Campeonato Brasileiro, 31ª rodada.
As vitórias do Flamengo por três gols de diferença, neste Campeonato Brasileiro, não aconteceram devido às fragilidades dos adversários e sim por virtudes rubro-negras.
Conforme defendido no post publicado após o empate com o Goiás, no Brasileiro não existe dia fácil. Nas últimas rodadas, então, a coisa piora. Todos querem incomodar o líder e interferir na classificação final, ainda mais quando quem está na liderança é elogiado quase que unanimemente pela imprensa e até por torcedores adversários. Além disso, estamos nos aproximando dos momentos decisivos e inquietantes. Quem fica com o título, quem vai para a Libertadores e – o horror, o horror – quem será rebaixado.
Embora o time do Botafogo precise melhorar muito para poder ser chamado de limitado, me arrisco a dizer que se tivesse disputado o campeonato inteiro com a vontade demonstrada contra o Flamengo, no mínimo estaria no meio da tabela. E aí nos defrontamos com a triste derrocada dos clubes cariocas, que passaram a ter, de algum tempo para cá, apenas dois objetivos: ganhar do Flamengo e não cair para a segunda divisão. Nada mais importa.
Entre os lances principais abaixo descritos, talvez tivesse que ser incluído um que, aos trinta segundos, indicava o que seria o jogo: a pregada do lateral Fernando em Gabriel, no círculo central. Repito: trinta segundos. A maioria dos vinte e dois em campo sequer tinha tocado na bola.
No Flamengo não há santos, nosso volante é o Willian Arão e não a Irmã Dulce, porém o Botafogo pegou pesado. Dos seis cartões amarelos distribuídos aos jogadores alvinegros, quatro o foram por entradas violentas (Fernando, Gabriel, Jean e Luiz Fernando) e dois por antijogo (Joel Carli e o segundo de Luiz Fernando). Pelo lado rubro-negro, apenas Rafinha recebeu punição por falta feia. E o cartão a Pablo Marí foi absurdo, pois técnico de futebol não tem nada que segurar bola para retardar reposição e provocar o adversário.
Não quero parecer alienado, conformado ou algo semelhante, mas vou dizer: foi uma grande vitória. Ou, ao menos, fundamental. O pau comeu, não tivemos ninguém em noite inspirada, só que partidas como essa evidenciam a diferença que faz contar com caras capazes de decidir em um lance. Bruno Henrique tinha aparecido pouco, até escapar pela esquerda, deixar o adversário mais próximo cinco metros atrás e lançar a bola no ponto exato para a conclusão de Lincoln. Gabriel, no segundo tempo, movimentou-se com inteligência, caindo com perigo pelo lado direito, aparecendo, concluindo, lançando, tentando resolver.
As goleadas, os vareios de bola, os chocolates nos deixaram com a falsa ideia de que jogamos mal quando não damos espetáculo. Aliás, lembremos: nas seis últimas vitórias do Palmeiras no campeonato, cinco delas foram por apenas um gol de diferença. E o Palmeiras é o time que está lá nos perturbando, bem perto de atingir o estágio de segundo colocado que mais pontuou em toda a história do Campeonato Brasileiro, desde que passou a ser disputado em formato idêntico ao atual.
Salvo em casos fora da curva, e que por isso mesmo se transformam em jogos eternamente lembrados, Fla e Vasco, FlaxFlu, Fla e Botafogo jamais serão fáceis para ninguém.
O maior mérito do Flamengo foi o de não desistir – como têm de fazer os grandes campeões –, até derrubar a exagerada bravura botafoguense, para garantir os três pontos necessários à preservação dos oito de frente.
O time brigou até o fim. Martelou, apertou, bateu. Queimou o beiço. E, na boa, um a zero foi goleada.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 10 minutos, Rodrigo Caio tirou uma bola de cabeça na intermediária rubro-negra, devolvendo-a, pelo alto, ao meio-campo. Fernando subiu mais do que Gerson e rebateu também de cabeça, nas costas de Renê. Luiz Fernando arrancou, perseguido por Pablo Mari, e cruzou rasteiro. Ao tentar o domínio, Igor Cássio acabou dando uma estranha meia-lua em Rodrigo Caio, só que Diego Alves foi rápido na saída do gol e abafou. Pablo Marí ficou com a sobra, tocou a Renê e daí a Gerson, que bobeou e perdeu para Fernando. A bola chegou a João Paulo e ele pôs na área. Livre, Leo Valencia errou a cabeçada.
Aos 23, Fernando cobrou falta lançando Luiz Fernando nas costas de Renê, que vacilou na marcação. Luiz Fernando chegou à linha de fundo e cruzou com muito perigo, forte e rasteiro, na pequena área. Antes de Leo Valencia chegar para marcar, Rafinha foi de carrinho na bola, de frente para o gol de Diego Alves, e fez um corte difícil e arriscado, mandando a escanteio.
Aos 29, depois de boa jogada com Leo Valencia pela esquerda, Yuri ganhou no corpo de Everton Ribeiro e buscou João Paulo no meio. Gerson tirou e a bola sobrou para Luiz Fernando, dentro da área. Ele deu um corte em Renê e concluiu de canhota. Preciso, Pablo Marí conseguiu travar.
Aos 37, Everton Ribeiro recebeu de Rafinha e cruzou, buscando Bruno Henrique no meio da área. O zagueiro Gabriel tocou a escanteio. Everton Ribeiro cobrou, Rodrigo Caio ganhou no alto e cabeceou à direita do gol de Gatito Fernández.
Aos 39, troca de passes. Rodrigo Caio, Diego Alves, Pablo Marí, Renê, Gerson, Vitinho, Renê e novamente Vitinho, que tentou chegar à linha de fundo. João Paulo tocou a escanteio. Vitinho cobrou, Bruno Henrique dividiu no alto com Gatito e o goleiro foi o último a tocar na bola, que espirrou para trás e descaiu perigosamente, batendo no travessão e saindo a escanteio.
Aos 41, Renê cobrou o lateral a Gerson, que carregou para o meio, tocou a Willian Arão, a Rafinha e daí a Gabriel saindo da área, para fugir da pesada marcação botafoguense. Gabriel ajeitou para o pé esquerdo e chutou forte. A bola desviou no zagueiro Gabriel e passou bem perto da trave direita de Gatito Fernández.
2º tempo:
Aos 4 minutos, Renê fez ótimo desarme em cima de Fernando, avançou, tocou a Bruno Henrique, recebeu de volta e empurrou para Vitinho, um pouco além da intermediária botafoguense. Vitinho dominou e bateu forte, a bola desviou no zagueiro Gabriel e encobriu o travessão de Gatito.
Aos 7, Willian Arão tocou a Everton Ribeiro ainda no campo rubro-negro. Ele se livrou de Alex Santana, rolou para Vitinho e daí a Gabriel, que protegeu a bola da chegada de João Paulo, avançou e cutucou para Bruno Henrique, centralizado. De frente para o gol, da entrada da área, Bruno Henrique tentou colocar no canto esquerdo, o chute saiu um pouco alto e encobriu o travessão.
Aos 8, jogada determinante para o resultado. Na intermediária rubro-negra, Luiz Fernando foi apertado pela marcação de Renê, tentou recuar para João Paulo e errou feio, dando a bola de presente para Gabriel, que ligou rápido com Bruno Henrique. Ele pôs na frente, ganhou na velocidade de Joel Carli e, um pouco antes de entrar na área, foi puxado por Luiz Fernando, que voltava desesperado, tentando corrigir o próprio erro. Fez outro. Como já tinha cartão amarelo, Luiz Fernando foi expulso, o Botafogo nunca mais atacou e foi amassado até o gol de Lincoln.
Aos 14, troca de passes. Rodrigo Caio, Rafinha, Willian Arão, Gabriel, Vitinho, Renê, novamente Vitinho e daí a Gabriel, na entrada da área. Ele dominou girando e bateu forte, a bola passou perto da trave direita de Gatito Fernández.
Aos 23, falta de João Paulo em Gerson, na meia-esquerda. Em jogada ensaiada, Willian Arão levantou no segundo pau, Rodrigo Caio subiu por trás de Yuri e tocou de cabeça para o meio da pequena área. Pablo Marí completou, também de cabeça, a bola bateu em Gatito e encobriu o travessão.
Aos 24, com o Botafogo todo atrás, Rafinha recolheu uma sobra no meio-campo, tocou a Renê, a Willian Arão e daí a Gabriel na direita. Rafinha puxou a marcação, Gabriel carregou para o meio, livrou-se de Alex Santana e mandou um foguete de pé esquerdo. A bola, que tinha endereço, desviou no zagueiro Gabriel e passou muito perto do travessão. Na cobrança do escanteio, Vitinho pôs na área, Gatito Fernández tirou de soco, Gerson matou no peito e abriu a Gabriel, novamente na direita. Ele tocou por cima da zaga, um bolão a Everton Ribeiro no outro lado. Everton Ribeiro dominou, chutou forte, Joel Carli se atirou no lance e salvou para escanteio.
Aos 27, Fernando marcou bobeira na intermediária botafoguense, Vitinho foi esperto, roubou-lhe a bola e empurrou a Gabriel. O contra-ataque tinha três contra dois: Gabriel, Bruno Henrique e Vitinho, contra os dois zagueiros centrais alvinegros. A escolha de Gabriel foi por Vitinho, entrando livre pela meia-direita. Mas ele se precipitou e chutou pessimamente, muito longe do gol.
Aos 43, Gatito deu um chutão para a frente, Rodrigo Caio cortou de cabeça para Willian Arão, daí a Rafinha, a Pablo Marí, a Renê e a Everton Ribeiro no meio. Pressionado por Jean, ele arrancou, protegeu e rolou a Bruno Henrique, nas costas de Fernando. Bruno Henrique carregou em velocidade, ergueu a cabeça e cruzou na pequena área, por trás de Joel Carli. Com ótima presença, Lincoln escorou de pé direito e mandou para o fundo da rede. Um a zero.
Ficha do jogo.
Botafogo 0 x 1 Flamengo.
Estádio Nilton Santos, 7 de novembro.
Botafogo: Gatito Fernández; Fernando, Joel Carli, Gabriel e Yuri; Cícero, João Paulo e Alex Santana (Jean); Luiz Fernando, Iago Cássio (Victor Rangel) e Leo Valencia (Lucas Barros). Técnico: Alberto Valentim.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Renê; Willian Arão, Gerson (Lucas Silva) e Everton Ribeiro; Gabriel (Piris da Motta), Bruno Henrique e Vitinho (Lincoln). Técnico: Jorge Jesus.
Gol: Lincoln aos 43’ do 2º tempo.
Cartões amarelos: Fernando, Joel Carli, Gabriel (B), Jean e Luiz Fernando; Rafinha e Pablo Marí. Cartão vermelho: Luiz Fernando aos 8’ do 2º tempo.
Juiz: Leandro Vuaden. Bandeirinhas: Rafael Alves e Lúcio Flor.
Renda: R$ 354.689,00. Público: 23.092.
Prezado Murtinho,
Acho que o Flamengo jogou bem, ontem. Arrascaeta faz muita falta. Bom que ele não irá se desgastar com a sua seleção às vésperas da final da Libertadores.
O difícil é praticar futebol tendo um adversário que transforma o jogo em praça de guerra, incentivado pela sua irresponsável e mesquinha diretoria. Bateram feio e muito para intimidar, com a conivência do soprador de apito, a quem pressionaram demais para tentar ganhar no grito.
O resultado foi selvageria dentro e fora do estádio, só que, de carona no JJ, “não valeu a pena bater tanto”.
Problema deles! Enquanto consomem suas parcas energias nutrindo esse inútil ódio contra nós, seguimos confiantes rumo ao Hepta e ao Bi!
SRN! Prá cima deles, Flamengo!
Perfeito, Fernando.
Também achei. Não demos espetáculo, mas foi um osso duríssimo.
Uma coisa é jogar contra quem marca em cima e chega junto, outra é enfrentar um time que entra para distribuir pancadas. Se o juiz não agir, fica complicado.
O resultado é esse: Flamengo rumo ao bi, Botafogo rumo à B.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Li uma notícia que dizia que o botafogo fechou acordo para transmissão do jogo para Portugal.
Putz, imagina os portugueses vendo o festival de horrores que o botafogo proporcionou, sintetizando de forma quase perfeita o atual estágio do futebol brasileiro….
Vergonha é pouco pra definir aquilo. Nem times pequenos que disputam o campeonato carioca atuam de forma tão pequena e indigna.
Ontem o botafogo demonstrou que está pronto para virar o novo Bangu.
De forma merecida.
O atual botafogo não faz qualquer falta ao esporte.
Fala, Trooper.
Agora, rivalidade à parte e relevada a pancadaria, é uma pena, né não?
Clube grande, história bonita, um monte de craques, bons serviços prestados à seleção brasileira (em épocas em que os brasileiros que gostam de futebol ainda ligavam para a seleção brasileira). Virou isso que está aí.
Alberto Valentim, Joel Carli e que tais, esses caras não têm espaço no mesmo livro cujos personagens são Garrincha, Nilton Santos, Didi, Amarildo, Zagalo, Gerson, Leônidas, Jairzinho, Paulo Cezar Caju.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, a “pena” é meramente pelo distante passado.
Pelo presente, em primeiro lugar, será um enorme absurdo que o clube não seja punido pelas cenas de selvageria que promoveu em seu estádio alugado.
Com um treinador como Valentim e a mentalidade tacanha de sua diretoria e torcida, uma pena será se não for ejetado da elite do futebol nacional.
Se o estagiário do Globoesporte conseguisse descrever o jogo como você facilitaria para quem não conseguiu chegar a tempo de assistir. Melhores momentos mesmo!
Agora, elogios de torcedores adversários é muita bondade sua. Nunca vi tanta raiva contra o nosso Mengão.
Na partida contra o Botafogo a coisa saiu do controle. Os caras entraram babando, o Gabriel apanhou mais que professor em manifestação.
E a diretoria do alvinegro está de parabéns pela visão arrojada. Não pagam salário há mais de 2 meses mas mantiveram a postura de liminar os ingressos em 10% para os visitantes. Em contrapartida liquidaram os ingressos para sua torcida com direito a acompanhante. E nem assim lotaram o estádio.
Também não queriam o televisionamento para Portugal, mesmo que deixassem de ganhar algum dinheiro.
Deu no que deu, violência dentro e fora do campo.
Pelo jeito nos próximos anos jogo contra o Botafogo só no carioca.
Pô, Ricardo, releve.
O cara tem que escrever ali na hora, ele faz o que é possível. Eu vejo, revejo, vejo pela terceira vez, quarta. A jogada do Gerson no segundo gol do Bruno Henrique contra o Corinthians, que usei para abrir aquele post, eu devo ter visto, sem brincadeira, uma dúzia de vezes. De qualquer modo, obrigado pelo elogio.
Discordo da raiva. Despeito, talvez, mas tenho visto muita gente, sobretudo de fora do Rio (onde o histórico de rivalidades impede o reconhecimento) admirando o futebol que o Flamengo tem jogado e o usando como exemplo do que gostaria que seu time fizesse.
Sábado passado, duas ou três horas antes de começar Palmeiras e Ceará, no Allianz Parque, eu estava num bar em Perdizes, bairro que abriga muitos palmeirenses. (O estádio fica ali.) Na mesa ao lado, dois amigos falavam de futebol. Um era palmeirense, o outro não. O que não era (não consegui perceber para que time torcia) provocou: quer dizer que amanhã vai torcer pelo Corinthians. O outro respondeu: tenho que torcer, né, fazer o quê? E o não-palmeirense: eu vou torcer pro Flamengo, eles estão merecendo.
Tenho visto muita coisa parecida. Não sei onde você mora, mas se for no Rio, tá explicado. Aí, a inveja é uma merda.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Concordo que 1×0 foi goleada. Pouco antes do gol eu já tava me preparando pra levantar e sair fora, puto da vida com o Vuaden que não teve pulso pra impedir a caça aos nossos jogadores, talvez estimulados pelo “sucesso” do São Paulo – até hoje não entendo como nenhum jogador deles (SP) foi expulso. Porque será?
Daqui pra frente nada vai ser diferente – todos os times vão dar a vida pra parar o Flamengo, não importa de que jeito, sabendo que contam com a complacência dos títeres do gaciba/cbf. Tivemos sorte de não ter nenhum jogador gravemente ferido. Mas pro azar dos anti, as deusas da justiça cósmica estão do nosso lado. Mesmo, como sempre, parecendo um lutador de sumô – esse garoto tem distúrbio glandular -, Lincoln foi pro jogo e tirou o pão da boca tanto dos caçadores de homens (ui!) como da porcalhada consumidora de ventiladores, leques e abanadores. Imagina a frustração deles!
Vou torcer muito pra que caiam. Merecem. Contratar um treinador (?) da descategoria do Valentim, que já tinha deixado o Avaí na lanterna, é pedir pra morrer. E digo mais: se cair, não vai ser fácil subir de volta.
srn p&a
Fala, Rasiko.
Muito bem lembrado. Naquele zero a zero, o São Paulo bateu bonitinho. E é isso aí: ganhar do líder sempre tem um gostinho especial, o problema é que o Flamengo não tem dado esse gostinho a ninguém. Que continue assim.
Também fiquei assustado com o tamanho do pescoço do Lincoln. Tomara que eu esteja completamente enganado, mas na hora me lembrei do hipotireoidismo do Ronaldo Fenômeno.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Na mosca: hipotireoidismo é o nome da coisa e, se não se tratar agora, quando parar vai ficar pior que o Ronaldo. É só lembrar que antes ele, Ronaldo, era fininho (lembra da época do “casamento” com a Daniela não-sei-das-quantas?). Pois é, o Lincoln já tá pescoçudo com 18 anos.
O hipotireoidismo traz muitas consequências graves pra saúde, entre elas, só pra citar algumas que podem ter influência direta na performance de um atleta, sonolência/cansaço (influencia concentração e foco), ganho de peso, prisão de ventre (todas as doenças começam no intestino preso), anemia e… alteração na libido, o que significa queda na taxa de testosterona e, portanto, agressividade, embora seu gol tenha mostrado o contrário. Mas como não dá pra duvidar desse DM do Flamengo, há esperança. Mesmo assim, explica-se suas constantes contusões e demoras na recuperação.
Meu amigo Murtinho,
até concordo que o essencial é a vitória, vale dizer os três pontos conseguidos, a manutenção da vantagem de oito, para mim inalcançável.
Tudo bem, mas que foi um jogo HORRÍVEL, de péssima categoria técnica, não há também como ser negado.
Fiquei bem preocupado. Não quanto ao Brasileirão, dada a nossa inquestionável superioridade. O problema, a meu sentir, será a Libertadores.
A garra, excessiva eis que chegando à violência, demonstrada ontem pelo FRAQUÍSSIMO time do Botafogo, certamente será bem menor que a do River Plate. É uma tradição argentina.
Se formos bem avaliar, foram pouquíssimas as oportunidades que criamos, ontem. Não me recordo de uma só defesa difícil do que o Botafogo tem de melhor, o seu goleiro Gatito.
Paramos na marcação severa e violenta. Quase nada conseguimos e, quando foi possível, não se pode deixar de esquecer que o adversário estava reduzido a DEZ jogadores. Um time medíocre, ainda por cima com menos um durante todo o segundo tempo.
Parece-me que, fora os 11 excelentes titulares, não temos um só reserva à altura. René e Vitinho, ainda por cima juntos pelo lado esquerdo, foram tristes, de chorar na rampa.
Ainda por cima, pela primeira vez, Gerson foi inútil, pouco produzindo. Seria desgate físico, indago.
Ainda bem que o Mister é meio maluco, Tirou o craque, substituindo-o pelo pobre Lucas Silva. Até aí, nada de mais, Eis que ganhou o jogo, colocando-o na ponta direita e trazendo o excelente Everton Ribeiro para a armação, ainda a tempo de enfiar uma bola extraordinária para o Bruno Henrique, que foi perfeito no cruzamento, após deixr o marcador a perder de vista, encontrando o jovem Lincoln na posição ideal para matar a partida.
Trêsjogos fracos em quatro. É preocupante.
Para mim, o River Plate não é o Palmeiras. É bem melhor,t al como Marcelo Gallardo não se compara a mais um treinero gaúcho de merdda (royalties para o querido Bill).
Temos q
Meu amigo Carlos Moraes.
Tenho algumas discordâncias.
O jogo não teve um alto nível técnico, mas esteve longe de ser horrível. Futebol permite que algumas partidas sejam bacanas mesmo sem grandes virtuosismos. Tem a entrega, a aplicação tática, a paciência para superar uma marcação severa, um monte de coisas.
Mais: não dá para comparar um jogo com outro. Se jogarmos contra o River Plate o que jogamos contra o Goiás, provavelmente perderemos. Se o River Plate jogar contra a gente o que jogou na segunda partida da semifinal contra o Boca, é quase certo que ganharemos. Na verdade, ambos devem jogar muito mais.
Concordo: escalar Renê e Vitinho simultaneamente, e no mesmo lado, tabelando, é dureza.
A grande sacada da entrada de Lucas Silva foi menos a entrada de Lucas Silva, e sim, conforme você destacou, o deslocamento de Everton Ribeiro para a meia-esquerda, onde ele começou a jogada do gol de Lincoln.
Também acho o River Plate bem melhor que o Palmeiras. Mas não sei se é melhor que o Grêmio.
Enfim, é outra competição, outra motivação, outro jogo.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, um dos times mais chatos para confrontar é o Botafogo. A Vitória, normalmente, costuma ser por apenas um gol. Lembro dos tempos idos em que o grande ponta esquerda Júlio César comia um dobrado quando pegava o lateral direito China. Não se criava. Chegava a ser irritante a insistência em tentar sair vitorioso do duelo. Prejudicava todo o desempenho ofensivo. Todos tinham que assistir as infrutíferas tentativas de ultrapassar o marcador. Acredito que a perda da titularidade para o grande Lico foi decorrente da pequena participação tática. Quando ele não brilhava, batia uma neura no atacante.
Depois, veio o Drible Baila Comigo, aplicado por Mendonça sobre Júnior, eliminando o rubro-negro do Campeonato Brasileiro de 1981. Ontem mesmo, meu irmão me indagou de como seria a partida. Jogo contra o alvinegro é sempre encardido. Não me refiro aos anos anteriores a 1973, porque não vi.
Esse tipo de jogo é ganho nos detalhes. Parabéns ao treinador que teve a ousadia de colocar os meninos em campo. O contestado Linconl mais uma vez fez um gol importantíssimo.
Contra tudo e contra todos, avante Mengão!!
SRN
Fala, João.
Clássico, né? Só que a falta de sensibilidade dos dirigentes alvinegros e a violência de alguns integrantes de torcidas organizadas, dos dois lados, transformaram futebol em guerra. Estupidez completa.
Nunca entendi por que Júlio César saiu do Flamengo para jogar no Talleres. A torcida o adorava. Não sei se houve algum problema com dirigentes, com técnico, com outros jogadores, sei lá. Eis um bom tema a ser pesquisado.
Abração. SRN. Paz & Amor.
PS: E a saúde? Tudo sob controle?
Ontem, 11h, retornei ao lar. Cirurgia delicada. Retirada de bolsa de colostomia c/c retorno do trânsito intestinal, mais retirada de hérnia na barriga.
10 dias hospitalizado.
Fiquei quase dois anos usando bolsa de colostomia decorrente de apendicite supurada.
Terei de ficar 30 dias em recuperação. Vou Aaproveitar para acompanhar o nosso querido Flamengo em sua trajetória rumo às conquistas.
Obrigado pela lembrança.
Um abraço.
É isso ai. Vai ser uma recuperação de campeão.
Bola pra frente.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Fico feliz por tudo ter saído bem.
Espero, assim como o nosso Murtinho, que nesses 30 dias de molho, possamos comemorar dois títulos e nos prepararmos para um terceiro,
Aliás, ontem vi o jogo do Liverpool e … fiquei mais preocupado ainda. Estão voando.
Felizes SRN
FLAMENGO SEMPRE
Agradeço aos dois.
SRN
Faltou dizer que os 2 ataques perigosos do faísca havia impedimento.
Fala, Márcio.
Esse negócio de impedimento pós-VAR tá um pé no saco.
Bandeirinha não marca nem a banheira mais escandalosa, juízes terceirizam as decisões, os jogadores continuam correndo feito alucinados, péssima ideia. Curioso é que, na Inglaterra, nada disso acontece. Bandeirinhas continuam bandeirando, juízes continuam apitando, o VAR interfere incomparavelmente menos do que aqui. Por que a gente insiste em fazer as coisas da pior maneira possível?
Abração. SRN. Paz & Amor.
Acho que você pegou leve com o Botafogo. Ao final do jogo, eu estava mais revoltado com a mediocridade d adversário do que feliz pela vitória. Aí resolvi escrever umas paradas. Lá vai:
Nada sintetiza melhor o último Botafogo X Flamengo do que a imagem do Joel Carli vociferando impropérios sobre um Bruno Henrique caído na área após uma disputa de jogada. E, em seguida, simulando uma agressão para tentar forçar a expulsão do adversário.
O Botafogo encarou essa partida como uma verdadeira guerra: cedeu aos torcedores do Flamengo apenas 3 mil ingressos e tratou a partida com uma motivação extra, por ser contra seu adversário histórico e líder inconteste do Campeonato. A proposta clara era “entrar para rachar” em todo e qualquer lance do jogo, demonstrando a tal “raça” para os seus sofridos torcedores e tentando compensar o evidente desnível técnico com uma vontade extra de vencer.
Se tudo tivesse funcionado, o Botafogo arrancaria um pontinho no jogo e seus torcedores sairiam festejando. Talvez festejando mais os dois pontos retirados do Flamengo do que seu próprio ponto conquistado.
Após o jogo, Jorge Jesus demonstrou indignação com relação à postura do adversário, injustificável sobretudo em um campeonato de pontos corridos, onde todo e qualquer jogo vale os mesmos 3 pontos. E, colocando em alto risco de contusão os atletas do Flamengo, a apenas duas semanas de seu jogo mais importante dos últimos 40 anos, uma final de Libertadores.
Em resposta, Valentim, o técnico do Botafogo respondeu dizendo que “nosso time veio para jogar, fomos aguerridos, os jogadores estão de parabéns”. E ainda disse, com total despeito e falta de educação, que “Jesus devia ficar de boca calada”. O técnico ainda disse que “foi um pecado tomar o gol. A expulsão nos dificultou”. Como se a expulsão de algum dos atletas não fosse uma consequência óbvia e natural da orientação dada por ele a seu time!
Essa declaração veio de um técnico que acumula 10 derrotas nos últimos 12 jogos e que desmontou o bom esquema de jogo do técnico anterior, Eduardo Barroca, que ao invés de dar pontapés, valorizava a posse de bola, apesar da limitação técnica do elenco. Vale lembrar o excelente jogo do primeiro turno, um jogo limpo e equilibrado em que o Flamengo venceu de 3 x 2.
Essa postura do clube mostra que o Botafogo se apequenou como instituição. Ao invés de assumir e respeitar a superioridade de outros clubes – como o fez o Grêmio, de forma muito digna após os acachapantes 5 x 0 – , opta pelo caminho da mediocridade, orgulhando-se de sua falta de futebol e excesso de “vontade”, que descamba naturalmente para a violência.
É por meio dessa linha de atuação que o Botafogo está traçando seu caminho inarredável para a segunda divisão. Dessa vez, é possível que lá permaneça por vários anos, em função de seu número baixo e decrescente de torcedores, de sua dívida financeira gigantesca e da sua opção escancarada pela pequenez.
E quando os saudosistas se lembrarem dos tempos gloriosos do Fogão de Mané, Didi e Nilton Santos ou até de Mauro Galvão, Dodô e Túlio Maravilha, essa visão será inevitavelmente confrontada pela imagem de Carli, um pereba metido a xerife, um misto de Felipe Melo e Augusto Nunes, desfilando seus pontapés em um atacante “folgado” do Londrina. Para aplausos efusivos de sua reduzida torcida no Engenhão, numa terça-feira à noite
Antecipar-me às apreciações do Murtinho é um pecado, mas não resisto à tentação de elogiar a excelente crônica do Marcelo, que nem conheço.
Parabéns.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Justíssimo.
O texto do Marcelo é primoroso.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Fala, Marcelo.
Pra começo de conversa: onde é que você estava que demorou tanto para participar da nossa humilde caixa de comentários?
Concordo com a crítica. Ocorre que o sentimento que você manteve até o fim do jogo, no meu caso foi suavizando conforme a partida se desenvolvia. Sim, o Botafogo bateu feito gente grande no primeiro tempo, enquanto o time aguentou correr. No segundo, como nem bater aguentava mais, limitou-se a rebater bolas.
Joel Carli é pavoroso. Lento, cintura dura, caneleiro, sem técnica alguma, metido a xerifão, típico jogador de série B. Há grandes chances de, no ano que vem, estar no lugar certo.
Alberto Valentim corre o risco de ser rebaixado duas vezes no mesmo ano, por dois times diferentes. E você tem razão: Barroca vinha tirando leite de pedra daquele elenco abaixo da crítica. (Qual grande clube brasileiro ainda cairia no conto de Diego Souza? Que torcida de grande clube brasileiro faria festa no aeroporto para receber Diego Souza?)
Por fim: mistura de Felipe Melo com Augusto Nunes é genial.
Parabéns pelo comentário e apareça sempre.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Salve Murtinho
Cara, o Botafogo é, já há algum tempo, o mais incômodo freguês local e não é porque dificulte nossa vida em campo, mas pela postura de inseto fora dele.
Rogo para que continuem assim, pequenos, mesquinhos, recalcados e amargurados porque assim quem ganha é o Flamengo. Como você disse, a eles cada vez mais restará apenas secar e evitar quedas de divisão.
A nota triste vai para o clima bélico criado pelos dirigentes deles, o que não deixa de explicar a penúria desse ex-grande clube
Rumo ao Hepta e ao Bi!
SRN
Fala, Marcos.
Realmente, é muito estranho esse comportamento de alguns dirigentes botafoguenses, agindo como se fossem sub-euricos-mirandas.
Uma pena, porque o Botafogo já foi muito grande e não para de se apequenar. A única esperança está, parece, no projeto dos irmãos Moreira Salles. Não conheço o projeto, mas os irmãos são dois caras bacanas, atuando por puro amor ao clube.
Vamos ver que bicho vai dar.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Nisso vc tem razão, os irmãos Salles são gente do bem, ao contrário dos animais que vimos protagonizando cenas de barbárie no Engenhão (sou fã dos filmes do Walter).
Inclusive, há alguns anos, travei uma discussão engraçada via email com o João sobre futebol, motivada principalmente pela proposital ausência do Flamengo nas páginas da Piauí.
SRN
Não posso deixar de concordar.
murtinho e amigos,
depois do jogo de ontem aonde o botafogo só entrou pra bater….fiquei preocupado com o jogo contra o vasco.
pq não tem muito tempo e ficamos um tempão sem vencer os vices pq eles entravam duro nas jogadas e intimidavam nossos jogadores.
vasco e botafogo são rivais que além de futebol temos que ter bravura para supera-los.
SRN !
Fala, Chacal.
Pois é. Isso é o que está, creio, nas entrelinhas do texto do post.
Lembra dos jogos contra o Fluminense pelo campeonato estadual? Os caras correndo feito alucinados, chegando junto, reclamando do juiz em todos os lances, jogos chatos.
Os primeiros 25 ou 30 minutos da partida com o Vasco, pelo primeiro turno do brasileiro (quatro a um, com Diego Alves pegando dois pênaltis), também foram assim.
E tudo indica que só vai piorar, porque a tendência é aumentar a diferença financeira entre o Flamengo e os outros três, com reflexos imediatos nos elencos, nas escalações e dentro de campo.
Resta a eles dois consolos: ganhar do Flamengo e permanecer na série A. Duas coisas que estão ficando cada vez mais difíceis.
Abração. SRN. Paz & Amor.
além do enfraquecimento econômico das equipes cariocas ,tem a inveja que vai acirrar ainda mais a rivalidade.
nesse jogo contra o botafogo ficou nitido.
SRN !