Arrá, você adora viajar pelo mundo e ama futebol? Pois então este artigo foi escrito para… Não? Como não? Ué… Nem um tiquinho? Bom, agora já foi. Aproveite o descuido e confira 12 locais mágicos que todo grande torcedor deveria conhecer antes de morrer. Ou antes que sejam demolidos.
1. Estádio Giuseppe Meazza, em Milão.
Qual foi o melhor Davi x Golias que você viu nos gramados? Há zebras para todos os gostos, mas poucas tão deliciosas como Camarões x Argentina, na estreia da Copa de 1990. De um lado, o velho leão banguela Roger Milla; do outro, aos 29 anos, Maradona, o garoto de ouro do Napoli. Como cenário, o célebre gramado milanês. Deu Camarões, 1 a 0. Ao entrar no estádio, não esqueça de dar uma sambadinha à la Milla.
2. Estádio Olímpico Universitário, na Cidade do México.
De passagem pelo México? Não deixe de conhecer o lugar em que Garrincha e uns milhares de torcedores gaiatos criaram o “olé”. Foi num Botafogo x River Plate de pouca ou nenhuma importância para os clubes, mas que virou histórico quando o tresloucado ponta direita pôs Federico Vairo, da seleção argentina, para rebolar e cair sentado. “Ôoooolé!”, a arquibancada berrava. Substituído, Vairo saiu rindo.
3. Estádio Kashima, em Ibaraki.
Esse templo do futebol fica a parcos 80km de Tóquio, ideal para ir naqueles dias em que o monte Fuji estiver encoberto (o ano inteiro). Foi lá que, em 1993, um certo rei fez o mais lindo de seus 826 gols, durante a Copa do Imperador, ao voar como uma abelha e picar como um escorpião. Quem diria que o Galinho, aos 40 anos, era tão cheio de veneno…
4. Maracanã, no Rio de Janeiro.
Demos a volta ao mundo, é hora de se recuperar do jet lag no velho museu de emoções Jornalista Mario Filho. O Maracanã sofreu com muitas mutilações, mas será sempre a ribalta democrática que consagrou de Zico a Obina, de Messi a Fio Maravilha. Comece a visita pelo imponente Bellini, estátua do xerifão do Vasco que segue guardando os portões do estádio como fez com a área brasileira na Copa de 1958. (Bellini e seu gesto de erguer a taça estão ali, para sempre imortalizados; já o estádio Rasunda, na Suécia, onde tudo aconteceu, não existe mais – demoliram em 2012.)
5. El Morro, em Talcahuano.
Entre um vinho chileno e outro, dê um pulo no pequeno estádio onde foi registrada a primeira “bicicleta”, acrobacia feita pelo zagueirão Ramón Unzaga. Coube ao craque Leônidas somente aperfeiçoar a jogada ao levá-la para a área adversária. Tudo isso décadas e décadas antes de surgirem Pelé e Cristiano Ronaldo.
6. Estádio Jalisco, em Guadalajara.
Cancún es cosa de nutellas. Ajeite seu sombrero e vá visitar a área onde o goleirão inglês Gordon Banks, na Copa de 1970, realizou um pequeno milagre, ao espanar a mais bonita e mortífera cabeçada de Pelé.
7. Anfield e Goodison Park, em Liverpool.
Pode-se visitar o grandioso Stamford Bridge (de 1877, remodelado em 1990), ou o gigante falido Wembley. Mas que tal um giro por Liverpool? O Anfield é o estádio de Mohamed Salah & cia, mas não deixe de cruzar o bosque até Goodison Park, estádio de 125 anos que abrigou duas das mais dolorosas derrotas do Brasil, na Copa de 1966: para Portugal e Hungria, ambas de 3 a 1.
8. La Bombonera, em Buenos Aires.
Quem não viu uma partida de futebol na “Caixa de Bombons” do Boca não pode dizer que viu tudo na vida. Aproveite o aniversário de 80 anos do estádio e faça o pacote completo, almoçando nas tabernas das cercanias e sendo tungado pelos taxistas larápios na volta.
9. Camp Nou, em Barcelona.
O “Campo Novo” (em catalão) já tem 60 anos, mas segue em plena forma. Berço de Messi e Iniesta, foi palco de dezenas de jogos históricos do futebol mundial. Entre eles, Barcelona 0 x 2 Flamengo, dois gols do mito Dida, em 1962.
10. Cotton Bowl, em Dallas.
Perdido pelos Estados Unidos? Uma vez em Dallas, dê um pulo no Cotton Bowl e preste reverência ao mais emocionante de todos os Brasil x Holanda até hoje, com direito a cinco gols, todos no segundo tempo. Foi lá, nas quartas da Copa de 1994, que os craques Branco, Romário e Bebeto marcaram gols inesquecíveis e embalaram os torcedores feito bebês, rumo ao tetra dos sonhos.
11. Defensores del Chaco, em Assunção.
Seja sincero: há algum estádio com nome mais irado? Vá e tire onda. “Certa noite, no Defensores del Chaco, comi um churros delicioso”, conte e veja todos os presentes se calarem, por pura reverência.
12. Castelão, no Ceará.
Por último, talvez o mais importante deles. Ou houve outro lugar, aqui ou alhures, em que um camisa 10 reconciliou toda uma nação, com um gesto ao mesmo tempo tão simples e profundo? Em tempos em que o Brasil inteiro só pensa em se xingar, se matar e se prender, Diego deu uma lição e tanto naquele canto esquerdo do estádio governador Plácido Castelo, o agora histórico e imortal Castelão.
Não entendi a alusão aos “anos de chumbo”!
Os episódios datados vão de 1962 até recentemente.
O relato não é mero saudosismo, é História que, para projetar o futuro, temos que conhecê-la.
O futebol de hoje, é o somatório das criações narradas, assim como as torcidas, um tanto quanto distorcidas (sem trocadilho) pela mídia.
Gostei muito das recordações.
VI DUAS HUMILHAÇÔES EM LIVERPOOL TODAVIA OUVI NO CAVERN CLUB, “HEY JUDE” PELO MELHOR GRUPO VOCAL E AUTORAL DA TERRA.
FODA-SE MANGA E OS OUTROS.
Ficaria feliz ao rever a velha e boa geral do maracanã onde pude presenciar muitas façanhas rubro-negras, a propósito o negão que tinha na geral chamava-se Gerdal, um dos mais fanáticos flamenguistas que pude conhecer, acompanhava sempre o ataque do Mengão, decididamente igual ao velho maraca nunca mais teremos!
Porra, que merda, já tenho 80 anos.
Tenho que me apressar, pois estou em maus lençois.
Com jogos, tantas e tantas vezes, somente o Maracanã.
Com o estádio vazio, La Bombonera, com direito ao pacote completo, o Giuseppe Meazza, que também é San Siro, um é do Milan outro é do Inter, sem saber qual é qual e sem sambadinha, e o Camp Nou.
Dos outros NOVE, afinal são dois em Liverpool, somente pela TV.
Na verdade, o El Morro, nem pela máquina de fazer doidos, no dizer do eterno Stanislaw Ponte Preta.
Agradeço a lição.
Curiosamente, ainda ontem, à noite, meu neto Felipe indagou-me se fora Pelé o inventor da bicicleta, tudo fruto da notável que o Cristiano Ronaldo deu lá em Turim.
Respondi que não.
Até aí tudo bem.
Só que afirmei ter sido o nosso Diamante Negro (o chocolate foi em sua homenagem) o inventor.
Jamais ouvira falar do zagueiro uruguaio.
Vivendo e aprendendo.
Fraternas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Desses dai vi o Maraca antigo, Camp Nou e o Castelao.
O que gostaria muito de ver é o Anfield Road e os canticos dos fas do Liverpool.
Incluiria o estadio do Borussia Dortmund com sua “parede” amarela.
De pleno acordo.
Marcelo, saio daqui de dentro de minha tumba para dar uma opinião nostálgica. Ainda no post anterior se falou muito em preços de ingresso, tão caros que só “um público do municipal” frequentaria os estádios. Pois é, eu me contentaria dentro de todos esses estádios que você citou, voltar ao meu lugar antigo canto no Maracanã, ao lado do negão, boca arreganhada, desfalcada de dentes, aquele risão que o Canal 100 do Niemeyer mostrava tão bem e que se perpetuou em minha mente.
Eu também, caro Xisto, eu também.
Mas não eram os “anos de chumbo”???
Não entendo esse saudosismo todo dos antigos de uma época que os que não a viveram dizem ter sido tão ruim.
Paradoxo sem fim…
SRN