Libertadores, 6ª rodada da fase de grupos.
Uma das manias que temos, no futebol brasileiro, é a do apego ao passado. Ele é sempre trazido à discussão, sobretudo na mídia, quando se trata de promover um jogo. Não há um Brasil e Uruguai, mesmo que seja no torneio de dentes de leite, em que não se produzam dezenas de reportagens sobre Obdúlio Varela e Ghiggia, sem que se fale das duzentas mil pessoas caladas no Maracanã, sem que se coloque para passear, envolto em seu assustador lençol celeste, o fantasma de 1950.
Pouco importa que isso tenha acontecido há quase setenta anos e, sobretudo, que o futebol de clubes no Uruguai não apresente nada de significativo há mais de trinta. O Peñarol ainda chegou à final da Libertadores 2011, sendo batido pelo Santos de Neymar e – pasme – Pará. Porém, para se ter uma ideia, o destaque deles era Martinuccio, que passou por Fluminense, Cruzeiro, Coritiba, Chapecoense, Avaí, e hoje a disputa a terceira divisão espanhola. Lembra dele? Pois é, ninguém lembra. Todavia, basta qualquer clube brasileiro enfrentar Peñarol ou Nacional para ressurgir o papo de tradição, camisa pesada, não sei quantos títulos. Turbina a audiência, aumenta o número de visualizações e faz crescer o medo.
Apesar do Flamengo não ter ido bem na primeira partida com o Peñarol, a derrota aconteceu por uma dessas imprevisibilidades das quais apenas o futebol é capaz. No final da transmissão do segundo jogo, pelo SporTV, Petkovic e o narrador Milton Leite fizeram a pergunta que estava na cabeça de todos nós: como é que o Flamengo conseguiu perder para esse time no Maracanã?
Entretanto, há o fantasma e a camisa. Obdúlio e Ghiggia. O blá-blá-blá habitual. E há – esses sim, justificáveis – os frustrantes desempenhos recentes do Flamengo na Libertadores. Nesta década, o clube participou da competição quatro vezes. Em três delas parou na fase de grupos e no ano passado caiu nas oitavas. Um dos amigos que mais respeito em assuntos futebolísticos, rubro-negro doente, na quarta-feira defendia a tese de que devíamos assistir a LDU e San José, pois nossa classificação só poderia sair dali. Segundo ele, o Flamengo perderia para o Peñarol por três ou quatro a zero.
Embora tenha me embrenhado nessa tarefa de fazer posts para todas as partidas do Flamengo na Libertadores, no Brasileiro e na Copa do Brasil, reconheço – e torço para torrar a língua – que não sou otimista quanto à Libertadores. Não se trata de falta de qualidade, independentemente de alguns pontos críticos na escalação costumeira, ou da ausência de variação tática, que é evidente. Trata-se da característica do elenco, que dá uma liga pouco adequada às peculiariedades de uma competição um tanto bizarra e faz com que nossas chances sejam maiores no Brasileiro. Existe, ainda, o fator Conmebol, que pune um treinador por dois minutos de atraso no retorno para o segundo tempo (Abel contra o Peñarol, na terceira rodada) e acha que tudo vai bem quando gandulas se recusam a devolver a bola (LDU e Flamengo, lá em Quito).
Com o setor ofensivo montado do jeito que a maioria da torcida quer – Arrascaeta armando pelo meio, Everton Ribeiro na direita, Gabriel centralizado e Bruno Henrique na esquerda –, a brincadeira de perder gols começou cedo, com Gabriel a 1 minuto do primeiro tempo, e terminou tarde, com Vitinho nos acréscimos do segundo. Entre um e outro, houve pelo menos quatro ótimas chances. Não chegou a ser um problema devido à pobreza técnica e tática do adversário – que só fez levantar bolas na área, para mais uma boa atuação de Rodrigo Caio –, mas poderia ter nos complicado.
A expulsão de Pará me lembrou outra. Em 2 de agosto de 2017, o Flamengo fazia uma grande apresentação contra o Santos, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. No primeiro tempo, o lateral rubro-negro Rodinei e o volante santista Yuri levaram cartão amarelo. O técnico do Flamengo era Zé Ricardo, o do Santos era Levir Culpi. No intervalo, Levir não titubeou: como é que um volante voltaria para o segundo tempo pendurado, sendo o responsável pela marcação direta ao hábil Everton Ribeiro e ao manhoso Diego? Trocou-o por Zeca. Mesmo percebendo que Rodinei não dava conta de Bruno Henrique, Zé Ricardo o deixou em campo. Rodinei levou mais um amarelo e a coisa mudou de ponta-cabeça. O Flamengo, que até então vencia por dois a um e jogava muito bem, foi encurralado e tomou a virada no fim. Atribuí a derrota à inexperiência de Zé Ricardo.
Contra o Peñarol, constatei que, como dizia o extraordinário memorialista Pedro Nava, muitas vezes a experiência funciona como o farol de um automóvel voltado para dentro. Com 66 anos de idade e mais de 33 na função de treinador, Abel manteve Pará em campo, sabendo que o Peñarol só ameaça nos avanços de Hernández e nas investidas individuais de Brian Rodríguez. Ou seja, por ali. Outra coisa: se fosse um amarelo para o Everton Ribeiro, para o Arrascaeta, ok. Mas existe alguma diferença entre Pará e Rodinei? Pra que o risco? Embora o juiz Roberto Tobar tenha exagerado no segundo cartão, não se pode dar esse tipo de chance ao azar.
Sorte nossa que o Peñarol demonstrou uma incompetência pouco condizente com o nome que batiza seu estádio e deixou claro que, se em algum lugar do passado foi tigrão, no presente não passa de tchutchuca.
Lances principais.
1º tempo:
Com 1 minuto, ótima jogada desde o setor defensivo do Flamengo. Willian Arão cortou de cabeça um cruzamento de Cristian Rodríguez. A bola chegou a Gabriel, que recuou para Cuéllar, daí a Everton Ribeiro, para Gabriel, devolução a Everton Ribeiro, tudo isso em toques rápidos, evoluindo e envolvendo a marcação do Peñarol. Na chegada à área adversária, Everton Ribeiro rolou para Arrascaeta, que largou Gabriel à frente do goleiro Dawson. Ele concluiu com o bico da chuteira, buscando o canto direito. A bola saiu rente à trave.
Aos 7, Brian Rodríguez recebeu de Hernández na esquerda, driblou Willian Arão com um corte para dentro e mandou um tijolo. Passou perto da trave direita de César, com bastante perigo.
Aos 16, Everton Ribeiro arrancou pelo meio, tabelou com Gabriel, foi ao fundo e cruzou rasteiro. A bola passou pelo goleiro Dawson e Bruno Henrique chegou atrasado.
Aos 22, Cuéllar se antecipou a Pereira no meio-campo, tomou-lhe a bola e rolou para Arrascaeta, que lançou Gabriel entrando pela meia-esquerda. Da entrada da área, ele bateu forte, de pé esquerdo, por cima do gol.
Aos 39, Bruno Henrique chegou à linha de fundo e cruzou. Formiliano cortou e Willian Arão ficou com a sobra, tocando de primeira para Arrascaeta, que lançou Everton Ribeiro e daí novamente a Willian Arão. Ele bateu forte, cruzado e rasteiro, a bola roçou na chuteira de Gabriel – que estava em posição de impedimento – e saiu junto à trave direita de Dawson.
Aos 46, Pará desarmou Brian Rodríguez, empurrou para Everton Ribeiro e daí a Gabriel, que recolheu junto à linha lateral, um pouco além da linha do meio-campo, arrancou cercado por três adversários, protegeu bem a bola e invadiu a área, só que a conclusão, mais uma vez de biquinho, foi em cima de Dawson. O goleiro uruguaio defendeu sem dificuldade.
Aos 47, boa manobra entre Cuéllar, Everton Ribeiro e Arrascaeta, que enfiou bela bola para Willian Arão. O cruzamento de Arão saiu uma paulada, a bola passou por Dawson mas Bruno Henrique não conseguiu alcançar.
2º tempo:
Aos 7 minutos, outra ótima arrancada do Flamengo, com Everton Ribeiro e Bruno Henrique partindo de antes do meio-campo. Eles trocaram passes em velocidade, Bruno Henrique cruzou e Everton Ribeiro ajeitou para o complemento de Arrascaeta, de pé esquerdo e já dentro da área. Dawson defendeu firme, no meio do gol.
Aos 9, linda jogada coletiva, da qual só não participaram o goleiro César e o zagueiro Léo Duarte. Pará, Willian Arão, Cuéllar, Rodrigo Caio, Renê, Arrascaeta, outra vez Willian Arão, Bruno Henrique e Everton Ribeiro, que meteu um bolão para Gabriel. Ele ajeitou com a esquerda e bateu com a direita, forte e rasteiro, Dawson tirou com o pé.
Aos 15, a única jogada bem trabalhada pelo Peñarol em toda a partida. González, Pereira, Cristian Rodríguez, Brian Rodríguez, Viatri, até chegar ao lateral Hernández, na esquerda. Ele cruzou, Fernández falhou na conclusão, a bola carambolou em Renê e, quando ia em direção ao gol, Léo Duarte tirou de puxeta para o meio da área. Rodrigo Caio afastou o perigo.
Aos 18, a inocente expulsão de Pará mudou o jogo. O Peñarol partiu para o abafa, o Flamengo passou a dar chutões a esmo e só conseguiu ameaçar uma vez, nos acréscimos.
Aos 21, na cobrança da falta em que Pará foi expulso, Hernández levantou na área e Cristian Rodríguez cabeceou com perigo, por cima do gol de César.
Aos 24, Pereira cruzou, Viatri ganhou no alto de Léo Duarte, Rodrigo Caio e Renê não conseguiram cortar, González completou com um chute forte. A bola resvalou em Renê e saiu muito perto da trave direita de César.
Aos 47, com o Penãrol desordenado e todo à frente, Cuéllar interceptou uma jogada pelo meio e fez ótimo lançamento para Vitinho, que partiu do campo rubro-negro e entrou completamente livre, em lance semelhante ao do segundo gol do Flamengo contra o Vasco, na decisão do Campeonato Estadual. Dessa vez, Vitinho concluiu mal, de pé esquerdo, em cima do goleiro Dawson.
Ficha do jogo.
Peñarol 0 x 0 Flamengo.
Estádio Campeón del Siglo (Montevidéu), 8 de maio.
Peñarol: Dawson; González, Formiliano (Trindade), Lema e Hernández; Gargano (Canobbio), Pereira e Cristian Rodríguez; Núñez (Fernández), Viatri e Brian Rodríguez. Técnico: Diego López.
Flamengo: César; Pará, Léo Duarte, Rodrigo Caio e Renê; Cuéllar, Willian Arão e Arrascaeta (Vitinho); Everton Ribeiro, Gabriel (Diego) e Bruno Henrique (Rodinei). Técnico: Abel Braga.
Cartões amarelos: González; Pará. Cartões vermelhos: Pará aos 18’ e González aos 50’ do 2º tempo.
Trio de arbitragem chileno. Juiz: Roberto Tobar. Bandeirinhas: José Retamal e Cláudio Ríos. (Aos 30’ do 1º tempo, José Retamal sentiu dores na perna direita e teve de ser substituído pelo 4º árbitro, Cesar Deischler. Apesar de aparentar total falta de intimidade com a função, saiu-se bem.)
Renda e público não divulgados.
Acabei de assistir Flamengo e Chapecoense, um espetáculo dantesco que os promotores chamaram de futebol para enganar os incautos. Conclusão: como tem incauto nesse país.
Vejo elogios rasgados ao Rodrigo Caio aos quatro cantos.
Parece que foi outro que falhou decisivamente no jogo contra o Penarol no Maracanã e que também foi outro que deu a bola nos pés dos atacantes deles 2 vezes em saídas de bola no último jogo. Não fossem ruins, seria 2 x 0 ainda no primeiro tempo.
Teria sido outro?
Fala, Trooper.
Engraçado, rapaz, eu não tenho essa percepção não. Creio que a rapaziada tem elogiado o Rodrigo Caio quando ele vai bem, e criticado quando vai mal. Exatamente como deve ser.
Dos cinco zagueiros do nosso elenco, ele é o único que sabe sair jogando. Se não tentar, vai ser bico pra frente o jogo inteiro. Concordo que tem de ser mais cuidadoso e parar de dar sustos, ao mesmo tempo em que precisamos de uma organização defensiva que permita cobertura a eventuais erros – dele e de qualquer outro. Só que aí é querer demais, né não?
Abração. SRN. Paz & Amor.
O Léo Duarte sai jogando muito bem, como comprovou durante a última temporada, no ajustado time do Barbieri, que saía jogando sempre com troca de passes e bola no chão.
Na várzea que o time virou com Abel, aí fica difícil os zagueiros conseguirem não levar gol até de times pequenos, quanto mais sair jogando com qualidade.
Futebol é danado e cada um vê de um jeito.
Acho Léo Duarte bom zagueiro, gosto muito do jeito sério, sem brincadeirinhas, mas não sinto a mesma firmeza nas saídas de bola. Ele tem uma característica estranha: no combate, na marcação e nas coberturas, é bastante rápido e decidido; mas quando tem a bola nos pés para iniciar uma jogada, demora a definir, às vezes deixa o adversário se aproximar demais e dá alguns sustos. Me parece meio indeciso.
Entretanto, como tem o que é mais importante num zagueiro, o resto ele pode consertar com observações, bons conselhos e treinamentos adequados (será que Juan vai ajudar nisso?) e crescer ainda mais.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Para colocar lenha na fogueira – e o Thuler, como fica na parada (INT.)
Não assisti o primeiro tempo, somente, encerrada a partida, os melhores momentos, com cinco ou seis gols perdidos, quase todos pelo Gabriel (rebaixado de Gabigol), em excelentes enfiadas feitas pelo Arrascaeta e pelo Everton Ribeiro, uma vez mais os melhores em campo.
A etapa final, que acompanhei pela TV, foi extremamente fraca, a destacar dois lances incríveis – a) a expulsão deste ^fenômeno^que se chama Pará e b) o incrível gol perdido por outro ^fenomeno^, o Vitinho (o mais feito de todos).
Em um grupo fraquíssimo, a clasificação, mesmo que em primeiro, apenas pelo saldo de gols, não traz muita esperança para o restante da competição.
Já na segunda, a próxima emoção, qual seja o sorteio. Se não der Emelec ou Godoy Cruz, mais sofrimento a vista.
Vou aproveitar essa apreciação superficial para entrar em outro assunto, este sim da maior relevância atual no mundo do futebol.
O VAR.
Aproveito dois jogos que assisti parcialmente e dois gols anulados – TÃO SOMENTE PELA AÇÂO DO VÍDEO ASSISTENTE.
O primeiro, que poderia ter decidido o Campeonato da Alemanha.
O Bayern, que precisava da vitória para o enésimo título, empatou em zero com o terceiro colocado, o oriental Leipzig, terceiro colocado, já em definitivo.
Aos 4 minutos do segundo tempo, teve um gol anulado.
Goretza chutou da entrada da área, a bola bateu em Lewandowski e dirigia-se para a linha de fundo, mas Coman evitou, centrando para a área, onde foi pessimamente rebatida de cabeça por um zagueiro adversário, apresentando-se novamente para o Goretza, que deu uma chicotada, marcando um belo gol.
Comemoração total no estádio, eis que o árbitro confirmou o gol.
Vem o VAR e acusa, corretamente – Lewandowsky estava um pentelho à frente do zagueiro adversário (outro). Gol anulado.
O segundo, no Maracanã, onde o Botafogo venceu o Fluminense por 1 x 0.
Próximo ao final do jogo, centro da esquerda para a área, Pedro toca de cabeça e a bola bate no travessão, voltando para Matheus
Ferraz que, em nova cabeçada anota o gol.
Novamente delírio entre os jogadores tricolores e o locutor idem, novamente o árbitro nada marca, mas, o VAR, sempre ele, entra em ação e acusa o impedimento do Pedro, este sem dúvida à frente do zagueiro da estrela solitária.
Minha conclusão de tudo o que foi relatado.
Pode ser chato, pode tirar um tanto ou quanto o tesão das partidas, a emoção dos gols, mas o tal do VAR revela algo que não pode deixar de ser registrado.
Quanto gols IRREGULARES passaram em branco, como passariam esses dois, ambos decisivos, um até mesmo de um campeonato nacional (que, no próximo fim de semana, o Bayern vai ganhar de qualquer maneira).
O que é mais justo – a EMOÇÃO ou a CORREÇÃO.
Sinceramente, fico com a SEGUNDA HIPÓTESE.
O tema é passível de discussões, sobretudo em razão de que os árbitros auxiliares, NÃO A MÁQUINA< são passíveis de equívocos, tal como o da própria partida.
Amanhã tem mais.
Estou com pena do Murtinho, que deve estar doido para que comece a Copa América.
Vitoriosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu amigo Carlos Moraes.
Essa é boa. Mas, não, eu não estou doido para que comece a Copa América. Gosto muito de futebol e a Copa América significa ficar mais de trinta dias sem ele. (A que ponto chegou nosso interesse pela seleção brasileira, por conta das trapalhadas, das lambanças, das roubalheiras, etc., etc., etc.) Além disso, a Copa América representa um risco para alguns jogadores nossos – Trauco, Piris da Motta e, principalmente, Cuéllar e Arrascaeta. Tomara que nenhum deles seja convocado.
Você me deu uma boa ideia: aproveitar o período da Copa América pra gente debater o VAR à vontade.
Abração. SRN. Paz & Amor.
A idéia da Copa América seria, em primeiro lugar, dar um descanso ao Mestre.
Por outro lado, como ninguém dá bola mesmo para as Seleções da América do Sul (e da Ásia, sabe-se lá a razão), parece-me o momento apropriado para o tema VAR via à tona.
Aliás, como teremos árbitros de toda a parte sul do continente, dará para checar se não são tão (ão ão ão) lentos na análise das jogadas, que se me parece o principal problema da inovação.
Por sinal, ontem, um terceiro ^gol^ do VAR, a saber, a anulação do gol sem aspas do Vasco.
… e que partida do time do Sampaoli.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Cara, foi o que comentei:. so cartão fosse pro Everton Ribeiro ou pro Arrascaetta. O treineiro é pior do que imaginava…
Pois é, Eduardo.
Nossos treinadores costumam ser lentos para esse tipo de decisão, se bem que nesse caso houve todo o intervalo. Não há desculpa.
Quem fazia isso bem, justiça seja feita, era Vanderlei Luxemburgo. Com ele, volante que tomava cartão no primeiro tempo não voltava pro segundo.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, inicialmente, o registro necessário: sou fã de todos os textos do blog, cada um pelo seu motivo. No seu caso, pelo estilo ponderado, filsófico e saboroso de roda de amigos em mesa de bar. Seu texto sobre o campeonato de 87 está guardado e, de quando em vez, pego para relê-lo e enviar a alguns “antis” sempre que o tema vem à tona (o comentário inicial sobre Cafu x Leandro é lapidar…). Feita a necessária observação, no que diz respeito ao seu comentário sobre a parada da Copa América, apesar de achar que certas paradas para reflexão podem ser proveitosas, sempre fico receoso, pois me lembro que ano passado, paramos para a Copa, com 10 rodadas consecutivas na lideranaça, e, na volta, perdemos por completo o compasso. Forte abraço e parabéns pela iniciativa dos comentários. Subscrevo totalmente sua opinião quanto à forma de exibição de gols na TV, atualmente, em que a cena é apenas o atacante empurrando a bola para dentro e, quando há jogada elaborada, mostram em “câmera rápida”, quase como as comédias do cinema mudo
Obrigado, Alvaro.
Nunca conversei com o Arthur sobre isso, mas creio que a ideia dele, quando montou o blog (já se passaram mais de quatro anos, e continuamos resistindo), era exatamente essa: reunir gente de estilos diferentes. Todos falando de Flamengo e de futebol, cada um no seu jeito. Mesmo porque, vamos combinar: não há como escrever igual ao Arthur, né? Na parte que me cabe, o objetivo é esse aí: deixar um clima de mesa de bar, tentando dar a cada jogo um enfoque diferente, relembrando fatos que merecem ser relembrados e, sempre que possível, conversando com vocês aqui na caixa de comentários.
Sim, é verdade: a Copa do Mundo desmontou a boa sequência em que vínhamos, só que ali houve um fator de enorme importância para a queda de produção do time: a saída de Vinicius Júnior, que estava comendo a bola. Não nos preparamos adequadamente para substituí-lo – se é que havia como fazer isso -, e aquilo quebrou nossas pernas. Esse ano, ao contrário, existe a perspectiva de algumas chegadas que podem ajustar certos setores do time, vamos ver.
Quanto à exibição dos gols – notadamente nos Gols do Fantástico -, é o fim do mundo. Total falta de respeito com um dos dogmas do futebol, que é o trabalho em conjunto.
Rapaz, vou ter que reler o post sobre 87, pois nem eu lembro da comparação entre Cafu e Leandro. Como ousei fazer isso? Fiquei curioso, vou lá.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Jorge, também quero ler o artigo sobre 87. Por favor, coloque à disposição. abraço.
srn
Então, Rasiko.
Tá disponível no blog, sem problema.
Postei em 13 de março de 2015, repostei em 19 de abril de 2017.
O link é esse:
http://republicapazeamor.com.br/site/postagem-repetida-por-um-motivo-justo/
Abração. SRN. Paz & Amor.
Contrataram o Abel na crença que ele possa repetir o Felipão do ano passado.
Não entendem bulhufas de futebol, não imaginam o tipo de jogo adequado aos jogadores do elenco. Preferiram o tal treinador bom de vestiário, que já teve sua época de glória, faz tempo.
É não fogem muito à regra. A maioria dos times brasileiros adota essa estratégia.
Como o jogo vai ser praticado não parece fazer muita diferença.
Quando sai uma jogada mais elaborada é culpa da imaginação dos jogadores mais criativos, um Everton Ribeiro ou um Arrascaeta.
Vamos até o final do ano na corda bamba, já nos acostumamos com isso…
Fala, Ricardo.
Ótimo comentário.
Essa história de treinador bom de vestiário – cujo melhor exemplo talvez seja Joel Santana – é mesmo uma praga. E no caso do Abel, creio que ajudou bastante o mito de que no Flamengo não havia cobrança. (Não sei se havia ou não, mas é muita ingenuidade achar que tudo o que acontece nos bastidores, entre dirigentes, técnicos e jogadores, é o que sai ou deixa de sair na mídia. Como dizia Muricy aos jornalistas que o irritavam: “vocês não sabem de dez por cento do que se passa lá dentro”.)
Não reclamo, absolutamente, de termos um Everton Ribeiro e um Arrascaeta, e do fato de ser da imaginação e do improviso deles que saem as melhores coisas. (Falar nisso: viu o quarto gol do Liverpool contra o Barcelona? O cara pensou rápido pra cacete, foi esperto pra cacete na hora daquele escanteio, e talvez tenha feito a jogada mais surpreendente e importante do ano, no futebol mundial.) Mas não há dúvida de que os nossos treinadores não conseguem montar seus times em função dos jogadores de que dispõem e acabam presos ao esquema que julgam o melhor – e único.
Abração. SRN. Paz & Amor.
murtinho , parabéns atrasado pelo seu aniversário.
eu queria deixar registrado aqui no seu cantinho…
olha sendo otimista,depois desse jogo acho que o time pode conseguir equilibrar mais o fisico e mental.
temos elenco pra ser campeão ,independente de vir laterais e zagueiros.
só falta um verdadeiro lider fora do campo e ão meu ver não é o abelão.
tem a parada da copa américa que pode ser uma chance que o destino está dando pro flamengo.
SRN !
Obrigado, Chacal. Valeu pela lembrança. O problema é que, nessa altura da vida não é mais aniversário, já é contagem regressiva. Mas vamo que vamo.
Sim, a parada para a Copa América, por mais desimportante que ela seja, pode ajudar o Flamengo a fazer os ajustes necessários. Torcer para que saibam aproveitá-la.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Caro Murtinho,
Eu lembro do Martinuccio! O Palmeiras tomou um chapéu do Fluminense que foi e contratou o craque uruguaio com pré-contrato assinado com a Palmeiras e tudo… Que fase que era… Eu fiquei chateada… Também, as opções eram Luan e Tinga, falou que vinha o Martinuccio a gente já ficava emocionado. Acho que não faz muito tempo o Palmeiras recebeu na Justiça uns caraminguás de indenização, que eu acho que tinha que doar para o Fluminense em reconhecimento da graça alcançada!
Se me permite uma correção, você esqueceu de comentar outra coisa desse jogo do Flamengo: o Abel falando que tinha pedido umas dicas pro Arrascaeta que “conhecia muito bem os uruguaios”! Hahahaha! O cara me manda uma dessa depois do Dante, aquele que conhecia muito bem os alemães! O Abel não conhecia o Peñarol, não? O time dele jogou com o Peñarol mês passado, ele não viu esse jogo?
E o pior (pra vocês) é que eu acho que esse técnico vai cair lá pra setembro, outubro, ou seja, quando o time estiver até que jogando bem. Pra trazer, sei lá, Jair Ventura. O Flamengo parece um filme que a gente tá vendo já faz uns dez anos. Eu falo sem medo de queimar a língua que não vai a lugar algum. Boa sorte em 2020…
Grande abraço!
SAI PRA LÁ SEM MUNDIAL !
Pô, Chacal, a Bia é uma das pessoas mais queridas aqui desse espaço. Ela acompanha o que escrevo, sempre fazendo bons comentários, desde os tempos do blog de futebol da revista Piauí.
Não a conheço pessoalmente, mas é muito gente fina e manja de futebol pra caramba. Além disso, contar com a presença de torcedores de outros clubes, desse nível, é muito legal pro RP&A. Sinal de prestígio.
Claro que o espaço também está aberto a brincadeiras e zoações, mas não afastemos a Bia daqui. Pelo contrário: quanto mais Bia, melhor.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Eu, hein… A gente ainda é confundido com quem comemora título por fax, torce pra patrocínio e vibra com um jumento levantando a taça… Eu não sou desse tipo, não! E tem muito palmeirense que não é…
Claro, Bia.
Tem torcedor de todo tipo, em todos os clubes, e a gente não pode misturar os alhos com os bugalhos.
Eu conheço o Chacal, ele fez apenas uma brincadeira e tenho certeza de que também gosta de ver você aqui.
Beijo. Paz & Amor.
Oi, Bia.
Prazer ver você aqui, estava sentindo sua falta. Apesar da mudança no estilo dos posts, espero que você continue aparecendo.
Tremenda coincidência: eu ainda não tinha lido o seu comentário, fui responder o comentário do João Neto e citei Jair Ventura. Agora li o seu, e olha ele aí de novo.
Eu não vi essa declaração do Abel e preciso confessar uma falha imperdoável: não tenho muita paciência com essas mesas redondas que transmitem trechos das entrevistas coletivas. As perguntas são ruins, as respostas mantêm o padrão, é tudo muito chato. Não vou dizer que não vejo nunca, mas vejo bem menos do que deveria. Vou tentar fazer o sacrifício.
De todo modo: Arrascaeta chegou ao Cruzeiro em janeiro de 2015. Será mesmo que ele conhece o atual time do Peñarol? Tudo bem: o cara é uruguaio, parece que torce para o time, hoje em dia é muito mais fácil acompanhar tudo, mas Abel forçou uma barra aí, né? Quanto ao resto, você está cheia de razão. Se o Arrascaeta, que está aqui desde 2015, conhece o atual time do Peñarol melhor do que a comissão técnica do Flamengo, a coisa está pior do que pensávamos.
Seu último parágrafo reproduz o que tem acontecido na história recente do clube, mas eu acho possível o Flamengo brigar por alguma coisa sim. Ainda mais porque os outros principais candidatos também lutam em outras frentes. Quem segue na Libertadores dificilmente tem elenco e foco para disputar à vera as outras duas competições, e aí a coisa fica aberta. (Ano passado, o Corinthians absolutamente não tinha time para chegar à final da Copa do Brasil, e chegou. E a gente sabe que final é final, é onde tudo pode acontecer.)
No post, declarei que torço para queimar a língua. Agora, torço para que você também queime a sua.
Beijo grande. Paz & Amor.
Valeu pela moral, Murtinho! Já que você mudou o estilo dos posts e pelo jeito o Abel enerva quase 100% de quem comenta aqui, você podia fazer um bolão nos comentários de quando o Abel cai e que desgraça vão colocar no lugar (sim, porque eu também concordo que não tem opção no meio do campeonato). Eu aposto que ele cai em setembro, mas o Flamengo não vai ter ninguém em vista e vai empurrando um interino com a barriga até ser eliminado da Copa do Brasil e trazer o Jair. Acho que passa do Corinthians, não? Não é possível cair pra esse time horroroso do Corinthians…
Ah, Bia, aí você está enganada: o Flamengo é capaz de coisas que até Zico duvida.
Lembra no ano passado? O time eliminou o bom time do Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil, tendo feito um segundo tempo primoroso na partida de ida, lá em Porto Alegre, para depois ser eliminado na semifinal pelo Corinthians, jogando duas partidas bisonhas. E o Corinthians era bem parecido com o que está aí hoje.
Sei lá, vamos ver.
Beijo. Paz & Amor.
É Murtinho…difícil crer nesse time…#ForaAbel
Fala, Marcos.
Então: confesso que pra Libertadores o time não tem muito o jeitão. Mas no Campeonato Brasileiro tem todas as chances de brigar lá em cima, embora eu ache o elenco do Palmeiras melhor montado. Claro que não existe time perfeito, mas eles não têm pontos críticos como nós. Vamos ver se, na próxima janela, conseguimos fazer os remendos necessários e tempo para treinar.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, acredito que a derrota no Maracanã tenha sido pelo fato de o time ter uma enorme dificuldade em jogar contra times defensivos. O Penarol, sabedor de suas limitações, se manteve obediente taticamente até a expulsão infantil de Gabiquasegol. Ocasião em que o jogo tomou outro rumo e se definiu após as mudanças ofensivas perpetradas por Abel.
Como dizia Mário Sérgio:
“Deixaram o adversário gostar do jogo”.
Tanto gostou que ganhou.
Essa dificuldade já tinha sido sentida contra o Corinthians por ocasião da Copa do Brasil. Uma eliminação contra um adversário infinitamente inferior. Nesses jogos difíceis os detalhes são essenciais. Requerem paciência e determinação. Fatores deficientes no atual elenco.
Já no jogo de quarta, o adversário escancarou suas limitações, sendo facilmente dominado, em face de obrigatoriamente de ter de atacar. Mudou a tática e a forma de jogo. Virou presa fácil. Por questões de erros técnicos e individuais a Vitória não veio.
Ficaram a certezas de que Arrascaeta é titular absoluto; é urgente a contratação de um lateral direito e de um atacante de área ( Gabiquasegol e Uribe não são definidores. O primeiro chega a ser displicente); César tem de ser mantido na titularidade.
Quanto ao treinador…Já que não vai haver mudança…vida que segue.
Um abraço.
SRN
Fala, João.
Concordo. É nítido que o Flamengo tem essa dificuldade que você falou aí, só que isso é inadmissível. Claro que é sempre melhor jogar contra quem dá espaços, porém saber enfrentar times defensivos é indispensável aos clubes com maior disponibilidade de investimento. Toda vez que o Flamengo pegar o Avaí, o CSA, o Fortaleza etc. no Maracanã, vai ser assim. Ou aprendemos, ou jogamos a toalha. Fazendo uma analogia de mau gosto: imagine se o Barcelona se enrosca ao encarar o Girona ou o Huesca? Manchester City e Liverpool vão fazer quase cem pontos na atual temporada da liga inglesa porque, salvo nos casos das exceções de praxe (será que amanhã acontece uma delas, devido ao caráter decisivo e tenso?) passam por cima sem piedade. O Flamengo tem de aprender. Paciência para esperar a hora certa, profissionalismo para não fazer besteiras como a que você citou (Gabriel contra o Peñarol), entender que, se a vitória é sempre melhor que o empate, o empate é sempre melhor que a derrota (a não ser, de novo, nos casos excepcionais em que empatar significa perder), capricho nas finalizações. Não dá para, simplesmente, chutar a bola pro lado que o gol fica virado e torcer pra ela entrar. Não dá para perder um gol que o meu neto faria e voltar para o nosso campo todo pimpão.
Se foi essa a intenção do seu comentário sobre Abel, concordo de novo. Por mais críticas que a gente faça, a questão é: tira ele e bota quem? Lembra quando todo mundo dizia (um raciocínio que detesto): ah, se o Jair Ventura está fazendo tudo isso com esse elenco do Botafogo, imagine o que ele faria com o do Flamengo? Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Jair saiu do Botafogo porque quis, passou pelo Santos, pelo Corinthians, fez trabalhos fracos nos dois, sumiu. Diziam o mesmo a respeito de Abel no Fluminense. O erro foi na escolha, lá atrás. É verdade que agora vem aí a parada para essa bosta de Copa América e tempo para trabalhar. Não sei.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, você como estudioso do futebol já deve ter escutado, mas fica a dica. Ouça o Podcast Muito Mais Do Que Futebol, com Mauro Cézar Pereira, Lucio de Castro e Leandro Iamin. Dentre vários assuntos, Eles retratam a relação dos estudos com os técnicos de futebol. Uma visão interna e externa dessa profissão.
Um abraço.
SRN
Não escutei ainda não, João. Vou lá, com certeza. Valeu pela dica.
Abração. SRN. Paz & Amor.