O fato é o seguinte: Vivi Mariano dominou a cena esta semana. Além do superpost “Apenas observo”, Vivi presenteou a nação com a espetacular entrevista do nosso ex-vice-presidente de Marketing Luiz Eduardo Baptista. Bap destravou a língua, soltou os cachorros e pôs para fora tudo o que parecia engasgado desde o dia 2 de fevereiro, quando entregou sua carta de demissão, jogou dez mil réis no veado e deixou Eduardo Bandeira de Mello pendurado na broxa, sem escada embaixo.
Não entendo patavina de política interna de clubes. Gosto mesmo é de ver o Cirino estufar o barbante, mas é claro que, no futebol dos dias de hoje, uma coisa depende da outra. Por isso, seria péssimo ver a gestão rubro-negra entregue novamente, para usar as palavras do Bap, aos incompetentes ou aos mal-intencionados ou àqueles que falam muito e agem pouco. O Flamengo precisa de estratégia, sim, mas sobretudo de ação.
Continuo com a opinião que publiquei na caixa de comentários do post “A peleja do diabo com o dono do céu”: Bap não deveria ter jogado a toalha e, se não estava satisfeito com eventuais desvios de rumo no programa da Chapa Azul, era o caso de intensificar sua briga para mudar a estrutura por dentro. Ficou parecendo mais atitude de criança mimada – a bola é minha, e se eu não jogar não tem jogo – do que de alguém que sempre coloca o Flamengo acima de tudo.
Por outro lado, entendo. Para um empresário agressivo e bem-sucedido, há de ser insuportável conviver com o que – na opinião dele – seja sinônimo de incompetência ou omissão. Realmente, não dá para se deixar seduzir por saborosos nespressos servidos nos ardilosos escritórios da Ferj.
O mais bacana da entrevista do Bap foi a apaixonada e intransigente defesa do Programa Sócio-Torcedor, com a ratificação de que toda a grana que vem dali é revertida para o futebol e deixando claro que pouco importa se o mandatário é o Bap, o Bandeira ou quem quer que seja. A independência e a grandeza cada vez maior do Flamengo passam, necessariamente, pelo PST. E o argumento de Bap é tão simples quanto convincente. Aspas para o homem: “Quando o Flamengo perde, eu não durmo. Eu pagaria trinta reais por mês para conseguir dormir.”
Entretanto, outro ponto fundamental da entrevista é a fixação de Bap na construção do estádio rubro-negro – e isso acho discutível. Creio que por conta dos programas do Inter e do Palmeiras, Bap atribui o sucesso do PST desses dois clubes à existência de um estádio próprio, e talvez não seja bem assim. O Morumbi é motivo de grande orgulho para os torcedores do São Paulo, mas o PST são-paulino é um fiasco. Desde o ano passado o Corinthians tem o estádio com que sonhou a vida inteira, só que o PST corintiano continua bem abaixo do esperado. Sim, a reinauguração do antigo estádio Palestra Itália teve importância decisiva na disparada do programa palmeirense, mas este parece um caso típico de preenchimento de carência, causada por anos seguidos de elencos e desempenhos muito inferiores ao que o clube já teve. Além disso, o estádio acaba de ser apontado como o melhor do Brasil, o que levanta a autoestima de qualquer um.
E tem um detalhe fundamental, que certamente não passa despercebido por Bap mas ele aparentemente despreza: o novo estádio do Palmeiras foi erguido exatamente no mesmo local em que havia o antigo. Ou seja, foi ali que os palmeirenses conheceram e se apaixonaram pelo esporte e por seu clube, foi ali que testemunharam conquistas e amargaram decepções, ali a história palmeirense foi construída. Pergunto: em que lugar ficaria o estádio do Flamengo? Já houve relatos sobre Nova Iguaçu, Recreio dos Bandeirantes e por aí afora. Seja em que canto for, será distante de onde o Flamengo escreveu sua história, construiu a mística de sua torcida e conquistou gentes do mundo inteiro – o último foi o cineasta Spike Lee, que ao comparecer à vitória sobre o Atlético Paranaense que garantiu o título da Copa do Brasil em 2013, fez a coisa certa e escreveu em sua conta no Instagram simplesmente o seguinte: “Não vou mentir. O jogo desta noite fez o nosso Super Bowl parecer a World Series infantil (torneio americano de beisebol para crianças de 11 a 13 anos). O lugar estava enlouquecido durante todo o jogo. Meus ouvidos ainda estão zunindo, e o jogo já acabou há mais de uma hora. Nunca ouvi uma torcida gritar tão alto na minha vida.”
Mesmo lutando contra governos, consórcios e, muito provavelmente, tenebrosas transações, o Flamengo jamais deve desistir do Maracanã. Como o próprio Bap admite nas entrelinhas da entrevista, ao elogiar a condução do processo que incluiu o Cruzeiro no modelo de gestão do novo Mineirão, a questão pode se resolver por meio da política. E como nos ensinaram as velhas raposas mineiras, política se faz conversando.
Ninguém quer que o Flamengo pare de olhar para a frente. Que viva exclusivamente das glórias passadas. Que não acompanhe o acelerado andamento do moderno futebol profissional. Mas será que, pra isso, a gente precisa ir embora de casa?
Para ouvir a entrevista do Bap, em mais este trabalho magistral da Vivi Mariano, acesse o link https://www.facebook.com/magiarubronegra/posts/786077098129951
flamengo precisa concentrar todos seus esforços no time e consequentemente no socio-torcedor.
já temos a expêriencia de jogar no engenhão e não foi muito feliz…a torcida gosta do maracanã e ponto final.
essa idea de construir um estádio é espatafurdia.não temos nenhuma condição de fazer isto,seja no plano financeiro ou legal.
o terreno pertence ao governo estadual(como bem disse o aureo rocha)se a oderbrech tiver que sair do consorcio a coisa muda de figura.
minha torcida é pelo maracanã ser nosso de fato e direito !
saudações rubro-negras
Olha só que ato falho. Faltou responder, justamente, o comentário mais ácido e contundente, o da Renée da Vinci.
Vamos lá.
Dizer que “o Maracanã é a casa do Flamengo” é, apenas, o jeito mais simples e direto de lembrar a importância que a torcida do Flamengo sempre teve para transformar o estádio em lenda. E a importância que a torcida do Flamengo sempre terá para quem quiser operar o Maraca de forma rentável. Só isso.
Não se trata de ser contra a construção do estádio próprio, o que ocorre é que a questão é bem mais complicada do que parece e do que o Bap deixa transparecer na entrevista. Não vamos nos iludir: o Corinthians corre sérios riscos de se encalacrar financeiramente por causa do Itaquerão, mesmo com todas as benesses com que o estádio contou para sua construção. E essa história de não ter um estádio próprio só vai virar motivo de chacota se nós mesmos começarmos a dar muita importância a isso. Se ganharmos mais Brasileirões, mais Libertadores, mais Mundiais Interclubes, vai ser divertido ouvir gozações vascaínas por causa de Seu Januário. (Chega a ser uma blasfêmia chamar aquele estádio pelo nome de um santo.)
Quanto ao Coliseu, é ótima ideia, mas, na boa, na Gávea? Para setenta mil pessoas? Você lembra do projeto daquele disgramado shopping-center? Em dois tempos a Associação de Moradores consegue pareceres contrários do Corpo de Bombeiros, do Detran, do Hospital Miguel Couto, do Sindicato das Misses, do Médicos Sem Fronteiras, e pode pôr aí meio século para resolver o embrulho. Gostaria muito de acreditar, mas não consigo.
Por fim: apesar das nossas discordâncias, olha só que coincidência bacana. Também comecei a frequentar o Maracanã nesse mesmo lugar aí que você fala, ao lado da Tribuna de Honra e um pouco acima das cabines de rádio. Um amigo de meu pai tinha três “cadeiras perpétuas” (são essas que se transformaram em batalha jurídica desde o anúncio da Copa, não?), que ele nos cedia sempre que não ia ao estádio. Na primeira vez que fui, peguei o elevador com meu pai e saltei no sexto andar. Quando a porta se abriu e vi a torcida do Flamengo, foi paixão à primeira vista e para o resto da vida. Nunca mais esqueci aquele dia. E meu pai, que torcia para o Fluminense, nunca mais deixou de se arrepender.
Beijo grande e apareça sempre.
PS: Abraço também para o Bruno Melo, que acabei esquecendo de citar na resposta geral.
Antes de mais nada, um esclarecimento ao Carlos Moares, ao André e ao Aureo, que fizeram reclamações, no último post da Nivinha, a respeito de comentários que não estavam sendo publicados ou que estavam demorando demais para aparecer nas caixas. Não se preocupem: nada além de percalços tecnológicos. Não há moderação aqui no RP&A. Tudo o que vocês comentam, sobe. Só que tecnologia é algo imprevisível, sempre surgem problemas inesperados, mas fiquem tranquilos e continuem comentando, cada vez mais.
Rodrigo Haddad: do jeito que está, é evidentemente impossível. Mas tenho a impressão de que o principal responsável por fazer o Flamengo perder dinheiro não é o Maracanã em si, e nem mesmo o acordo com o consórcio: são os jogos totalmente desinteressantes, como esses do Euriquinho 2015. Claro que, se é o Flamengo e só o Flamengo que enche o estádio, ele precisaria levar pra casa muito mais grana do que tem levado. Mas aí, repito: é política, negociação, botar na mesa as garrafas que temos para quebrar.
André: concordo plenamente com o estádio menor para jogos menores – embora a grande verdade é que os jogos menores deveriam simplesmente acabar, o que é obviamente uma utopia. Entretanto, o que compreendi das palavras do Bap nessa entrevista foi que, por ele, o Maracanã seria abandonado. Pode ser romantismo, saudosismo, passadismo ou que nome tenha, mas se for isso, discordo. Já o seu comentário sobre a Sky seria cômico se não fosse trágico. Também tenho Sky. Naqueles quatro a zero sobre o Barra Mansa, não vi ao vivo o terceiro e o quarto gols (Canteros e Cirino), porque o sinal tinha caído. De qualquer modo, o Vagner BSB já te deu a dica.
Carlos Moraes: na mosca. O maior mérito da Vivi foi, exatamente, deixar o Bap à vontade para soltar o verbo, e apenas pontuar algo aqui ou ali. Como você observou, bem ao contrário do que costuma fazer o Jô, que dá a impressão de se sentir sempre mais importante do que o entrevistado, quem quer que seja ele.
Rodrigo@flamilhoes: aí sim, temos uma grande estratégia. Erguer o estádio-butique e usá-lo como instrumento de pressão para voltar ao Maracanã em condições vantajosas.
Vagner BSB: comentário maravilhoso. E o exemplo do Corinthians é ótimo, principalmente se levarmos em conta o quanto a questão política foi importante para que o Itaquerão saísse.
Horácio: sua decepção com a deserção do Bap bate com a minha. Não era hora de dividir. É o que penso também.
Aureo e Rasiko: independentemente da história do Elias – que é bom jogador, mas também não é essa Coca-Cola toda – é claro que um bom time é meio caminho andado pro PST deslanchar. A inauguração da nova arena do Palmeiras foi fundamental, mas quem vive aqui em São Paulo pôde perceber que a enxurrada de contratações – apesar de um dos contratados ter sido o João Paulo – ajudou demais. Mesmo com o novo estádio, o PST palmeirense não teria explodido se o elenco continuasse igual ao que não caiu para a segundona, ano passado, por milagre. Se aquele bando de gente vai virar um bom time, tenho sérias dúvidas, mas o torcedor sofre de uma irresistível tendência para acreditar. Nossa Copa do Brasil de 2013, com um elenco muito do meia-boca, é a maior prova de que o que o time faz em campo é essencial para o PST crescer.
Bia: você mereceu resposta direta lá no seu comentário. Se ainda não viu, por favor, vê lá. (A Bia era a comentarista mais assídua no Questões do Futebol, blog da revista Piauí onde escrevi até o final do ano passado, quando o Arthur me convocou para o RP&A e não havia como recusar.)
Alex Spengler e André: muito boa essa discussão aí de vocês. Deveriam desenvolvê-la. Agora, Alex, enfiei a carapuça: moro fora do Rio, sou sócio-torcedor e já comecei a escrever minha cartinha para o Bom Velhinho. Quanto à história de não dormir, o que Bap fez foi um misto de demagogia com um bom exercício de retórica – e por isso foi citado no meu post. Mas deixa eu te perguntar uma coisa: você dormiu fácil depois daqueles três a zero para o América do México, no Maracanã, na Libertadores 2008? Depois daqueles três a três com o Olímpia do Paraguai, no Engenhão, na Libertadores 2012, jogo em que ganhávamos por três a zero atá os trinta minutos do segundo tempo? Depois dos quatro a um para o Atlético Mineiro, na eliminação da Copa do Brasil no ano passado? Na boa: só preguei olho quando amanhecia, e passei o dia inteiro feito um zumbi no trabalho. Pode ser a mais rematada idiotice, mas creio que isso não tem nada a ver com quanto ganha um jogador de futebol – a despeito de quase sempre ser mesmo um absurdo.
TheEye: pleno acordo quanto ao que você pensa sobre a relação Flamengo e Maracanã.
Henrique Severo: perfeito. Não basta dizer “venham, venham, venham, vocês têm que vir”. É preciso fazer algo para que as pessoas se sintam impulsionadas a ir. (Creio que, aí, o raciocínio vai ao encontro dos comentários do Alex Spengler.)
Mateus: se pensarmos exclusivamente em função de números, você está cheio de razão. Mas acho que os comentários do Henrique Severo e do Carlos Moraes são importantes pra gente avaliar corretamente essa história aí.
Eduardo: ninguém discute que isso é um absurdo completo. Mas por que não brigar (com política e competência) para mudar isso, fazendo valer, repito, a força de quem sustenta a bagaça? Será que o mais fácil, mais rápido e mais econômico é ir embora? Não sei, pode até ser, mas tenho minhas dúvidas.
Carlos Moraes: discordo totalmente. Em momento algum você foi infeliz em suas críticas, nem ao meu texto, nem ao extraordinário trabalho da Vivi. Como disse na caixa de comentários do post “Mil, Novecentos e Oitenta e Sete”, respondendo ao Edvan, a crítica e a discordância, aqui no RP&A, são sempre bem-vindas.
Por fim, um esclarecimento a todos. O ideal seria que eu respondesse diretamente cada comentário – o que é possível, basta clicar no RESPONDER -, mas vou confessar uma fraqueza a vocês: tenho receio de ser acusado de querer inflar artificialmente o número de comentários. Todo mundo sabe que não é o caso, a preocupação aqui é muito maior com a qualidade do que com a quantidade, mas todos nós temos essas bobagens, não? Abraços e agradecimentos gerais. SRN. Paz e Amor.
Parabéns ao Murtinho, nem de longe porque citou o meu nome. Para mim, sempre achei desta forma, a interação entre o (os) cronista(s) e os do ^povão^, é fundamental ! Viabiliza o debate – até entre os comentaristas – da mesma forma que é uma demonstração cabal de atenção e de carinho.
Até hoje, desde o Dia Internacional da Mulher, estou esperando uma resposta da nossa Musa se, como acredito, é ou não a minha amiga Andréa – pessoa fora de série, de extraordinário valor – que está agachada na ponta esquerda do time feminino em foto publicada no site dela.
Pela boa vitória de ontem,
vitoriosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Prezado Jorge,
Grato pela menção. Isso. “Retórica demagógica”. Não preciso dizer mais nada nesse assunto.
Quanto ao dormir ou não, interessante que ultimamente tenho mesmo tido dificuldades pra dormir. Mas sorrio quase como de pai pra filho ao ler sua lembrança desses que foram os mais frustrantes revezes flamengos do séc. XXI. Meu caro, não dá pra escapar. A vida ensina o que realmente é de tirar o sono e vc vai colocar o Flamengo em perspectiva.
No mais, continue com o bom trabalho. O blog está bem bacana. Mas imagino que podemos ter um pouco mais de independência editorial e dizer o que precisa ser dito, sem demagogia. O fato é que o PST do Flamengo hj é muito ruim em vários aspectos, inclusive em “marketing”. Fato demonstrado e comprovado pelo número de adesões. Simples assim.
Saúde e prosperidade pra todos nós.
SRN
Em janeiro de 2015, a Odebrecht, alegando prejuízos financeiros, apresentou ao governador Pezão um termo aditivo ao contrato de concessão do Maracanã, “a fim de que seja restabelecido o equilíbrio financeiro do contrato”, ou seja, na linguagem popular, a Odebrecht que ganhar mais, quer levar mais vantagens.
Por outro lado, a operação lava-jato está em pleno vapor e há quem afirme com segurança que a Odebrecht vai ser a próxima bomba que o Juiz Sérgio Moro vai detonar. Creio que o contrato de concessão do Maracanã ainda vai ser motivo de muita investigação. A Odebrecht poderá ser penalizada com a sua exclusão de todo e qualquer contrato público.
O Deputado Estadual, Marcelo Freixo, aqui do Rio de Janeiro, também já requereu a abertura de uma CPI do Maracanã, que apesar de assinada por 24 deputados, foi negada pela ALERJ, que tem forte base governista e não quer permitir que uma CPI investigue o próprio governo.
(O Deputado Marcelo Freixo se notabilizou pelo trabalho à frente da CPI das Milícias na Alerj, que indiciou 225 pessoas).
A verdade é que o cerco em torno da concessão do Maracanã ainda vai complicar a vida de muita gente.
Por isso, tenho sérias dúvidas se o Governador Pezão vai querer mexer nesse vespeiro, assinando o termo aditivo requerido pela Odebrecht.
O Maracanã é do povo. Foi construído e reformado com dinheiro público. (exceto as cadeiras perpétuas)
O Maracanã tem que ser entregue para a administração dos clubes de futebol.
O Maracanã é nosso!
Sempre Flamengo.
Ótimos esclarecimentos, que, até por morar fora do Rio, atualmente, desconhecia por completo.
Vamos aguardar os acontecimentos, com otimismo.
A Odebrecht, que não é ode porra alguma ao grande teatrólogo, é outro bando de vigaristas, que, sem dúvida, vai ser atingida pelo processo de moralização que, ao que parece, está tomando conta do País.
Esperançosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Renée da Vinci, não sei se você sabe, mas o terreno onde se localiza as dependências do Flamengo, na Gávea, é propriedade do Estado do Rio Janeiro. O Flamengo só tem a concessão, isto desde 1931.
Assim, para o sonho de se construir o COLISEU RUBRO-NEGRO na Gávea, com 70 mil lugares, o Flamengo precisa ter o aval de vários órgãos públicos.
Para você ter uma ideia das dificuldades que virão pela frente na hipótese da construção do Coliseu, observe que para a simples adaptação agora num estádio-butique, com apenas 20 mil lugares, o Flamengo já encontra obstáculos para a sua aprovação.
A Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a CET-Rio já começam a colocar empecilhos, a fim de concederem as devidas autorizações, enquanto a Associação dos Moradores do Bairro trabalha no sentido de inviabilizar o projeto, como fez no passado, na questão do Shopping.
Alias, creio que o estádio-butique só sairá do papel em razão dos bons entendimentos mantidos pelo nosso presidente Eduardo Bandeira de Melo (o representante de todos os clubes brasileiros, no ato da apresentação da PM 671), junto ao Governador do Estado, que tudo leva a crer vai atender à solicitação do Flamengo.
Conclusão, em termos legais, o Maracanã não é nosso, da mesma forma que a Gávea também nunca será.
O importante, porém, é que cada um de nós quer somente o melhor para o nosso Flamengo. E a melhor solução vai aparecer em breve. Eu confio.
Tudo Pelo Flamengo.
Rasiko, realmente eu também não pagaria 900 mensais para o Elias permanecer no Flamengo. Aliás, pela qualidade do futebol que se pratica hoje no Brasil e tendo em vista a deplorável situação financeira dos clubes, nenhum jogador pode receber valor deste quilate. Se bem que Elias recebe hoje no Corinthians um salário de 500 mil mensais, que já acho elevado.
Entretanto, quando Wallim anunciou aos quatro cantos que:
“Posso garantir 100% que o Elias continua. Ele quer, já falou com a gente isso e nós estamos resolvendo. Passado esse turbilhão da final, vamos sentar com representantes do Sporting [de Portugal, clube que detém os direitos econômicos do atleta] e resolver isso. O Flamengo vai ficar com o jogador”.
Fonte: UOL
E quando também, antes do jogo final da Copa do Brasil, justificou que os ingressos seriam majorados, eis que toda a arrecadação seria revertida para a compra do Elias,
das duas uma:
se ele ainda não sabia os valores que seriam despendidos, para a permanência do Elias, ele foi ou leviano ou no mínimo incompetente, ao prometer algo no escuro,
mas, se ele já sabia as dificuldades que encontraria para segurar o Elias, e prometeu, ele foi mentiroso.
O fato é que de 62 mil sócios torcedores, o PST despencou para 50 mil.
Saudações Rubro-negras.
Volto pra rir dos “çábios”.
Essa conversa mole de que o Maracanã é a casa do Flamengo tá pior do que a Dilma dizendo que a corrupção é uma velha senhora.
O Maracanã NUNCA, EM TEMPO ALGUM, foi a casa do Flamengo. Repito: NUNCA.
Nunca antes e especialmente agora, nas mãos da iniciativa privada graças ao vascaíno Sergio Cabral e seus roubos, falcatruas e corrupções.
Sei disso como poucas pessoas por ter sido meu avô, Romero Estellita, quando presidente do Banco da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, quem liberou a verba para a construção do Maracanã no fim da década de 1940.
Passei anos assistindo aos jogos do melhor lugar do estádio, do ladinho da tribuna de honra, e as reclamações eram sempre as mesmas: “O Flamengo qualquer hora vai ter que pagar pra jogar”.
E isso numa época em que qualquer clássico tinha público de 100 mil pra cima.
Agora, me digam onde entra o Flamengo nessa equação em que ele tem muitos deveres e quase nenhum direito e ainda assim a torcida continua entoando esse mantra mentiroso de que o Maracanã é a casa do Flamengo?
O Flamengo, depois de 120 anos de existência, com a maior torcida do mundo que não consegue atingir 60 mil torcedores no programa ST, ainda não ter um estádio é motivo, sim, de chacota até de um vasco qualquer.
E esse papo de estádio-butique pode ficar bem pras meninas das 3 cores, clube médio de torcedores empoados, mas não, nunca, jamais prum gigante como o Flamengo.
Por tudo isso, volto a segurar a minha bandeira (sem trocadilho, por favor, reverberando a Vivi) favorita: COLISEU RUBRO-NEGRO, na GÁVEA, pra, no mínimo, 70 mil torcedores, com facilidades apenas e tão somente pros sócios-torcedores. Meia-entrada pra escoteiro e o raio que o parta, NÃO.
O que me espanta e deixa indignada é constatar como alguns desistem facilmente do que deveria ser a reivindicação master do torcedor e ainda conseguem criar 1001 justicativas, como se fosse plausíveis e aceitáveis.
Bando de frouxos, como aliás é o Bandeira de Mello, um bom homem, honesto e tudo mais, mas que aceita de um desqualificado como o presidente da ferj uma ofensa moral ao Flamengo sem responder à altura.
Quem quiser que conte outra.