Escrevi sobre o menino que é filho da arquibancada do Maracanã quando ele fez treze, depois quinze anos. Prometi que aos dezoito, Alvarenguinha merecia um texto para dizer pra ele, de uma vez por todas, que a glória dele é lutar. Tão maravilhoso saber que um menino rubro-negro de pai e mãe, e que pai e que mãe, pede o mundo de novo com voz grossa e corpão malhado. Acima de tudo  rubro-negro essa criança que foi ninada ao som do hino do Flamengo tem a responsabilidade de promover a cultura da arquibancada que corre nas veias dele, num tempo que torcedor é cliente, que estádio é arena, que  sinalizador virou  lanterna de celular. Que, enfim, Torcer é consumir. Mas como canta o Emicida, tudo, tudo, tudo que nós tem é nós. 

O pequeno Alvarenga, tem os olhos cheios de esperança. É assim na arquibancada. Caminha por ela como se estivesse no quintal da casa dele. E está. Quem não viu a mãe com aquele barrigão, gravidíssima, quase parindo, nos jogos? Uma cena de filme de Fellini. E La Nave Va, Cinema e Ópera. O Flamengo é vida. E vida em abundância. Alvarenguinha me traz meu passado e as lembranças, coisas que eu quis ser e não fui. Gosto de ouvir as histórias dele. O pai me conta. Como está amadurecendo, como faz suas escolhas, como vai escrevendo seu futuro. Mas, acima de tudo, como é apaixonado pelo Mais Querido do Brasil. Alva faz parte disso. É parte disso tudo. E como sou grata a ele por esse legado que vai deixando. E da forma que fomos formados. Acreditando que nós somos o Flamengo. E somos. De como sonhamos com esse clube. De como dedicamos nossas vidas,, nosso tempo, nosso amor por ele. E o que desejo a ele é que viva cada vez mais intensamente isso tudo, com um amor que mais ninguém possui. É assim que sentimos, que torcemos, como se tudo fosse só nosso, e é.

Alvarenguinha é moleque raiz. É resistência. É o abraço no desconhecido. É o irmão que fazemos na arquibancada. É o olhar pro lado e se reconhecer num estranho. É a família que fazemos no Maraca. É a viagem perrengue. O grito de gol. O título que sonhamos por uma vida toda. Alvarenguinha é a vitória épica. Alvarenguinha é choro de alegria. É filho criado para amar o Flamengo a vida toda. É o futuro que sonhamos de conquistas épicas. Alvarenguinha é o  avesso dos que  estão na Gávea pra se promover, no  Flamengo trampolim para interesses próprios. Alvarenguinha é a história da gente. De pai que leva pro estádio. De mãe  que leva pro estádio. De um tio que leva pro estádio. De um vizinho que leva pro estádio. De ir pro Maraca sozinho(a) pela primeira vez. Alvarenguinha é jogo pelo radinho, aos 18, em 2022.

Escolheu estudar pra recuperar. Reabilitar. Tratar. Ama lutar. Com paixão. Treina com disciplina. E vive o Flamengo com a intensidade de um time campeão. O que me faz pensar que com dezoito anos eu já tinha colocado os ingleses na roda. É uma provocação para o meu garoto. Torça. Combata o bom combate. Acredite que nada, nem ninguém é maior que o Flamengo. Que torcedor que torce de longe, merece RESPEITO e CONSIDERAÇÃO. Obrigada Alvarenga, Bia, Barcela, muito obrigada, Tem muito de vocês nele. E ele é o Flamengo.

Vai Alvarenguinha, vai ser Flamengo na vida. Porque o que é ela quer da gente é CORAGEM para amar ainda mais o Flamengo Tia Vivi te ama com denodo e fé. Vem comigo: Lutemos sempre com valor infindo. Ardentemente, com denodo e fé. Que o seu futuro ainda será mais lindo. Que o seu presente que tão lindo é. Te escrevo de novo AOS 30. Nada é impossível. Falando nisso escrevo sem saber o resultado do jogo de hoje. Obviamente Alvarenguinha merece vitória, e meus 13 leitores também.

Pra você,

Paz, Amor e Feliz 18 aninhos.

PS: Dedico esse texto ao Sr Daniel (In Memoriam). Tão querido, parceiro, fiel, tão encantadoramente rubro-negro. O céu rubro-negro tá raiz.