É cômodo falar depois que as coisas acontecem, mas creio que nossa diretoria errou ao ir na aba do Palmeiras e adiar o jogo contra o Fluminense de quarta pra quinta.
Os palmeirenses tinham bons motivos. O time sem Gabriel Jesus não é melhor que nenhum outro e sabia-se que o Cruzeiro seria osso. Além disso, não dava para considerar obstáculo concreto a partida contra o Figueirense. O Brasileiro não tem jogos fáceis, mas há aqueles que quem quer ser campeão não pode deixar de vencer.
A situação do Flamengo era bem diferente. Com algum sacrifício, e por se tratar de um goleiro, talvez fosse possível a Alex Muralha chegar em cima da hora e encarar o Fluminense. Se não chegasse, paciência, iríamos de Paulo Victor. Ou acreditamos no que temos, ou paramos com esse papo de querer disputar título. Mais: o time do Internacional é muito superior à colocação que ocupa na tabela. Danilo Fernandes é bom goleiro, Alex não é mais o meia que já foi um dia mas sabe jogar, Vitinho e Valdívia são ótimos – queria muito qualquer um dos dois para a Libertadores do ano que vem.
Preocupamo-nos demais com uma suposta vantagem – qual, não sei – que o Palmeiras levaria, e esquecemos o Inter. Optar pelo adiamento nos fez perder o que seria um importante dia de descanso, para um time que está compreensivelmente exausto e teve que passar pela pedreira de um embaçado clássico regional. (Por favor, parem com essa bobagem de achar que quem ganha muito e recebe em dia não tem o direito de ficar cansado.) Resumo da desafinada ópera interpretada por quem comanda o futebol do Flamengo: para garantir a presença do nosso bom goleiro, sacrificamos a recuperação do time inteiro.
Mas vamos em frente. Porque o que ocorre é que, mesmo contra tudo e contra todos, contra o fato de ainda não ter atuado uma vez sequer como mandante no Rio de Janeiro, contra viagens e cansaços que não afetaram, na mesma medida, nenhum outro dos competidores, contra a opinião de uma gente esquisita que, em função de discutíveis tecnicalidades, acha correto validar um gol assinalado com quatro jogadores em impedimento, inclusive e sobretudo o próprio autor, contra a necessidade de escalar – para não desmontar a estratégia de jogo que, somos forçados a reconhecer, vem funcionando – o irritante Gabriel, o abúlico Cirino ou o intelectualmente limitado Fernandinho, contra a insistente opção pelo omisso e taticamente covarde Márcio Araújo, contra o estranho descarte do nosso único jogador (Mancuello) que chuta, e bem, de fora da área, contra tudo isso e mais um pouco, o Flamengo permanece na briga.
Não acreditava que o Palmeiras fosse perder pontos para o Figueirense, e nem assim eu deixava de achar o empate com o Inter um resultado aceitável. O gol de Sacha – um gol bobo, de linha de passe, com a bola viajando pelo alto pra lá e pra cá até se oferecer ao atacante adversário imperdoavelmente desmarcado – tirou a nossa estabilidade no jogo e nos induziu ao erro de acreditar que, com o Palmeiras vencendo em Floripa, éramos obrigados a também vencer em Porto Alegre. Não éramos. O empate, insisto, não teria sido o fim do mundo. Até porque, nem mesmo a derrota nos dá motivos para deitar o rei no tabuleiro.
Em primeiro lugar, porque ainda há 21 pontos por disputar, nada se decidiu, e no lado do principal oponente estão a alma chorona, o espírito ansioso e o temperamento inconstante do treinador Cuca, capaz de montar bons times ao mesmo tempo em que descamba para deslizes táticos primários – como, por exemplo, nas substituições que fez nos empates com Flamengo e Cruzeiro.
Além disso, continuo preso à crença de que, se mantivermos a toada e não pusermos tudo por água abaixo nessa reta final, 2016 terá que ser considerado, fiquemos ou não com o título, um ano heroico e produtivo.
Mostrar rubro-negrismo nas vitórias é mole. Pois agora é a hora da nossa torcida compreender friamente o quão difícil é o Campeonato Brasileiro e, aproveitando que o Maraca vem aí, transformar a força do cântico em realidade, provar que vai começar a festa, ajudar o time a manter equilíbrio e eficiência, dar toda a força e todo o apoio.
Abandonar é para os fracos, para os pequenos, para os pouco habituados a vencer, vencer, vencer.
Pelo amor de Deus, por amor de tudo o que for mais sagrado, tirem esse projetinho de técnico do comando do Flamengo. Esse cara é um asno, um jumento estúpido. Parem de ficar comparando ele com a decadência dos últimos dias de Muricy Ramalho. Comparem-no com o Cuca, com o Marcelo Oliveira, com o Renato Gaúcho, com o Dorival Júnior… Esse infeliz, por conta de todas as substituições jumentálicas que ele fez no segundo tempo em jogos que o Flamengo tinha o domínio da partida nas mãos, ele tirou o Heptacampeonato do Flamengo. Não é o Palmeiras que é melhor do que o Flamengo para estar como líder, não. É ele que jumentifica sua saga asinina ao tirar quem está jogando bem para colocar zumbis em seus lugares. Várias foram as partidas que ele mudou o panorama do jogo para o Flamengo, PARA PIOR, e com essas tacadas asnáticas dele, foram-se inúmeros 3 pontos, que hoje faz muita falta na tabela. Ou Flamengo, digo, seu Rodrigo Caetano, tira esse estúpido acéfalo do comando desse baita elenco do Flamengo, ou o ano de 2017 já estará fadado ao fracasso, principalmente na Libertadores, onde ele vai ser autor de mais um fiasco. Renato Gaúcho, Marcelo Oliveira, Dorival Júnior, o próprio Cuca, têm condições amplas de fazer o elenco do Flamengo ser campeão da Libertadores 2017. Mas esse elemento ruminante aí… É garantia de frustração e gozação da arcoirizada. SRN.
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