Libertadores, final.
Dois mil e dezenove está sendo um ano atípico. Tanto que começou somente em 20 de junho, data em que Jorge Jesus dirigiu o primeiro treino na condição de comandante do futebol rubro-negro. A foto que ilustra o post registra esse dia, em que o Mister parecia dizer a Gabriel o que esperava que o atacante fizesse dali a 153 dias.
Às nove da manhã de domingo, 24 de novembro, depois de ter dormido menos de três horas, eu revia o jogo para anotar e produzir o relato dos lances. Na hora do segundo gol, chorei de novo. Só o futebol e só o Flamengo pra fazer isso com a gente.
Pensei bastante antes de escrever o que se segue, e me decidi quando cheguei à conclusão de que, embora sujeito a infinitas discussões, é justo: foram a vitória e o título mais espetaculares entre tantas e tantos do Flamengo que eu vi, no estádio ou pela tevê.
Vamos à defesa da tese.
Torcedor de radinho de pilha, meu primeiro momento ao vivo de identidade absoluta com a alma rubro-negra aconteceu no gol de Almir, no Campeonato Carioca de 1966, se arrastando na lama para empurrar de cabeça a bola para a rede e assegurar a vitória de dois a um sobre o Bangu, que tinha um timaço. O primeiro título que testemunhei, no Maracanã, foi o da Taça Guanabara de 1970 – então uma competição à parte do Campeonato Estadual e bastante prestigiada. De lá para cá, presenciei coisas e mais coisas que só fizeram aumentar minha paixão. O gol de Rondinelli contra o Vasco em 78, o de Nunes contra o Atlético Mineiro em 80, o de Andrade contra o Botafogo em 81, a vitória sobre o Cobreloa (estranhamente acontecida numa noite de sexta-feira) também em 81, os títulos brasileiros em cima do Santos (83), Internacional (87) e Botafogo (92), o gol de Petkovic contra o Vasco em 2001. Pela tevê, assisti tenso e trêmulo à conquista da Libertadores sobre o Cobreloa no jogo-extra em Montevidéu, à vitória sobre o Liverpool em Tóquio, ao título brasileiro de 82 em cima do Grêmio, em Porto Alegre, e ao gol de Ronaldo Angelim que garantiu o hexa em 2009 – na ocasião, morava em São Caetano do Sul.
Tensão e emoção não faltaram. O gol de Rondinelli é para todo o sempre inesquecível. O do Pet, idem. O de Andrade fechava uma exibição magnífica e aposentava a incômoda faixa “Nós Gostamos de Vo6”, que a torcida do Botafogo levava aos clássicos com o Flamengo desde 1972. Entretanto, nesses três casos, tudo de que o Flamengo precisava, naqueles momentos das três partidas, era de um gol. Contra o River Plate, foram dois em apenas três minutos, perto do fim da decisão do mais importante torneio do continente, realizando um sonho adormecido há quase quarenta anos. Dramaticidade única.
Nas conversas com amigos, com minha filha e meu genro, quatro ou cinco horas antes da partida começar, eu garantia que, apesar da indiscutível qualidade do time do River, o Flamengo era melhor. Não nos garantia a vitória e sequer diminuía a ansiedade, porém nos dava confiança. Entretanto, o River me surpreendeu, com um desempenho tático irrepreensível e apenas duas falhas no jogo inteiro. A questão é que, contra caras que nem Bruno Henrique, Arrascaeta, Gabriel e Everton Ribeiro, bastam dois erros.
O gol saído aos treze minutos, após uma tríplice bobeira de Filipe Luís, Willian Arão e Gerson, fez do jogo algo inverso ao que se esperava. O Flamengo de Jorge Jesus, ousado e agressivo, teve que se retrair, ciente de que, se num lance fortuito levasse o segundo, a vaca despencaria no brejo. Isso fez da partida algo bem diferente do que temos visto o time fazer, só que acabou funcionando como mais uma prova de consciência e maturidade. Vi o jogo pela TV Globo. No final do primeiro tempo, o narrador Luiz Roberto disse que seria muito bom se o Flamengo conseguisse empatar a partida antes do intervalo. Discordei: não vai dar não. Sendo assim, a melhor coisa que pode acontecer é esse primeiro tempo acabar. Aí a gente vê se no segundo, como houve recentemente em várias partidas, Bruno Henrique, Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabriel entram no jogo e mudam a história. Entraram e mudaram. Cabe destacar, ainda, o fato de que, tão criticado – inclusive por mim aqui no blog –, Diego entrou muito bem e foi peça fundamental na vitória.
Temos a divertida mania de comparar times e jogadores de épocas diferentes, o que é sempre difícil por exigir uma enorme capacidade de olhar as coisas em perspectiva. Quem é melhor, Nunes ou Gabriel? Nunes jamais faria, por exemplo, o golaço que Gabriel fez na vitória de um a zero sobre o Santos, com um toque de categoria encobrindo o goleiro Everson. Entretanto, é possível que, na posição em que o lance aconteceu, exigindo trabalho com a perna direita, Gabriel não fizesse o gol do título sobre o Atlético Mineiro, em 1980. Não é preciso nenhum grande exercício de imaginação para supor o que poderia acontecer se Bruno Henrique jogasse ao lado de Zico.
Entretanto, a eterna geração de Deus, Leandro, Júnior e Adílio que me desculpe, mas o título de 2019 me parece ainda mais significativo do que o de 1981. Em primeiro lugar, devido à força das redes sociais, capazes de fazer bombar até a Caneta Azul. Em segundo, pela importância da Libertadores junto aos torcedores brasileiros, muito maior agora do que naquela época: além de ter sido transmitida para mais de 150 países, a decisão entre Flamengo e River Plate teve, no Brasil, audiência maior que a da final das Copas do Mundo de 2010 e 2014. Por fim, um argumento de que aquela inspirada geração talvez não goste, mas não podemos fugir aos fatos: a vitória em 2019 veio sobre um dos dois mais temidos adversários na competição – o outro, todos sabemos, é o Boca –, enquanto em 81 foi obtida em cima do Cobreloa. E quando se parte para uma comparação, certas contextualizações precisam ser feitas. Calma: não estou dizendo que o time atual é melhor que o de 81, apenas registro certas circunstâncias.
Um lance me chamou a atenção aos 42 minutos do segundo tempo, um minuto antes do começo da virada histórica. Dando combate na intermediária rubro-negra, junto à linha lateral, Gabriel tomou a bola de Palácios e o juiz chileno Roberto Tobar marcou falta – que pra mim não houve. Gabriel ameaçou reclamar e a câmera o flagrou dando as costas para o juiz, a fim de evitar o enfrentamento, e fazendo um gesto com as mãos como se refletisse e pedisse calma a si mesmo. Menos de uma semana atrás, ele fora expulso contra o Grêmio, em Porto Alegre, por excesso de reclamações.
Nesse momento, 15h05 de 24 de novembro de 2019, enquanto assisto pela tevê ao caudaloso rio vermelho e preto em que a torcida do Flamengo transformou a cidade, lembro de uma frase dita por Jorge Jesus em recente vídeo promocional lançado pelo Flamengo:
“Deve ser muito ruim não ser flamenguista, e eu nem quero saber como é isto.”
Lances principais.
1º tempo:
Aos 13 minutos, Enzo Perez buscou Ignacio Fernandez na entrada da área rubro-negra. Filipe Luís cortou adiantando demais a bola, que voltou a Enzo Perez e daí a Fernandez. Perseguido por Filipe Luís, ele foi à linha de fundo e, com um carrinho, cruzou rasteiro. Suárez fez o corta-luz, Willian Arão e Gerson protagonizaram o clássico “deixa que eu deixo”, e Borré completou de pé direito, rasteiro, no canto esquerdo de Diego Alves. Um a zero.
Aos 20, depois de uma sucessão de erros perto do círculo central, a bola sobrou para Palácios, que lançou Suárez na esquerda. Ele arrancou, chegou junto à lateral da área e, marcado por Rodrigo Caio, tocou para o meio. Aparecendo na hora exata em que De la Cruz ia concluir, Pablo Marí dividiu e salvou.
Aos 25, Everton Ribeiro tentou um drible em De la Cruz, na intermediária do Flamengo, e perdeu a bola. De la Cruz adiantou a Suárez, que girou e bateu. O chute desviou em Rodrigo Caio e passou perto do travessão.
Aos 35, Enzo Perez empurrou a Ignacio Fernandez, que ligou rápido com Montiel, livre na direita. Ele ultrapassou a linha do meio-campo em velocidade e tocou a Borré, na entrada da área e de costas para o gol. Borré ajeitou para Palácios, que bateu de longe, forte e com perigo, junto à trave direita de Diego Alves.
2º tempo:
Com 1 minuto, Willian Arão recuperou uma bola na intermediária do Flamengo, tocou a Gerson e daí a Arrascaeta. Ele avançou pelo meio e lançou Gabriel, na direita. Marcado por Pinola, Gabriel limpou para o pé esquerdo e bateu de fora da área. O chute não saiu forte, Armani defendeu firme.
Aos 11, Martínez Quarta deu um chutão para a frente, Pablo Marí respondeu com outro. Willian Arão dominou, cutucou a Gerson, daí a Everton Ribeiro e o bom lançamento a Gabriel. De costas para o gol, cercado por Pinola e Martínez Quarta, Gabriel viu Bruno Henrique entrando livre. Bruno Henrique arrancou até a linha de fundo e tocou no meio da pequena área. Arrascaeta furou, Martínez Quarta não conseguiu cortar, a bola roçou em De la Cruz, que vinha caindo, e sobrou no pé esquerdo de Gabriel. O chute desviou em Martínez Quarta, bateu em De la Cruz e veio rolando para Everton Ribeiro. Apertado por Enzo Perez, Everton Ribeiro concluiu de pé direito, mas não pegou bem. Armani defendeu firme.
Aos 21, o River trabalhou pela direita, até que Fernandez enfiou bela bola a Suárez, nas costas de Pablo Marí. Ele cruzou rasteiro, com perigo, para o meio da pequena área. Rodrigo Caio se antecipou a Borré e salvou.
Aos 22, Casco lançou do meio-campo para a área do Flamengo, buscando Suárez. Pablo Marí cortou de cabeça no peito de Ignacio Fernandez. Ele matou com estilo e, sem deixar cair, bateu forte, à direita do gol de Diego Alves,
Aos 33, boa troca de passes do Flamengo desde a saída de bola. Diego Alves, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Gabriel, Filipe Luís, Pablo Marí e Diego, que se livrou de Palácios, acelerou e enfiou um bolão a Gabriel, nas costas de Montiel. Gabriel disparou e, com três ótimas opções – Bruno Henrique, Arrascaeta e Everton Ribeiro –, tentou Bruno Henrique. Mas tocou mal, em cima de Pinola, que salvou.
Aos 35, Filipe Luís tinha a bola dominada junto à linha de fundo da defesa rubro-negra, bobeou e perdeu para Suárez, que rolou para trás. Chegando de frente, Palácios completou de pé esquerdo, para fora.
Aos 43, o pesado senhor Lucas Pratto atravessou a intermediária do Flamengo horizontalmente, da meia-esquerda para a meia-direita, e tentou o toque para Palácios. Diego cortou, Pratto recuperou, Diego continuou dando combate, Arrascaeta aproveitou e roubou a bola, armando o contra-ataque com Bruno Henrique. Ele recebeu na esquerda, tirou a velocidade da jogada, deu um drible para trás em Montiel e, aí sim, partiu para a arrancada, mesmo cercado por quatro adversários, até devolver ótima bola a Arrascaeta, já dentro da área. Percebendo que Pinola ia chegar antes e fazer o corte, Arrascaeta se atirou de carrinho e conseguiu tocar de pé esquerdo para o outro lado, tirando do goleiro Armani e deixando Gabriel livre, em condição legal e com o gol vazio. Gabriel empurrou para a rede. Um a um, prorrogação à vista.
Aos 46, Diego recebeu de Rafinha, no campo do Flamengo, e lançou na direção da área do River. Gabriel e Pinola brigaram no jogo de corpo, Pinola e Martínez Quarta se atrapalharam, Pinola deu um leve toque de cabeça para trás, tirando Martínez Quarta do lance e deixando Gabriel cara a cara com Armani. Bola quicando, pé esquerdo, chute forte, canto direito. Prorrogação que nada. Dois a um. Flamengo bicampeão da Libertadores, trinta e oito anos depois.
Ficha do jogo.
Flamengo 2 x 1 River Plate.
Estádio Monumental de Lima (Peru), 23 de novembro.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão (Vitinho); Everton Ribeiro, Gerson (Diego) e Arrascaeta (Piris da Motta); Gabriel e Bruno Henrique. Técnico: Jorge Jesus.
River Plate: Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Casco (Paulo Díaz); Enzo Pérez; Ignacio Fernandez (Álvarez), Palácios e De la Cruz; Borré (Lucas Pratto) e Suárez. Técnico: Marcelo Gallardo.
Gols: Borré aos 13’ do 1º tempo; Gabriel aos 43’ e aos 46’ do 2º.
Cartões amarelos: Rafinha, Pablo Marí e Gabriel; Casco, Enzo Perez e Suárez. Cartões vermelhos: Palácios aos 49’ e Gabriel aos 50’ do 2º tempo.
Trio de arbitragem chileno. Juiz: Roberto Tobar. Bandeirinhas: Christian Schiemann e Claudio Ríos.
Renda e público não divulgados.
Murtinho,
Justamente no ano que você resolveu pontuar cada jogo do Flamengo na Libertadores e Brasileiro, o Flamengo se sagrou campeão nas duas competições.
Vai rolar um livro reunindo esses textos?
Eu seguramente compraria.
SRN
Fala, Bernard.
Pois é, rapaz, talvez merecesse mesmo. Outro dia um editor chegou a falar comigo, mas, infelizmente, livro aqui no Brasil é algo complicado. Livrarias fechando, editoras quebrando, todo mundo sem um puto no bolso. Sei lá.
Se a ideia for adiante, aviso.
Obrigado pela força.
Abração. Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Fui testemunha das conquistas rubro-negras dos anos 70 para cá, realmente é muito complicado comparar times em épocas muito distantes. Cada um terá seus argumentos pró e contra, posto isso ainda acredito que o time de 1981 era superior ao atual, desta geração acredito qiue Diego Alves, Rodrigo Caio, Gabigol e Bruno Henrique seriam titulares no time de 81.
Diversos jogos marcaram estas últimas décadas e foram citados, mas alguns foram esquecidos, para mim um é muito especial. Flamengo x Coritiba no maracanã, semifinal do campeontato de 1980, Por que ele é especial ?
O flamengo havia vencido no paraná e podia perder por até 1 gol. O coritiba tinha um time excelente e com 15 minutos fez 2×0, gelando o maracanã, para aumentar o drama zico sofreu um problema muscular com pouco mais de 10 minutos e foi substituído. Tudo parecia caminhar para uma tragédia, eis que nunes faz dois gols e empata. Ainda no primeiro tempo um obscuro lateral direito com nome de craque (carlos alberto) é possuído do espírito de bolt, corre 60 metros em 5 segundos e vira o jogo, fazendo ums dos gols mais improváveis da história do maracanã (quem não viu procure no youtube, é lindo demais).
O placar final é 4×3 para o flamengo, permitindo à equipe disputar a final contra o timaço do atlético mineiro e o resto todos sabem.
Eu estava no Maracanã neste jogo. O Coritiba tinha um ataque muito bom. Um dos gols deles deles foi muito bonito com bola matada na coxa e passe se não me engano para Wilson Tadei. O gol do Carlos Alberto foi uma pintura, correu muito pelo lado direito e disparou uma bomba. Caraca! Eu achava q só eu lembrava desse jogo.
Sempre haverá alguém que se lembrará ou prestou atenção.
Fala, Flavio. Fala, Samuel.
Esse aí foi um jogaço mesmo. Costuma ficar fora da lista das grandes lembranças por não ter sido uma final. O que não quer dizer muita coisa, eu mesmo citei no post o gol de Andrade nos seis a zero em cima do Botafogo., um jogo lá no meio do Campeonato Carioca de 1981.
E o gol de Carlos Alberto foi impressionante. Uma arrancada imparável e uma bomba fenomenal.
Abração, Flavio. Abração, Samuel. Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Qualquer comparação entre o time e as circunstâncias de 81 com o atual é, como disse Jack Kerouac, sem sentido.
Na vida só o que interessa é o agora e agora acabamos de presenciar o fim de semana mais memorável, épico e monumental da história do Flamengo. Por tudo. Pelos pequenos e grandes detalhes. E em todos eles a figura extraordinário do Mister Jorge Jesus está presente. Ele é o Rei do Rio, do Brasil, da América e não sou eu que vou duvidar que venha a se tornar, em breve, o Rei do Mundo. Uma pessoa cativante, autenticamente humilde, de uma competência à toda prova e escrutínio, de uma elegância admirável, no máximo se defendendo, jamais atacando, de uma sabedoria espontânea e intuitiva, de um comprometimento comovente e exemplar com o que faz, sente e é. E isso tudo em apenasmente cincumm 5 meses. A prova irrefutável de que o tempo é uma falácia. Um ser humano de uma grandeza tamanha que é compreensível tenha provocado, sem intenção, reações mesquinhas de espíritos menores. Pelo que entendi nas entrelinhas de sua entrevista na Alerj pra receber a medalha, seus planos e metas pro Flamengo são, no mínimo, a médio prazo. Ele reconheceu com profundo sentimento o que aconteceu e do seu papel nesse enredo maravilhoso. Ele sabe que é só o começo e que muitos troféus estão à espera para serem conquistados. Ele quer – queremos – todos. Todos queremos todos. E eles vão vir, essa confiança nunca deixei de ter. Esse time, com JJ no comando, desperta uma confiança inabalável. O objetivo é o topo do mundo. E nós vamos chegar lá, mais cedo do que a gente imagina.
A união do grupo, comissão técnica e diretoria foi o que fez a coisa acontecer. Bem pouquinho antes do 1º gol do Gabigol , olhei praquela torcida, sabia o que fizeram pra chegar lá, gente vindo da Austrália, gente empenhando dinheiro que não tinha, nêgo viajando da casa do caralho nas condições mais desconfortáveis, olhei praquilo tudo e pensei, “A Nação não merece perder.” E ele empatou e virou. Minha reação no gol de empate foi mais de alívio do que de comemoração que só se deu no 2º gol com aquela bomba espetacular, depois de ganhar dos 2 zagueiros do River na raça, na marra, na garra, na gana, na certeza que veio – ele disse depois – antes mesmo de soltar aquele míssil letal. Aí sim, a explosão foi completa e sem freio.
Nunca aconteceu algo sequer parecido na história do futebol brasileiro. Já rolou sugestão de marcar a data – 23/11 – como simbólica e com feriado. Eu aprovo. Foi no mesmo 23/11 que conquistamos a 1ª em 81. Não existem coincidências.
srn p&a
Mestre Rasiko,
maravilhoso comentário.
Faço meus os seus escritos, notadamente nos corretíssimos elogios ao Mister JJ.
Campeoníssimas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Tua companhia é sempre bem-vinda, meu querido amigo.
Belo comentário, Rasiko.
A rapaziada está inspiradíssima, mandando benzaço.
Concordo que nunca houve nada parecido na história do futebol brasileiro.
Quanto ao justíssimo feriado proposto, peço a você e a todos que releiam o post que publiquei no dia 26 de março – com o título “Criando coragem” e a foto do chinês enfrentando os carros de combate – quando anunciei o projeto.
Pra quem tiver preguiça, as últimas linhas dizem o seguinte:
“Conforme consta do parágrafo de abertura, minha última postagem aconteceu em 23/11/2018. Para quem não se ligou, cabe informar que exatamente um ano depois disso, em 23/11/2019, será disputada em Santiago a final da Libertadores.
Será um presságio?”
Basta trocar Santiago por Lima para concluir: foi.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Para mim testemunhamos o 3° jogo mais relevante da gloriosa história flamenga. Flamengo e Liverpool seria o primeiro; o segundo seria Fla x Galo em 1980, com sr Jorge Murtinho acompanhando de uma fresta do banheiro do Maracanã. Sem aquela vitória nossa história poderia ser outra.
Dunlop,
sem dúvida seria outra, pois teríamos um Brasileirão a menos.
Por outro lado, se tivéssemos sido vice, nada modificaria em relação à primeira Libertadores que vencemos. Pelo Regulamento, os dois primeiros de cada país do nosso terço do continente eram os dois únicos a participar da competição.
Campeoníssimas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Perfeita colocação. Eu só penso no Fla x Galo como jogo épico, um dos 3 grandes, porque ali ganhamos uma repercussão nacional que fez diferença.
Sem a menor dúvida
Da séria shakeaspereana, Tanto barulho pra nada.
Num de meus surtos de epifania em plena igreja de São Judas Thadeu onde no mesmo dia 23 eu fui assistir a cerimônia de primeira comunhão de minha neta como já relatei algures (epa!), declarei para um rubro-negro devidamente bem vestido que “ele não precisava rezar muito, pois o jogo seria mais fácil do que o esperado”. Depois, concluí para mim, qualquer problema fora dos parâmetros do futebol São Judas Thadeu estaria ali para resolver. Vejam vocês, as declarações do Gallardo pós jogo confirmam que ele próprio estava temeroso de perder o jogo de uns três a zero como muitos esperavam, por isso se preparou para dificultar o máximo o favoritismo do Flamengo. Ainda justificou o desmonte de seu time no final, deu a entender, que aquele um a zero era um grande achado e o seu time para mantê-lo teria que pagar um preço alto, numa palavra, estavam todos exauridos. Creiam, amigos ouvintes, quando o Flamengo empatou, eu respirei aliviado, pois achava que na prorrogação a vitória viria sem susto. Nem precisou. O Gabigol não deixou.
Grande Xisto!
Um dos posts mais inspirados do RP&A esse ano foi um a que o Arthur deu o título de “São Judas é banco”. Formidável.
A entrada de Lucas Pratto e o genial toquinho de cabeça do zagueiro Pinola para trás deixam aberta a discussão, mas do jeito que o time está jogando, podemos deixar os santos todos descansarem.
Depois que saiu o gol de empate, também achei que ganharíamos na prorrogação. Difícil foi sair o gol de empate, né?
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Caro Murtinho,
Parabéns pelo título da Libertadores e pelo heptacampeonato.
Minha querida Bia, você é o máximo!
Quanta elegância! Quanta esportividade!
Estava sentindo sua falta, mas era compreensível: o Flamengo começou a sobrar, a rapaziada – tanto os blogueiros quanto os comentaristas – se empolgou, e aí deve ser meio chato acompanhar e participar dos comentários. Outro dia o Mauro Cezar Pereira disse uma frase interessante: “O Flamengo não é gostável pra quem não torce pelo Flamengo.”
Não é o seu caso, já que você deu provas e mais provas de que gosta mesmo é de futebol, mas participar do oba-oba generalizado é um pouco demais.
Não esqueço um comentário seu, feito quando o Palmeiras ainda liderava o campeonato, afirmando que o Palmeiras ia acabar brigando pelo quarto lugar. Ao que tudo indica, isso só não vai acontecer devido à questionável decisão do Grêmio de abandonar o Brasileiro. Impressionante como você sabe das coisas, não nos abandone!
Beijo grande. Muito obrigado. Paz & Amor.
A crônica é perfeita, o ^resumão^ também.
Todos os jogos emocionantes citados, com os quais concordo plenamente, ao vivo ou pela TV assisti.
Não vou comparar os times de 81 e 19, os dois únicos, até aqui, campeões da Libertadores.
Pretendo APENAS comparar, como fez o Murtinho, a emoção e o grau de dificuldade dos dois jogos.
Não há margem para a menor dúvida.
O jogo de ontem, por tudo, ganha a lauda.
O nosso Murtinho elencou, com muita propriedade, os motivos, começando pelas redes sociais.
Não pretendo fazer uma análise das mais mesmas, apenas afirmar, sem medo de errar, que transformaram, por completo, o contexto social. O mundo de 1981 era totalmente diferente do de hoje. Jamais haveria a possibilidade de uma tão grande comoção, que se reservava a cada edição de uma Copa do Mundo.
O principal elemento, a meu sentir, é, no entanto, outro.
Vou evocar os ^antis^, que sempre usaram como argumento negativo o fato de, ao longo de toda a edição de 81, não termos enfrentado qualquer time argentino. Chegaram a afirmar que, em razão da guerra das Malvinas (que nem sequer acontecera) os argentinos não se fizeram representar.
Desta vez, não.
Sequer era um argentino qualquer, como o pequeno e medíocre Lanus, derrotado pelo Grêmio.
Era o Todo Poderoso River Plate, detentor de quatro títulos, sendo que dois nos últimos quatro anos.
Sem comparar os nossos times, volto a afirmar (apesar da enorme vontade dd fazê-lo), a comparação entre a importância dos dois jogos é gritante.
Mais ainda, o fator emocional reservado pelo jogo em si.
Para ficar tranquilo com a minha consciência, um dado também indubitável.
Em 81, fizemos uma exibição notável, dominando amplamente o adversário,
Neste ano, pelo contrário, não fosse a presença salvadora do Sobrenatural de Almeida, vestindo o uniforme rubro-negro, não ficaria este simples escriba em catarse, ao fim da tarde de mais um dia 23 de novembro.
Sempre entendi que, quando de uma conquista tão importante, todos os jogadores são merecedores de nota 10.
Não resisto à tentação de destacar, como sempre venho fazendo, a presença dos 4 Cavaleiros do Apocalipse.
Sem ordem de prioridade, mas a verdade é que, quando engrenam uma jogada, Everton Ribeiro, De Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique são maravilhosos.
Fiquei e ainda estou exausto.
Uma semana de intensa expectativa e 90 minutos de insuperável nervosismo.
Na minha idade, não é pouco.
FLAMENGO SEMPRE
PS – Para mim, o Sobrenatural de Almeida foi encomendado por uma Deusa Eterna, a insuperável Marylin Monroe, que o Arthur, em momento de altíssima inspiração, colocou no seu comentário prévio. Igual não houve, não há e não haverá.
Meu querido Carlos Moraes.
Pois é. Não lembrava dessa história das Malvinas. Posso estar enganado – confesso que não chequei antes de responder seu comentário -, mas acho que os argentinos participaram sim, embora não tenham passado da primeira fase. O que é um problema deles, o Flamengo não tem nada com isso.
Quanto ao dez amplo, geral e irrestrito, também concordo. Durante a partida, comentei comigo mesmo que Rafinha e Filipe Luís estavam jogando bem abaixo do que vinham fazendo, além do sumiço ofensivo de todos no primeiro tempo. Rodrigo Caio fazia um bom jogo e Gerson, ao menos, tomava iniciativas. Depois da vitória, nada disso vale. É dez pra todo mundo.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Participaram sim, inclusive com o River Plate, acompanhado pelo Rosario Central
Não temos culpa que o Deportivo Cali tenha eliminado os dois e que, mais adiante, o Cobreloa tenha eliminado os dois uruguaios de sempre (àquela época), Peñarol e Nacional.
Forte abraço campeoníssimo.
FLAMENGO SEMPRE
Isso aí. Obrigado pelos esclarecimentos.
Abração pra você, beijo para a campeoníssima D. Vera.
“Renda e público não divulgados” (a última frase do post do Murtinho) é Conmebol e América Latina em estado bruto. Isso pelo lado ruim.
Mas a final tbm foi muito latina no bom sentido: cardíaca, apoteótica, festiva, cheia de cores.
Penso (é difícil concluir) que talvez continue achando melhor final em dois jogos. É nosso traço cultural. Tem as questões logísticas, distância, malha viária, aérea e tantas outras questões que nos diferenciam da Europa. Não somos e não seremos europeus, pro mal e pro bem (no meu pensamento, mais pro bem). Jogos em um Monumental de Nuñes e um Maracanã lotados seriam ainda mais épicos, em tese. De qualquer forma, os homens dos escritórios decidiram assim e, com dois gigantes como Flamengo e River, especialmente com a grandeza que o Flamengo empresta a tudo em renda e audiência, certamente estão avaliando a final como um sucesso (que de fato foi) e dificilmente mudarão daqui pra frente.
Assim sendo, em 2020 o Maraca nos espera pra mais uma final, o nosso tri da Liberta.
SRN!
Então, Pedro.
Confesso que ainda não formei uma opinião firme sobre isso, mas minha tend~ncia é a de achar mais bacana a final em um jogo só.
Claro: não levo em conta as questões culturais, logísticas etc., e me refiro ao jogo em si.
Sempre vejo um problema nesses mata-matas em duas partidas, que é o fato da primeira não valer muita coisa. Uma vantagenzinha aqui, uma possibilidade a mais ali, e só. Quase todo mundo joga a primeira pensando na segunda, a coisa fica muito estratégica e menos impactante.
E outra: essa experiência de 2019 vai ficar pra sempre. (Ao menos pra nós, né?) Por enquanto, meu voto vai para a final em jogo único.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Escrevo na segunda-feira, aliviado, extasiado, rouco, como os jogadores e grande parte da torcida, com o fígado colocado à prova o fds inteiro.
Escrevo para parabenizar você, Murtinho, pela empreitada de registrar a temporada. Você é craque.
Parabéns aos demais cronistas, Muhlenberg e Dunlop tbm “deitaram” ao longo do ano. O blogo é um dos melhores espaços rubro negros.
Parabéns a nós, comentaristas, palpiteiros e corneteiros assíduos aqui do RP&A. Só sabemos respirar Flamengo e nesse momento só temos alegrias a compartilhar. Mas sem esquecer a situação pendente com os garotos do Ninho. A cada dia em que a situação não se resolve por completo, é mais um dia em que se dá margem pra aproveitadores e caluniadores usarem essa página triste contra a gente. é o único porém do nosso ano mágico. E, é claro, o mais grave e mais pesado. Os meninos não voltarão, a dor das famílias não acabará, mas ao menos no campo material e memorial, o clube tem que fazer o que tiver que fazer.
Ressaqueadas, cansadas e felizes Saudações Rubro Negras!
Fala, Pedro.
Acabei de citar você na resposta ao comentário do Arthur.
Valeu pela força de sempre. E concordo plenamente: os comentaristas ajudaram pra cacete, incrementando os debates e as celeumas. A gente acende a fogueira, vocês despejam a gasolina.
Sem falsa modéstia: volta e meia, no grupo de WhatsApp da rapaziada do RP&A, alguém comentava que o blog estava bonito, estava desempenhando.
Sim, sem dúvida: todos aguardamos, o mais rápido possível, o fim das pendências com as famílias dos Garotos do Ninho.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, só não vale comparar o time do Zico com o do Jesus.
Temos mais um time maravilhoso para contar história.
O Flamengo ficou maior ainda, a magnética ficou maior ainda e o ano nem acabou…
Fala, Ricardo.
Também acho complicado comparar os times, mas talvez seja possível comparar as conquistas e como foram obtidas.
De todo modo, como disse outro dia aqui o Rasiko, a comparação vale pelo lado lúdico.
O que não teria graça nenhuma seria comparar dois times ruins. Comparar dois timaços é prazeroso.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, como voce é capaz de descrever lance a lance um jogo em que passamos mais tempo rezando ou virando a cara pra nem ver do que assistindo? Você é gênio.
Ele viu o VT 🙂
Várias vezes, meu camarada Guilherme. Várias vezes.
E como está gravado, vou continuar vendo.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Sim, imaginei mesmo… essa final eu ja vi 4 vezes, agora em alemão (moro na Suíça), onde o corno do narrador claramente torcia para o River, então o final foi ainda mais gostoso de esperar.
Parabéns pela crônicas, o hepta, o bi, e que venham mais títulos, esse ano de preferência! SRN
Isso aí, Arthur, tipo Ary Barroso quando “irradiava” jogo do Flamengo na hora do perigo de gol: “não quero nem ver…”
Hahaha! Gênio, não. Mas sou um sujeito paciente.
A metodologia é a seguinte; vejo o jogo, ao vivo, igual a todo mundo. Também não consigo reparar em muitos detalhes, embora fique completamente concentrado. Às vezes minha mulher tem que me perguntar quatro ou cinco vezes se quero uma cerveja, porque não vejo e não ouço nada além. Algum tempo depois revejo a gravação. Se o jogo foi no clássico horário das 16h de domingo, faço isso tarde da noite. Se foi no meio da semana, faço no dia seguinte. (O fato de minha mulher ainda estar casada comigo é um mistério. A jogada do Gerson contra o Avaí, que terminou com o chute do Arão no travessão, eu vi pelo menos uma dúzia de vezes.) E não tem outro jeito, só assim para anotar com correção o nome de todo mundo que participou da jogada desde o início.
Fazer isso com esse time que tá aí é uma delícia. Outro dia, um dos comentaristas aqui do blog – acho que foi o Pedro Rocha – até brincou: já pensou se fosse no tempo dos cruzamentos do Pará, das ligações diretas do Réver e do Rafael Vaz, dos toquinhos miúdos do Márcio Araújo, da burra correria do Everton? O projeto não teria durado um mês.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Parabens, Jorge. O Vaz era bom.
Oi? O Vaz?
Para de beber, rapaz, que hoje à noite tem festa no Maraca.
Abração.
Prezado Murtinho,
Não tem explicação. Tinha certeza da vitória nos 90 minutos, portanto, em seguida à nossa bobeira generalizada – também vi claramente o “deixa que eu deixo” – que resultou no gol deles, veio-me a certeza da virada.
Não sou de prever resultados dos jogos. Quando insistem, meus placares só têm gol a favor, jamais contra. Então, depois da desvantagem, meu palpite, bem de acordo com meu oceânico otimismo, foi 4×1 pra nós.
Minha certeza para chegar a esse placar dilatado baseou-se na agressiva marcação, no campo todo, que eles estavam fazendo. No meu entendimento, isso é suicídio. Na metade final do segundo tempo eles vão ficar sem pernas, pensei, daí, depois do primeiro gol, os demais virão por inércia. Fácil, fácil. Aliás, se não me engano, JJ falou algo assim na coletiva pós jogo.
E continuei assistindo, no meu botequim de fé, junto com a galera, porém, como sempre, imune a tudo e a todos, exceto a uns poucos ao meu lado, aos que sempre ficam “na geral” – em pé junto ao balcão – unicamente interessados em assistir ao jogo, zero preocupados com bebidas e tira gosto. Afinal, se o botequim é de fé, o copo jamais fica vazio e tira gosto é coisa pra antes ou depois, jamais durante. Você não precisa se desconcentrar.
Pois bem, quando os parceiros ”da geral” já se desesperavam, eu firme retrucava: vamos virar.
E veio o gol de empate. Aí, sempre a concentração vai pro espaço, e a vibração é única. Porém, jogo reiniciado, concentração total. Meus parceiros insistiam que já estava tudo certo, iríamos virar na prorrogação. E eu retrucava, ainda com maior firmeza: prorrogação é o cacete! Vamos virar, Mengô!
E não é que viramos? Foi sensacional. Caí nos braços da galera. Ganhei meus 15 minutos de fama. O único, pelo menos dentre os “da geral”, que acreditou piamente na virada, ainda nos 90 minutos.
SRN! Rumo às 29 vitórias, aos 93 pontos, aos 3 primeiros artilheiros, ao Mundial. Pra cima deles, Flamengo!
PS1 – Escrevo já Heptacampeão. Parabéns a todos nós, rubro negros de raça, amor e paixão. Agora, também temos a “Tríplice Coroa”: Estadual, Libertadores e Brasileiro. E vamos confiantes em busca da “Quádrupla Coroa”.
PS2 – Como também mal consegui dormir, cedo liguei a TV, procurando um filme que me trouxesse o sono, quando “pesquei” a reprise do jogo, já no decorrer do segundo tempo. Minha surpresa foi que, somente assistindo ao VT – permita-me ainda chamar de VT -, a ficha caiu: o empate só veio no minuto 88, apenas dois antes do final. Se ontem tivesse me dado conta que estávamos demorando tanto pra empatar, possivelmente teria me desesperado, tal como meus parceiros “da geral”. Sorte minha estar tão concentrado no jogo, tão confiante na virada.
PS3 – Se o gol de empate tivesse saído naquela jogada que você descreveu aos 11 minutos do segundo tempo, provavelmente meu palpite dos 4×1 daria certo. Se bem que uma virada aos 43 e aos 46 do segundo tempo é, apesar de muito sofrida, muito mais gostosa.
Fala, Fernando.
Exatamente. Marcar do jeito que o River marcou é o único jeito de parar o Flamengo. Só que ninguém aguenta marcar daquele jeito os noventa minutos. O grande problema é se o adversário arruma um gol ali e, pouco depois, por competência ou acaso, acha outro. Aí fica difícil recuperar.
Eu também achava que tínhamos condição de virar. O River iria pregar, e jogar pregado contra Arrascaeta e Bruno Henrique é mortal. Só que a porra do gol de empate demorou demais. Mas vamos combinar: acabou sendo isso o que transformou essa final na, pelo menos pra mim, mais emocionante de todos os tempos.
Rapaz, você sabe que eu também não sei como chamar esses jogos que passam de novo? Houve um tempo que a gente chamava de “reprise”. Depois, passou a chamar de “VT”. Não sei por que, “replay” é usado só para determinadas jogadas, e nunca para o jogo inteiro. Teve um texto antigo aqui no blog, bem antigo, acho que do primeiro ano (2015), em que eu citei Nelson Rodrigues e usei “videoteipe”. Acho bonito. E se for o videoteipe de Flamengo dois, River um, aí é que é mais bonito ainda.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Rapaz, que batismo foi esse, gol épico do Almir enfiando a cara na lama. Já tinha meu máximo respeito e agora muito mais!
Se vc que viu todas essas conquistas fala assim da Libertadores é pq realmente nós que vimos isso somos abençoados.
Como é bom ser Flamengo!
BiHeptacampeão
SRN
Fala, Marcos.
Pois é, rapaz, meu pai nunca se perdoou por isso. Ele era tricolor doente e foi com ele que comecei a frequentar o Maraca. Ele me levou nesse jogo, com Almir fazendo um gol daqueles e a torcida endoidando na arquibancada. Já viu, né?
Você tocou no ponto: a gente já testemunhou tanta coisa bonita, emocionante, de destroçar o coração, que o fato de colocar essa vitória sobre o River acima de todas as outras ganha peso ainda maior. Épica.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, mestre!
Fomos campeões!!!
Fala, Bruno.
Cara, foi o fim de semana mais rubro-negro de todos os tempos.
Entre o jogo com o Goiás e o jogo com o Corinthians, eu estava falando com a Nivinha pelo WhatsApp e disse pra ela: sem demagogia e sem surtos de velhice, eu não esperava mais ver um time do Flamengo fazer o que esse vinha fazendo. Aí os caras ainda me aprontam essa, ganhando as duas competições mais importantes da América Latina em menos de 24 horas.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
murtinho,
se vc tivesse me ouvido não teria sofrido tanto…kkk
brincadeiras a parte,eu poderia levantar uma plaquinha com os dizeres….eu já sabia !
só que sou humilde e vou levantar a famosa,HOJE TEM GOL DO GABIGOL.
SRN !
Fala, Chacal.
Pois é, rapaz.
Teria ficado, na paz, aguardando a chegada dos 43 do segundo tempo, pro Bruno Henrique fazer aquela jogada magnífica, Arrascaeta se jogar na bola com uma garra que – mea culpa – eu sempre reclamei aqui por achar que ele não tinha, e Gabriel conferir para empatar a bagaça.
E aí, sossegadamente, esperaria que o lançamento-balão de Diego (para reclamações, dirija-se ao texto do Arthur) pipocasse na iluminada carequinha de Pinola e se oferecesse limpa e cristalina para a bomba indefensável de Gabriel.
Meu amigo Chacal: se eu tivesse te ouvido, o sábado teria sido um mar de tranquilidade. Mas aquela emoção toda, não há dinheiro que pague.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
mesmo eu sempre acreditando no titulo a final foi épica !!!
nunca vi coisa parecida.
estamos todos de parabéns!
SRN !
Uau, que jogo, inacreditável, incrível, inenarrável, lembro que a semana começou a mil, sabendo que vou ser paí, e o Flamengo tendo a chance de fazer história,como fez.
Murtinho , eu no final, vi esse lance do Gabriel resignado e concentrado no principal que era está no local certo nos três minitus históricos mais alucinantes dessa conquista.
Eu estava acreditando mais esperando por um empate, aí no lado de minha esposa que falou que ia ser 2 x 1, e eu já pedindo pelo menos um empate, hehehe, ela estava rezando e soltando uns palavrões ,kkkk, mesmo não sabendo nada de futebol,kkkk.
Ela mesmo disse que rezava e pecava ao mesmo tempo, hehehe.
Queria sair pra comemorar com todos os flamenguista que ia encontrar mas estava com minha esposa e ela requer cuidados para que tudo ocorra bem.
O importante é que fizemos história e vivi ela sendo mais um torcedor dessa imensa e apaixonada nação.
Como o mister disse “Deve ser muito ruim não ser flamenguista, e eu nem quero saber como é isto.”
Como é maravilhoso ser flamenguista e saber que somos uma nação que ama infinitamente e segue religiosamente o Flamengo assim como o Murtinho e eu.
Fala, meu camarada.
Nem consigo imaginar. A semana começa com a notícia da chegada do primeiro filho e termina com o Flamengo beliscando os dois títulos mais importantes que um clube brasileiro pode almejar. Semana gloriosa.
E pra você ver como são as coisas: mesmo sem entender nada de futebol, sua mulher cravou dois a um.
Como diz o título de uma das mais belas canções do grande rubro-negro Jorge Benjor: Que Maravilha!
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. Parabéns pelo herdeiro ou herdeira (certamente, mais um feliz rubro-negro ou uma feliz rubro-negra). SRN. Paz & Amor.
Agora que tudo acabou, posso falar: a estória do cheirinho é verdade, porém não como todo o resto vinha falando.
Explico.
O grande bolo do ano mágico foi posto para assar em um forno que ficava em 2019 e que lá havia sido posto por força de um portal intradimensional aberto secretamente pela diretoria. A ideia era manter segredo até que ele ficasse no ponto exato para ser retirado, nem um minuto antes, para não solar; nem um minuto depois, para não queimar.
O problema é que o cheiro era tão forte e penetrante, que atravessou os portais intradimensionais e foi até 2016, fazendo crer que tudo o que se esperava era meramene ilusório. Mas não era. Como toda receita, ela tem que ser cumprida à risca, para não ter que jogar tudo fora e começar de novo. Agora já era: é esperar o que estar por vir porque, ao que parece, a máquina vai começar a funcionar em moto-contínuo.
Nesse passo, pondero, aqui, algo que andei conversando com amigos de diversas matizes clubísticas.
Em 1995, quando Kleber Leite trouxe Romário, achei que se estava iniciando uma nova era. Romário era o cara e a expectativa era a de que, ali, seríamos alçados à condição de clube do mundo (não vou adentrar questões envolvendo posturas de Kleber Leite, para não digredir muito).
Entretanto, com o sarrafo mais alto, os outros clubes também se reforçaram. O Atlético MG, por exemplo, trouxe Taffarel e o Fluminense fez aquele famoso catadão de renegados, formou um timinho e ganhou o carioca com a barriga de um ressuscitado Renato.
Mensagem que o episódio passou: não adianta querer elevar o nível neste incrivel país chamado “à caralholândia”. O negócio é ir comprando aqui, vendendo ai, dando uma acochambrada acolá e empurrando as dividas para o próximo, que, de algum jeito a natureza dá um jeito.
Veio a nova postura. Algo sério, cortamos a carne, expusemo-nos, mostramos que estávamos mofados e que, para fazer omeletes, seria necessário quebrar ovos.
Tivemos que aturar muita chacota, mas as piadas foram diminuindo por falta de matéria-prima: deixamos as páginas policiais, não fomos mais manchete de fatos vergonhosos (falta de pagamento, falta de condições), ressalvada a questão dos garotos do ninho, uma exceção que confirma o argumento.
Mais uma vez, elevamos o sarrafo, porém, agora, aqueles que pretendem que prevaleça a República de “à caralholandia”, em vez de começar a mover uma revolução neste mesmo sentido, optam por fazer uma revolução inversa e invocam a necessidade de o Flamengo não crescer tanto, sob pena de espanholização do nosso futebol (tema de posts e comentários neste blog).
Espero que fracessem rotundamente e que os torcedores dos outros times façam os piquetes necessários para que seus respectivos dirigentes reconheçam o caminho certo e resolvam trilhá-lo. Se isso acontecer, terá sido o melhor troféu que um rubro-negro poderá ter levando e mostrará que o bolo tinha aroma forte porque, realmente, foi bem feito.
Parabéns a todos os envolvidos
Excelente, Alvaro. Perfeito.
O papo de espanholização é curioso mesmo. Também acho que o futebol precisa de um mínimo de equilíbrio, mas em nome disso sacrifica-se quem está trabalhando direito e privilegia-se a esculhambação? Ora, ora, francamente.
Aproveitando sua deixa sobre digressão, quero fazer uma repleta de controvérsias. E que só pode ser feita agora, que ganhamos.
Na minha opinião, a torcida do Flamengo deu uma de trouxa nessa história do cheirinho. Não sei se isso surgiu no marketing do clube ou se veio, espontaneamente, das arquibancadas ou das redes sociais, mas o cheirinho começou na campanha de 2016, com o nome completo de “Cheirinho de Hepta’. E aí estava o grande lance que a torcida do Flamengo não conseguiu manter e capitalizar.
Explico.
O Palmeiras tem, segundo a CBF, dez títulos brasileiros. O problema é que só quem acredita nisso são alguns palmeirenses. (Tenho certeza, por exemplo, que nossa amiga e ilustre frequentadora Bia não acredita.) Quando os torcedores adversários começaram a zoar o “cheirinho”, na verdade estavam zoando o “cheirinho de hepta” e, consequentemente, avalizando nosso título de 1987. Ok?
Quando a própria torcida do Flamengo começou a reclamar do cheirinho, aí o complemento “de hepta” foi pro cacete e passamos a fazer o jogo dos adversários. Vacilamos.
Deixemos de digressões e voltemos à festa. O cheirinho já era, o hepta é o hepta e pronto, está acabado.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. Parabéns pelo comentário. SRN. Paz & Amor.
Murtinho!
Nossos corações aguentaram!
Quem não xingou Diego e ficou com o final do xingamento engasgado ao ver ele fazer aquele lançamento para Gabriel no meio de dois?
Eu só lembro de pensar ‘meu deus, sobrou com o Gabigol’.
O resto, choro e risos
Valeu, Flamengo!!!
Fala, Marco.
O futebol tem dessas coisas. O cara tá lá dentro, tudo pode acontecer.
Acho que Diego pode ser bastante útil durante a temporada. Não dá é pra ser titular, bater todas as faltas, todos os escanteios, todos os pênaltis, mandar prender e mandar soltar.
Quanto ao “lançamento”, também usei a palavra, mas com certeza você já leu o Arthur. Foi lançamento ou foi um balão pra frente?
Choro e risos. Exatamente.
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.
Muritinho, lembro de ter lido num dos primeiros posts seus esse ano q vc faria essas cronicas/relatos enquanto o Fla tivesse alguma chance na Copa BR, Libertadires ou Brasileirao… espero que continue fazendo por mtos e mtos anos entao! É tudo nosso!!! SRN
Então, rapaz.
Deu um trabalhão da porra, mas não é que deu sorte?
Parabéns pelo bi. Parabéns pelo hepta. SRN. Paz & Amor.