Libertadores, quartas de final, jogo de ida.
No ano 2000, o Flamengo tinha, em ordem alfabética, Adriano, Alex, Athirson, Denílson, Edílson, Gamarra, Juan, Júlio César e Petkovic. Terminou a fase de classificação do Campeonato Brasileiro em décimo quinto lugar, ficando fora dos mata-matas. Foi eliminado nas quartas de final da Copa Mercosul (não havia oitavas), com duas derrotas para o River Plate. Caiu nas quartas de final da Copa do Brasil, perdendo duas vezes para o Santos. Venceu, como de praxe, o Campeonato Carioca em cima do Vasco.
Não bastam talentos para se formar um time forte, e aí está, pelo menos até agora, o grande mérito de Jorge Jesus. Para ser ainda maior, precisa conquistar uma das duas competições em disputa.
Embora elogiado, o Flamengo tem recebido críticas de torcedores e comentaristas pelo excesso de exposição defensiva. Nós, torcedores, e eles, comentaristas, estamos mal acostumados. A mediocridade e o defensivismo dos treinadores brasileiros nos habituaram a um futebol demasiadamente cauteloso e chato, que chega ao cúmulo de contrariar o princípio básico do jogo: jogar.
Vimos isso ontem. Quando um time que tem bons caras – e o Inter tem – se recusa a jogar, fica difícil fazer a coisa fluir. No primeiro tempo, a única investida colorada digna de registro ocorreu aos quarenta e um minutos. No segundo, a primeira finalização aconteceu aos quarenta e dois. Fosse jiu-jitsu, a falta de iniciativa seria punida.
O mais animador na importante vitória foi que o Flamengo se mostrou equilibrado, atento e em nenhum momento esquecido dessa excrescência regulamentar que faz com que um gol valha mais que outro – resumindo, é disso que trata o critério canalha do gol qualificado. Em contraponto ao arrojo e destemor que vinham caracterizando o time sob o comando de Jorge Jesus, a consciência e a organização certamente surpreenderam o Inter. Tudo leva a crer, pelo não-futebol apresentado, que a estratégia de Odair Hellmann era nos fazer perder a paciência, para armar a tocaia a partir da metade do segundo tempo, como fizera com o Cruzeiro no Mineirão, há quinze dias, pela Copa do Brasil. Não funcionou. Ainda estava zero a zero, eram quase três da manhã lá na cidade do Porto – o fuso é de quatro horas – e meu genro me mandou a seguinte mensagem: “Tenho que confessar que nunca vi um time do Flamengo jogando taticamente tão bem. O gol tem que vir.” E veio. Vieram.
Não sei o que Jorge Jesus tinha na cabeça ao começar com Gerson no banco, decerto alguma ideia havia. Fazê-lo entrar com o Inter menos concentrado e mais desgastado? Perceber qual seria o ponto fraco do adversário na partida, para que ele explorasse o setor fragilizado? Como, dos nossos quatro caras da frente, ao menos três passaram por problemas físicos recentes, observar qual deles sentiria mais o jogo e renderia menos? Ou, simplesmente, o Flamengo passou a ter o que se convencionou chamar de “um bom problema para o técnico”? Só podem entrar onze.
O comportamento geral, novamente, foi bastante bom. Destaques para a partida irrepreensível de Rodrigo Caio, a disposição de Rafinha e Willian Arão, a primeira grande atuação de Filipe Luís com a camisa rubro-negra, a lucidez de Everton Ribeiro no lance do primeiro gol e o tanto que jogaram Bruno Henrique e Gerson.
Não vou, aqui, cortar o barato do otimismo de ninguém. Porém, acredito que, para impedir temerárias acomodações, vale lembrar que já vimos, duas vezes, esse filme terminar com final trágico. Nas quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1984, nosso timaço – Adílio, Bebeto, Júnior, Leandro, Mozer – ganhou do Corinthians no Maracanã por dois a zero e tomou uma chapuletada de quatro a um no Morumbi. Na semifinal da Copa do Brasil de 2014, nossa mulambada – Cáceres, João Paulo, Márcio Araújo, Nixon, Wallace – ganhou do Atlético Mineiro no Maracanã por dois a zero e levou uma bordoada de quatro a um no Mineirão.
Às sandálias, pois. Mesmo porque, não convém nos iludir: no Beira-Rio, o Inter é incomparavelmente melhor do que o que esteve em campo no Maracanã durante oitenta e cinco minutos. E tentará fazer, desde o início, o que ontem só fez no final.
A boa notícia é que, ao contrário do que pregavam os fervorosos integrantes da APETEBRA (Associação dos Protetores do Emprego dos Técnicos Brasileiros), Jorge Jesus pode ser excêntrico e histriônico, mas de louco não tem nada.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 8 minutos, Cuéllar tomou a bola de Bruno e ligou com Arrascaeta, que serviu Gabriel e daí a Everton Ribeiro. Ele avançou pelo meio e, pouco antes de chegar à meia-lua, bateu rasteiro no canto direito. O chute não saiu forte, mas Marcelo Lomba precisou se esticar todo para espalmar.
Aos 18, Willian Arão roubou a bola de Edenílson, trocou passes curtos com Arrascaeta e empurrou a Bruno Henrique. Ele carregou pelo meio e chutou de longe, forte, no canto direito. Boa defesa de Lomba para escanteio.
Aos 41, jogada confusa na área do Flamengo. Patrick recebeu de Uendel, livrou-se de Rodrigo Caio e cruzou. D’Alessandro dominou mas, cercado por Pablo Marí e sem ter como concluir, rolou para Guerrero, que bateu de canhota. Explodiu em Rafinha e voltou para Rodrigo Lindoso, que empurrou a Patrick. Ele tentou uma meia-lua em Cuéllar, Rafinha vacilou na proteção, Patrick recuperou e rolou para Uendel, daí para o chute forte de Guerrero. Amortecida pelo toque em Willian Arão, finalmente a bola foi às mãos de Diego Alves.
Aos 45, a melhor chance de gol no primeiro tempo. Pablo Marí recebeu de Cuéllar e abriu a Filipe Luís, que deu um bolão a Everton Ribeiro no meio. Ele ajeitou para Gabriel dentro da área, em ótima condição para concluir. Rodrigo Moledo conseguiu chegar para travar o chute, e mesmo assim Lomba precisou fazer ótima defesa para escanteio.
2º tempo:
Aos 29 minutos, Filipe Luís começou a jogada: desarmou Edenílson na intermediária rubro-negra, tabelou com Gabriel e serviu Everton Ribeiro. Com excelente visão de jogo e enorme categoria, Everton Ribeiro deu um bolão para Bruno Henrique entrando pelo meio. Victor Cuesta conseguiu tirar, mas a sobra ficou com Gerson. Sem um pingo de afobação ou egoísmo, pressionado por Uendel e pela saída de Lomba, Gerson com um totozinho deixou Bruno Henrique sem goleiro. Um a zero.
Aos 33, todo o sistema defensivo do Flamengo participou de uma paciente troca de passes, até que Filipe Luís recebeu e adiantou para Gabriel no meio. Gabriel enfiou bela bola para Bruno Henrique, que na movimentação tirou Victor Cuesta do lance e tocou cruzado, rasteiro, no canto direito. Lomba sequer se mexeu. Dois a zero.
Aos 39, Gerson carregou da direita para o meio e lançou Bruno Henrique em velocidade, nas costas de Bruno. Ele matou no peito, ganhou a disputa com Marcelo Lomba e rolou na pequena área, para Gabriel fazer o terceiro e definir a classificação. Gabriel furou.
Aos 42, Wellington Silva recebeu de Nico López e, da risca da área, tentou colocar no canto esquerdo de Diego Alves. Bola fora e sem perigo.
Aos 45, Rodrigo Moledo deu um chutão para a frente. Pablo Marí matou mal e falhou feio, Guilherme Parede tomou e a sobra ficou com Nico López, que invadiu a área, limpou Rodrigo Caio e chutou rasteiro no canto esquerdo, enquanto Diego Alves caía para o lado direito. A bola passou rente à trave.
Ficha do jogo.
Flamengo 2 x 0 Internacional.
Maracanã, 21 de agosto.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Cuéllar, Willian Arão, Everton Ribeiro (Berrío) e Arrascaeta (Gerson); Gabriel e Bruno Henrique (Piris da Motta). Técnico: Jorge Jesus.
Internacional: Marcelo Lomba; Bruno, Rodrigo Moledo, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Lindoso; D’Alessandro (Nico López), Edenílson (Guilherme Parede), Patrick e Rafael Sobis (Wellington Silva); Guerrero. Técnico: Odair Hellmann.
Gols: Bruno Henrique aos 29’ e aos 33’ do 2º tempo.
Cartões amarelos: Rafinha e Willian Arão; Patrick e Guerrero.
Trio de arbitragem chileno. Juiz: Roberto Tobar. Bandeirinhas: Christian Schiemann e Claudio Ríos.
Renda: R$ 4.758.998,75. Público: 66.366.
Murtinho, eu vivo às turras ( é com crase?)com meu inconsciente, naquele compartimento de coisas velhas, especialmente as desagradáveis, está guardado o tal jogo que você citou e continua sendo citado por essas bandas: Copa do Brasil 2014, tínhamos a mesma vantagem, ampliamos com 1 a 0 e…perdemos por 4 a 1, e ainda pra aumentar meu sofrimento me lembr de u fato: um meia nosso, acho que o nome dele tem algo a ver com planta, acho que era Cantero ou Canteros perdeu um gol no finalzinho, não tão perdido como aquele do Paquetá contra o Palmeiras, pois 4 a 2, como reza o tal regulamento que você, com razão, tem raiva, nos daria a classificação ou o título, não me lembro mais. O técnico eu lembro: Vanderley Luxemburgo, esse livro de autoajuda que ainda está pairando por aí, acho que foi ali que ele concebeu a frase que ele diz a três por dois, “o medo de perder faz não ganhar”, ou será o inverso? Ainda me lembro de um remanescente o Luan, o garoto maluquinho, que ainda joga até hoje, e na ocasião tirou sarro do Flamengo o tempo todo, tenho ojeriza a esse cara, coitado, ele não teve culpa de nossa incompetência. Como você vê, meu masoquismo é incurável, sou o inverso do Álvaro Moreyra, de As amargas não, aliás, pai de um famoso botafoguense, o brozeadíssimo Sandro Moreyra, estou sem saco para contar uma das deliciosas histórias dele. Por isso faço coro com você, calçar as gastas sandálias, mesmo que a empáfia nos faça sentir vontade de usar sapatos de cromo alemão (epa! essa foi do tempo do tiranossauro).
Grande Xisto!
1) Não me faça perguntas difíceis, mas a expressão “às turras” tem crase sim.
2) Se não me falha a memória, o Canteros teve mesmo uma boa chance no fim, mas o Victor fez uma defesaça. Um cara que me tirou do sério naquele jogo foi o Eduardo da Silva, que ao tentar um passe de letra no meio-campo iniciou a jogada do segundo gol do Atlético.
3) Tem um livro bem legal, do botafoguense PC Guimarães, sobre o também botafoguense Sandro Moreyra. Acho que você vai gostar.
4) Sapato de cromo alemão é demais! Aliás, por falar em sapatos, não foi você que outro dia citou aqui o “Mota”? Genial!
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, seus textos são excelentes. Análise precisa das partidas, resumos dos jogos, idem.
A página pouco lida pelos internautas rubro-negros é uma “injustiça “.
Junto com os textos do Arthur, daria um livro com a história recente do Mengão .
Fica a dica.
Saudações Rubro-negras.
Fala, Jucelino.
Valeu, meu camarada, muito obrigado.
Acho melhor fazer assim: em vez de “injustiça”, vamos considerar isso o que o povo de marketing chama de “audiência qualificada”.
A dica é excelente, mas as livrarias estão fechando, as editoras estão quebrando, a coisa tá preta.
Abração. SRN. Paz & Amor.
murtinho,nosso treinador é TOP !
isso já é um grande ganho…em pensar que tinhamos abel treinando o flamengo,pqp !
SRN !
Depois do episódio Santo André, sabia que contratar o Abel seria a maior incongruência possível. Mas confesso que não esperava que ele conseguisse fazer uma m@&#erda ainda maior que aquela.
Pois conseguiu. Depois de fazer um trabalho pavoroso, com táticas primárias (até aí novidade alguma) em que tudo que Flamengo fazia com o baita elenco que tem era jogar recuado esticando bola pro BH, com Arrascaeta no banco de reservas, poucas semanas depois de sair do clube ainda continua dando declarações como a de que ia torcer para o adversário do Flamengo, com cujos jogadores ele acabou de trabalhar.
Se um dia alguém cogitar contratar esse cara novamente, precisa ser interditado.
Então, Trooper.
Eu acho que não há mais a menor chance disso acontecer.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Pois é, Chacal.
É bastante provável que esse tenha sido o maior erro da atual diretoria do Flamengo: a contratação de Abel Braga. Pelo menos, conseguiram consertar.
Abração. SRN. Paz & Amor.
É isso aí Murtinho. SE o Gabriel tivesse feito o terceiro gol aos 39 poderíamos aí sim estar comemorando a QUASE classificação para as semifinais.
Já que isso não aconteceu melhor ficar no sapatinho e torcer para que o time jogue com a mesma disposição de ontem. Isso já vai ser meio caminho andado. Espaços vão aparecer.
Fala, Ricardo.
O Inter não tem opção: dessa vez, vai ter que sair pro jogo e correr riscos. Se tivermos equilíbrio, sabedoria e não abdicarmos do ataque, nossas chances são muito grandes.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Isso aí, Murtinho! Vamos calçar as sandálias da humildade, pois quando o Gabriel deu aquela furada pensei justamente no jogo contra as galinhas. 2 x 0 aqui e lá fizemos 1 x 0 e fomos pro intervalo com uma puta vantagem. Segundo tempo um desastre e os caras fizeram os 4 gols que precisavam pra classificar. Noite triste aquela e o pior é que na semana seguinte tomamos de 4 de novo dos caras pelo Brasileiro. Tudo bem que aquele time era uma merda, mas tinha ganho a Copa do Brasil no ano anterior com o Elias arrebentando.
Felizmente, agora TEMOS TÉCNICO e não um entregador de coletes. Impressionante as variações táticas que ele dá a equipe no decorrer dos jogos. Esperar que o mister mostre toda sua capacidade e faça esse time voltar de PA com a classificação.
Eu acredito e muito.
SRN
Fala, Ricardo.
Não há dúvida: aquela bola do Gabriel fecharia a tampa do caixão colorado. Mas vamos em frente.
Apenas para deixar claro: Elias não estava mais no nosso time em 2014, tudo indica que devido a uma pixotada de Wallim Vasconcellos. (Pro lugar dele, Jayme de Almeida indicou Márcio Araújo, ai, ai, ai.)
Também acredito na classificação.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Prezado Murtinho,
Inenarrável a felicidade de viver mais uma inebriante noite com a magnética, antes, durante e após degustar mais um jogo do Flamengo sendo Flamengo, vencendo e convencendo. É muito bom ser Flamengo!
Vi todos jogarem bem, com raça, disposição, aplicação tática, do início ao final, e gostaria de lembrar ao Pablo Marí: a Nação aceita chutão, quando se fizer necessário. Não se acanhe!
Minha humilde opinião: Gerson e mais 10!!!
Desculpe abusar do espaço para um comentário atrasado sobre o jogo anterior: gol bonito, de manual, o 2º do Gabigol. Uma pintura, desde a virada de jogo do Pablo Mari; o passe (não foi cruzamento) do Gerson; a cabeçada do BH; a defesa parcial do goleiro e o oportunismo do Gabigol!
Clara demonstração de excelente técnica de bons jogadores aplicando corretamente a estratégia de um treinador de capacidade bem acima da média.
SRN! Pra cima deles, Flamengo!
Fala, Fernando.
Acho apenas que, pelo fato de o primeiro tempo ter sido muito truncado, Arrascaeta não foi bem. Mas parece que ele estava com algum problema físico – o que torna ainda mais estranha a decisão de começar com Gerson no banco.
E você tem razão quanto ao Pablo Marí. No primeiro tempo ele deu mole num recuo curto de bola para o Diego Alves, e no segundo aquela matada poderia ter complicado a nossa vida. Entretanto, no geral, creio que ele e Rodrigo Caio fizeram uma boa dupla de zaga. É só ter mais cuidado em lances que parecem fáceis – vide o erro de Rodrigo Caio naquele gol do Goiás ou o de Diego Alves naquela saída de bola do segundo gol do Bahia.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Baita análise. Perfeita.
A complementar apenas que acho que não foi blefe do Jesus. Gabigol e Arrascaeta realmente estavam com freio de mão puxado. Algo não estava normal. Então imagino que ele já sabia que faria uma substituição no intervalo e o Gerson foi reservado para ser o 12° jogador montruoso que foi (que absurdo de assistência no primeiro gol, inteligência ali foi aos píncaros).
Talvez o único ponto que não concordo totalmente é com a afirmação de que foi a primeira grande atuação do Filipe Luís. Discordo apenas porque acho que o mesmo jogou muito contra o Grêmio e, ainda mais, contra o Vasco.
Não é um lateral veloz, driblador, que vai à linha de fundo toda hora, mas deixa avenidas na defesa.
É um jogador extremamente tático, inteligente, com excelente desarme principalmente, um autêntico armador. Sai jogando sempre com passes precisos e verticais, clareando a jogada para os meias.
Ontem, foi crucial no primeiro gol (com desarme preciso e saída rápida) e no segundo, com outro passe preciso, vertical, quebrando linhas de defesa.
Pra mim, muito mais lateral que o Rafinha, outro ótimo jogador . Não é de surpreender que um seja o titular da seleção há muito tempo, muitas vezes desbancando o aclamado Marcelo.
Sobre o Gérson, pra mim não há dúvidas. O lugar dele no time é o do Arão.
Fala, Trooper.
Valeu pela moral.
Pois é. Estranha essa história do blefe, porque o Gabriel não saiu 100% da partida com o Vasco. E quarta-feira tivemos o tipo de jogo em que todo mundo tem que entrar tinindo. (Acho, por exemplo, que a escalação do Edenílson, pelo Inter, foi precipitada.) Enfim, blefe ou verdade, funcionou.
Rapaz, você sabe que eu mesmo também achei comedido o elogio ao Filipe Luís? A questão é que ele vem melhorando a cada jogo, e a atuação contra o Inter foi ainda melhor do que as outras duas. Foi como escrevi na resposta ao comentário do Marco Gama: Filipe Luís foi bem contra Grêmio, muito bem contra o Vasco e excelente na última quarta-feira.
Quanto ao Gerson, agora a gente precisa pensar um pouco pra ver como essa história vai ficar com a saída do Cuéllar.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Perfeita análise do Murtinho….Foi tudo isso mesmo…!
Abraço para a galera….Espero breve voltar a ser mais efetivo por aqui…!
Tô vivo, porra! VAMBORA FLAMENGO!
Edvan-Alagoinhas-Ba.!
Edvan, meu camarada!
Como diziam os antigos: a que devemos a honra?
É bom demais ver você reaparecer nessa humilde caixa de comentários.
“Espero breve voltar a ser mais efetivo por aqui.” Tomara que isso seja uma promessa, e que a promessa seja cumprida.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Há, neste artigo, um trecho antológico, que reproduzo –
^A mediocridade e o defensivismo dos técnicos brasileiros nos habituaram a um futebol demasiadamente cauteloso e chato, que chega a contrariar o princípio básico do jogo – jogar.^
Tudo resume do jogo de ontem que, podem me esculachar, NÃO foi bom.
Pelo contrário, o primeiro tempo foi PÉSSIMO.
Vejam o ^resumão^, perfeito como sempre, e constatem que foram quatro lances a se destacar, dois deles de chutes do meio da rua, apesar de bem desferidos. Se entrassem, no entanto, seriam FRANGOS, como foi o do Paulo Victor no outro jogo, mesmo que se reconheça que o chute do Scarpa foi MUITO MELHOR do que os de Everton Ribeiro e Bruno Henrique.
Mesmo na etapa final, a vitória, com gols bem trabalhados, ilude a todos nós, mas o ^resumão^ não. Exatamente o primeiro gol, que aconteceu aos VINTE E NOVE minutos, foi o primeiro lance a se destacar.
Nisso tudo, se fosse comentarista e tivesse que apontar o PERSONAGEM do jogo, não teria a menor dúvida – JORGE JESUS.
O português parecia, até praticamente aos SETENTA E CINCO MINUTOS da partida, o ÚNICO que não aceitava aquela mesmice.
Mexeu, sem tirar jogadores, mexeu, fazendo a substituição adequada (positivamente, De Arrascaeta não estava em boas condições físicas), ficou como sempre elétrico, a ponto de invadir o campo de jogo em lance que o Gabriel, bobamente, aceitou a provocação do Rafael Sobis.
Muitos dos nossos jogadores corresponderam ao português, cabe reconhecer, mas, pelo menos para mim, o mérito maior fica mesmo com o técnico, a JUSTIFICAR a ^antológica^ frase do Murtinho.
PQP, tinha que aparecer um europeu para fazer com que os demais técnicos percebessem qual o verdadeiro e simples sentido do jogo – JOGAR.
Ponho a cabeça a prêmio, mas duvido que, na Beira Rio, joguemos retrancados.
Se fizermos, o triste exemplo corinthiano do Murtinho pode reaparecer,
Fiquem tranquilos, Jesus não deixará.
Lusitanas SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – todos conhecem (ou ouviram falar) no grande craque Paulo Cesar Caju. Os mais presentes ao RP&A sabem, com certeza, quem é o excepcional pizzaiolo Bill Duba.
Um sempre foi botafoguense outro é rubro-negro doente. Em comum – o desespero com os treineros gaúchos que assolam e amaldiçoam o futebol brasileiro.
Estou com eles, Tite à frente, seguido de Felipão, Mano Menezes, fulano, sicrano e agora este tal de Odair Maionese.
Meu querido Carlos Moraes.
Não acho que o primeiro tempo tenha sido péssimo. Claro, como dito no post e elogiado por você (obrigado pela moral de sempre), o jogo é para ser jogado, mas o fato de que as chances não apareceram não significa, necessariamente, que tenha sido ruim. É bastante comum assistirmos a coisas semelhantes em partidas decisivas, até mesmo em finais de Copas do Mundo. Há muita marcação, muita atenção, muita vibração – e pouco espaço. Aos poucos a coisa vai se assentando, os espaços e as possibilidades aparecem. Mais do que nunca, é importante olhar o jogo como algo que acontece e se define em noventa minutos.
Também não acho que havia mesmice. Havia a dificuldade criada por um adversário que tem um bom sistema defensivo e se recusava a atacar.
Estou confiante de que os infelizes exemplos relembrados no post (1984 e 2014) não irão se repetir.
Abração. SRN. Paz & Amor.
PS: Paulo Cézar Caju foi um cracaço em campo e manda muito bem nas críticas, embora me incomode um pouco o excesso de reticências e pontos de exclamação. Bill Duba é da casa. Só precisa aparecer mais por aqui.
Falou tudo!
A esperança do Flamengo é o JJ no jogo da volta. Tomara que seja o fim do uso de táticas retrógradas de armar retrancas.
Temos que ir pra cima em Porto Alegre, mesmo no sufoco que vai ser o jogo lá, temos que jogar pra fazer gol, e usar os conceitos que estão sendo introduzidos (como usar “linha alta”, etc). Ainda mais nesse regulamento.
Esperemos para conferir!
SRN
Fala, Márcio.
É isso aí.
Eu acho que a receita é mais ou menos a que foi usada na partida de quarta-feira. Procurar o jogo, mas com equilíbrio e sabedoria. Além disso, não se intimidar com a pressão inicial (que certamente haverá) e assustar o Inter.
Vamos aguardar e torcer.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, o que me deixa receoso é essa dupla personalidade que o time demonstra dentro e fora de seus domínios. Perante à massa exigente, o comportamento é correto. Muita disposição, aplicação tática e padrão de jogo. Acrescentado ao jogo de ontem, a paciência e a maturidade.
Longe da cobrança dos torcedores são desempenhos sofríveis e completa ausência de comprometimento. Vale lembrar que os triunfos do presente ano foram conquistados contra o Corinthians pela Copa do Brasil e em Brasília, contra Vasco e CSA, pelo campeonato brasileiro. Nesses dois jogos não se pode dizer que o mando de campo era dos adversários. Na libertadores, contra o fraquíssimo time boliviano em que nosso goleiro foi o melhor do jogo. Uma partida para ser esquecida.
Até o momento, não entendi a ausência de Gérson no início de jogo. Libertadores, além de talento, tem de haver muita disposição. Na minha humilde avaliação, em jogo pegado como é o da libertadores, Arrascaeta e Everton Ribeiro não podem jogar juntos. Falta a eles esse espírito de competição. O chamado Sangue nos Olhos. O time perde demais em marcação, vibração, disposição e intensidade. Só foi melhorar com a entrada desse jogador que é o mais regular do meio-campo. Menos mal.
Essa possibilidade de saída de Cuellar é que está sem explicação lógica. O colega Rasiko tem razão. Deem um aumento salarial e pronto. Já não vai jogar o Arão e ficar na dependência do Piris da Mota é muito arriscado.
Esperamos que a Diretoria calçe as sandálias da humildade e valorize o colombiano. E que o time começe a vencer fora de seus domínios.
SRN
Fala, João.
Sim, essa é a maior das preocupações: nossa queda de rendimento jogando fora e a subida do Inter quando joga em casa. Entretanto, temos muito potencial para atuar contra times que precisam se lançar ao ataque, devido à velocidade do Bruno Henrique e o bom passe de Everton Ribeiro e Arrascaeta.
Concordo: dessas vitórias a que você se referiu, a única que conta mesmo foi a que obtivemos sobre o Corinthians, em Itaquera. Mas não podemos nos esquecer de que nosso time agora é outro.
Concordo 2: tenho a mesma opinião a respeito de Everton Ribeiro e Arrascaeta, e esse é um dos motivos pelos quais considero o Flamengo mais capacitado para a disputa do Brasileiro do que para a Libertadores. Torço demais para estar errado e pra gente beliscar os dois – algo que nunca houve na história do futebol brasileiro.
Não sei não, creio que na história do Cuéllar o buraco é um pouco mais embaixo do que a solução proposta pelo Rasiko. Dar aumento salarial é uma coisa, mas parece que uma das propostas é pra ganhar três vezes o que ganha no Flamengo. Aí não dá. Fora que, hoje, os jogadores costumam ter um considerável percentual dos direitos federativos. Mais uma vez, e modéstia à parte, minha tese se confirma: no estágio atual de profissionalismo, esse papo de identificação de jogador com o clube é conversa pra boi dormir. Querem ver com quem o jogador se identifica, procurem uma foto de seu empresário.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Após o desfecho de ontem à noite, ficou comprovado que o Vil Metalmais uma vez prepondera. Fica evidente que o único que tem amor à camisa é o torcedor, pois, é necessário a compra na maioria das vezes para fazer uso dela. O resto é devaneio.
Isso aí.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Esse pessoal da internet não perdoa.
Primeiro, Abel. Depois, Jesus. Agora, Judas.
Que partidaça do Filipe Luiz, Murtinho!
Como Arão vai fazer muita falta no jogo de volta (jamais pensei que fosse dizer isso!), bem que o Mister poderia deslocar o Filipe Luiz pro lugar dele (fazendo dupla com o Cuellar) e retornar com o Renê para a lateral, o que acha?
SRN, bora Mengão!
Fala, Marco.
Sim, Filipe Luís jogou muito. Depois da má estreia contra o Bahia, em que nada no time funcionou, ele foi bem contra Grêmio, muito bem contra o Vasco e excelente na última quarta-feira.
Quanto a deslocá-lo para o meio na quarta que vem, confesso que acho temerário. É um jogo importante demais pra gente fazer algo que nunca foi testado. Pra piorar, ainda tem a história (que estourou depois que você já tinha comentado aqui) da ausência do Cuéllar.
A solução mais óbvia seria escalar Piris da Motta e Gerson, mas acho uma pena abrir mão da velocidade e do tirocínio (vide o primeiro gol de Bruno Henrique) do Gerson jogando mais avançado. Jorge Jesus vai ter que quebrar a cabeça.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Putz, esse 1×4 de 1984 eu nem tinha conhecimento. Que o time mantenha esse espírito aguerrido, a humildade acima de tudo e a disciplina tática que o mister vem imprimindo!
SRN
Fala, Marcos.
Pois é, rapaz. Foi igual ao que viria a acontecer em 2014, contra o Atlético Mineiro. A diferença está nas escalações: em 1984, tínhamos vários craques; em 2014, o time era bem ruinzinho.
Creio que, em 2019, essa história não vai se repetir.
Abração. SRN. Paz & Amor.