar Botafogo x Boavista. O Flamengo, com a equipe e a forma que vem jogando, o que tenho visto tem me empolgado. Sou suspeito pois gosto muito do Tavares (se o time não estivesse bem ele iria cornetar, pode ter certeza) e o Emerson dá conta do recado muito bem. As reportagens, para mim, se permitem ao entrevistado se expressar cumprem o papel. Só senti falta ontem de informações sobre o outro jogo, que acontecia no mesmo horário, e a exibição da tabela. Além disso, um comentário sobre os prováveis adversários da semi também seria recomendável. Nada que uma direção de jornalismo profissional, do tipo que as rádios produzem aos montes, não possa elaborar e fornecer. Essa transmissão de ontem serve de test-drive para voos mais ambiciosos mais adiante.
E finalmente, quanto ao time, realmente o carioqueta não é referência. Para pontos corridos estamos MUITO bem, nos mata-matas, deve ser necessário algum foco. Ontem o Mister falou de Copa do Brasil… deve ser diversionismo. Fica uma ansiedade em saber se o time continuará a ser imbatível. Mas por enquanto é uma ansiedade boa.
SRN
Fala, Leonardo.
Em princípio, concordo. O que importa é ver o Flamengo jogar, seja na Globo, na Band, na Fox, na ESPN, no pay-per-wiew, na Fla TV, onde for. Ainda mais o atual time do Flamengo, que tem nos enchido de alegrias. Mas discordo quanto ao argumento de que só quem precisa investir em jornalismo é quem transmite Botafogo x Boavista.
Outro dia eu conversava pelo zoom com um grupo de flamenguistas, e elogiávamos a análise do comentarista português Pedro Bouças sobre a estratégia do Flamengo nas bolas paradas, na monumental vitória de cinco a zero sobre o Grêmio (naquele jogo, fizemos três gols de bola parada). Pra quem gosta de futebol, aquilo é muito bacana.
Na boa: me incomoda ver um jogo com o narrador gritando “vamo, Flamengo”, “dá-lhe Mengão” e coisas nesse estilo. Como dizia meu pai, isso eu faço – e sou apenas torcedor. Se o cara se diz jornalista, ele tem que informar. Acredito que imparcialidade absoluta é algo que não existe, porém tem que haver profissionalismo.
Confesso que não conheço o trabalho do Tavares, mas ali a coisa não é pessoal: a questão está no fato de ser um canal corporativo. Ninguém pode esperar que o site da Coca-Cola fale mal da Coca-Cola. E as críticas são importantes. Mauro Cezar Pereira é Flamengo doente e vivia espinafrando a presença do Muralha, do Márcio Araújo etc. no time. Se ele trabalhasse na Fla TV, obviamente só faria isso uma vez. E a reclamação que você faz quanto à falta de informações sobre o outro jogo, tabela, datas etc. corrobora o que estou falando. Os caras não estão lá para informar, e sim para falar bem do Flamengo.
Concordo plenamente: as transmissões da Fla TV ainda estão na fase de test drive, mas se a gente achar que tudo está ótimo, aí mesmo é que nada melhora nunca.
Por fim, uma triste realidade: o outrora grande Campeonato Carioca virou uma completa inutilidade. Ou se chega a um formato que sirva como uma boa pré-temporada, ou fecham o caixão.
Valeu!
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Antes de qualquer comentário acerca do tema estrito, preciso consignar que o pensamento acerca da imutabilidade de times também foi magistralmente debatido por Pablo Sandoval, personagem do excelente filme “O segredo dos seus olhos”. O registro se faz necessário, porque nunca vi tamanha verdade dita de forma tão envolvente como na sequência daquele filme.
Isso dito, tenho que esse debate realmente vai dar o que falar.
Vi o jogo ontem. E cara, já impera dar razão ao Murtinho: sei que a TV é do clube, mas entendo que não há espaço para pachequismo. Raul como comentarista continua sendo um excelente goleiro. A imagem travou algumas vezes (vi em uma smart TV) e, sejamos sinceros, não dá para competir com o padrão Globo de transmissão.
Agora, o outro lado da moeda.
Foi a primeira transmissão, com tentativa e erro, chega-se à qualidade desejada. Os exageros clubísticos cansam, existe vida inteligente em outras cores. Gols como os do Rondinelli ou do Pet só foram épicos porque marcados contra adversários gigantes (deixemos os fanatismos de lado: Fluminense, Vasco e Botafogo têm história). Não acredito que o impacto histórico teria sido tão marcante, se tais gols houvessem sido marcados contra Boavista, Portuguesa ou assemelhados, não sinto prazer em imaginar essa situação. Legal exaltar o clube, mas não dá para narrar um jogo como se estivéssemos sozinhos em campo.
Tenho que reconhecer, contudo, em um pensamento simplista, que a trilha parece ser o caminho da independência. Não entendo de estatísticas de internet, mas, em uma conta de padaria, se houve 4 milhões de inscritos, e se de cada um deles fosse cobrado R$ 1,00, seriam 4 milhões de reais em um jogo inexpressivo de uma quarta-feira perdida. Se em vez de R$ 1,00 fossem R$ 5,00, seriam 20 milhões. Mais em um jogo do que em todo o contrato oferecido pela Globo para o Carioca inteiro. Isso sem contar patrocínio. Se é isso, o canal próprio realmente
Enfim, muito ainda a debater, mas parece-me que começa um revisionismo que, lamentavelmente, se perdeu em 1987. A ver…
Relendo, vi que houve uma passagem truncada. Onde se lê ” Se é isso, o canal próprio realmente”, leia-se ” Se é isso, o canal próprio realmente se afigura um caminho sem volta, semelhante ao patrocínio master nas camisas: começou como um acréscimo nos ganhos e se transformou em item fundamental do orçamento.”
Fala, Alvaro.
Excelente comentário.
Bora lá.
1) “O Segredo dos Seus Olhos” é um filmaço, e a tal sequência a que você se referiu é mesmo extraordinária. Me deu muita vontade de rever, farei isso.
2) Na transmissão da Fla TV, confesso que até fiquei surpreendido pela qualidade da imagem. Mas é melhor assistir sem áudio, não?
3) O raciocínio do seu quinto parágrafo é perfeito. Só pra ilustrar, repito o que certamente já escrevi aqui no blog: impossível comparar o gol que Messi fez contra o Getafe, numa rodada perdida lá no meio do Campeonato Espanhol, com o gol que Maradona fez contra a Inglaterra nas quartas de final da Copa do Mundo. Derrotar adversários fortes é outro papo, e o futebol não tem graça se eles não existirem e nós não os reconhecermos. E segue valendo a frase do Carlos Imperial que coloquei na resposta ao comentário do Eduardo: “Sem liberdade para espinafrar, nenhum elogio é válido.” (Acho que isso dá um post, não?)
4) Alvaro, não tenho conhecimento pra discutir isso, mas creio que a coisa dos 4 milhões não é bem assim. A Fla TV ter 4 milhões de inscritos não significa que essa tenha sido a audiência. Exemplo: logo que surgiu o Porta dos Fundos, me inscrevi no canal dos caras. Eles postavam vídeos novos toda semana e eu não perdia um. Depois, começou a dar preguiça. Mas eu tô lá inscrito, mesmo que não veja nenhum vídeo deles há, sei lá, dois ou três anos, com uma ou outra exceção. Quanto à audiência em si, andei lendo que um jogo daqueles, com toda a expectativa criada pela abstinência de Flamengo, não havia chance de dar menos de 20 pontos no ibope nacional. Isso equivale a cerca de 15 milhões de televisores ligados. Streaming pode ser o futuro, mas vamos devagar. Se não, o mundo inteiro – estamos falando de Barcelona, Liverpool, Bayern de Munique etc. – já teria partido para transmissões por seus próprios canais. É o caminho, mas temos de caminhar com calma e segurança.
Mais uma vez, parabéns pelo comentário.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Murtinho, muito interessante sua matéria, torço até que vingue. Agora, o que me surpreendeu foi o alto salário do Cleber Machado, 600 pilas em 2012?Cacete, não sabia que esses caras ganhavam tanto assim, especialmente esse boboca aí.
Xisto, ele ganha mais que isso! RECUSOU a oferta em 2013
Meu amigo Bill,
Então, não sei. Não faço ideia de quanto ele ganhava em 2012 ou de quanto ganha hoje. Dá uma olhada na minha resposta ao comentário do Xisto, por favor.
De qualquer modo, diz aí: o que é preciso vender de pizza em Miami pra chegar perto disso?
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Grande Xisto!
Pois então, isso foi exatamente o que pensei na época. Lembro que, na ocasião, eu – que não sou disso – fiz uma postagem no facebook sobre a notícia e comecei o textinho com essa frase: “Da série Somos Todos Uns Bostas”.
Agora, um esclarecimento: eu não sei quanto o Cleber Machado ganhava. Isso foi o que a Record ofereceu, e ele recusou. Na matéria que citei no post, inclusive, o narrador Silvio Luiz disse que achou ruim a proposta. Segundo ele, pra tirar o Cleber Machado da Globo, a proposta teria que ser bem maior.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Pra plebe ignara – eu incluso, claro -, explicações e esclarecimentos aos borbotões.
A qualidade do texto só surpreende pela superação do anterior – excelente plus.
Não vai dar pra repetir o comentário deletado – veio direto do cosmo e pra lá já retornou.
srn p&a
Fala, Rasiko.
Mais uma vez, obrigado pelos elogios.
Vale, pra você, a mesma resposta dada ao comentário do Carlos Moraes. Uma pena que a mycoojada no servidor tenha perdido seu comentário. Melhor pro cosmo.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Resumindo Murtinho, comungo 100% com a ideia de contratarmos os melhores, para a FlaTV, gente como o Tostão, por exemplo, que garantirá um excelente nível nos comentários e não aderirá a um chato “babaovismo” .
Prefiro viver entre os bons, tendo críticas positivas e construtivas, do que um “baba ovo” sem credibilidade, só elogiando.
SRN
Fala, Eduardo.
Pois é. Pelo tanto que já ouvi dele, tudo indica que o seu xará jamais aceitaria. Mas só a investida já valeria por um indiscutível atestado de boas intenções e profissionalismo.
Carlos Imperial usava, na coluna que assinava em um dos jornais cariocas (acho que era Última Hora) uma frase que virou mantra: “Sem liberdade para espinafrar, nenhum elogio é válido.”
É por aí.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
enfim um excelente texto falando somente de futebol…
acredito que estamos caminhando na direção certa,estou muito otimista com tudo que está acontecendo com o flamengo.
vejo o mengão sendo atacado por todos os lados e isso é prova que somos muito gigante,hoje é o dia da indepedência do nosso clube.
estamos vendo a história diante dos nossos olhos.
SALVE O CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
SRN !
Fala, Chacal.
Outro dia eu estava com isso na cabeça. Comecei a ver um monte de gente, inclusive jornalistas, dizendo que a partir de agora todo mundo vai torcer contra o Flamengo. Pensei: ué, e quando foi que isso não aconteceu?
É claro que, com o salto de qualidade do time, as conquistas que já vieram e as que certamente vêm por aí, a coisa vai ficar ainda mais acirrada. Só que a nossa diretoria não precisa ajudar.
Também acho que streaming, Fla TV etc., essas coisas conversam com um futuro bem próximo. Mas é importante que cada passo seja bem calculado, para evitar bolas fora como a do tal do MyCujoo. E tem a questão da imagem, com a qual a diretoria do clube não parece muito preocupada. Deveria se preocupar.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Terá sido o ciclone lá do sul (Int.)
Tinha reparado no meu computador, pois não conseguia entrar no RPA.
Não vou repetir tudo. Estou com preguiça pandêmica.
Sintetizando – bom artigo, sobre um tema controvertido.
Ponto final.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu amigo Carlos Moraes,
Compreendo. Delpupo também me avisou que não havia a menor chance dele fazer, pela segunda vez, o mesmo comentário que tinha postado aqui. Paciência, coisas da tecnologia. Pra mim foi simples, só precisei resgatar o texto do word.
Uma pena perder seu comentário, porque o tema é controvertido mesmo. Mas vamos em frente.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Pessoal, seguinte:
Ontem, 30 de junho, o hospedeiro do site passou por um longo período de instabilidade, e meu post sumiu. Como tenho o arquivo em word, tô fazendo a repostagem hoje. Só que, infelizmente, os comentários dançaram e não é possível recuperá-los.
Quem tiver saco, por favor, comente de novo. Quem ainda não comentou, apareça.
Abraços. SRN. Paz & Amor. Se cuidem.