Ainda não sabe o que dar e receber de presente neste tórrido Natal, enquanto os reforços do titio Landim não chegam? Não seja bocó e pense num presente bom para ser usado no ar-condicionado ou sob a barraca de praia. Sim, livros.
Eu, por exemplo, já ganhei o meu, do amigo Mantuano: “Poemas da Copa”, um livreto de tiragem limitadíssima do Petkovic. Lá pelas tantas, o poeta Pet manda:
“Quando o juiz um pênalti não apitar
Ou um gol duvidoso não anular
Ele pode acertar
Ou pode também errar
E aí, quem chama o VAR?”
Eu não sei o que fiz para o Mantuano, mas para o amigo leitor não cair em outra furada, listo a seguir dez das melhores obras que li sobre o Flamengo.
10. “Nação rubro-negra”, de Edilberto Coutinho (1990)
O contista e biógrafo Edilberto Coutinho, flamengo tarado, é o autor desta imensa bíblia do Flamengo, que passa das 500 páginas e muita libra já pesou. Sério, o livro tem mais de dois quilos de pura informação, e é uma fonte inesgotável de histórias sobre o clube rubro-negro. Jamais republicado, é encontrado no site da Estante Virtual por módicos 70 mangos, ou mengos. Busque por “Nação rubro-negra – Grandes clubes do futebol brasileiro e seus maiores ídolos”.
9. “Meu maior prazer”, de Carlos Eduardo Mansur e Luciano Ribeiro (2009)
Como pensam os principais craques e torcedores folclóricos do Flamengo? Os jornalistas Carlos Eduardo Mansur e Luciano Ribeiro matam a pau nesse livro, em entrevistas reveladoras – e algumas de rolar de rir –, como a do “seu Casseta” Cláudio Manoel ao recordar seus tempos de geraldino durango com Bussunda.
8. “Manual do rubro-negrismo racional”, de Arthur Muhlenberg (2009)
O popular Urublog, companheiro nesta tribuna, lançou não apenas o melhor livro de crônicas sobre o Flamengo desde os tempos de Armando Nogueira, mas reinventou o estilo de cronicar. Aproveite que essa relíquia já está completando dez anos e dê para os rubro-negros recém-convertidos ou recém-letrados, como o seu sobrinho ou aquele primo eleitor do Bolsonaro.
7. “1981, o ano rubro-negro”, de Eduardo Monsanto (2011)
Da derrota dolorosa para o Vasco, com pênalti perdido de Tita, ao samba da vitória na volta de Tóquio, o timaço do Fla campeão mundial ganhou uma radiografia detalhada e deliciosa. Aplausos ao apresentador Dudu Monsanto, que se trancou no sítio de sua avó para concluir com categoria um dos mais instrutivos livros sobre a era Zico.
6. “Flamengo é puro amor”, de José Lins do Rego (2002)
Nos estádios, Zé Lins costumava sair no braço pelo Fla. Um pouco mais calmo, em casa, escrevia pérolas como esta a seguir, de 1946, presente nessa simpática antologia: “Se há um clube nacional, este será o Flamengo, criação do mais legítimo espírito de brasilidade. Flamengo são brasileiros de todas as cores, de todas as classes, de todas as posições. Flamengo é o senhor Eurico Gaspar Dutra, é o senhor Nereu Ramos, é o senhor Juraci Magalhães, é o meu rapaz do jornal, é o meu apanhador de bolas de tênis, é o Grande Otelo, é o pintor Portinari, é o Brasil de todos os partidos. E se o Flamengo tiver o seu estádio gigante é porque merece muito mais.”
5. “Flamengo, uma emoção inesquecível”, de Joaquim V. de Carvalho (1995)
O melhor momento do clube no ano de seu centenário foi este livro, do apaixonado Joaquim Vaz de Carvalho, com crônicas e memórias de velhos craques e torcedores – além de escritores não-flamengos passando recibos emocionantes.
4. “Um Flamengo grande, um Brasil maior”, de Renato S. Coutinho (2014)
O professor e historiador Renato Soares Coutinho conseguiu, nesta tese de texto suave, explicar o que ninguém havia conseguido: por que o Flamengo é o clube mais popular do Brasil? Livro obrigatório para qualquer presidente do clube.
3. “Urubu e o Flamengo, antologia de Henfil (2007)
Há ótimos livros do Flamengo para a molecada, de cobras-corais como Ziraldo e Luis Pimentel. Fico com o do genial Henfil, com cartuns que revelam como ninguém a alma rubro-negra até hoje – e olhe que Henfil morreu em 1988… Para os grandinhos, recomendo a biografia do desenhista, “O rebelde do traço”.
2. “O vermelho e o negro”, de Ruy Castro (2001)
Com a paixão rubro-negra aliada ao indomável espírito crítico, Ruy Castro escreveu o melhor livro sobre o Flamengo até hoje, e o mais popular também, com diversas reedições.
1. “Histórias do Flamengo”, de Mário Filho (1945)
De onde vem a fé flamenga? Mário Filho, jornalista e estádio, esmiuça o amor pelas cores rubro-negras em histórias que envolvem soldados em plena guerra, torcedores cegos e remadores tresloucados. O livro que qualquer dirigente (ou novo reforço) deveria ganhar ao vestir o Manto Sagrado.
E o seu livro predileto sobre o Flamengo ou sobre futebol, qual é? Deixe sua dica sagaz para os demais leitores.
Aproveito o vazio dessas repetitivas e imbecis festas de fim de ano, frutos de milenares lavagens cerebrais, pra fazer uma precoce avaliação da nova diretoria.
Não se trata de “Se hay gobierno, soy contra”, mas de prestar atenção nos detalhes, não importa seu tamanho.
Landim foi apoiado pelo Zico e entre suas primeiras nomeações estava Patrícia Amorim (depois, diante do clamor popular, retirada), exatamente aquela que foi responsável saída do maior ídolo da história do Flamengo, quando o desrespeitou. Ou seja, Landim, desrespeitou o Zico.
Vai atrás de Gabigol disposto a pagar uma fortuna sem nem ao menos olhar pra base, que vem empilhando títulos ao longo dos últimos anos e tendo seus maiores expoentes o promissor Vitor Gabriel. Qual a diferença de idade de um pro outro? Pois é.
O mesmo em relação ao zagueiro, seja Miranda, Pepe (???) ou Gil. Nas poucas vezes que jogaram juntos, Léo Duarte e Thuler deram conta do recado como nenhuma outra dupla de zagueiro tinha dado até então. Porque então procurar fora dos muros do Ninho e pagar caro?
O que é senso comum é que precisamos de laterais, no plural. E por mais que o René tenha sido eleito o melhor do Brão, isso só comprova a pobreza do futebol brasileiro e não a qualidade do René que, na melhor das hipóteses, serve pra ser reserva.
A renovação do Diego Ribas só se explica pela necessidade de ter um elenco numeroso pra encarar as várias competições. Como venho dizendo desde que ele chegou, craque ele não é e nunca foi. Se Abel não desligar a enceradeira dele, vai ser aquela mesma lesma lerda de sempre: previsível e ineficiente com brilharecos eventuais. Não passa disso. Ah! nem saco pra se aperfeiçoar na batida de falta depois dos treinos parece ter. Além das insuportáveis entrevistas tipo mídia training.
Noval como diretor-executivo de futebol, porque? O cara fez um excelente trabalho na base e seu lugar é lá.
Da mesma maneira, o Wrobel foi o grande responsável pelos 2 CTs. Porque não mantê-lo?
Não preciso dizer que torço pelo sucesso do Landim e Cia., mas o começo não é dos mais animadores.
De bom, por enquanto só o Abel, a quem eu sempre preferi em vez do arrogante Renato Gaúcho.
Existem as glórias e as glorias roubadas. “1987 – a história definitiva” não pode faltar nas prateleiras, juntamente com o artigo do Murtinho sobre assuntos que não comportam discussão, disponível aqui no blog.
Muito grato, Dunlop! Vc acaba de me criar um pobremão: vou ter que trabalhar pra levantar uma grana e comprar todos esses livros.
O Flamengo e, principalmente, sua história ainda é um dos assuntos que consegue mexer com as minhas mais profundas e ancestrais emoções.
Por menos que eu queira e apesar de tudo.
Grande abraço
Excelente lista! Não tenho os nºs 4 e 5. Curto também “Os dez mais do Flamengo”, do Roberto Sander. Incluiria”Zico conta sua história” e, embora Flamengo seja apenas uma parte do livro, a biografia do Leônidas da Silva, do André Ribeiro, é muito boa.
Boa, Rodolfo. Não lembro de ter lido a biografia do Leônidas, mas no livro do Renato Coutinho tem uns trechos excelentes sobre o Diamante Negro. Vamos com tudo. E sobe a hashtag #delivrosnoNatal.