[ Por Mauricio Neves ]
Embarque no DeLorean DMC-12 para uma viagem no tempo: 1980, 40 years ago. Sem Rondinelli, com o maxilar fraturado por uma cotovelada criminosa de Palhinha, estávamos a horas de nossa primeira decisão de Campeonato Brasileiro. Na foto, Rondinelli com Doutor Taranto, ainda no Mineirão.
Do lado de fora do Maracanã, a busca era pelos últimos bilhetes, e de geral. Tudo bem, só existiam dois lugares: dentro ou fora do Maracanã. Todos queriam estar lá, por conta própria, por Rondinelli que estava hospitalizado desde a cirurgia, pelos milhões de Norte a Sul. Um Maracanã entupido.
Do lado de dentro, ainda vazio, o pessoal que cuidava do placar eletrônico começava a abastecê-lo de informações. Na sala de arrecadação, o dinheiro chegava da bilheteria aos maços. A renda seria recorde, e a tarefa era contar a grana ouvindo o estrondo lá de fora: Meengooo…
A galera esperava a abertura dos portões. No Sul, eu tentava sintonizar o meu Philco. Consegui a Bandeirantes de SP. Ela e as demais paulistas estavam no Maraca. A rodada do Paulistão havia sido antecipada para as 11 da manhã porque todo mundo queria transmitir e viver a decisão.
Às 14 horas consegui sintonizar a Globo do Rio em ondas curtas e irrompeu a voz de Kleber Leite: “- É uma loucura só no Maracanã! Faltam 3 horas para a bola rolar e o estádio está lotado, apinhado, gente saindo pelo ladrão! E essa galera só quer ir embora com a faixa no peito!”
Quem já havia conseguido entrar, assistiu uma preliminar estrelada: uma seleção da recém fundada Ariola Discos Fonográficos e Fitas Magnéticas, destaque para Chico Buarque, Jorge Ben e Agnaldo Timóteo, e craques do passado, incluindo o ovacionadíssimo Garrincha e o goleiro Félix.
Perdeu-se de tudo ao entrar: chinelos, tênis, radinho de pilha, documentos, patuás. A Administração dos Estádios da Guanabara (ADEG), digamos, “organizou” setores de achados e perdidos próximos às colunas, e a galera ia se virando. Pouca gente achou o que perdeu naquele amontoado de pares desencontrados de calçados.
Faltava uma hora para o jogo. No Maracanã, o povo ia dando um jeito de trocar de setor. Em casa, eu perdia a última esperança de ver pela TV: a Globo começava a exibir o filme A Dama e os Bandidos, de Burt Kennedy. Eu ouviria pelo rádio. Como milhões. Como Rondinelli no hospital.
Meia hora para a bola rolar. Eu passeava pelo dial. Doalcei na Tupi. Curi na Globo. José Carlos Araújo na Nacional. Fiori Giglioti na Bandeirantes. Foi a primeira vez que suei frio à espera de um jogo. Os repórteres diziam a mesma coisa: uma festa só no Maraca.
No vestiário, Adílio leu o bilhete enviado por Rondinelli do hospital: “Vamos para a cabeça”. A corrente emocionou a todos. O Flamengo entrou em campo e o Maracanã balançava no grito de Meeeengoooo! Fogos, bandeiras, papel picado, o bumbo marcando. Era chegada a hora.
Os times saúdam suas torcidas. Não se ouve os mineiros. Mal se ouve as entrevistas. Kleber Leite diz a Nunes que Francisco Horta, que quase entrou em campo junto, previu 2 gols do camisa 9: “Se Deus quiser”, disse Nunes. “17h, 1 minuto na cidade mais linda do mundo”, disse Curi.
É dada a saída. O Atlético ataca, o Flamengo rebate, os mineiros voltam à carga e Cerezo chuta, a bola bate em Marinho e Raul defende. Curi chama César Rizzo que explica o lance. Visto do alto, o movimento é intenso no entorno do Maracanã, mas não há mais espaço.
Osmar adianta demais a bola. Andrade se antecipa e rouba dando a Zico. “Dáaa-lhe, garoto”, grita Jorge Curi, enquanto o passe sai para Nunes que chuta colocado contra a saída desesperada de João Leite. Tá na rede. Saí pulando pela sala, Curi berrando no Philco Transglobe.
Alucinado, quando voltei à terra demorei a entender o que relatava Cezar Rizzo atrás do gol. Após a saída, Reinaldo havia empatado para o Atlético em chute de canhota que desviara em Marinho. A vantagem durara apenas um minuto. Foi a primeira vez que o futebol me doeu no peito.
O jogo seguiu a todo risco. Porrada de todo lado. Chances de gols também. Éder tentou encobrir Raul, foi por cima. Marinho cabeceou rente ao travessão. João Leite salvou no ângulo um voleio de Junior. Reinaldo entrou livre e perdeu. Não dava para respirar. 1×1 no placar.
Eu pulava de rádio em rádio em busca do melhor som. Aos 44, eu estava na Nacional com o Zé Carlos. Junior apanhou uma sobra e chutou. Havia Zico no meio do caminho, que dominou e virou: “Entrooou!”, disse o Garotinho. Ângulo esquerdo, festa de Zico com a massa. ENTROU!
O Maracanã viveu um intervalo surreal. “Garotinho, tem topless na geral, tem beijo na boca, o batuque não para, desconhecidos se abraçam, é um grito de Carnaval no Maracanã, José Carlos”, mandou Deni Menezes na Nacional. Faltavam 45 minutos para uma felicidade ainda desconhecida.
Recomeça. Vem Silvestre, vai Orlando. A Nacional sumia no começo da noite, tenho Globo e Tupi. Nunes arrepia, monstro. Junior voa, Zico investe e é derrubado. Flamengo melhor. A cobrança sai rente ao ângulo, uuhh. Reinaldo sente a perna. Ouço o relógio da parede: tic-tac.
Cerezo quase faz contra, João Leite segura pelo rabo. Junior deixa Nunes livre, livrinho, é o título, eu subo na cadeira, o chute de canhota vai para fora. Faltam 25, tic-tac. ADEG informa: 154.355 pagantes, estima-se que 20 mil invadiram, renda recorde de Cr$ 19.726.210,00.
Logo após Waldir dizer “o relógio marca” na metade do 2º tempo, tic-tac, eu mexi na antena esquecendo que dá azar. “Reinaldo tocou, passou por Raul, vai entrando é gol”. Me senti culpado. Pensei em 1950. Pensei em Rondinelli no hospital. Reinaldo empatava com uma perna só. 2×2. Tic. Tac.
Tentei ouvir na Nacional, entre chiados o Apolinho disse “é lá é cá, pode dar qualquer bicho”, quando Reinaldo reclamou de impedimento e foi expulso. Luiz Mendes interveio: “Agora se o Flamengo botar a bola no chão vai ser campeão” e a Nacional sumiu de vez. Fui pra Tupi.
Eu só pensava em Rondinelli. É a Deus que se apela nessas horas, não? (essa é a foto da cotovelada de Palhinha que havia botado Deus no hospital) Adílio chuta de fora, João Leite defende. Zico na falta, e de cabeça, fora. Relógio na parede, tic-tac. Rondinelli no hospital, valei-nos.
37, tic-tac. Junior intercepta e dá a Andrade. Andrade lança para Nunes na esquerda que foge, centra, bate em Silvestre. Vai, Doalcei: “Parou muito Nunes, fintou, diante do arqueiro, penetrou, tentou o arremate, é GOL!” Voei para cima do meu pai, chorando. GOL! GOOOL! GOOOOOOL!
Se no 2×2 o chão sumiu debaixo dos meus pés, no 3×2 eu podia voar. “Nuuunes, Nunes, de maneira sensacional!”, gritava Doalcei. Senti a dor da tensão acumulada, vi meu pai com lágrimas nos olhos e não parei mais de chorar, andando de um lado para o outro. Nunes, de maneira sensacional.
Só no outro dia vim a saber que Manguito quase botou tudo a perder. Raul salvou. Esse mesmo Raul, velho de guerra, que após o apito final caiu de joelhos chorando como uma criança, e uma criança chorava no alto da Serra em Santa Catarina, lá onde o vento faz a curva, e agora escreve essa história com novas lágrimas.
E um torcedor começou a cruzar o campo de joelhos, como outros haviam feito em 44, 55 e 79, e na volta olímpica o troféu passava de mão em mão. Eu pensava em Rondinelli, anos depois entendi que pensava em Rondinelli como Sal Paradise em Dean Moriarty no final de On the Road.
A taça seguiu passando de mão em mão, porque afinal o Flamengo era o campeão do país que tão bem representava, e tão mais Flamengo quanto mais povo, e começava a invasão na Gávea com milhares de litros de chope, e assim nos morros, nas biroscas, copos ao alto como troféus, Mengo!
Eu não parava de pensar em Rondinelli, e no vestiário Márcio Braga abraçou Helal às lágrimas e a ele dedicou o título, porque Helal havia desistido de ser oposição na eleição para lutar junto pelo troféu que então Coutinho, Deus o tenha, erguia, orgulhoso e feliz, e dedicava a Rondinelli.
Sandra precisou de muita paciência para tirar o carro do Maracanã, Zico ao seu lado, e a musculatura que esteve a um fio de estourar doía demais. A festa foi na Gávea e na boate fechada pela diretoria, e se espalhou pelo Brasil. Eu fiquei em frente à TV, esperando pelos Gols do Fantástico e pelo VT.
Segunda-feira, ao sair do hospital, Rondinelli pediu à mulher que o levasse ao Maracanã, ali perto. Na frente do estádio, bandeira em punho, Rondinelli sorriu, ainda com o rosto enormemente inchado. Depois, olhou longamente para o maior do mundo e disse com a voz embargada: “Agora posso ir”. E 40 anos depois eu ainda penso em Antônio José Rondinelli Tobias. Foi tudo por ele, e por cada um de nós.
Estive neste jogo, como ao anterior contra o Coxa 4×3, assim como estive em outros inúmeros, entre os anos de 77 a 83. Em 80 tinha 10 anos, no dia 2/6, faria 11 anos. No dia seguinte meu tio me disse ‘vc ganhou o presente que nunca mais esquecerá’. Verdade! Fiz 51 anos e este dia ficou marcado na alma. Moro em Petrópolis que hj é perto, mas em 80 era longe do Rio, não havia nem postos de gasolina abertos nos fins de semana, lembra? Este meu tio, Nandi era um craque de bola, que deveria ter sido jogador profissional, acabou ficando pelo Futebol de Salão, como um dos craques dos anos 70 na cidade. Todos que o viram jogar, comentam que o estilo era do Zico, Dominio, arrancada em direção ao gol e ferro, rápido e inteligente. Conseguiu um emprego de vendedor de leite, mas que lhe deu bastante dinheiro na época, não sei como. Mas sei que por isso, fui há muitos jogos e vi o melhor do Flamengo, jogos épicos e que entraram pra história do clube no período. 5×3 no Vasco. 3×0 fogo. Fla3x2 SP de virada em 82. O 2×1 do Ladrilheiro…. e até o do Borrachinha. Vi Zico contra Riva no 1 jogo em 77, mesmo pequeno uma musica guardo até hj, ooô Zico é craque, Rivelino é um coco rsrrsrs. A ingenuidade da época, ainda se cantava que ‘passou,passou um avião e na asa…”’ .
Mas o Fla 3×2 CAM 2 foi o mais especial dos títulos que vi, mesmo depois de 40 anos. Lembro que pra entrar um dos tios entrou no tumulto da fila e compra de ingressos e voltou por cima dos outros, jogado pra trás pelos que ainda não tinham chegado no guichê. entrei quase flutuando no meio de milhares de pessoas. Eramos em 5, 3 tios 1 primo e eu. Não havia lugares pra ficar e so conseguimos ficar no ultimo degrau da arquibancada. (era um grande vão e as rampas atrás). Assisti ao jogo ajoelhado entre as pernas dos tios, que assim nos protegiam e nos mantemos ali, exatamente na transversal da direção em quem Nunes irrompeu pela área. Lembro do lance até hj , ele na minha diagonal driblando e ficando de cara com o gol, o chute meio de lado, meio de bico, mas gol, gol inesquecível. Gol que revejo e tenho na memoria como um filme marcado pra sempre. (choro)
Nunca tinha escrito sobre isso, tantas lembranças vieram dos melhores anos da infância e inicio da juventude.
Só um detalhe queria rever e tenho uma opinião que distoa de todos que já ouvi ou li. Reinaldo não estava machucado, não machucou no jogo. Ele já tinha histórico de se valer das várias contusoes que sentia e ficava de migué. Se virem novamente o jogo ele, num lance de canto, sente uma dor, poe a mão na coxa, mas continua em campo. O empate dava o titulo ao galo, ele continua, tem outra oportunidade, ve q não chega, dá mais um migué. Mas na hora do lance do gol ele surpreendentemente, corre da lateral até o centro da área, onde ninguem se preocupou com ele, ele corre, chega e toca para o gol. Corre, punho cerrado comemora o gol e nehum sinal de dor ou desconforto. Na outra jogada ai arruma confusão e é expulso, ai sente a ‘dor’ novamente. Migué. E depois desse lance mais a confusao depois, mais a cotovelada do palhinha no jogo anterior, tudo isso começou a grande rivalidade com o galo até hj.
Mauricio Neves é foda.
Obrigado pela crônica. Assisti alguns jogos deste campeonato no Maracanã, com meu tio rubro negro. Na final, ele conseguiu somente um ingresso e tive que ficar em casa, ouvindo pela rádio nacional. Emocionante a lembrança. O choro, as gozações e a alegria de ser rubro negro.
Abraços e SRN
Mais um ladrilho bem colocado!
É LAMENTÁVEL E DECEPCIONANTE CONSTATAR QUE FIGURAS PÚBLICAS COMO OS EX-JOGADORES DO FLAMENGO, ESPECIALMENTE JÚNIOR, ADÍLIO, ANDRADE, MOZER (TODOS N E G R O S), ZICO, LEANDRO, JÚLIO CÉSAR E OS DO ELENCO ATUAL SE MANTENHAM CALADOS E OMISSOS DIANTE DO RACISMO ASSASSINO CONTRA OS NEGROS.
ENQUANTO ISSO, VIDAS SÃO ARRASADAS SEM DÓ NEM PIEDADE E ZICO CONTINUA FAZENDO SEUS VÍDEOS PATÉTICOS ONDE 10 ENTRE 10 ENTREVISTADOS BABAM SEU OVO E ELE SE COMPORTA COMO SE O MUNDO SE RESUMISSE A SUA BOLHA MINÚSCULA E NADA LHE ATINGISSE. MAS O QUE ESPERAR DE ALGUÉM QUE SE REFERE A DEUS COMO “O HOMEM LÁ EM CIMA”? JOGADOR DE FUTEBOL TEM O CÉREBRO NO PÉ. QUE FALTA FAZ UM SÓCRATES OU UM LEBRON JAMES!
DE ÍDOLO(S) PASSEI A TER NOJO E DESPREZO, A ELES E A TODOS QUE ASSIM SE COMPORTAM.
É A ASQUEROSA MAIORIA SILENCIOSA, QUE NO SEU SILÊNCIO COVARDE ENDOSSA O BARBARISMO.
MAS O BUMERANGUE VAI E VOLTA NA MESMA VELOCIDADE.
Meu amigo Rasiko,
compreendo perfeitamente a sua reação, mesmo que a considere um tanto ou quanto exagerada.
Já tinha ficado indignado com os nossos jogadores que nada (ou quase nada) doaram e ainda fizeram exigências quando da redução salarial, ao passo que, na Europa, os grandes craques – Messi e Cristiano Ronaldo à frente – disponizaram milhões de euros para amenizar os impactos da Coronavid.
Agora, a apatia quase total diante do brutal assassinato em Minessota.
Não sei explicar o porquê, na verdade generalizado.
Se pensarmos na mesma apatia generalizada pela morte do menino João Pedro, brutalmente executado pela PM, que passou em branco, a nossa indignação só se acentua.
Das autoridades NADA se pode esperar, pois preferem discutir se uma tal de cloroquina é eficiente ou não, pois, afinal de contas, para um gripezinha, seria mais do que suficiente, em que pese os 35 mil mortos, mais do que os prometidos 30 mil em declaração já perdida na poeira dos tempos.
Para mim, bastaria uma só palavra.
DECEPCIONANTE.
Fraternas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu bom amigo Carlos, não sei o que vc quer dizer com “reação exagerada”. É uma indignação que não quero nem consigo conter por constatar a apatia generalizada diante do genocídio escancarado, não só de negros, mas de todos os que não se enquadram nos padrões exigidos pela elite branca, com menção especial pros indígenas, daqui, Estados Unidos, Austrália, México, onde eles existirem. Como nunca fui omisso, nem mesmo em situações que aparentemente não me dizem respeito – e isso já me trouxe inúmeros problemas, inclusive prisões -, fico profundamente revoltado com os avestruzes e adoradores do próprio umbigo. No frigir dos ovos são eles que sustentam, através de uma covardia sistemática, essa sociedade doente.
Esclarecendo, mesmo que com muito atraso.
Com sinceridade, nojo e desprezo não tenho.
Recrimino o silêncio, mas sinto dificuldade em deixar de lado um ídolo.
Fratenas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Uma linda – e super detalhada – crônica para um jogo inesquecível.
É um verdade histórica – a primeira vez jamais é esquecida.
Muito mais velho, já tivera outra na minha vida flamenguista.
Ainda escreverei – vã ilusão – a respeito do TRI, não sei se o de 1944, que mal assisti (seis anos, apenas) e o de 1955, conquistado em abril do ano seguinte, fato absolutamente normal do eternamente confuso, posto que genial, futebol brasileiro, carioca em especial.
Afastando-me do tema.
Só pode ser a pandemia e digo por mim.
Escrevo já no dia 5, para um artigo emocionante do dia 2.
O futebol – e junto com ele a RP&A – ficou de lado.
A preocupação com a saúde vem na frente,
Não posso mentir. Também a Política, que virou um pandemônio. Pelo menos atenua a chateação da minha prisão domiciliar sem tornozeleira. Nunca pensei que ficasse o dia inteiro vendo e ouvindo a Globo News.
Somente isso pode justificar que até agora não exista um só comentário, embora possa ter ocorrido uma preguiça do ^paginador^.
Vamos em frente, que os loucos estão soltos.
Preocupadas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Maravilha de relato !!
Clap Clap Clap
Meeeeeengoooo
Caro Maurício, sou de 76 e não me recordo de 80. No entanto, uma das lembranças mais marcantes da minha infância era o ritual dominical com meu pai, vascaíno, para ouvir o Enquanto a Bola não Rola na Globo, em ondas curtas, e depois os jogos na Tupi, Nacional ou na própria Globo, no Motobrás 6 faixas. Inesquecível também a tortura chinesa imposta pelos caprichos da ionosfera: quando ia chegando a noitinha, as ondas curtas definhavam, até virarem um fiapo, mas o sinal das ondas médias ainda não era muito estável, obrigando-nos a um vaivém de doido. Às margens do Rio Grande, no sopé da Serra da Canastra, também sofríamos muito. Fiquei emocionado com sua crônica. Um forte abraço e fraternas saudações rubro-negras!
Olá caro Passos,fiquei feliz em saber que aqui no RP&A encontrei um quase vizinho da região de Furnas.Sou de Campo Belo,mas moro atualmente em Arcos e até uns anos atrás sempre que podia passava os fins-de-semana nas margens do grande mar de Minas.SRN
Parabéns pelo belíssimo texto.Me fez lembrar da minha infância/adolescência,no fim dos anos 80 e começo dos 90,onde eu com meu radinho de pilha ficava a trocar de estações quando uma saia temporariamente do ar,por causa do sinal fraco,eu também moro longe do Rio e por estas bandas só conseguia pegar as rádios grandes á partir das 18:00.Quantas e quantas vezes,na melhor ou na pior hora,era um desespero só quando o sinal sumia e eu ficava sem saber do desenrolo da jogada de perigo a favor ou contra a gente.
eu estava lá no maracanã ….foi incrivel poder viver aquela final.
na minha opinião foi o jogo mais importante da historia do mengão por tudo que cercava aquele jogo.
era o primeiro titulo nacional e depois desse veio tudo a reboque,libertadores e mundial.
SRN !