Após ânimos exaltados, tremendos trelelês e beijos suados ao fim, nossa equipe bateu enfim o martelo nos 40 imortais eleitos para a Academia Flamenga de Letras, instituição fidalga fundada a 15 de novembro do ano da graça de 2021.
Antes que baixe o Will Smith nos nossos leitores, julgamos por bem esclarecer que alguns intelectuais da cultura flamenga recusaram peremptoriamente a indicação à AFL. Caso notável do cronista, roteirista e ator-mirim do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” Arthur Muhlenberg, autor de seis livros sobre o Flamengo. Em sua carta de recusa timbrada e com letras em alto relevo, Arthur alegou: “Caríssimos: Não quero cadeira numerada, eu vou de arquibancada pra sentir mais emoção. Atenciosamente etc”.
Confira, a seguir, a galeria dos primeiros imortais flamengos, e colabore com a Academia: para você, quem também anda merecendo uma cadeira neste panteão?
1ª) Cadeira Ary Barroso
Acadêmico: João Bosco
Ex-lateral amador, violonista e compositor mineiro, João Bosco de Freitas Mucci tabelou com praticamente todos os craques do samba e da música popular de sua época, de Vinicius de Moraes a Aldir Blanc. Autor de inúmeros clássicos, como “Gol anulado”, “O ronco da cuíca” e “Linha de Passe”, Bosco costuma ensinar: “Time de futebol e escola de samba você não escolhe, você é escolhido por eles. Um dia você passa por aquelas cores, seu corpo muda de temperatura e você se apaixona”. Filho de tricolor, acabou por se tornar flamengo fanático por conta de episódio inusitado: ao abrir seu pacotinho de figurinhas de um álbum de futebol, deu de cara com o topetão do artilheiro Dida, no melhor estilo de seu ídolo Elvis Presley. Em 1973, mudou-se para o Rio, dizem, para ficar mais perto do Flamengo e do Maracanã.
2ª) Cadeira Almir Guineto
Acadêmico: Claudio Cruz
Ritmista, carnavalesco, criador de blocos e fundador da Raça Rubro-Negra, o carioca Claudio Cruz é um genial agitador cultural. E inventor dos grandes: ele é apontado como o criador de duas instituições fundamentais do futebol mundial. A primeira, o hábito de torcer em pé. A segunda: as coreografias com papel higiênico no Maracanã. “Fui ao banheiro. Quando vi aqueles rolos, pensei, bicho, isso ficaria maneiro!”, recorda Cruz. “Visualizei aquilo, peguei seis rolos e jogamos quando o Flamengo entrou”. Além da cadeira e da imortalidade, Cruz merecia o Nobel da Paz por seus discursos: “O samba tem muito a ensinar ao futebol. No samba, você vai com camiseta de uma escola à quadra de outra e agradecem sua presença. No futebol, te matam”. E ainda: “Haverá o dia em que a melhor torcida vai ser a que tiver o melhor calibre”.
3ª) Cadeira Alvaro Moreyra
Acadêmico: Djavan
Ex-meia do juvenil do CSA, o alagoano Djavan Caetano Viana largou a bola para se tornar um dos mais inventivos violonistas e cantores do país. O autor de “Flor de Lis” e “Pássaro” se destacou ao mesclar samba, jazz, baião, blues e, olhe aí, música flamenca. Cantou o Flamengo em algumas letras, e ainda fez poesia das boas, como ao declarar, na revista “Placar”, em 1983: “A beleza do futebol começa no Flamengo, não importa com quem ele jogue”. Ai, quanto querer…
4ª) Cadeira Antonio Callado
Acadêmico: Milton Hatoum
Escritor, tradutor e professor amazonense, o autor do romance “Dois Irmãos” é cheio de manias ao ver o Mengão jogar. “Só um louco assiste a um jogo do seu time sem revelar uma reação estranha”, disse Hatoum ao jornalista Rogério Pereira. As manias de Milton são boas: ele muda de posição na cadeira se o time está mal. Se o jogo piora, larga a cadeira e senta no chão, e começa a xingar o técnico. Se a mandinga não resolve, o premiado romancista vira um copo de cachaça purinha para dar sorte.
5ª) Cadeira Antônio Candeia
Acadêmico: Arlindo Cruz
Sambista de mente aberta e corpo fechado, o carioca Arlindo Cruz sempre se orgulhou de sua paixão rubro-negra. Seu ídolo de garoto era Silva Batuta, que virou seu botão favorito no futebol de mesa. Desde a infância, sofreu poucas e boas pelo Flamengo, e até apanhou feio – da própria mãe, após espatifar o radinho vermelho e preto na parede durante um Flamengo x São Cristóvão mal-sucedido. Entre chineladas e beijos, o “Urso” bom de banjo defende: “O dono do Flamengo será sempre sua torcida”.
6ª) Cadeira Bussunda
Acadêmico: Washington Rodrigues, o Apolinho
O radialista Apolinho é o criador de expressões eternas como “arquibaldos” e “geraldinos”, entre outras pérolas. O único imortal a ter a coragem – ou a insanidade temporária? – de assumir o comando técnico do Flamengo, que ainda por cima tinha Edmundo, Romário e Ronaldão. Merece a imortalidade, ou não?
7ª) Cadeira Carlinhos Niemeyer
Acadêmico: Luiz Carlos Barreto
Fotógrafo, diretor e produtor, o cearense Barretão viu jogos ao lado de Mário Filho e Zé Lins do Rego. Quer mais? Em seus tempos de fotógrafo, clicou alguns dos maiores astros do futebol rubro-negro para a revista “O Cruzeiro”, nos anos 1950 e 1960. Formado em Letras pela Sorbonne, foi diretor de fotografia em “Vidas secas” e “Terra em transe”, e produziu ou dirigiu mais de 50 filmes, entre eles obras-primas como “Garrincha, alegria do povo” e “Memórias do cárcere”.
8ª) Cadeira Carmen Miranda
Acadêmico: Ruy Castro
Foto: Fred Rozário
Carioca nascido casualmente em Minas (“Deixei de nascer na Lapa, onde meus pais moravam, por seis meses”, justifica), Ruy Castro é jornalista, escritor e biógrafo dos mais influentes. Seu sonho, contudo, era se tornar um brioso meia-direita do Flamengo. “Se, nas peladas em garoto, os pés fizessem com a bola o que a minha cabeça imaginava, eu nunca teria escrito uma linha na vida”, admite. O jeito foi se tornar um campeão das livrarias, com os sucessos “Carmen – uma biografia”, “Estrela solitária – um brasileiro chamado Garrincha” e “Flamengo: O Vermelho e o Negro”, entre outros 25 livros. Em 2021, ganhou o Prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra. Escreveu: “Como se explica que um rubro-negro do Acre ou de Caxias do Sul reaja exatamente como um rubro-negro do Leblon? No dia em que se estudar a fundo a integração nacional à luz da modernidade, vai-se descobrir que, além do Flamengo, talvez só a igreja católica e o jogo do bicho sejam tão abrangentes. Não por acaso, as três instituições se alimentam da mesma matéria-prima: a fé.”
9ª) Cadeira Celso Garcia
Acadêmico: Janio de Freitas
Ex-lutador de jiu-jítsu, cantor, desenhista e aviador, mestre Janio de Freitas tornou-se um dos mais respeitados jornalistas do país. Foi dele, por exemplo, um furo de reportagem que abalou o país na década de 1980: a notícia de que o então presidente Figueiredo iria operar o coração nos Estados Unidos. Responsável pela reforma gráfica e editorial do “Jornal do Brasil”, em 1959, ele hoje é colunista da “Folha de São Paulo”, onde atira contra tudo e contra todos os poderosos de Brasília. Seu maior orgulho, contudo, foi ser amigo do artilheiro Índio, quando cobriu de perto aquele celebrado Flamengo dos anos 1950.
10ª) Cadeira Cyro Monteiro
Acadêmico: Moacyr Luz
Sambista criado em Bangu, Moa nasceu em família rubro-negra. Certo dia de 1966, flagrou o pai chorando, ao desligar a vitrolinha que costumava tocar o hino rubro-negro por horas a fio. “Perdemos de 3 x 0 para o Bangu, filho”, justificou o velho. Mas, recobrando o sentido, enxugou as lágrimas rápido e emendou, para iludir a criança: “Mas era a preliminar, só a preliminar!” Fã dos becões broncos e raçudos que passaram pela Gávea, Moacyr Luz tornou-se escritor e teceu belas crônicas nos jornais. Como aquela em que ele ligou a TV de tarde e passou o primeiro tempo inteiro torcendo… para o time errado – é que o Fla, naquele dia, estava jogando de azul e amarelo.
11ª) Cadeira Dias Gomes
Acadêmico: Sérgio Rodrigues
O maior elogio ao professor, linguista e romancista mineiro Sérgio Rodrigues veio do craque Tostão. “O drible”, escreveu o campeão mundial em 1970, é “o livro que eu gostaria de ter escrito”. Rodrigues diz que depois dessa já poderia ter pendurado a caneta. Por sorte, não o fez, e continua analisando e decifrando nossa tortuosa “língua brasileira”, em suas crônicas em jornais. Além do premiado romance de 2013, o grande fã de Zico fez outros golaços, como o romance-reportagem “Elza, a garota”, o folhetim “Jules Rimet, meu amor” e a antologia “Cartas brasileiras”.
12ª) Cadeira Dolores Duran
Acadêmica: Alcione
“Marrom” de tirar o chapéu, gravou seu primeiro disco em 1975, e já vendeu quase 10 milhões de discos. Sambista maranhense e torcedora fanática, começou sua carreira como professora de crianças, quando foi despedida por tentar ensinar trumpete aos pequenos, um escândalo. Seus concertos e apresentações são melhores que qualquer comédia de auditório, com a plateia se escangalhando de rir de suas histórias pessoais. Reputada como uma das maiores cantoras do Brasil, ela recentemente emprestou sua interpretação ao cantar “Nação”, que lista os principais músicos e cantores da nação rubro-negra, muitos dos quais seus colegas aqui na Academia.
13ª) Cadeira Dorival Caymmi
Acadêmica: Nana Caymmi
Nascida meses antes do mítico Fla-Flu da Lagoa, a intérprete e compositora carioca conseguiu alguns feitos: cantar melhor que a mãe, Stella Maris, e ser mais Flamengo que o pai, o mestre imortal Dorival Caymmi. Para Nana, duas coisas em especial lhe tiravam o ar: o Carnaval e o Flamengo. Por seu carisma, ela foi parar até num poema de Drummond – “A festa”, de 1969. Após 60 anos de carreira, sobraram poucas estrelas da música brasileira que não gravaram, cantaram ou cederam canções para a diva da família Caymmi. Com sua voz doce e poderosa, ela xinga, se irrita e vibra até hoje com o Flamengo, onde quer que o time esteja. Construiu carreira sólida fora do país, como na América do Sul, Portugal, França e Espanha. Sempre doida para saber o resultado do Mengão, claro.
14ª) Cadeira Edigar de Alencar
Acadêmico: Mauricio Neves de Jesus
Autor da impressionante epopeia em quadrinhos “Me arrebata”, o cronista, historiador, pesquisador e escritor catarinense é um incansável zelador da história rubro-negra. Jornalista esportivo há décadas, teve a ideia de contar a saga do Flamengo em formato de HQ após o tri de 2001, entre um uisquinho e outro. Vinte anos depois, motivado por Ruy Castro, retomou o projeto e fez seu sonho virar realidade com um trabalho fabuloso, desenhado com brilho pelo são-paulino Renato Dalmaso. No prefácio do livro, escreveu: “Somos 40 milhões amando o mesmo Flamengo. E cada um de nós tem o seu próprio Flamengo, tão particular quanto uma impressão digital, mas que dividimos sem ciúme com amigos de uma vida inteira ou com quem acabamos de conhecer na arquibancada.”
15ª) Cadeira Edilberto Coutinho
Acadêmico: Braulio Tavares
Se as palavras formassem um oceano, Braulio Tavares seria uma espécie de Namor, o Príncipe Submarino, com uma intimidade sobrenatural sobre elas. Poeta, ensaísta, dramaturgo, romancista, mestre em ficção científica, crítico literário, cordelista, contista de suspense (arf, arf) e até compositor de partido alto, esse mestre paraibano ainda domina como poucos a obra de craques rubro-negros como os imortais Zé Lins e Edilberto Coutinho, além de Ariano Suassuna, torcedor do Sport. Na infância, conheceu o futebol e a superstição ao mesmo tempo. Por desconfiar que era pé-frio, criou um sistema particular: para saber se ia ao estádio ou não, escrevia em dois papeizinhos, IR e FICAR, e tirava a sorte na hora. “Não adiantou nada e ainda deixei de ver grandes jogos por causa disso”, ri o torcedor do Flamengo e do Treze, que passou há algum tempo a escutar todo e qualquer jogo no Maracanã. Todos mesmo – ao se mudar para o Rio, escolheu morar pertinho do estádio Mario Filho.
16ª) Cadeira Geraldo Pereira
Acadêmico: Bebeto (o cantor, o cantor)
Torcedor inquieto e compositor de alguns clássicos da bola, Roberto Tadeu de Souza se transformou no Rei dos Bailes com seu samba-rock de estilo suingado, dançante como Jorge Benjor e bem-humorado como a Blitz. Dono de 40 discos gravados, Bebeto começou na música por acaso, ao participar de programas de auditório. Sempre gostou de andar mais com jogadores do que com músicos, e com isso conquistou alguns troféus na carreira. O mais valioso, segundo ele, a camisa que ganhou de Pelé quando gravaram um jingle juntos. De sua tara pelo clube rubro-negro, nasceu um de seus eternos sucessos: “Arigatô Flamengo”, lançado quando o time do coração ganhou o Mundial no Japão.
17ª) Cadeira Gilka Machado
Acadêmica: Leci Brandão
A carioca Leci Brandão da Silva nasceu em Madureira, cresceu em Vila Isabel e deixou o seu coração em Mangueira. Após se mudar para São Paulo, ficou mais afastada do futebol e do Flamengo, mas é seu amigo Claudio Cruz quem garante: Leci é um dos orgulhos da nação rubro-negra, e em suas primeiras incursões pela política teve apoio amplo, geral e irrestrito da torcida Raça Rubro-Negra. Compositora de sucesso desde o início dos anos 1970, Leci começou a fazer samba devido a uma fossa amorosa. A carreira embalou e ela emplacou diversos sucessos, ouvidos da zona norte à zona sul. Caso de “Zé do Caroço”, “Isso é Fundo de Quintal”, “Papai vadiou”, “Deixa, deixa”, “Só quero te namorar”, “Me perdoa poeta” e “As coisas que mamãe me ensinou”. Desde o começo da trajetória, ela se firmou não apenas como uma das primeiras mulheres compositoras de samba, mas também como letrista atenta à diversidade política, racial e sexual. Exemplo pioneiro disso é “Ser mulher”, de 1976, com versos como “Ser mulher é muito mais que batom ou bom perfume”. Tornou-se deputada e comentarista de carnaval na televisão.
18ª) Cadeira Heitor Villa-Lobos
Acadêmico: Maestro Júnior
Maestro dos mais competentes, Leovegildo Lins Gama Júnior se acostumou a reger massas de mais de 100 mil componentes, durante sinfonias memoráveis no Maracanã. Organizador até hoje de memoráveis rodas de samba no Rio, o lateral e meio-campo também compôs e produziu alguns grandes sucessos. “Fora meus troféus na bola, tenho em casa um quadro com Disco de Ouro e Disco de Platina, por 500 mil cópias vendidas”. O estouro deu-se com o compacto produzido e cantado por ele antes da Copa de 1982, que continha o hino “Povo feliz (Voa, Canarinho)”, dos compositores Memeco e Nonô do Jacarezinho.
19ª) Cadeira Henfil
Acadêmico: Arnaldo Branco
Filho do jornalista e crítico literário Aloísio Branco, Arnaldo cresceu cercado de livros e histórias inusitadas. “Às vezes eu atendia o telefone e do outro lado da linha estava alguém como o Drummond”, lembra. O pai era vagamente Botafogo, o que fez seus irmãos adotarem o time. Arnaldo teve mais sorte: por forte influência da faxineira da família, Odete, em 1977, virou flamengo. A partir das visitas à biblioteca do pai, transformou-se num dos mais refinados humoristas do país, além de roteirista, contista, cartunista e quadrinista. Sua série “O Flamengo que eu lembro”, no portal Paz & Amor, merecia estar em qualquer Bienal, mas pode ser uma visão clubista. E como Arnaldo definiria seu estilo de humor? “Uma visão de mundo bastante comprometida com o vencimento do aluguel.”
20ª) Cadeira Jackson do Pandeiro
Acadêmico: Bira Presidente
Pandeirista, cantor e compositor, Ubirajara Félix do Nascimento, ou simplesmente Bira Presidente, fundou em 1961, de uma costela do bloco Cacique Boa Boca, o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos. Outra instituição carioca idealizada por Bira e seus talentosos irmãos rubro-negros foi o Fundo de Quintal, grupo formado pelos não menos flamengos Almir Guineto, Jorge Aragão e Arlindo Cruz, junto com outros monstros sagrados do samba. Curiosidade: o Cacique de Ramos nasceu preto e branco, e só ficou bonitão depois, com as cores preta e escarlate no estandarte.
21ª) Cadeira João do Rio
Acadêmico: Seu Jorge
Seu Jorge e o amigo Spike Lee no Maraca, em 2013.
Ator, cantor e percussionista nascido em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, Jorge Mário da Silva aprendeu samba na casa de outro rubro-negro: a fera Dudu Nobre, cujos pais recebiam os amigos em festanças musicais. Seu Jorge tem uma trajetória altamente flamenga: viveu na rua por três anos, após perder um irmão assassinado numa chacina, até se reerguer e chegar ao estrelato. Começou a cantar graças a amigos que o convidaram para um teste no teatro, onde queria mesmo um lugar para dormir. Aprendeu ali diversos ofícios, virou ator e, no fim dos anos 1990, com seu grupo Farofa Carioca, tornou-se músico requisitado. Estrelou em 2002 o filmaço “Cidade de Deus” e foi parar em Hollywood. Apelidado de Seu Jorge pelo amigo flamengo Marcelo Yuka, ele é hoje um dos mais empenhados embaixadores do clube no exterior: entre um filme e outro, traz amigos como Spike Lee e outros craques do cinema e da música gringa para conhecer o Maracanã e a torcida do Flamengo. Aos amigos de Seu Jorge resta voltarem para casa impressionados, apaixonados e com um Manto Sagrado estalando de novo na mala.
22ª) Cadeira João Nogueira
Acadêmico: Paulo César Pinheiro
PC Pinheiro (de barba) com o saudoso parceiro João Nogueira.
Parceiro de fé de João Nogueira nas arquibas, PC Pinheiro é um dos letristas mais sofisticados de nossa música, com mais de 1.300 canções gravadas. Aos 20, ele já era um compositor de respeito, quando virou parceiro de Pixinguinha, nos seus 70 anos. Foi cronista no “Pasquim”, poeta em livros como “Viola morena” e romancista em “Portal do Pilar”, de 2009. Recentemente publicou “Figuraças”, saboroso livro de histórias sobre seus parceiros de copo e de vida. A bola está presente em suas composições, como em “Espelho”, talvez seu maior sucesso, e “Maracanã”. Além de João Nogueira, PC foi parceiro de outro grande mestre rubro-negro, no disco de samba “O som sagrado de Wilson das Neves”. Disco não, discaço.
23ª) Cadeira Jorge Curi
Acadêmico: Eduardo Monsanto
Locutor, apresentador, jornalista e comentarista de futebol, o brilhante comunicador Dudu Monsanto é torcedor do Mengo e do Serrano, time que assumiu a presidência na tentativa de não vê-lo extinto. Como escritor, resgatou as mais valiosas histórias do time do Flamengo campeão mundial, num dos livros essenciais das estantes rubro-negras: “1981 – O ano rubro-negro”, de 2011, que depois virou um belo podcast com narrações épicas e entrevistas deliciosas de Zico, Leandro & cia. Monsanto costuma ensinar: “O Flamengo sempre foi grande, mas foi graças à essa geração de 1981 que o clube virou um gigante”. Lançou ainda “A virada: milagre em Lima”, sobre o bi da Taça Libertadores em 2019.
24ª) Cadeira José Lins do Rego
Acadêmico: Francisco Moraes
Poucos escribas se sacrificaram tanto por sua obra como Francisco Moraes. De 1973 até hoje, o mítico torcedor flamengo abdicou da família, de empregos, de uma vida social normal e de todas as suas economias para estar no único lugar em que se sente completo: do lado do Flamengo, aonde quer que o time vá. Assim, após testemunhar 13 Copas do Mundo e outras tantas Olimpíadas, esse Phileas Fogg rubro-negro estima ter gastado mais de 1 milhão de dólares apenas para ver o Flamengo suar a camisa, em países como Iraque, Líbia, Zaire, Arábia Saudita, Kuwait, Japão, Trinidad e Tobago, Marrocos , Bahrein, Gabão, Argélia, Angola, África do Sul, Tunísia, EUA e praticamente todos os países da Europa, América do Sul e Central, sem falar nas excursões pelo interior do Brasil. “Só faltou o Flamengo jogar em Sidney para eu cobrir todos os continentes”, diverte-se o piauiense de Teresina, que já foi treinador de futebol – do valente Grêmio Recreativo Parque Novo Irajá. Suas peripécias estão no portal História de Torcedor, que só não virou ainda um livraço ou seriado na FlaTV porque o pessoal fica aí a papar mosca. Em tempo: no Iraque, o Flamengo venceu a seleção local por 2 x 0, em 1986, gols de Zico e Bebeto.
25ª) Cadeira José Maria Scassa
Acadêmico: Fernando Calazans
Cronista e comentarista esportivo, Calazans cobriu sua primeira Copa do Mundo em 1970. Frequentador das arquibancadas rubro-negras desde a juventude, tornou-se um dos mais respeitados cronistas e comentaristas de futebol do país. Assumiu a coluna de futebol mais nobre de “O Globo” em 1988, até 2018. Hoje escreve no site Ultrajano. Nos anos 2000, integrou com Juca Kfouri, José Trajano, PVC, Mauro Cezar e outros a bancada de comentaristas do “Linha de Passe”, cultuada mesa-redonda da ESPN Brasil marcada pela autenticidade e liberdade de opiniões. Sobre o clube, mestre Calazans cunhou frases definitivas marcantes na cultura flamenga. Sua tirada mais famosa: ”Se Zico não ganhou uma Copa do Mundo, azar da Copa do Mundo”.
26ª) Cadeira Lan
Acadêmico: Ziraldo
Escritor, cartunista, pintor, roteirista, desenhista, apresentador, poeta e humorista, entre outros talentos, Ziraldo é o mais querido autor infantil do país. Criador do “Menino Maluquinho”, lançou em 2009 o não menos clássico “O mais querido em quadrinhos”. Em crônica, Ziraldo contou como quase foi Botafogo e acabou por virar rubro-negro ainda em Minas Gerais, ali pelos 10 anos: “Um dia, eu vi a foto colorida do time do Flamengo publicada em algum lugar. Aquela camisa vermelha e preta era uma loucura! Eu falei: É este time que eu sou!”. A escalação ele decorou: Jurandir, Domingos e Newton; Biguá, Bria e Jayme; Jaci, Zizinho, Pirilo, Perácio e Vevé. Em 1994, Ziraldo viveu um de seus momentos mais felizes: “Desfilei num bloco de carnaval abraçado ao Zizinho. E ele falava comigo como se isto fosse a coisa mais natural do mundo. E eu tinha vontade de ficar dando beijos nele o tempo todo.”
27ª) Cadeira Manuel Bandeira
Acadêmico: Jards Macalé
Torcedor do Flamengo com um naco de carinho pelo América, Jards Anet da Silva ironicamente ganhou o apelido marcante graças a um perna-de-pau do Botafogo, após algumas más atuações na pelada de praia, em Ipanema. Na música, contudo, tornou-se um cracaço de estilo dos mais completos e refinados. Violonista, produtor, agitador cultural, ator e compositor cultuado, Macalé tocou com meio mundo da música, de João Gilberto e Elizeth Cardoso a Raul Seixas. O compositor de “Vapor barato” também tirava onda no Maracanã: sempre via os jogos do Flamengo nas cadeiras especiais, com as carteirinhas cedidas pelo amigo Moreira da Silva, até seu falecimento em 2000.
28ª) Cadeira Marcos de Castro
Acadêmico: Lúcio de Castro
Historiador, repórter investigativo e comentarista de televisão, o filho do imortal Marcos de Castro ficou famoso por seus furos de reportagem, notadamente na área esportiva. Em 2012, subiu de patamar ao dirigir o celebrado documentário “Memórias do Chumbo: o futebol nos tempos do Condor”. Lúcio é ainda reputado como ídolo da nação por uma frase que não disse: “Fora Waldemar!” Parte da torcida garante que a voz é dele, mas o imortal Lúcio garante que nem estava na Gávea neste dia…
29ª) Cadeira Marilene Dabus
Acadêmico: Roberto Assaf
Jornalista há 40 anos, Assaf é a Enciclopédia Rubro-Negra. Autor de dezenas de livro sobre o clube e o futebol carioca, Assaf foi curador do Museu Flamengo e, após trabalho hercúleo, lançou em 2022 o monumental “Consagrado no gramado”, livro com as súmulas atualizadas e checadas minimamente de absolutamente todos os jogos disputados pelo Flamengo em 110 anos de trajetória.
30ª) Cadeira Mario Filho
Acadêmico: Neguinho da Beija-Flor
Nascido em Nova Iguaçu, onde ganhou seu apelido original de “Neguinho da Vala”, Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes segura a marimba à frente da Beija-Flor desde 1976. Cantor longevo e compositor competente, o carioca é nada mais nada menos que o autor do hino oficial do Maracanã, “O campeão”. Canção que por sinal tem uma história e tanto: em 1979, a pedido de um amigo vascaíno que queria lançar uma torcida gay em São Januário, Neguinho compôs num estalo: “Domingo, eu vou ao Maracanã / Vou torcer pro Vasco que sou fã…” Neguinho então narra: “Aí o Eurico Miranda não aceitou a torcida que o meu amigo, Paulo Roberto, queria fundar. Peguei o samba de volta e botei ‘Vou torcer pro time que sou fã’. O samba estourou nas rodas, o Flamengo adotou e arrebentou”. A primeira vez que o músico ouviu seu sucesso no Maraca foi num certo 3 x 2 sobre o Atlético, na final do Campeonato Brasileiro de 1980.
31ª) Cadeira Moraes Moreira
Acadêmico: Jorge Benjor
Jorge Maravilha, nós gostamos de você… Com a mão num fusca, outra no violão e o Flamengo na cabeça, Jorge Duílio Lima Meneses nasceu em Madureira e quase se tornou jogador – ele atuou pelo time infanto-juvenil rubro-negro. Acabou dando mais certo na música, sem jamais deixar de lado o amor pelo futebol. Seus discos, alguns revolucionários, emplacaram faixas entre as mais tocadas nas paradas mundiais em todos os tempos. Sua canção mais querida pela torcida é uma singela obra-prima e eternizou um jogador folclórico, que as novas gerações provavelmente jamais iriam ouvir falar, não fosse o talento de Jorge Benjor: “Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa / Que a galera, agradecida, se encantava / Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa / Que a galera, agradecida, se encantava…” Quem sabe, canta.
32ª) Cadeira Oscar Niemeyer
Acadêmico: Herbert Vianna
Roqueiro paraibano, Vianna é da primeira prateleira daqueles músicos flamengos dodóis mesmo, junto a Wilson Baptista, Sandra de Sá e Cyro Monteiro. Beijador de pés dos grandes craques do Flamengo, Herbert é capaz de, ao encontrar o time num voo, discursar e puxar cânticos no avião para motivar os jogadores, entre outras rubronegrices desenfreadas. Irmão do intrépido antropólogo Hermano Vianna, o compositor de “Alagados” gosta de analisar a mística do clube como uma irreprimível força cósmica: “Em épocas de tropeços e dificuldades, a mística rubro-negra surge como uma coisa milagrosa, que leva o Flamengo a inverter a estrutura do planeta.” Em 2001, ano de seu acidente de ultraleve, foi salvo também pelo amor ao clube, como comentou em entrevistas: “Logo após o acidente, quando comecei a sintonizar mais realisticamente as coisas da vida, vi aquela imagem de São Judas Tadeu ao lado de uma pequena bandeira do Flamengo, num relicário, na minha casa, e senti arrepios de levantar a coluna inteira”.
33ª) Cadeira Otelo Caçador
Acadêmico: Marcelo D2
Marcelo Maldonado Peixoto, o famigerado D2.
Rapper nascido em Madureira, Marcelo Maldonado Peixoto foi skatista e pichador na adolescência. Com um nome de guerra curioso: ao tentar homenagear seu ídolo nos muros, a cana dura chegou e ele precisou sair correndo no meio do “serviço” – ficou conhecido como “Zic”. Largou a marginalidade, serviu no exército e decidiu ser músico por influência de amigos. Com a cabeça aberta para todos os sons, fez questão de fazer rap cantado em português, e explodiu – até ser censurado e preso pelos falsos moralistas de plantão, ou da plantinha? Gravou, em 2010, belíssimo tributo a outro grande rubro-negro, com o disco “Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva”.
34ª) Cadeira Paulo Magalhães
Acadêmico: Jorge Aragão
Compositor e partideiro do seminal Fundo de Quintal, Jorge Aragão aprendeu os macetes de sua arte com o amigo e craque Neoci Dias, filho do mítico João da Baiana. É autor de dezenas de grandes sucessos do samba, com destaque para um hino que ganhou os estádios do Brasil, “Vou festejar” (com Neoci e Dida), eternizado na voz da alvinegra Beth Carvalho.
35ª) Cadeira Péricles
Acadêmico: Jano
Obra de arte do francês Jano.
Premiado quadrinista e desenhista nascido em Paris, Jean Leguay rodou por diversos continentes até visitar o Rio de Janeiro, aos 45 anos. Era o ano de 2000, e bastou algumas incursões aos jogos para o artista francês se descobrir flamengo desde pequeno. Eternizou o Maracanã lotado em diversos cartuns e desenhos, e sempre incluiu um personagem vestido de rubro-negro em seus trabalhos. Chegou a ser incomodado por um editor pela presença excessiva de personagens com a camisa do Flamengo. Como bom rubro-negro, nem ligou e continuou desenhando seus personagens flamengos por aí.
36ª) Cadeira Rubem Braga
Acadêmica: Tia Surica
Matriarca da Portela, Iranette Ferreira Barcellos, a popular Tia Surica, desfila na avenida desde os 4 aninhos. Flamenga de quatro costados, alimenta foliões com seus sambas e receitas de feijão há quase 50 anos, com carisma e temperos refinados. Cantora, pastora, baiana e intérprete de samba-enredo da escola, Surica adora quando o Flamengo desfila bonito nos campos nacionais e internacionais: “O Flamengo tem uma coisa engraçada: quanto mais o time ganha, mais a gente quer que ele vença.”
37ª) Cadeira Rubens Gerchman
Acadêmico: Caulos
Caulos, clássico desenhista do “Pasquim” e prolífico escritor de livros infantis.
Quando ninguém ainda falava em sustentabilidade e consciência ecológica era coisa de “maluco beleza”, um livro com cartuns condenando a poluição, o crescimento urbano desenfreado e o desmatamento fez a cabeça dos leitores de 1976. Era a coletânea “Só dói quando eu respiro”, hoje na quarta edição, de um dos mais importantes cartunistas do país à época, o mineiro Caulos (Luis Carlos Coutinho para os íntimos). Pintor, desenhista, humorista do “Pasquim”, capista de livros e escritor dos mais queridos pelo público infantil, Caulos começou a ir ao Maracanã nos anos 1950, viu o Tri do escrete de Fleitas Solich e não parou mais. Torcedor de futebol dos mais puristas e emotivos, hoje simplesmente não consegue acompanhar os jogos pela TV ou rádio – ou vai ao estádio, ou vê os gols depois. Sua paixão e seu olhar de especialista já o fizeram entrar em contato com pessoas do clube do Flamengo para reclamar de um novo Manto Sagrado lançado: “Tem horas que os patrocinadores erram feio, e a camisa perde seu tom vibrante. O Flamengo é vermelho com listras pretas, e não o contrário”.
38ª) Cadeira Victorino Chermont
Acadêmica: Sandra de Sá
Em 1992, Sandra Cristina Frederico de Sá assistia ao Flamengo x Botafogo pela TV, durante viagem a São Paulo, quando viu a grade de proteção da arquiba ceder. Em reação desesperada, Sandra de Sá se levantou em direção ao televisor para tentar segurar os torcedores que caíam. Rainha da “Música Preta Brasileira”, ela costuma levar aos palcos bandeirões e hinos rubro-negros, além de outros adereços que deixam os anti boladões na plateia, sem saída a não ser irem encher seus copos, enquanto Sandra canta e exalta seu amor pelo Mengo. Se Tim Maia era o síndico, essa carioca de Pilares é a eterna síndica rubro-negra.
39ª) Cadeira Wilson Baptista
Acadêmica: Elza Soares
Ah, Elza morreu? Morreu para você, infiel! Flamenga roxa de Padre Miguel, a “Voz do Século” nos deixou cedo demais, meses após a fundação da Academia Flamenga, dias antes da eleição de seus primeiros acadêmicos. Fica aqui então a eterna e humilde homenagem à grande artista, cuja paixão rubro-negra a marcou desde cedo. Seu pai, grande fã de Zizinho, era tão fanático que faleceu por um enfarte, após a final contra o Vasco no Super-Super, na decisão do Estadual de 1958. “Isso talvez tenha contribuído para que eu – mulher de coragem – me torne uma covarde quando se trata do Flamengo”, escreveu a imortal Elza. “Não consigo ir a nenhum jogo. Quando o Flamengo joga, sofro tanto que prefiro nem ver.”
40ª) Cadeira Zózimo (1941–1997)
Acadêmico: Galvão Bueno
Bem, amigos, com quem fica a última cadeira da Academia Flamenga? Com o gogó mais famoso do futebol brasileiro, claro. Sai que é sua, Galvão!
A foto do Jards Macalé é a cena de abertura do filme “Flamengo Paixão” (1980). Dizem que o diretor David Neves era adepto de um rival. Até hoje é difícil acreditar, pois fez uma obra com tanta paixão!
Todos grandes personalidades que honram o Manto Sagrado.
Se a Academia Flamenga aceitar políticos, indico três: Deputados MARCELO FREIXO e ALESSANDRO MOLON, Senador Randolfe Rodrigues.
SRN
Muito boa a lista e as homenagens. E aproveito para indicar Fabio Zoboli, pesquisador e professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e membro do Grupo de pesquisa “Corpo e política”, que vem nós brindando com ótimas crônicas flamengas no Ludopédio, com seu Urubu de Letra: https://ludopedio.org.br/arquibancada-categoria/urubu-de-letra/
A escolha dos imortais – difícil entre tantos possíveis – foi tão genial quanto aos titulares das Cadeiras, esses sim realmente eternos nas mentes rubro-negras.
As histórias do Flamengo são emocionantes demais. Volto à infância e retorno ao meu lugar nas cadeiras perpétuas no verdadeiro Maracanã antes da atrocidade cometida contra ele. Sou saudosista? Claro que sou.
Aproveito pra deixar esse link com mais histórias rubro-negras, ainda embalado pelo também emocionante desfile da Estácio de Sá.
Faço questão de registrar que ninguém, ninguém mesmo, escreveu sobre o Flamengo com tanto humor, talento e vasta cultura geral linkada à história rubro-negra quanto o Arthur Muhlenberg. Sem esquecer o precioso detalhe de que todas as suas crônicas, pelo menos aqui no RP&A, foram ilustradas com as mulheres mais lindas do mundo, pro meu deleite e do Carlos Moraes.
Que a humildade o impeça de figurar entre tantas celebridades de Vermelho e Negro (Stendhal preconizou), é compreensível, mas nada impede que a Academia Flamenga de Letras o homenageie de alguma forma, mesmo que à sua revelia..
A foto do Jards Macalé é a cena de abertura do filme “Flamengo Paixão” (1980). Dizem que o diretor David Neves era adepto de um rival. Até hoje é difícil acreditar, pois fez uma obra com tanta paixão!
Todos grandes personalidades que honram o Manto Sagrado.
Se a Academia Flamenga aceitar políticos, indico três: Deputados MARCELO FREIXO e ALESSANDRO MOLON, Senador Randolfe Rodrigues.
SRN
Claramente falta o mestre Arthur Muhlenberg na lista. Bela homenagem.
SRN
Roberto
Por uma cadeira honorária Arthur Muhlenberg.
Muito boa a lista e as homenagens. E aproveito para indicar Fabio Zoboli, pesquisador e professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e membro do Grupo de pesquisa “Corpo e política”, que vem nós brindando com ótimas crônicas flamengas no Ludopédio, com seu Urubu de Letra:
https://ludopedio.org.br/arquibancada-categoria/urubu-de-letra/
Demais o blog. Valeu a dica!
Faço minhas as palavras do Rasiko: FANTÁSTICO!
A escolha dos imortais – difícil entre tantos possíveis – foi tão genial quanto aos titulares das Cadeiras, esses sim realmente eternos nas mentes rubro-negras.
Muito bom!
Homenagens mais do que justas! Uma delícia de ler. PARABÉNS
Saudações Rubro-Negras
FANTÁSTICO!
As histórias do Flamengo são emocionantes demais. Volto à infância e retorno ao meu lugar nas cadeiras perpétuas no verdadeiro Maracanã antes da atrocidade cometida contra ele. Sou saudosista? Claro que sou.
Aproveito pra deixar esse link com mais histórias rubro-negras, ainda embalado pelo também emocionante desfile da Estácio de Sá.
Vestiu rubro-negro, não tem pra ninguém.
Não tem mesmo.
https://www.youtube.com/watch?v=ZNpno-WmjPE
Faço questão de registrar que ninguém, ninguém mesmo, escreveu sobre o Flamengo com tanto humor, talento e vasta cultura geral linkada à história rubro-negra quanto o Arthur Muhlenberg. Sem esquecer o precioso detalhe de que todas as suas crônicas, pelo menos aqui no RP&A, foram ilustradas com as mulheres mais lindas do mundo, pro meu deleite e do Carlos Moraes.
Que a humildade o impeça de figurar entre tantas celebridades de Vermelho e Negro (Stendhal preconizou), é compreensível, mas nada impede que a Academia Flamenga de Letras o homenageie de alguma forma, mesmo que à sua revelia..