Tenho um casal de netos. Ele com oito anos, ela com seis. Preocupados em transmitir-lhes bons princípios de educação financeira e consciência social – matérias que deveriam fazer parte da grade escolar tão logo a miudagem aprendesse a ler –, seus pais criaram um interessante programa de divisão da mesada.
Funciona assim: 1/3 do valor pode ser utilizado do jeito que eles quiserem; 1/3 é reservado para, digamos, pequenos projetos maiores, que necessitam de um mínimo de poupança e acúmulo; e 1/3 vai para o que eles chamam de “do coração”: uma segunda poupança que se destina exclusivamente a doações.
No início do ano, a mãe das crianças, Clarice, chamou Martin para organizar a divisão da bufunfinha e saber o que ele pretendia fazer com a sua parte do coração. Meu neto respondeu que gostaria de ajudar uma escola pública.
Morando numa das primeiras quadras da Rua das Laranjeiras, partiram para o antigo e belo casarão onde funciona a Escola Municipal Senador Corrêa, ali na Praça São Salvador, a fim de conversar com a coordenadora e saber se aquilo era viável. Mesmo porque, apesar do nosso ensino público ser tratado à míngua, claro está que, como 1/3 da mesada do Martin mal deve dar para bater um PF no botequim do outro lado da praça, a mixaria pouco ajudaria. Valia o gesto.
A coordenadora, Glaucya, deu duas dicas do que o colégio mais precisava e ela não tinha como comprar, por questões de alocação de verba: jogos educativos para alunos especiais – a Senador Corrêa é uma das poucas escolas da cidade preparada para recebê-los –, além de escaletas, necessárias ao desenvolvimento da parceria com o trompetista inglês Tom Ashe, idealizador do projeto Favela Brass, que oferece aulas gratuitas de instrumentos de sopro à garotada da comunidade do Pereirão, em Laranjeiras, e aos alunos de colégios públicos da região.
Sempre com a empolgada participação do Martin e da Laila, a mãe das crianças arregimentou amigas e amigos, organizou uma vaca um pouco mais gorducha, juntou o suficiente para adquirir os jogos educativos e as escaletas.
Com a chegada do novo coronavírus e a interrupção das atividades da Senador Corrêa, a coordenadora Glaucya se inscreveu como voluntária no União Rio, movimento da sociedade civil do Rio de Janeiro criado para arrecadar doações e fazê-las chegar a quem precisa. Além de atender mais de cinquenta comunidades, o União Rio tem colaborado com a divulgação de iniciativas diretas de alguns grupos de trabalhadores, como é o caso de quem batalha de forma intermitente no Maracanã e no Engenhão. Futebol parado, estádios desertos, dinheiro nenhum.
Clarice comprou a ideia, juntou a ela o interesse do Martin pelo futebol e ontem me ligou. Pediu uma forcinha, e aí está: quem puder e quiser participar da vaquinha organizada por essa turma que, de uma hora para outra, passou a encarar o perrengue do fechamento da torneira – mais correto seria dizer pinga-pinga, pois se trata de pessoal mal remunerado –, basta acessar o link http://vaka.me/1009270
A história não tem final feliz, mas pode ao menos não ser tão triste. Para isso, a narrativa que começa com a generosidade de uma criança precisa agora da solidariedade de todos nós.
Bora ajudar?
Chacal e demais interessados: festival di grátis de filmes do Domingos de Oliveira. “Todas as mulheres do mundo” é inesquecível; “Edu coração de ouro” é outro.
http://www.inff.online
Sabe, Murtinho, como diz uma canção de Burt Bacharach e Hal David, o mundo precisa agora é de amor, não apenas para alguns, mas para todos.
Quando eu assisto à Regina Duarte banalizando o mal, a morte, a tortura, tal qual Adolf Eichmann, o principal organizador do Holocausto, eu volto a canção:
Senhor, nós não precisamos de outra montanha.
Há montanhas e encostas o suficiente para escalar.
Há oceanos e rios o suficiente para atravessar.
Suficientes para durar até o fim dos tempos.
Senhor, nós não precisamos de outro campo,
Há milharais e campos de trigo, o suficiente para crescer,
Há raios solares e lunares, o suficiente para brilhar.
Oh! Ouça senhor, se você quer saber.
O que o mundo precisa agora é amor, doce amor
É a única coisa que não é apenas muito pouco. (tradução livre)
Pois bem, quando eu vejo o presidente do país, o principal responsável pela condução do seu povo, anunciar a realização de um churrasco, em meio a uma pandemia que já matou até este momento no Brasil 9.992 pessoas, eu fico perguntando pelas manhãs às borboletas e aos pardais que moram aqui em casa e que me acompanham na minha caminhada diária no meu quintal – onde anda o amor.
Por isso, Murtinho, aplaudo este movimento de solidariedade da União Rio em benefício da turma do futebol. E, como mandou meu coração, já passei lá na Vaka.
Fraternais saudações rubro-negras.
Há 2 meses comecei a dar consultas pela internet, às vezes individual, às vezes coletiva, dependendo se a questão em foco abrange um nº maior de interessados. Vários emails pipocaram no meu inbox, até de alunos e clientes que não via desde o último título do vasco. A pandemia ainda não tinha mostrado os dentes e neguinho já tava berrando – medo, insegurança, depressão, paranoia, falta de grana, e por aí vai. Abri o “consultório” com atendimento gratuito, dizendo que preferia o coletivo porque os “problemas” eram comuns, mas deixei em aberto o individual. Na semana passada fez um frio do cacete aqui – “e vai piorar”, me disseram. Sem roupas de inverno, deixadas todas em Portugal quando estive lá ano passado, resolvi apelar pra mendicância sofisticada – doação. “Aí galera, minha situação financeira não é melhor do que ninguém. Vivo de salário mínimo e a metade vai no aluguel. Preciso de um casaco pra enfrentar o frio e custa 170 reais. Quem puder, contribua.” Em 5 dias fechou a conta e eu avisei “pode parar”. Teve um que fez questão de depositar 1 real e esclarecer que, lógico, era simbólico e o gesto importava, sim. Perguntei, então, numa consulta coletiva, se alguém teria condições de contribuir para aquela pessoa que, se só podia depositar 1 real, deveria estar numa situação próxima ao desespero. De novo o grupo se mexeu e em poucos dias mais de 100 reais estavam na conta dela.
Observem a mixaria a que estou me referindo.
Este preâmbulo é porque quando fui fazer o cadastro no site http://vaka.me/1009270 não havia opção pra telefone fora do Brasil (porque querem o nº do meu telefone pra que eu possa fazer uma doação?). Investi 10 reais pra comprar um chip da TIM, voltei ao cadastro, não tinha opção de pagamento com cartão de débito, que é o mais comum, optei pelo boleto e quando cliquei pra dar sequência, fui recusado por terem estabelecido que a contribuição mínima é de 25 reais. Como assim? Contribuição mínima!? Eu estou doando, dando, contribuindo, com a melhor das intenções, por pura compaixão, entendendo o momento que todos estamos passando e gritando a plenos pulmões que a única saída é a solidariedade, sendo, portanto, coerente, atendendo ao apelo de uma pessoa em quem confio e a minha contribuição não é aceita porque não atingiu o mínimo estipulado??? E 20 reais fazem falta pra mim, SIM (e só quem vive de salário mínimo sabe onde lhe aperta o calo) – com 20 reais eu compro uma dúzia de ovos caipira, uma dúzia de bananas, 1/2 kg de tapioca e 250 gramas de café, que são a base da minha alimentação.
Ou seja, o mendigo chique e arrogante que se dá o direito de fazer escolha prefere não receber nada, a receber o que é possível, dado de coração e com o limite imposto pela própria condição do doador. Patético! Humildade é pra todo mundo, mas não pra qualquer um.
Fala, Rasiko.
Concordo que uma contribuição de 20,00 (ou de qualquer que fosse o valor) deveria ser aceita, mesmo porque 20,00 para um pode representar esforço muito maior que 20.000,00 para outro. (No texto, creio que isso fica claro no caso do 1/3 da mesada do meu neto.)
Vou encaminhar seu comentário a quem de direito, ok?
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Olá boa noite Sr. Rasiko, sim também creio que a contribuiç ão de qualquer valor é super bem vinda ao nosso projeto para ajudar aos mais necessitados, vou verificar o que houve, pois ao criar a vkinha não estipulei nenhum valor mínimo para doação, vou entrar em contato com o site da vakinha e vou verificar o que houve e lhe dou um parecer assim que eles nos responderem ok. Agradeço a sua atenção, A paz
E já que o assunto é doação, se alguém quiser/puder doar pra que eu possa comprar uma dentura – por volta de 3000 reais -, agradeço.
dentadura – é que estou escrevendo com os dentes moles 🙂
Boa, Mestre Murtinho.
Ainda teimo em crer que o vírus trará mais humanidade.
Abraços.
Fala, Bruno.
Não sou tão otimista, mas torço furiosamente para estar equivocado.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.
Grande Jorge! É por aí. Tamu junto.
Valeu, Rasiko.
Abração.
Bora ajudar.
Não posso sair de casa, mas, quero ajudar de alguma forma.
Olá boa noite e a paz,
dona Suzana, a senhora poderia nos ajudar doando algo para a nossa vaquinha virtual, da qual fala a matéria em questão, eis ai o nosso link, caso não possa entenderemos também
http://vaka.me/1009270
Nosso contato:968170189
Maravilha, Suzana.
Beijo grande. Paz & Amor. Se cuida.
Bora. Brilhou!
Olá boa noite e a paz,
Seu Marcelo, o senhor poderia nos ajudar doando algo para a nossa vaquinha virtual, da qual fala a matéria em questão, eis ai o nosso link, caso não possa entenderemos também
http://vaka.me/1009270
Nosso contato:968170189
Valeu, meu camarada.
Abração. SRN. Paz & Amor. Se cuida.