A melhor coisa de ganhar semifinal do Carioca é a certeza tranquila de que só faltam dois jogos pra essa bobagem acabar. Chega de pré-temporada, tá na hora de jogar futebol profissional. Eliminar o Flor é bom, mas acontece quase toda semana, nem dá pra fazer festa. Primeiro porque ainda não ganhamos porra nenhuma. Segundo a vasca. E, sobretudo, porque eliminar o pré-falimentar Florminense não era mais do que obrigação para um time com tanta grana que tá provocando sozinho uma germanização espanholizada à inglesa no futebol brasileiro.
Admitamos, tem que ter mesmo muita bala na agulha pra deixar o Arrascaeta no banco de reservas, maturando como se fosse uma peça de picanha de 70 milhões de dólares, enquanto no gramado a mozarela rubro-negra derretia diante de todos. Quem se deu ao trabalho de ver o jogo não ficou muito feliz com o futebol que o Flamengo botou na roda. As mexidas e substituições promovidas pelo Abel talvez sejam de difícil compreensão para um ou outro torcedor menos familiarizado com cabedal tático do treinador, mas são evidentemente incompreensíveis para todos os jogadores. Os caras tão treinando desde janeiro e ainda parece que nego se conheceu ontem.
O Flamengo não tem uma saída rápida pro ataque, manda um monte de cruze pro bolo quando não temos um cabeceador de ofício e ainda tem a forte tendência ao domínio de bola estéril, o popular arame liso. Pior que nessa de cercar e não chutar o Flamengo dá vários moles primários de posicionamento, tipo geral subir pra tentar o gol e ficar pedindo pra levar um contra-ataque. Que foi exatamente o que aconteceu no gol dos caras. Que ainda que não tenha sido roubado, como manda a tradição, julgo que foi, dado o nosso domínio absoluto até então, moralmente impróprio.
Notem que os caras marcaram o inoportuno gol feio deles bem na hora em que o Flamengo tava mais fragilizado psicologicamente. Depois que nos bateram a carteira pela primeira vez no jogo, no lance do gol legitimo do Arão, já tinha ficado claro que a venal arbitragem estava comprometida com o grande acordo nacional para fuder o Flamengo. Com VAR, com tudo. E o time sentiu a malévola intencionalidade da turma do tapetão. Logo depois da escandalosa anulação de gol o Renê levou uma coronhada de um marginal de camisa feia. O apitador acochambrou e o arrego ficou em apenas um amarelinho. Depois nego não entende porque as instituições estão enfraquecidas no país. Conforme previsto, o problema é o guarda da esquina, sim. Todo mundo dando seus pulos, fazendo seus rolos, botando pra frente. Depois a comunidade se revolta, mas é porque não aguenta mais tanta injustiça. Nem cavalo agüenta.
No segundo tempo Gabigol entrou no lugar do anódino Uribe, mas o nosso futebol continuou medíocre. Se o Fluminense ainda tivesse colocado em campo sua forca máxima, um Serginho Mallandro, um Nelsinho Motta, ou mesmo uma Ana Paula Araújo pra fechar ali o meio, certamente teríamos problemas. Felizmente, as grandes estrelas tricolores não estavam presentes e as que vieram tapar buraco eram só o caldinho do Miojo. Ali pelos 20 minutos, um facho de lucidez desceu das alturas e Abel deu o braço a torcer, abandonando suas convicções. Verdade que a água já tava batendo na bunda, mas foi um momento lúcido, vamos reconhecer. Ele tirou Diego Giras e botou o preso político Arrascaeta em campo. Menos de três minutos depois que o homem estava solto saiu nosso gol. Abel gênio. Aí o jogo mudou de feição. Agora era desespero total em Laranjeiras e tranquilidade no resto do mundo livre. Hosana!
Mas o jogo continuou ruim. Depois que empatou, o Flamengo não teve nenhuma chance memorável de virar o placar, mas é verdade que, fora uma ou outra unhada, também não correu perigos. O Flor murchou, seus perebas brigavam entre si, batiam boca com o treinador, imploravam aos céus por uma intervenção divina ou qualquer irregularidade de caráter extralegal que lhes salvasse a pele. Se foderam. No fim das contas, com classificação garantida, e considerando a moral da história, a pelada foi até legal. Quando o Flamengo é o instrumento da justiça todos nós nos sentimos mais justos também.
Mas sabemos que é um desperdício de energia dos mais tolos perder tempo com essas disputas paroquiais. Nossa mente já devia estar 100% focada na Libertadores mais mole da história, aquela que se tornou numa foda mal dada em que jogaremos as duas ultimas fora de casa precisando de resultados. Mas perrengue lá na Gávea é de rigor, ninguém está autorizado a ficar surpreso. Tratar de ganhar bem do San José na quinta-feira pra fazer um bom saldo e diminuir a necessidade de ser épico em Quito ou Montevídeo. Na Libertadores é bem melhor ser épico na fase de mata-mata, ser épico na fase de grupos é apenas exibicionismo.
O Abel continua sendo uma grande preocupação. Não pelo que o time (não) tem mostrado em termos de preparação, tática e entrosamento, as expectativas já não eram altas. Mas, principalmente, pelo que anda dizendo nas coletivas. A pós Fla-Flu foi pavorosa. Quando o treinador começa a usar coletiva pra mandar letrinha pra desafetos, a fazer muita questão de dizer que ele é quem manda, que é o comandante, o gestor de homens (ui), entre outras platitudes próprias da masculinidade frágil, geralmente é porque tem alguém mandando nele. Nem interessa saber quem é que tá mandando no Abel. Só queremos que esse alguém trabalhe melhor, porque até agora tem mandando muito mal. Já são três jogos seguidos sem vitória. E a pena de exílio imposta ao Arrascaeta é teratológica.
Quanto ao interminável Carioca, ao que tudo indica, o planejamento estratégico está sendo cumprido à risca em todas as suas fases. A fase 1 era eliminar o Flor, check! A fase 2 é secar a vasca amanhã. O Bangu mostrou que tem mais mérito para estar na final do que os filhos da bigoduda e pro Flamengo exercer plenamente a opressão econômica pela qual é injustamente acusado quanto menos dinheiro circular pelas burras do vice, melhor. A fase 3 é acabar logo com essa palhaçada de Carioca. É melhor que acabe com o Mengão campeão. Por aí se diz muito que o Carioca não vale nada, mas se o Flamengo não ganhar vai sobrar pra alguém. E pra mim é que não vai ser.
Mengão Sempre
A verdade é que o Abel saiu do Florminense, mas o Florminense não saiu do Abel.
O cara está acostumado a treinar times pequenos como Flor, e aí quando pega um GRANDE time fica perdido
Arthur é foda. Aguardando o livro no final do ano contando o setimo titulo brasileiro, a quarta copa do brasil, o bi da libertadores e o bi mundial.
ARRASCAETA LIVRE!!!
Deixa a estrela brilhar!
Não da parte do Arthur, que é, antes de tudo, um tremendo gozador.
Prefiro citar o Felipão, uma zêmula constante, no jogo de ontem.
Abaixo o VAR !
Num é possível ! Deus do Céu, que coisa mais louca !
O VAR erra, para nós, só contra nós. Quando anulou um gol do rival aos dois minutos, o próprio Flu, tudo bem. Viva a tecnologia !
Entendo, pessoalmente, que pode se discutir o VAR por outro ângulo. Se tira ou não uma das inúmeras emoções do futebol, qual seja a falha das arbitragens.
Só por aí. Nunca no restante.
Não faz mal, Já surgiu uma nova profissão televisiva. O comentarista de VAR, ou melhor, dos árbitros do VAR. Acertaram ou erraram. A última palavra com a porra da Central do Apito.
Dito isto, estou com o JOÃO NETO.
Não vejo a diferença que imaginava ver entre o Flamengo e os demais ^grandes^ cariocas.
Todos os jogos foram, pelo menos até aqui, equilibrados, o que é, para mim, bem preocupante.
O elenco, na teoria, seria bem superior. No campo, não. Há equilíbrio e os resultados – e já foram muitos jogos – são suficientemente reveladores.
Aguardemos as duas últimas partidas contra o Vasco.
Há uma certeza. Não temos o menor padrão de jogo.
O time, com certeza, treina muito pouco, se é que treina, sendo que o técnico …
E viva o VAR !
Desconfiadas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Somente eu fiquei estarrecido com a flagorosa libertinagem na marcaçao de um impedimento esdruxulo feita pelo bandido de preto?
Aquilo nunca tinha visto. O bandeira da condicoes o juiz pode contar com o auxilio do VAR e resolve marcar um impedimento por conta? E ainda por cima erra!!!
Na boa se nao pegar um 12 anos de gancho nao existe lava jato no Brasil.
Puta que pariu, Arthur! “Diego Giras” foi a melhor de todas! Não me lembro qual foi a última vez que esse cara decidiu uma partida importante para o Flamengo. Talvez no Brasileiro de 2016. E pensar que tem torcedor que defende esse jogador meia boca, só porque joga com “vontade”. Sem falar nas declarações deploráveis que ele costuma conceder nos pós vexames!
1) Que ainda que não tenha sido roubado, como manda a tradição, julgo que foi, dado o nosso domínio absoluto até então, moralmente impróprio.
2) Depois nego não entende porque as instituições estão enfraquecidas no país. Conforme previsto, o problema é o guarda da esquina, sim.
3) Depois que empatou, o Flamengo não teve nenhuma chance memorável de virar o placar, mas é verdade que, fora uma ou outra unhada, também não correu perigos.
Você é impagável!
SRN
Sem contar, nobre cronista, o impedimento inexistente. Mas agora Inês é morta!
Quanto ao time, eu queria saber quem banca Arão titular. O resto é conversa!
Esse campeonato interno demonstra o tanto de melhoras a serem alcançadas. Não há grandes diferenças de desempenho entre os “grandes” competidores. O nivelamento rasteiro prepondera. O que preocupa os racionais que não se deixam iludir por esparmos de individualidade ante a fragilidade de organização tática e coletiva e da decadência dos competidores fluminenses.
Preocupante é observar a atuação magistral do rubro- negro paranaense sem nenhum jogador de grande monta. Lembrou os times de ponta da Inglaterra. A busca incessante pelo resultado. Causou desespero ao fazer uma simples comparação com o rubro- negro carioca. Quanta diferença.
Como o futebol se alterna cada jogo, é esperançosa a mudança do time. Acho difícil. A mentalidade é construída com o tempo. O citado clube Paranaense vem laborando esse estilo de jogo há tempos. Houve mudanças em vários setores, culminando com o campo. Entre as certezas obtidas está a de não haver titularidade no elenco. A reposição de peças não altera o desempenho. Há um sistema de jogo próprio baseado na pressão ao adversário. Requer condicionamento físico. Exatamente o que já empera a possibilidade de cópia.
Ilusões à parte, algo de novo tem de acontecer. Mudanças são urgentes. A começar pelo comando técnico.
SRN