Campeonato Brasileiro, 36ª rodada.
O Flamengo terminou o Campeonato Brasileiro de 2016 em terceiro lugar, com 71 pontos. Naquele ano, durante o período em que o Maracanã esteve a serviço exclusivo dos Jogos Olímpicos, o clube foi um mandante nômade, perambulando por Volta Redonda, Brasília, Natal, Cariacica e São Paulo. Duas de suas partidas aconteceram no Pacaembu. Dois a zero sobre o Figueirense, com mais de 28 mil rubro-negros presentes, três a zero no Santa Cruz, com mais de 23 mil flamenguistas no estádio.
Agora em 2019, com impressionantes 84 pontos na tabela e o Brasileiro assegurado com quatro rodadas de antecedência, título da Libertadores conquistado uma semana antes e 38 anos depois, jogo do Flamengo em São Paulo era para lotar qualquer um dos grandes estádios da cidade, e ainda deixar muita gente fora da festa. Todavia, após recomendação da Polícia Militar e do Ministério Público de São Paulo, decidiu-se pela proibição da ida ao Allianz Parque do apaixonado e feliz torcedor rubro-negro.
Como tem ocorrido, já há algum tempo, nos clássicos entre os clubes de São Paulo, a opção foi por tirar o sofá da sala. No lugar dele, permaneceram as indagações de sempre: cadê as medidas preventivas de segurança, a inteligência policial, o planejamento, as propostas e os projetos de legislação específica? Não há nada a aprender e implementar estudando experiências bem-sucedidas em lugares onde a vã valentia deu lugar à vontade da gigantesca maioria de ver um bom time – como é o atual do Flamengo – jogar bola?
Obrigada a assistir pela tevê, a torcida fez o que já se acostumou a fazer: encantou-se. Primeiro e segundo tempos começaram no melhor estilo Mike Tyson. No primeiro, gol aos três minutos, depois de uma envolvente troca de 32 passes. No segundo, gol com menos de um minuto, no lance em que Gerson cresceu para cima de um dos zagueiros palmeirenses, forçando-o ao erro, e Gabriel executou. Mais Flamengo pós-Jorge Jesus, impossível.
De um lado, um time consciente, vibrante e com uma caudalosa produção coletiva. Do outro, nove sujeitos apáticos, o goleiro tendo que cortar um dobrado e – coitado, lutando sozinho – o Dudu. Os três a zero do primeiro turno e esses três a um do segundo são bons contrapontos à Teoria da Espanholização. Em 2019, o que separou a energia e o sucesso do Flamengo do abatimento e o fracasso do Palmeiras não foi a grana, mas a competência.
Assim que acabou o aquecimento, os jogadores rubro-negros caminharam em direção aonde sua torcida deveria ter o direito de estar. E bateram palmas para ninguém. A sublime ironia se repetiu no final da partida, quando agradeceram o apoio dos torcedores imaginários.
Em 2016, ano citado na linha que abre este capítulo, Flamengo e Palmeiras jogaram em Brasília, e os brigalhões de sempre se fizeram presentes. Mostrada de forma nítida pelas câmeras de tevê, a pancadaria estourou na arquibancada. Houve punição para os clubes e proibições para as torcidas organizadas – o que não impede o meliante de entrar no estádio trajando uma imaculada polo Lacoste branca e tocar o terror. Alguma providência para que se passasse a adotar procedimento semelhante ao que ocorre em determinados países europeus, onde o cara devidamente identificado é obrigado a se apresentar numa delegacia horas antes da partida e só é liberado outro tanto de horas depois? Du-vi-de-o-dó.
No ótimo “La Doce – A Explosiva História da Torcida Organizada Mais Temida do Mundo”, escrito pelo jornalista argentino Gustavo Grabia e que trata da violência da principal torcida organizada do Boca Juniors, logo na orelha do livro o autor escreve o seguinte: “Quando eu era criança, o plano de ir ao estádio era muito mais que ir a um jogo de futebol. Era um lugar de conexão para pais e filhos, para amigos do bairro, um mundo cheio de sensações confortáveis que excediam, e muito, o que acontecia no gramado. Esse mundo foi quebrado a partir da violência das barra bravas.” Convidado a explicar as razões para tantos ódios, espancamentos e assassinatos, Rafael Di Zeo, um dos mais famosos líderes da história da La Doce, resume de forma simplória: “Es herencia, herencia y herencia.”
Num momento em que, até mesmo impulsionado pelo exemplo e o sucesso do Flamengo, o futebol brasileiro tem a chance de dar um salto de qualidade e começar a recuperar espaço e prestígio perdidos, não me parece ser a de Di Zeo a herança que gostaríamos de deixar.
Não foi assim que aprendemos a gostar do jogo. Não foi isso o que dissemos aos nossos filhos e netos, quando os convencemos de que aqueles vinte e dois caras correndo atrás de uma bola representam, apenas e simplesmente, a maior invenção da humanidade.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 3 minutos, a tradicional e paciente troca de passes do Flamengo, dessa vez com os onze participando. Gerson, Rhodolfo, Rafinha, Vitinho, Rafinha, Diego Alves, Rhodolfo, Rodrigo Caio, Gabriel, Willian Arão, Rhodolfo, Filipe Luís, Bruno Henrique, Gerson, Filipe Luís, Arrascaeta, Arão, Rodrigo Caio, Rhodolfo, Filipe Luís, Rhodolfo, Filipe Luís, Rhodolfo, Diego Alves, Rodrigo Caio, Arão, Diego Alves, Rhodolfo, Rodrigo Caio, Vitinho e daí a Bruno Henrique no círculo central. Ele girou, avançou e deu ótima bola para a entrada tanto de Arrascaeta quanto de Gabriel, ambos em posição legal, pois Vitor Hugo demorou a sair para fazer a linha do impedimento. Arrascaeta não alcançou, Gabriel ficou cara a cara com Jailson e, sem ser fominha, rolou para Arrascaeta, que acompanhou o lance e empurrou para o gol vazio. O bandeirinha Guilherme Camilo marcou impedimento, a turma do VAR corrigiu. Um a zero.
Aos 5, ótimo lançamento de Felipe Melo para Marcos Rocha, aberto na direita. Ele carregou para o meio e levantou na área. Rafinha bobeou, Dudu se antecipou e cabeceou no meio do gol, com pouca força. Diego Alves deu um tapinha de segurança para escanteio.
Aos 9, Dudu fez boa jogada pela direita, driblou Rhodolfo e cruzou na pequena área. Rafinha cortou na hora em que Lucas Lima ia completar. Dudu ficou com o rebote e pôs novamente na área. A bola chegou alta para Ramires, que cabeceou para fora, sem perigo.
Aos 20, Gerson recebeu o lateral cobrado por Filipe Luís e ligou rápido com Gabriel na meia-direita. Rafinha passou, puxando a marcação de Diogo Barbosa, Gabriel levou para o meio e, marcado à distância por Lucas Lima, chutou forte, rasteiro, no canto esquerdo. Jailson espalmou para escanteio.
Aos 21, Vitinho cobrou o escanteio, Rodrigo Caio ganhou no alto de Felipe Melo e escorou para a risca da pequena área. Bruno Henrique subiu mais que Luan e cabeceou, com perigo, perto da trave direita de Jailson.
Aos 32, Vitor Hugo tentou sair jogando com Diogo Barbosa e errou feio, tocando direto para lateral. Rafinha cobrou, Arrascaeta fez linda jogada em cima de Diogo Barbosa e devolveu a Rafinha, livre. Ele avançou e, dentro da área, levantou para o outro lado, encontrando Vitinho por trás da zaga palmeirense. Vitinho cabeceou firme, para baixo, no canto direito. A bola quicou e Jailson fez uma defesa espetacular para escanteio.
Aos 42, Gerson fez um corte no meio-campo acionando Bruno Henrique, que matou no peito, evitou a aproximação de Diogo Barbosa e lançou Vitinho nas costas de Vitor Hugo. Ele arrancou e, ao chegar próximo ao bico da área, cruzou para Gabriel, nas costas de Luan. Gabriel completou de primeira, Jailson fez mais uma excelente defesa.
Aos 43, em cobrança de escanteio na direita, Vitinho tocou a Rafinha, recebeu de volta e achou Arrascaeta livre. Ele poderia ter batido no gol, mas preferiu o passe cruzado na pequena área. Luiz Adriano salvou para escanteio.
Aos 45, Vitinho recebeu de Gerson, tentou driblar Diogo Barbosa e foi desarmado. A sobra ficou com Rafinha, que levou para o meio e deu ótima bola para Arrascaeta no outro lado, nas costas de Marcos Rocha. De primeira, Arrascaeta deu um daqueles seus toques mágicos para Gabriel. A conclusão, também de primeira, foi com um chute cruzado, forte, no canto esquerdo, indefensável. Bonito gol, dois a zero.
2º tempo:
Aos 40 segundos, Gerson apertou a saída de bola de Vitor Hugo, na área do Palmeiras. O zagueiro tentou tocar para Diogo Barbosa, Gerson travou e a sobra ficou com Gabriel, que bateu forte para o gol. A bola ainda desviou em Luan antes de entrar. Três a zero.
Aos 4 minutos, Gabriel buscou o jogo no meio-campo, recebeu de Rhodolfo e abriu a Vitinho na esquerda. Cercado por Gustavo Scarpa e Marcos Rocha, ele pôs a bola entre os dois, carregou para o meio e arriscou de longe. Jailson defendeu sem problema.
Aos 14, o Palmeiras trocou passes na intermediária do Flamengo, Dudu rolou a Gustavo Scarpa e daí a Bruno Henrique, sem marcação. Ele soltou a bomba, de longe, a bola explodiu na trave direita de Diego Alves.
Aos 34, bom lançamento de Marcos Rocha para Willian, nas costas de Rodinei. Willian matou no peito, deixou quicar e chutou forte, cruzado, de perna esquerda. No travessão.
Aos 38, boa manobra do Palmeiras, que começou com Dudu e Marcos Rocha na direita, e foi a Gustavo Scarpa na esquerda. Ele recebeu livre, Rodinei não diminuiu o espaço para o cruzamento, Scarpa lançou rasteiro, na pequena área. Entre Rodrigo Caio e Rhodolfo, Matheus Fernandes completou para a rede. Três a um.
Aos 44, a bola foi bem tocada desde a zaga do Flamengo, com Diego Alves, Rodrigo Caio, Rodinei, Willian Arão, Piris da Motta, Arrascaeta e Diego, que deu ótima enfiada para Gabriel, nas costas de Vitor Hugo. Gabriel protegeu, levantou a cabeça, viu Diego entrando livre na meia-esquerda e cruzou na medida. Diego bateu de primeira, mas o chute não saiu forte e foi no meio do gol. Jailson defendeu firme.
Aos 45, Bruno Henrique lançou Dudu na direita. Ele driblou Piris da Motta, chegou à linha de fundo e pôs a bola na cabeça de Gustavo Scarpa, entre a marca do pênalti e a pequena área. Scarpa testou firme, Diego Alves fez boa defesa para escanteio.
Ficha do jogo.
Palmeiras 1 x 3 Flamengo.
Allianz Parque, 1º de dezembro.
Palmeiras: Jailson; Marcos Rocha, Luan, Vitor Hugo e Diogo Barbosa; Felipe Melo (Matheus Fernandes), Bruno Henrique, Ramires (Gustavo Scarpa) e Lucas Lima (Willian); Dudu e Luiz Adriano. Técnico: Mano Menezes.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha (Rodinei), Rodrigo Caio, Rhodolfo e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson e Arrascaeta; Vitinho (Piris da Motta), Gabriel e Bruno Henrique (Diego). Técnico: Jorge Jesus.
Gols: Arrascaeta aos 3’ e Gabriel aos 45’ do 1º tempo; Gabriel aos 40” e Matheus Fernandes aos 38’ do 2º.
Cartões amarelos: Rafinha e Vitinho.
Juiz: Ricardo Marques Ribeiro. Bandeirinhas: Guilherme Camilo e Sidmar Meurer.
Renda: R$ 1.291.119,00. Público: 22.219.
Para quem interessar possa.
Hoje, 05.12., saiu publicada no site da FIFA a relação completa dos 23 jogadores da cada uma das sete equipes que vão disputar o Mundial de Clubes.
A do nosso Flamengo, todos já sabíamos desde ontem. Nenhuma surpresa, muito pelo contrário. Todos os jogadores cortados, em realação aos 30 da Libetadores, foram, como já previra a um bom tempo, os garotos da base, além do garoto contratado junto ao Bangu.
Dos nossos 23, somente cinco foram criados no clube, a saber – César, Gabriel Batista, Matheus Thuler, Reinier e Lincoln.
O Cuellar, como era previsto, foi agora inscrito pelo Al Hilal, com o numero 6, tal qual vem jogando – sempre como titular – pelo campeonato local.
Somente não paticipou da ^Libertadores^ asiática por não ter sido inscrito inicialmente e pela limitação, na competição, de jogadores não asiáticos. eis que cada time só poderia inscrever três, no caso específico o francês Gomis, o italiano Giovinco e o peruano Carillo.
Uma curiosidade a relação do Liverpool, da qual não constam dois titulares, ambos contundidos – o zagueiro de área camaronês Matip (a meu ver, o titular mais fraco da equipe), e o brasileiro Fabinho, cuja contusão era do conhecimento geral.
Não é este o dado mais curioso.
Tido e havido como um time rico, os ingleses não relacionaram mais do que uns dezesseis jogadores badalados, eis que inscreveram um bando de jogadores praticamente desconhecidos, à exceção do terceiro goleiro, todos muito novos, nascidos a partir do ano 2000.
Aguardemos
Esperançosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Eu gostaria de propor uma tese para quem tem voz na WEB veicular:
Se a cidade de São Paulo e seus clubes não podem garantir a segurança de torcedores visitantes, que sus clubes mandem seus jogos em locais que sejam competentes para tal.
Não é culpa do Flamengo ou de sua torcida que os paulistanos sejam incivilizados ou tenham aparato de segurança insuficiente. Aqui, palmeirenses, corintianos, etc. são recebidos sem incidentes.
Quem não tem capacidade não se estabelece
Fala, Carlos.
A ideia é legal, mas é claro que não existe campanha ou influenciador capaz de fazê-la ir adiante.
Talvez funcionasse, porém, como uma espécie de anticampanha, realizada muito mais para potencializar o absurdo e aumentar a força da denúncia.
Abração. SRN. Paz & Amor.
A boa fé nos manda acreditar que a proibição à torcida do Flamengo foi por causa da violência, mas eu acho que foi uma retaliação das mais estúpidas ao Flamengo, amparadas pelo MP-SP que agiu como a justiça pernambucana no deplorável caso de 87.
No Brasil é assim, autoridades sempre a serviço de interesses mesquinhos.
É triste né Murtinho?
SRN
Prezado Marcos,
Comentário perfeito. Parabéns. SRN!
Tmj SRN
Fala, Marcos.
Sim, é bastante triste. E se o MP-SP se prestou a isso, aí é mais triste ainda.
O problema é que, aqui em São Paulo, a cultura da torcida única se consolidou. Quem perde é o futebol. Quem perde são os torcedores que gostam, apenas, de assistir a um bom jogo.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Parece que a frase “não diminuiu espaço para o cruzamento” colou inapelavelmente no nosso simpático Rodinei, pior é que o Míster está meio sobre o caído por ele. Caceta, já vimos esse filme com outros atores.
Grande Xisto!
O fato é que ele marca mal. Tenho esperança de que, na pré-temporada de 2020, Jorge Jesus consiga melhorar isso.
No entanto, continuo defendendo a tese de que não é simples encontrar um reserva para o Rafinha que seja tão melhor assim do que o Rodinei. Não sei.
Abração. SRN. Paz & Amor.
estamos em outro patamar….
enquanto palmeirenses,santistas ,vascainos et cavernas falam dos problemas das suas equipas(créditos pro mister) nós felizes rubro-negros falamos das jogadas geniais dos nossos craques.
o flamengo está no melhor ano da sua história ,sem duvidas !
SRN !
Fala, Chacal.
Não há dúvida: quando disse a frase que ficou famosa, Bruno Henrique estava certíssimo.
Enquanto os adversários reclamam – e têm que reclamar mesmo, para que as coisas mudem -, a gente comemora.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Vou comentar em parcelas.
1a. – já coloquei lá no Arthur, mas vou repetir aqui. Um dos mais belos lances de toda a nossa maravilhosa conquista aconteceu aos 45 minutos do primeiro tempo. O toque genial de prima do Arrascaeta para a linda emendada do Gabriel foi algo pouco visto. No posso negar. Assim como o JJ, sou um fã absoluto do uruguaio. Mestre Murtinho definiu bem – joga como quem está chupando laranjas. Os incautos chegam a achar que ele se esconde. Muito pelo contrário, eis que não há jogador no nosso Brasil-brasileiro que veja previamente a perfeita execução de um lance como ele. Não sou só eu quem acha. O mágico Mister já deu entrevista neste sentido.
2a. – proibição da presença da nossa torcida.
Fiquei revoltado com tamanha burrice e incapacidade de todos os envolvidos.
Até a hora do Fantástico.
Não tinha ciência, até então, do que acontecera, na noite anterior, na favela de Paraisópolis.
Conclui que, com a PM de São Paulo, é melhor que não haja presença de público.
Só pela televisão.
Evita-se a execução sumária, que, cada vez mais, aumenta no nosso Brasil-brasileiro, em tempos atuais.
3a. – excepcional exibição.
Enquanto teve interesse, o nosso Flamengo deu um show em campo.
Nem vou comentar os jogadores mais fraquinhos.
Cabe destacar a presença notável do Arrascaeta, do Gabriel e do Gerson.
Para o padrão normal, Bruno Henrique já fez coisas melhores.
Filipe Luís caiu de produção, o que me deixa preocupado. Foi bem mal em Lima e apenas um pouco melhor no chiqueiro reformado.
Entusiasmadas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Com muita tristeza, sou obrigada a concordar com você. Torcida única é uma derrota e uma confissão de incompetência de quem organiza o espetáculo, mas antes torcida única do que torcedor do Flamengo sendo espancado nas arquibancadas por gente frustrada que quer descontar não ter sido campeão em quem foi, o que não é NADA difícil de acontecer considerando-se a gentalha que predomina nas arquibancadas modernas do Palmeiras. Tem torcedor iludido do Palmeiras que não quer ver que a maioria da torcida que resolveu frequentar estádio nos últimos anos é reacionária e escrota. Agrediram até torcedor do próprio clube domingo em pelo menos dois incidentes divulgados até agora. E o pior é que tiveram respaldo da PM que estava lá. Não tenho dúvidas de que se resolvessem partir para cima de torcedores do Flamengo por qualquer “desculpinha” que arranjassem (são melindrados, qualquer coisa os ofende e é motivo para violência), a PM ou ajudaria ou não faria nada.
Minha querida Bia.
Seu comentário é muitíssimo importante, pela lucidez e imparcialidade. Entretanto, e com enorme pesar, eu acho que isso não acontece apenas com a torcida do Palmeiras.
Uma pena termos chegado a esse ponto, porque eu sempre achei as torcidas organizadas importantes para o futebol, pela fidelidade, a festa que promovem, os cantos (apesar de que, vamos combinar, aquele “Palmeiiiiiiiiras! Palmeiiiiiiiiras! Palmeiiiiiiiiras!” parece mais um lamento do que um incentivo; ao menos pela tevê, é chatíssimo).
Torcer para que a ida a um estádio de futebol volte a ser do jeito que já foi um dia. Outros países conseguiram. O problema é que o nosso é um país insólito.
Beijo grande. Paz & Amor.
Meu querido Carlos Moraes.
Bora lá.
1) Sim, toda a jogada e a conclusão de Gabriel tiveram execução perfeita. Quanto ao Arrascaeta, não há dúvida: a laranja que ele chupa – enquanto deixa os companheiros não sei quantas vezes na cara do gol – é da melhor qualidade.
2) Boa lembrança, embora tristíssima, essa de Paraisópolis. Que país é este?
3) Foram dois bailes no Palmeiras, justamente o único clube do Brasil com capacidade de investimento semelhante à do Flamengo. Duas vitórias do trabalho bem feito. Duas vitórias da competência. Bruno Henrique tem dosado as energias. Se for preciso, entra no jogo pra valer; se não for, joga pro gasto. Tá errado não. Filipe Luís realmente não foi bem em Lima, mas creio que, contra o Palmeiras, teve que se preocupar demais com o Dudu. No Palmeiras 2019, parando o Dudu para-se o time.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Jorge, a tua descrição do gol do Gabriel no passe do Arrascaeta me lembrou o repórter que na entrevista com o JJ disse que a campanha do Flamengo era boa. Bonito gol??? Foi simplesmente es-pe-ta-cu-lar! A jogada toda. O passe do Rafinha no pé do Arraxca que, sem deixar a bola cair, tocou na medida certa de velocidade e posição pro Gabigol enfiar o sapato sem que a bola tocasse o solo, o que só aconteceu quando ela morreu no fundo do gol. Sensacional! 🙂
srn p&a
Li/ouvi pelaí que o pedido de torcida única pro MP-SP veio, sim, da diretoria do Palmeiras. São tempos sinistros, como diz o Carlos.
Meu filho tava pensando em voltar pro Brasil depois de 13 anos de Europa. Eu só disse, “E eu tô querendo voltar pra Europa, nem que seja pra Bósnia.”
BOÇALNARISMO é foda! Quer dizer, foda, não, que foda é bão, mas eu que já não tenho a menor paciência pra aguentar a estupidez “normal”, imagina a galopante elevada à milésima potência! O ministro da cultura e seus auxiliares escolhidos a dedo com requintes de crueldade me colocaram em 1º lugar na fila dos desistentes.
Só Jesus salva!
srn p&a
Sim, Rasiko.
Se a minha filha, que mora no Porto, e a minha enteada, que mora em Chicago, disserem pra mim o mesmo que seu filho disse pra você, vou usar sua frase.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Boa, Rasiko!
Você tem razão.
A questão é que, felizmente, o Arrascaeta vem fazendo três ou quatro desses passes por jogo. Impressionante como o cara joga. Aí, de repente, me acostumei e passei a considerar normal. Chamar um gol daqueles de “bonito” é muito pouco. O gol foi mesmo espetacular.
Abração. SRN. Paz & Amor.
A estupidez nos estádios brasileiros ultrapassa a mera paixão futebolística. Tem a ver com o momento político em que eleitores de excrescências como Bolsonaro e Witzel se sentem empoderados e livres para exibir sua covardia e seu vazio existencial. Exemplo disso foi um senhor de 67 anos sendo expulso por torcedores da Arena do Palmeiras porque ousou passar o jogo lendo um livro em protesto. Aposto que esses vermes COVARDES são os mesmos que aplaudem chacinas de crianças nas favelas.
Rafael, falou e disse. Escrevi sobre o assunto lá no Arthur.
Absoslutamente certo, Rafael.
A chacina da favela de Paraisópolis é a comprovação escarrada da doença psicológica que se abateu sobre as terras tupiniquins.
É um acinte com a população pobre. Crianças, em assim dizendo, foram mortas cruelmente, enquanto os assassinos, entre uma mentira e outra, são capazes de ser beneficiados pela excludente de ilicitude que se quer impor à força.
Fala, Rafael.
É, meu camarada, a maré não tá pra peixe. E o futebol reverbera, né?
Abração. SRN. Paz & Amor.