Quem aí conhece Toritama? Ignorante que sou, nunca tinha ouvido falar. Pequena cidade do seco e pobre agreste pernambucano, vizinha de Caruaru, Vertentes e Taquaritinga do Norte, Toritama produz quase 20% das peças confeccionadas em jeans no Brasil. Por oferecer qualidade e bons preços, a cidade atrai comerciantes de todas as regiões do país, gente que compra roupas lá para revender nos lugares em que mantém seus negócios.
Conheci Toritama na Quarta-feira de Cinzas, assistindo ao documentário Estou Me Guardando Para Quando O Carnaval Chegar, do diretor pernambucano Marcelo Gomes. Os pernambucanos costumam ser bons nessas coisas de cinema. Marcelo deixa a história fluir de um jeito sereno e envolvente, colhendo depoimentos bacanas e mostrando o processo de produção no que eles chamam de facções, quanto as pessoas ganham, como vivem, as músicas que os jovens escutam, até chegar, com mais de uma hora de narrativa, à razão do nome do filme: o incontrolável e unânime desejo dos moradores de passar o Carnaval na praia. Para isso, se o dinheiro guardado não é suficiente, vendem geladeiras, armários, fogões, aparelhos de tevê e até os equipamentos necessários ao trabalho – que terão de recomprar na volta, a fim de recomeçar o ciclo. É o ano inteiro de movimentos repetidos e um incessante barulho de máquinas de costura massacrando os ouvidos, sem ter o que fazer senão ralar e esperar o Carnaval chegar.
Com a minha cabeça de bola, em que sempre há espaço para analogias com o futebol e o Flamengo, rapidamente concluí que eu já fiz parte de uma insana legião de quarenta milhões de pessoas que, da mesma forma que os moradores de Toritama passam 365 dias esperando o Carnaval, passamos 38 anos esperando pela reconquista da Libertadores e outros dez pela do Brasileiro. Não queremos mais passar por isso, e a grande notícia é que agora temos um clube preparado para, ao menos – e como dizia meu pai – , dar uma no cravo e outra na ferradura.
Largamos bem na corrida ao tri. Em condições normais de temperatura e pressão, o atual Flamengo joga vinte vezes com o Junior de Barranquilla, em qualquer lugar do planeta, e ganha as vinte. Ocorre que a Libertadores jamais é disputada em condições normais de temperatura e pressão.
Vimos João Lucas compreensivelmente trêmulo, e nos deixando com a incômoda sensação de que o reserva imediato de Rafinha é uma das duas situações não resolvidas em nosso elenco. (Também me preocupa, embora o considere bom goleiro, a instabilidade de César.) Após catorze temporadas europeias e com menos de um ano de sua volta ao Brasil, Filipe Luís pareceu inadaptado à habitual cafajestada do futebol sul-americano. Não existem santos ou vestais entre os jogadores dos grandes clubes europeus – Sergio Ramos que o diga –, porém não há como negar que as coisas por lá são diferentes. Gustavo Henrique e Léo Pereira, zagueiros de bom retrospecto no Santos e no Athletico Paranaense, precisam se acertar com o jeito Jorge Jesus de jogar. Aquele que conseguir garantirá a titularidade ao lado de Rodrigo Caio.
Coisas muito boas aconteceram. As duas defesas extraordinárias de Diego Alves, a primeira na falha feia de Gerson na saída de bola à frente da área e a segunda no voleio de Teo Gutiérrez – o bandeirinha não marcou impedimento e não há VAR na fase de grupos da Libertadores. A atuação de Thiago Maia. Everton Ribeiro, além da movimentação de sempre, aproveitando com inteligência os espaços abertos por Gabriel e aparecendo na área como artilheiro. A rapidez de Michael, que será sempre um desafogo em momentos perigosos das partidas. Os dois gols no melhor estilo Flamengo: giro de Thiago Maia, esticada de Vitinho, grande jogada de Arrascaeta em cima do lateral Piedrahita e complemento preciso de Everton Ribeiro; corte de João Lucas para Gabriel, ótimo lançamento de Gabriel para Michael, passe perfeito de Michael para Everton Ribeiro e o toque final, cheio de categoria, do capitão. E houve, ainda, três momentos preciosos.
Aos 44 do primeiro tempo, o Flamengo saiu jogando de forma temerária, Gerson tentou o drible um pouco além da meia-lua, perdeu e a sobra ficou com Teo Gutiérrez, cara a cara com Diego Alves, que manteve a frieza e fez uma defesa dificílima. Mal a jogada se encerrou, Gerson levantou o braço direito, acusando a falha, e o manteve erguido por um bom tempo, deixando claro a todos que assumia a bronca. (Parece óbvio, no entanto já vi muito jogador de futebol cometer erro semelhante e reclamar de quem lhe passou a bola, de quem não ofereceu opção para o passe etc.) E o melhor: com a óbvia exceção de Jorge Jesus, ninguém mais reclamou de Gerson, numa prova de confiança no companheiro e respeito adquirido. O time saiu pro jogo e vida que segue.
Mais: encerrado o aquecimento, Gabriel entregou sua camisa a um pequeno torcedor do Junior de Barranquilla com cerca de dez anos de idade. Era a camisa do artilheiro da Libertadores 2019, o cara que, na decisão, fez dois gols em três minutos em cima do temido River Plate, virando o jogo no finzinho e assegurando o título. O menino caiu no choro. Partida encerrada, a história se repetiu. Outro torcedor colombiano, esse um pouco mais velho mas também um menino, invadiu o campo, e Gabriel o presenteou com sua camisa e seu par de chuteiras.
Na quarta-feira, 4 de março de 2020, em Barranquilla, a bola dele não entrou, mas teve gol do Gabigol.
S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L-!
I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L-!
M-Ó B-A-R-A-T-O-!
https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/canal-infantil-do-flamengo-bomba-com-criancada-e-supera-expectativas-de-visualizacoes-e-inscritos.ghtml
srn p&a
Tinha passado batido.
Obrigado !
Historinha ( mais uma da série “é tudo verdade”)
O cara já estava mais pra lá do que pra cá, quer dizer, velhusco, o cara, não é que pintou o inesperado e ele teve sucesso absoluto, será que o Viagra enfim funcionou? Ou a jurubeba, ou… aquela porrada de coisa que ele utilizava chupando do youtube e até os milagrosos de site de sacanagem, isso é que dá misturar tudo, agora ele não sabia o que dera certo, lembrou-se da regra fundamental do jogo de batalha naval, não se deve dar os três tiros juntos, depois não sabe o que acertou o submarino. O importante é que dessa vez funcionou. Orgulhoso, ego saindo pelos poros, gagá é o cacete, aqui, ó. Olhou para o leito desarrumado, a bela emitia um tipo de ronquinho tão suave pelo vestígio do sorriso adormecido, sacana, o risinho, semblante pra lá de satisfeito. O cara se levantou e foi até a janela, a madrugada azul estava chegando. Ainda bem que ninguém viu ele comemorar fazendo aquele gesto típico do Gabigol após mais uma na rede.
Que golaço o seu, Xisto.
Me manda a receita.
Grande Xisto!
Quer dizer então que hoje teve gol do Beldroegas? Parabéns!
Abração. SRN. Paz & Amor.
Os méritos são nossos…
Em 2014, o Flamengo estreou na Libertadores contra o León do México e perdeu. Jogamos no grupo que tinha, além do León, os “fortíssimos” Emelec e Bolívar. É isso mesmo, León, Emelec e Bolívar. E, mesmo assim, fomos eliminados da competição na fase de grupos com míseros 7 pontos (2 vitórias – ambas sobre o Emelec e 1 empate, além de 3 derrotas).
O nosso time titular (se é que dava pra chamar aquilo de time) era formado por jogadores que, revendo hoje, dá vontade de chorar. Escalação: Felipe, Léo Moura, Wallace, Samir e André Santos; Amaral, Muralha e Elano; Paulinho, Alecsandro e Éverton.
(Podem arrancar os cabelos!!! Eu espero)
Portanto, quando jogamos e ganhamos de adversários como o Junior Barranquilla fora de casa, devemos nos apropriar dos méritos. Não é qualquer time que temos em mãos. Fossem outros tempos (sombrios tempos), provavelmente teríamos estreado com derrota se enfrentássemos um adversário com o mesmo poderio do time colombiano.
Não é que os adversários pioraram. É que o Flamengo melhorou muitíssimo, tanto em qualidade de jogadores quanto em mentalidade vencedora. E isso faz muita, mas muita, diferença.
Apesar de sermos acusados de soberba, tudo que NÃO se vê no time de Jorge Jesus é soberba ou acomodação.
O time pode passar por qualquer tipo de perrengue que SEMPRE consegue encontrar um jeito de vencer os jogos. Foi assim contra o Del Valle nos dois jogos (na altitude e com a arbitragem contra ou no Maracanã com 1 a menos por 70 minutos) e foi assim em vários outros jogos desde que o português chegou ao Flamengo. O time simplesmente não desiste e, com isso, quase sempre consegue sair vitorioso dos confrontos. Não por acaso, o Mister tem mais troféus levantados que derrotas nesses 9 meses à frente do Mengão.
Então, se o time SEMPRE mantém o foco e nunca menospreza os adversários, então sabemos que a possibilidade de continuar ganhando é muito grande. Ainda mais que, agora, temos um elenco mais robusto, mais bem treinado e que poderá fazer o que não pôde ser feito ano passado, ou seja, ter em campo jogadores minimamente descansados e aptos a impor o nível de intensidade que o nosso treinador exige.
Não só Libertadores, mas TODOS os troféus em disputa este ano podem ser levantados por nossos capitães. Afinal de contas, a tarefa é árdua, e não queremos ninguém com distensões de ombro (especialmente o nosso goleiro) por causa de movimentos repetidos à exaustão.
SRN a todos!!!
Fala, Vagner.
Seu comentário vai na mesma linha do que fez o Trooper, e eu concordo integralmente.
Curiosidade: no 2º capítulo do livro, eu reproduzo a escalação do nosso time na vitória de dois a um sobre o Emelec, em Guayaquil, na Libertadores de 2014. Há pequenas mudanças – provavelmente por causa de cartões e contusões – em relação a essa mulambada por você descrita: Felipe; Wellinton (Chicão), Wallace, Samir e João Paulo; Muralha (Recife), Amaral, Gabriel e Everton (Negueba); Paulinho e Alecsandro. No banco, Erazo e Lucas Mugni. De todos esses, o único que faria parte do atual elenco seria o Samir.
Como coloquei na resposta ao comentário do nosso grande Carlos Moraes, Independiente del Valle e Junior de Barranquilla são dois dos times que evoluíram bastante no cenário do futebol sul-americano. Nada mais justo do que reconhecer que nosso desempenho e nossas vitórias não têm acontecido pela fraqueza alheia, mas por méritos nossos.
Excelente a lembrança de mais essa inacreditável estatística de Jorge Jesus: perto de completar nove meses à frente do clube, o cara tem mais troféus do que derrotas. Impressionante.
Abração. SRN. Paz & Amor.
PS: Quero muito saber sua opinião a respeito de “Festa na Favela”. Como já escrevi aqui, críticas fazem parte do jogo e sugestões são sempre bem-vindas.
Toritama não conheço, melhor, sequer ouvira falar. Apesar de já ter estado em Caruaru, posto que de passagem.
J´começa a ficar sem graça. O time entra em campo, com total favoritismo, obrigado a ganhar. Ainda bem que ganha.
Começo a achar que o futebol de nossas bandas, não só o nosso (tirante o Flamengo), está atravessando um momento caótico, o que não seria extravagante se observarmos que todo e qualquer jogador bonzinho sai logo para a Europa,
Não só brasileiros e argentinos, mas colombianos, equatorianos, até venezuelanos.
Nada resta em América do Sul e quejandos.
Sábado, decidiu-se o campeonato argentino.
O campeão, superando o River na rodade final, foi o Boca.
Aparentemente, tudo bem.
Aí, cabe indagar. O gol único da partida final, o do título, foi de autoria de algum novato promissor.
Pois é, nada disso.
Foi do Carlitos. Isso mesmo, o velhíssimo e cansadíssimo Tevez.
Retrato perfeito da atual fase de Sudamerica.
Consequência natural.
Seremos francos favoritos em todas as competições, até chegarmos ao Mundial. Aí, a coisa engrossa.
Até então, ao que tudo indica, ficaria bem morna.
E a emoção, inerente ao futebol. pergunto eu.
Em decadência, pior ainda,sem elegância.
Entendiadas SRN
FLAMENGO SEMPRE
ENTEdiadas, de tédio, obviamente.
Meu querido Carlos Moraes.
Gostou do livro? Críticas fazem parte do jogo e sugestões são sempre bem-vindas. Como diria seu Bertoldo Brecha: “Venha!”
Tenho uma discordância quanto ao seu comentário. Em certas paragens latino-americanas – Uruguai, sobretudo – o nível do futebol praticado pelos clubes está indiscutivelmente abaixo do que já foi um dia. Mas há crescimento em outras bandas, como no Equador e na Colômbia. E a competição tem lá suas bizarrices e surpresas, a começar pela história da altitude que descrevo logo no capítulo de abertura. Nunca é fácil.
Em relação ao favoritismo, não há dúvida. Mas nem sempre ele é suficiente, ainda mais em competições disputadas sob a fórmula do mata-mata.
Também discordo da história do tédio. Emoção no futebol é imprescindível, mas se for para se entediar, melhor que seja devido às vitórias.
Abração. SRN. Paz & Amor.
O livro é ótimo.
Leitura obrigatória de todo e qualquer flamenguista.
Andei doente, razão da demora em responder.
Opa! Espero que esteja tudo bem.
Sábado passado fui beber uma cerveja com nosso amigo Delpupo, falamos (muito bem, diga-se) de você.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Há um Toritama FC? Talvez com um latera direito promissor? Apuremos. SRN!
Fala, meu camarada.
Li na wikipedia que há um clube, chamado Portuguesa, que disputa o campeonato estadual. Mas não está nem na primeira, nem na segunda divisão.
Li, ainda, que a Prefeitura estaria doando bolas e chuteiras aos clubes da cidade, justamente para melhorar a qualidade do futebol que é jogado por lá. Significa duas coisas: 1) Existem outros times, além da Portuguesa. 2) Difícil haver um lateral-direito promissor. Mas como estamos falando de futebol, tudo é possível.
Abração. SRN. Paz & Amor.
A atitude do Gabigol com os dois meninos colombianos foi emocionante! E a reação do primeiro foi de marejar os olhos… Comentei com alguns amigos após o jogo: Flamengo poderia oferecer passagem, ingresso e entrada com o time em campo para esses dois meninos no jogo contra o Junior Barranquilla aqui no Maracanã.
SRN
Fala, Leonardo.
Parabéns, a ideia é ótima. Além de, para os padrões atuais do clube, baratíssima.
Tomara que o marketing do Flamengo já tenha conseguido perceber o alcance que isto poderia ter.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Grande Murta.
Eu conheci Toritama. In loco.
Lembra da campanha que fiz 1998 em Pernambuco?
A Genesis me liberou e depois eu voltei para os nossos inesquecíveis almoços.
Tem coisas que só acontecem ao Botafogo .
E outras, só comigo. Beijão! SRN!
Fala, irmãozinho.
Sim, lembro, claro. Só não sei é se, naquela ocasião, Toritama já era o grande centro da produção de jeans no país. Era?
Depois dá uma olhada no documentário, você vai gostar.
Abração. SRN. Paz & Amor. E manda um beijo enorme pra Nina. Fiquei emocionado com a linda presença dela no lançamento.
Era uma região de grande produção de malhas, jeans tecidos etc. Tinha uma fábrica, no meio do nada, moderníssima. Foi impressionante. Também conheci Afogados, já que o site é sobre futebol….hahahahaha. Pau D’alho, um monte de cidades do interior de Pernambuco.
Com relação à Nina, achei que você e ela fossem gostar. Como não pude ir, mandei minha artilheira pra me representar. Ela também ficou bastante emocionada de ter ido. Um beijo, meu irmão. TMJ.SRN!
Gostar? Rapaz, eu fiquei emocionadíssimo.
Tá certo que, como está no último capítulo do livro, virei “um sujeito babão e choroso”, mas foi bonito demais.
Belíssima surpresa, muito obrigado a ela e a você.
Abração. SRN! Paz & Amor.
Murta… E a descrição dos lances?… E os melhores momentos?…
Fala, Alvaro.
Pois é, rapaz, venho mantendo sérias discussões sobre isso comigo mesmo.
Gostei muito de fazer o que fiz no ano passado, com a história dos “Lances Principais”, pelo fato de representar uma espécie de registro histórico. Entretanto, há duas questões importantes aí.
Primeira: dá um trabalho incalculável. Algumas daquelas jogadas eu vi doze, quinze e até vinte vezes. Houve um dia em que minha mulher chegou a dizer que eu estava ficando maluco.
Segunda: a dúvida maior é se é o caso de fazer, em 2020, a mesma coisa que fiz em 2019. Será? Sei lá.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Discordo apenas da sua avaliação sobre o César. Ele é fraquíssimo.
Assim como o João Lucas.
A de se destacar a vitória até certo ponto tranquila, apesar dos desfalques pesados em todos os setores.
Prova de como esse time é forte. Quem entra, parece que tá plenamente entrosado. Na verdade, “entrosado” é palavra que não define bem. O correto é “bem treinado”. Porque os movimentos táticos são iguais pra todo mundo. É apenas uma questão de treinar os titulares com a mesma metodologia que se treina os reservas, o que é impossível em um cenário de coletivos, rachões e animadas partidas de futevôlei, com que tivemos o desprazer de conviver nas últimas décadas.
E cuidado para não cair nas armadilhas de “ah, o Del Valle é uma babá”, “o Júnior de Barranquilla é horroroso”, dentre outras, porque são times que vêm obtendo bons resultados já há algum tempo nas competições sul-americanas e para os quais CERTAMENTE teríamos perdido, fosse nosso treinador um Abelão da vida.
Não caiam nessa. O Flamengo tá ganhando por seus muitos méritos e não somente por fraqueza dos outros.
Esse ano é tudo nosso de novo (anota pro próximo livro, Murtinho)
Fala, Trooper.
Antes de mais nada: vacilaste, meu camarada, vacilaste.
Eu estava certo de que ia te encontrar no lançamento do livro, até porque você está devidamente citado na página 287, com o merecido crédito à sua previsão. Não apareceu no lançamento, não foi beber uma cerveja comigo, não comprou o livro, estás devendo. Mais do que na hora de tirar esse escorpião do bolso.
Vamos ao comentário.
Minha benevolência com o César ocorre porque a posição de goleiro é bem menos sujeita a lesões e cartões. É verdade que tivemos problemas com ausência do goleiro titular nas últimas temporadas, mas é mais raro. Talvez por isso, é sempre difícil ter um reserva à altura, pois o cara joga pouquíssimo e acaba pedindo pra sair – vide o caso recente do Vanderlei, no Santos. É uma montagem complicada. A esperança talvez esteja na capacidade de quem está vindo da base (Gabriel Batista e Hugo Souza, não conheço nenhum dos dois).
Quanto ao João Lucas, foram poucas chances até agora, mas está me parecendo num nível bem abaixo do que temos e podemos ter hoje. Por isso, considero a reserva da lateral-direita a maior urgência do nosso elenco.
Acho nosso grupo na Libertadores difícil, e qualquer outro time brasileiro se enrolaria pra seguir adiante ali. A questão é que o Flamengo de Jorge Jesus está mesmo sobrando, o que explica o raciocínio das vinte vitórias em vinte jogos. Méritos do Flamengo, sem dúvida, e não fraqueza dos adversários.
Tudo nosso de novo: tá anotado.
Abração. SRN. Paz & Amor.