Campeonato Brasileiro, 24ª rodada.
Internacional, São Paulo e Atlético Mineiro já tiveram alguns dos maiores times do nosso futebol. O Inter de Figueroa, Falcão e Carpegiani. O São Paulo de Raí, Palhinha e Muller. O Atlético de Reinaldo, Toninho Cerezo e Luisinho. O Inter foi campeão brasileiro em 75, 76 e 79, ganhou as Libertadores de 2006 e 2010. O São Paulo conquistou os brasileiros de 77, 86, 91, 2006, 2007 e 2008, além das Libertadores de 92, 93 e 2005. O Atlético venceu o primeiro Campeonato Brasileiro disputado com esse nome, o de 1971, e a Libertadores de 2013. Clubes de torcidas enormes, que sempre revelaram craques e abasteceram as convocações para a seleção brasileira – numa época em que a gente ainda se importava com ela. Clubes grandes, enfim.
Para se ter uma ideia de tudo o que o Flamengo vem conseguindo – tanto em desempenho quanto em resultados – desde a chegada de Jorge Jesus, um bom retrato é pegar as recentes estratégias de jogo que Inter, São Paulo e Atlético Mineiro decidiram adotar contra o Flamengo, no Maracanã.
Estamos cansados de ver e ouvir comentaristas falando a respeito dos times que entram em campo para “jogar por uma bola”. Só que, habitualmente, isso ocorre com os que se reconhecem como mais fracos, de menor tradição, aqueles de quem menos se espera e de quem muito não se pode cobrar. Não estou falando disso. Não estou falando de CSA ou Avaí, clubes que nunca atingiram e jamais alcançarão a altura do sarrafo imposta pelos grandalhões.
Repito: me refiro, justamente, a alguns desses grandalhões. Três clubes que, no início do campeonato, talvez fossem indicados como candidatos ao título. O Atlético teve um ótimo começo. O Inter chegou às quartas de final da Libertadores e à final da Copa do Brasil. Vi no programa “Bola da Vez”, da ESPN, Muricy afirmar que, além de Flamengo e Palmeiras, ele acreditava que o São Paulo também poderia brigar. Por dispor de um bom elenco, por disputar apenas uma das competições e por ter contratado o Cuca, segundo ele “um técnico que arruma time”.
Pois esses três grandes entraram em campo, no Maracanã, com uma estratégia que certamente veremos o CSA e o Avaí praticarem na 28ª e na 37ª rodadas. Os onze no próprio campo, vontade alguma de sair para o jogo, aposta numa bola perdida, esperança no erro fortuito de um dos zagueiros rubro-negros.
Quem não pôde assistir a Flamengo e Atlético Mineiro, quiser ter uma ideia do que foi o jogo e tiver paciência para ler os lances principais, vai achar que há parcialidade na descrição. Não há. No primeiro tempo, seis chances reais de gol criadas pelo Flamengo, nenhuma pelo Atlético. Diego Alves, de novo, apenas olhando. Nunca foi tão fácil ganhar tanto dinheiro atuando como goleiro rubro-negro. No segundo, cinco chances para o Flamengo, duas para o Atlético Mineiro, sendo uma delas já em clima de fim de festa.
Os elogios às atuações individuais se tornaram repetitivos, mas se a gente chia quando os caras vacilam, nada mais justo que enaltecer quando arrebentam. Rafinha, Pablo Marí, Gerson, Everton Ribeiro, Bruno Henrique, ótimos. Porém, acho fundamental destacar três nomes: Rhodolfo, que além de atuar com firmeza e seriedade, surpreendeu ao participar de duas ou três construções ofensivas; Willian Arão, pela redenção consolidada; e embora continue parecendo assustado, Vitinho, pelo golaço naquele momento crucial da partida, além da participação nos outros dois gols e na maioria dos bons lances de ataque que o Flamengo produziu.
O time está jogando muito. Está ganhando bem. E, acima de tudo, está nos enchendo de orgulho.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 11 minutos, Vitinho cobrou escanteio curto para Everton Ribeiro, recebeu de volta e cruzou de pé esquerdo. Willian Arão se antecipou a Ricardo Oliveira, completou de cabeça, a bola atravessou a pequena área e saiu com perigo à esquerda do gol de Wilson.
Aos 16, o Flamengo apertou, Renê tomou a bola de Elias na intermediária do Atlético, rolou a Vitinho e daí bom lançamento a Bruno Henrique, nas costas de Maidana. Na saída de Wilson, Bruno Henrique tocou para trás, Igor Rabello chegou antes de Everton Ribeiro e tirou o perigo.
Aos 22, Everton Ribeiro e Renê fizeram ótima jogada pela esquerda, Everton Ribeiro chegou à linha de fundo e cruzou. Disputando no alto com Reinier, o goleiro Wilson tirou de soco e a sobra ficou com Rafinha, que driblou Cazares, deu um lençol em Fábio Santos e devolveu para a área. Bruno Henrique e Vitinho brigaram com a zaga, Wilson não conseguiu socar e, na pequena área, Maidana afastou.
Aos 30, Rhodolfo recebeu de Rafinha antes da intermediária do Atlético, deu alguns passos sem receber combate e, de longe, soltou a bomba. A bola ia para fora, mas, por segurança, o goleiro Wilson espalmou para escanteio.
Aos 34, depois de tabelar com Renê, Vitinho levantou na área. Cazares cortou de cabeça e a sobra ficou com Rafinha. Ele dominou e bateu rasteiro, forte e com efeito, Wilson fez ótima defesa para escanteio.
Aos 36, na cobrança do escanteio, Vitinho pôs na cabeça de Willian Arão. Ricardo Oliveira marcou errado, Maidana não chegou e, na pequena área, Arão desviou para o fundo do gol. Um a zero.
2º tempo:
Com 1 minuto, Rafinha esticou para Reinier na direita. Ele evitou a chegada de Igor Rabello, protegeu, tocou a Bruno Henrique, daí a Everton Ribeiro e novamente a Rafinha, que cruzou para Reinier livre, quase na risca da pequena área. Reinier tocou de cabeça e a bola passou muito perto da trave direita de Wilson.
Aos 5, Everton Ribeiro tentou sair jogando com Vitinho, pelo meio. Ele e Bruno Henrique se atrapalharam, Patric tomou, adiantou a Marquinhos, a Vinícius e daí ótima enfiada para Nathan. Com muita tranquilidade, Nathan evitou a chegada de Rafinha, driblou Diego Alves e empurrou para o gol vazio. Um a um.
Aos 15, Pablo Marí abriu a Vitinho junto à linha lateral. Ele carregou para o meio, balançou o corpo, driblou Patric, entrou na área, gingou, limpou Maidana e, com categoria, colocou no canto esquerdo de Wilson. Golaço, dois a um.
Aos 21, Bruno Henrique recebeu uma bola longa de Rhodolfo e, bem marcado por Igor Rabello, cavou o escanteio, chutando em cima do zagueiro. Everton Ribeiro cobrou curto para Rafinha, recebeu de volta e pôs na área. Rhodolfo subiu mais que Patric e cabeceou para baixo, rente à trave direita de Wilson.
Aos 26, Vitinho e Renê tentaram a jogada pela esquerda, Maidana cortou, Renê insistiu, Maidana foi afastar e presenteou Vitinho, que tocou rápido a Bruno Henrique dentro da área. Ele deu um lindo drible de corpo em Leonardo Silva e, cara a cara com Wilson, chutou forte de canhota. O goleiro do Atlético fez uma grande defesa.
Aos 30, Rhodolfo lançou Rafinha na direita, ele chegou à linha de fundo e cruzou. Maidana tirou mal, Everton Ribeiro pegou o rebote e chutou forte, a bola explodiu em Leonardo Silva e subiu. Patric vacilou, deixando quicar, Vitinho (1,80m) ganhou no alto de Maidana (1,96m) e tocou de cabeça para o meio da área. Bruno Henrique e Igor Rabello não alcançaram, a bola ficou limpa para a chicotada precisa de Reinier, sem defesa para Wilson. Três a um.
Aos 39, em jogada rápida do Atlético, Nathan recebeu de Fábio Santos e lançou Di Santo, que entrou na área pela esquerda e rolou para a marca do pênalti. Em boa condição para o chute, Marquinhos perdeu o tempo de bola, pegou na orelha dela e Pablo Marí tirou.
Ficha do jogo.
Flamengo 3 x 1 Atlético Mineiro.
Maracanã, 10 de outubro.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rhodolfo, Pablo Marí e Renê; Willian Arão, Gerson, Everton Ribeiro e Reinier (Vinícius Souza); Bruno Henrique e Vitinho (Lucas Silva). Técnico: Jorge Jesus.
Atlético Mineiro: Wilson; Patric, Maidana, Leonardo Silva, Igor Rabello e Fábio Santos; Elias (Bruninho), Nathan, Vinícius e Cazares (Di Santo); Ricardo Oliveira (Marquinhos). Técnico: Rodrigo Santana.
Gols: Willian Arão aos 36’ do 1º tempo; Nathan aos 5’, Vitinho aos 15’ e Reinier aos 30’ do 2º.
Cartões amarelos: Maidana e Fábio Santos.
Juiz: Wilton Pereira Sampaio. Bandeirinhas: Bruno Pires e Fabrício da Silva.
Renda: R$ 3.162.223,00. Público: 63.385.
Feliz círio a todos , esse ano como o mestre Carlos Moraes já profetizou, Flamengo campeão, até no círio já vem com.essa premonição, a berlinda que leva a nossa senhora de Nazaré é ornamentada toda de vermelho como o manto sagrado. Viva a Maria, viva ao renascimento do Flamengo.
Como é bom ser flamenguista e saber que somos uma nação que ama e segue religiosamente o Flamengo assim como eu.
Valeu, meu amigo, Alessandro.
Boa celebração aí pra você.
Abração. SRN. Paz & Amor.
O 1º jogo do Flamengo que vi na vida está fazendo 70 anos – estreia do grande goleiro paraguaio Sinforiano Garcia contra o Arsenal de Londres. De lá pra cá tivemos alguns bons treinadores, me diziam. Além do Solich, que na época eu ainda era incapaz de avaliar, o que mais gostei foi o Coutinho e sua morte prematura me abalou como se fosse um amigo de infância. Então, na verdade, JJ é o 1º treinador que de fato posso falar com propriedade e olhar de profunda admiração pelo conjunto desempenho/resultado e não tenho dúvida em afirmar que se trata de um treinador excepcional sob todos os pontos de vista, atuando inclusive como psicólogo quando preciso – mordendo e assoprando na medida certa e da necessidade.
Não é que os adversários joguem mal, mas o Flamengo é que não os deixa jogar. Dois lances me chamaram atenção: um seiláquem tentou partir pela ponta-esquerda e quando viu tinha 4 (QUATRO) jogadores do Flamengo cercando o cara sem cometer falta e retomando a bola; aos 43 minutos do 2º tempo a intensidade continuava a mesma do início da partida dando fim ao papo de cansaço ou desgaste físico/mental, e quando a torcida começou a gritar olé eles rapidamente partiram em direção ao gol do Atlético pra, acho eu, não dar margem a polêmicas de desrespeito ao adversário.
Pra quem estava assistindo futebol por mero vício, preso a uma programação infantil e desgostoso com o baixo nível e incompetência pra gerir talentos, essa redenção enche meu coração de alegria.
Jack Kerouac dizia que comparações são sempre estúpidas; concordo e trovejo sem reservas: JORGE JESUS É O MELHOR TREINADOR DE FUTEBOL DO MUNDO. Ele conta com grandes jogadores? Sim, mas são poucos os que conseguem extrair o que eles têm de melhor e fazê-los reproduzir em campo o que é treinado e executado exatamente como ele quer. E quando não, eles tomam esporro ali mesmo, sem time delay.
Já que me referi à incompetência, é bom lembrar a competência do Marcos Bráz e do Bruno Spindel na contratação cirúrgica de 8 jogadores, hoje titulares absolutos, e do próprio JJ.
Mas… #NÃOESQUECIDOSMENINOSDONINHO. Paga logo essa porra ou os possíveis títulos vão ficar manchados. Não é por acidente que um começa no início do ano e o(s) outro(s), se concretizados, no fim. Nada na vida é por acaso.
srn p&a
Fala, Rasiko.
Pinço (epa!) do seu comentário essa pérola: “Não é que os adversários joguem mal, o Flamengo é que não os deixa jogar.” É exatamente isso o que vem acontecendo, e o Atlético Mineiro acabou sendo o melhor exemplo. Basta ver o que foi a partida deles contra o Plameiras e o que foi a partida deles contra a gente.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Prezado Murtinho,
Mais uma maravilhosa noite de Maraca. Como é bom assistir ao Flamengo sendo Flamengo. A ansiedade hoje de ver o Flamengo do JJ jogar é a mesma da época do Flamengo do Zico. Os bons tempos estão de volta. Alvíssaras!
A registrar do jogo, no meu ponto de vista, fora a brilhante apresentação de todo o time, a grata evolução do Vitinho; a desenvoltura do Reinier, conseguindo livrar-se da forte marcação que lhe foi imposta (exceto no lance do seu gol) e fazer boas jogadas, como no drible junto à linha de fundo, em que se safou de dois defensores, cruzou e Lucas Silva, na marca do pênalti, isolou; a ousadia do Rhodolfo; a firme bronca do Pablo Marí no Vitinho ou no BH por ter perdido uma bola no meio-campo e deixado a defesa exposta (não consegui identificar qual deles, ou se foi para os dois) e a entrada do Vinição (parece-me a feliz indicação dos últimos suspiros do Piris da Mota).
Registro também, com satisfação, deles não terem muito se utilizado da irritante cera e das famigeradas “faltas táticas” para picotar o jogo. Vi nas estatísticas que fizeram apenas 9, sendo duas merecedoras de cartão, que efetivamente receberam. Aliás, o juiz comportou-se como juiz: não apareceu.
E concordo com o João Neto que o Nathan deve ser observado: visão para entrar no buraco da nossa defesa e técnica e frieza para fazer um gol típico de salão.
SRN! Prá cima deles, Flamengo!
Fala, Fernando.
Exatamente. Os jogos que temíamos, e que gostaríamos que não chegassem nunca, viraram os jogos pelos quais ansiamos. Como dizia a antiga propaganda daquele cartão de crédito, isso não tem preço.
Reinier fez mais um ótimo jogo, mas como eu já o havia elogiado no post anterior, achei que era hora de falar de Rhodolfo, Arão e, principalmente, Vitinho.
O reconhecimento ao comportamento esportivo do Atlético Mineiro também é justo e necessário. Se sabiam inferiores, atuaram como inferiores e não apelaram. Sobre Nathan, respondi lá no comentário do João Neto.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Meu caro Carlos Moraes, além da sinceridade, você tem uma série de outras magníficas qualidades, entre elas a coragem.
Apesar de não ser a minha praia, eu andei elaborando um estudo de estatística sobre o campeonato brasileiro, para aquilatar as possibilidades de o Flamengo levantar esse caneco, e confesso que não teria a coragem de expô-lo aqui no RP&A, não fosse você capaz de afirmar categoricamente: “Não tenho dúvidas quanto ao campeão brasileiro de 2019. F-L-A-M-E-N-G-O !!!!!”
Então, vamos lá: (e o Alexandre Estatístico que sumiu? Ele sim era bom nessa área)
A partir do ano de 2006, quando o campeonato brasileiro passou a ser disputado por 20 clubes, a maior pontuação foi obtida pelo Corinthians em 2015, com 81 pontos. Depois vieram Cruzeiro em 2014 e Palmeiras em 2014 e 2018, com 80 pontos.
Nos nove demais anos, a média de pontos dos campeões alcançou 74 pontos, sendo a mais alta 78 pontos, em 2006, pelo São Paulo e a mais baixa o Flamengo em 2009, com 67 pontos.
Levando-se em consideração esses dados, o Flamengo precisaria de 26 pontos, de um total de 42 que ainda serão disputados, para chegar aos 81 pontos, que creio ser a pontuação máxima que um outro clube possa conseguir este ano.
Hoje, o Flamengo tem 76.4% de aproveitamento, mesmo levando-se em consideração à fase antes das contratações de Gerson, Filipe Luiz e Rafinha. E, para sermos campeões, precisaríamos ter um aproveitamento nas últimas 14 rodadas de 61,9%.
Portanto, podemos até perder 5 partidas, ou empatarmos 7 partidas, ou seja, podemos perder até 16 pontos, que chegaríamos aos 81 pontos.
Dessas 14 partidas restantes, (tudo em tese) a mais perigosas: Athletico, Grêmio, Palmeiras e Santos, todos jogos na casa do adversário; as mais fáceis: CSA, Ceará e Avaí, todas no Maracanã;
Nas restantes 14 rodadas, o Flamengo jogará 7 partidas no Maracanã e 7 partidas fora do Rio de Janeiro.
Pelo futebol que o time do Flamengo vem jogando, eu creio pouco improvável você não estar, meu querido amigo, Carlos Moraes, coberto de razão, quando afirma que seremos campeões em 2019.
Ao seu já patenteado estilo, confiantes
Saudações Rubro-Negras.
Alexandre Estatístico.
De fato, era uma figura imprescindível no antigo Urublog.
Não passou para o RP&A.
A razão, não sabemos e, provavelmente, nunca saberemos.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – muitos fazem falta, Cadê o Henrique Lehmann, vulgo Helemengo (Int). Os da ^situação^ eram muito bons, como o nosso elfo Legolas.
Uma pequena correção: o Palmeiras foi campeão em 2016 e 2018, com 80 pontos, e não em 2014.
Fala, Aureo.
É isso aí. E há outro modo de olhar para os números.
Posso estar enganado, mas creio que o matemático Tristão Garcia já disse que, se o Flamengo vencer mais 7 partidas, será o campeão.
Sete partidas significam 21 pontos. 55 (é o que temos hoje) mais 21 = 76.
Se você der uma olhada na pontuação dos campeonatos que você citou, de 2006 para cá (tendo sido o de 2006 o primeiro disputado com vinte clubes), verá que jamais houve um segundo colocado com 76 pontos. Todos tiveram menos que isso. Ou seja, quem chegou a 76 pontos levou o caneco.
Estamos “torturando os números” para que eles revelem o que desejamos. Mas tudo leva a crer que as revelações serão confirmadas.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Uma falácia que penso todos vocês já devem ouvido ou lido por aí (o mais ilustre a apontar essa falácia foi Renato Gaúcho):
– Ah, mas com essa grana toda o Flamengo tinha mesmo que montar um grande time.
Sabemos bem que se Abel ainda estivesse entre nós Arrascaeta (com certeza) e possivelmente Everton Ribeiro estaria esquentando banco para termos aquele meio campo com Arão e (na ausência de Cuellar) Piris da Motta. Gérson estaria encaixotado na ponta esquerda sem mostrar esse domínio no meio campo e eficiência extrema na cobertura e saída de bola a partir do meio campo. Diego (não fosse a contusão) ainda teria lugar cativo. Não teríamos passado do Emelec (e muita gente cairia na desculpinha: “Ah, mas Libertadores é o trauma do Flamengo, o time “não sabe jogar” esse campeonato” e outras tantas desculpas esfarrapadas). Gabigol continuaria sendo um atacante apenas ok. Com um meio de campo frouxo, Rodrigo Caio e Diego Alves continuariam expostos. Rafinha e Filipe Luís seriam orientados a não avançarem muito. Enfim…o que quero demonstrar com isso é: um treinador de verdade e sua forma de ver futebol fazem diferença.
Dessem esse mesmo elenco na mão de um Carille, de um Mano, de um Felipão, a tática seria bola longa no Bruno Henrique e vamo que vamo, vantagem mínima, 3 pontos na conta e desculpinha esfarrapada quando algo desse errado.
Percebo que alguns torcedores já se sentem constrangidos. Sabem que com a ideologia dos técnicos que seus times têm, não adianta Messi ou quem quer que seja, o resultado vai ser um futebol feio, no máximo esforçado.
Nesse sentido, Jorge Jesus faz um bem ao futebol brasileiro (praqueles que quiserem aceitar a mudança, é claro. Mas desconfio que a maioria não vai nem tentar, e aí: mais um gol da Alemanha).
Uma exceção é justamente nosso adversário de domingo. Tiago Nunes não só tenta como já conseguiu resultados, inclusive contra nós, fugindo do óbvio. É até agora, e espero que seja o único no ano, o único adversário a nos impor o dissabor de um “fim da linha”. Faz excelente trabalho com um elenco nada faraônico, ressuscitando até o de lembrança nada interessante pra nós, Marcelo Girino. Menção honrosa também a Fernando Diniz, embora ainda sem resultados louváveis, e Roger Machado. Renato Gaúcho, que penso que lá em dezembro/2018 era preferência de 7 entre 10 rubro-negros, hoje já parece ser apenas um caso de pessoa que faz um trabalho mais no improviso do que em convicções (não parece ter a capacidade de de fato inovar, mudar um jogo ou ser capaz de fazer em outro lugar o mesmo que faz no Grêmio – onde é estátua e solta e manda prender).
Resumindo: Não é um caso apenas de dinheiro ou de elenco estrelado. É caso, felizmente pra nós, de convicção de um treinador excelente, que consegue extrair o melhor até de jogadores medianos, e não admite menos que a dedicação máxima. É um caso de mudança de paradigma, coisa de décadas que não víamos um trabalho tão bom quanto esse. Vida longa a Jorge Jesus, e nunca mais admitiremos Abeis, Manos e quejandos enganando no nosso clube. Azar da arco-íris.
SRN.
Palmas, palmas de pé, gritando bravos e pedindo bis, como nos velhos tempos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Deslumbradas, igualmente, SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu caro Pedro Rocha
Assino embaixo e digo mais: lembra que quando o Rueda veio pro Flamengo o Jair Ventura, então no foguinho, e outros treineiros começaram de mimimi que eles não podiam trabalhar fora e qualquer um podia trabalhar no Brasil (int). Sabe por quê(int). Porque eles são ruins pra caralho! Nem no Oriente Médio esses caras têm mercado! O futebol brasileiro estagnou e esses caras perderam o bonde. O jogo hoje é outro.
Verdade seja dita: o Jorge Jesus é bom treinador, mas não é treinador top na Europa. Mas ele é muito, mas muuuuuito, melhor dos que temos por aqui. O Sampaoli está aí pra comprovar o que digo.
Forte abraço e SRN.
Fala, Pedro.
Comentário excelente.
1) Contratar um monte de bons jogadores não significa, necessariamente, montar um grande time. Perfeito.
2) Apesar de ser uma conjectura, é bastante provável que, se tivéssemos continuado com Abel, aconteceria tudo isso aí que você escreveu. Perfeito.
3) Carille, Mano e Felipão: perfeito.
4) Tiago Nunes: uma das poucas exceções. Renato Gaúcho: dificilmente fará, fora do Grêmio, o bom trabalho que fez e faz lá. Perfeito.
5) Vida longa no Flamengo a Jorge Jesus. É o que todos desejamos, mas tenho um certo receio de que acabe não acontecendo. Trataremos do assunto em breve, espero que com um dos grandes títulos no bolso. Ou, quem sabe?, os dois.
Abração. SRN. Paz & Amor.
É isso aí, Murtinho! A palavra é orgulho!
Que alegria e satisfação ver esse time! Vai pra cima e foda-se o resto! O Flamengo vai pra cima e martela, martela, martela até conseguir! Parece o Mike Tyson no início da carreira!
Mas o mais importante, a meu ver, foi o resgate do respeito: os caras já entram com medo, se borrando… Os treineiros locais nem disfarçam mais: estacionam um ônibus na área e rezam por uma bola vadia…
Vou te falar uma coisa coisa, companheiro: o Flamengo do Jorge Jesus é tão bom quanto o Flamengo do Zico no início da década de oitenta. O futebol brasileiro precisa que o Flamengo ganhe o Brasileiro e a Libertadores este ano para que possamos reinventar nosso futebol. O mundial então, seria sensacional. E esse time nos dá a esperança que possa conseguir…
Que orgulho esse time nos dá…
SRN
Fala, Ricardo.
Outra coisa, rapaz: percebe-se que há um sistema de jogo rigorosamente definido e cobrança incessante para que os jogadores o cumpram. Não é aquele papo de que “isso aqui é Flamengo, vamos pra cima que ninguém aguenta”. Tem filosofia de jogo e treino, treino e mais treino.
A comparação com Myke Tyson é bem legal. E, como escrevi no post, ver o Inter, o São Paulo e o Atlético Mineiro jogando daquele jeito, é sensacional.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, o Flamengo está atropelando geral! Aquela regularidade irritante em ser irregular de outrora, pelo visto, ficou para trás. Agora o Flamengo é regular e ponto. Se JJ conseguir recuperar Vitinho, tal qual o fez com Arão, pode-se atribuir outro milagre ao portuga, e sem trocadilhos. Sinto que o ácido heptanoico está atingindo níveis críticos na atmosfera!!! Eu jamais iria acreditar que um técnico português colocaria o Flamengo para jogar como Flamengo. Coisa que vários tecnicos daqui do Brasil não conseguiram. Saudações Rubro-Negras!!!
Fala, Serginho.
Lembro perfeitamente dessa sua definição sobre a nossa irregularidade. Você estava com a razão na época, do mesmo modo que está com a razão agora.
E pensar quanto tempo tivemos de sofrer nas mãos desses técnicos enganadores.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Estou repassando mensagem de outro blog, aos antis que dizem o bar faz o Flamengo vencer. No jogo de ontem sou obrigado a concordar, Vitinho, Arão e Rainier
Onde se lê bar, entendam var. Corretor automático miserável.
Fala, Flavio.
O despeito é um dos piores problemas dos nossos dirigentes. (Se fossem apenas os torcedores, sempre cegos e passionais, menos mal.) Declarações como as dos presidentes do Palmeiras e do Santos são de uma pobreza lamentável.
Melhor fariam se tratassem de cuidar dos seus clubes e admitissem o tanto que o Flamengo vem fazendo de certo e do quanto isso pode ser benéfico ao futebol brasileiro.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Aí Murtinho, mais uma vez fecho contigo na avaliação, em especial a do Rhodolfo. Vi a galera descendo o cacete nele por causa do gol dos caras, mas acho que no geral ele teve uma boa atuação. E tem ainda o plus do chute de longa distância, quem sabe se ele treinar não possa até cobrar umas faltas? Gol assim tá cada vez mias raro! SRN
Fala, Marcos.
Há certos lances em que precisamos reconhecer os méritos do adversário. Achei arriscada a saída de bola do Everton Ribeiro, Vitinho e Bruno Henrique se complicaram, o Atlético Mineiro tomou e fez a jogada com muita eficiência. O toque de Vinícius para o Nathan foi perfeito. Rhodolfo poderia estar com outro posicionamento, que favorecesse o corte, mas é do jogo, acontece.
Não considero que tenha havido um erro. Da mesma forma que foi um absurdo neguinho ter começado a vaiar o Vitinho por causa daquilo. Se um atacante não pode perder uma bola por ter tentado algo no meio-campo e com o time arrumado, aí é o fim do mundo. Torcedor de futebol, muitas vezes, é bastante chato.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, o verdadeiro teste de potencial e personalidade será contra o Athletico Paranaense. Esse jogo é que revelará a condição de titularidade para os próximos jogos da Copa Libertadores. O verdadeiro Teste de Virilidade. No Coloquial: Se o jogador tem colhão. Aí, veremos em que condições Vitinho e, principalmente, Everton Ribeiro, se comportarão. Esses dois jogadores são demasiadamente assustados em jogos mais pegados. Uma tendência à dispersão e omissão de jogo. Aguardemos.
No jogo de ontem, dois jogadores me causaram boa impressão. Do nosso lado, William Arão. Eficiente defensiva e ofensivamente. Ao lado de Gérson, comandaram o meio-campo.
Não sou de elogiar jogador adversário, mas Nathan me causou ótima impressão. No jogo contra o Palmeiras, em São Paulo, já havia mostrado um raro talento de domínio, condução e dribles em velocidade no arremate do gol de empate. Ontem, mais uma vez, mostrou extrema habilidade com dribles de futebol de salão. A tranquilidade foi de um veterano. Acho que o rubro-negro deveria observá-lo. O setor está necessitando.
No mais, o adversários continuam tropeçando nas próprias deficiências. Que saibamos tirar proveito e, se possível, uma Vitória em Curitiba. Adversário indigesto.
SRN
Fala, João.
Então, rapaz, pode parecer falta de ambição ou excesso de humildade, mas eu não levaria esse jogo com o Athletico Paranaense tão a ferro e fogo.
Nunca nos demos bem lá, eles já têm como um de seus objetivos naturais manter o histórico e costumam ir ao limite quando nos enfrentam. Na boa: como foi sugerido na caixa de comentários do post do jogo com a Chapecoense, eu entraria um pouco mais leve.
Claro: se por algumas dessas coisas inexplicáveis que acontecem no futebol, a partida cair no nosso colo (eles também estarão bem desfalcados), convém dar um gás a mais para fazer o resultado. Mas não acho que seja jogo para levar o time ao extremo ou para servir como parâmetro de avaliação a respeito de quem pode ou não pode encarar uma semifinal ou uma final de Libertadores. Mesmo porque, Everton Ribeiro vai continuar sendo Everton Ribeiro (da mesma forma que Arrascaeta), Vitinho vai continuar sendo Vitinho, o estilo e as características não vão mudar.
Também gostei do Nathan, tanto contra o Palmeiras quanto contra nós. E Jorge Jesus já deu várias provas de que não gosta de volante cabeçudo, desses que não constroem (Piris da Motta tem entrado por falta de opção e foi possível notar que Cuéllar, embora adorado pela torcida, era visto por ele com certas ressalvas). Não há dúvida de que, para 2020, precisaremos de reforços, se não no time titular, ao menos no elenco. Nathan seria ótimo nome.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Sempre procurei ser sincero nesta vida.
Até em momentos bem mais difíceis – não do ponto de vista futebolístico – enfrentados.
Não vou deixar de ser agora.
Não tenho dúvidas quanto ao campeão brasileiro de 2019.
F-L-A-M-E-N-G-O !!!!!
Terá um ou outro jogo mais difícil, talvez o mais complicado já no próximo domingo, mas, o próprio artigo (ótimo) do Murtinho é suficientemente esclarecedor. Os adversários entram em campo admitindo a superioridade nossa.
Em 2009, por exemplo.
Nada disso aconteceu,
Ganhamos jogos com extrema dificuldade, entre eles o decisivo, contra o time reserva (é preciso reconhecer) do Grêmio, que, em hipótese alguma daria, de mão beijada, um título importante para o Internacional.
Não é o que se vê, atualmente.
Não sei definir quem é Jorge Jesus.
Um mago, um extraterrestre, um predestinado, fico a me indagar.
Só sei que o famoso MISTER, transformou o nosso Flamengo.
Fez com que seus jogadores reconhecessem que, a nível Brasil, são bem superiores.
Entram para ganhar e, sendo realista, para triturar os adversários, qualquer um, até um fraquinho Galo mineiro, vivendo de uma fama bem antiga, assim como os três outros cariocas.
O Brasileirão tem ainda QUATORZE rodadas.
42 pontos em disputa para cada uma das 20 equipes.
Dado que não me permitiria a proclamação de um campeão, caso não tivesse uma longa vida vendo a bola rolar.
Não há a menor comparação entre o Flamengo e as outras dezenove equipes, ou melhor, em homenagem a quem merece, EQUIPAS.
É aquela velha história.
O Brasileirão/19 morreu e não sabe.
FLAMENGO HEPTA CAMPEÃO
Deslumbradas SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – não vou misturar, mas, em outro momento, escreverei sobre a seleção brasileira, eis que, pela manhã, assisti, com pesar, bem ao contrário do que iria ver à noite, um time covarde, aceitando o que lhe era imposto pela seleção de Senegal, que, como todos sabem, embora competente, está longe de ser daquelas mais poderosas no mundo.
Meu querido Carlos Moraes.
Mais uma vez, obrigado pelos elogios.
Mesmo reconhecendo que o Campeonato Brasileiro é extremamente traiçoeiro, e por mais que tentemos manter os pés no chão, está mesmo muito difícil enxergar outro desfecho. E quanto mais cedo, melhor.
Em relação às campanhas – 2009 e 2019 -, não há termo de comparação. A de 2019 deixa a de 2009 no chinelo. Resta, no entanto, o que interessa – e que apesar do nosso otimismo e da nossa empolgação, ainda não se concretizou, nem poderia: levantar o título. Isto feito, será até covardia misturar as duas na mesma frase.
O que Jorge Jesus vem conseguindo é realmente do outro mundo. E escancara o primarismo do trabalho da maioria dos treinadores brasileiros – em que pese a complacência da mídia e de uma gigantesca leva de alienados torcedores (tem gente que acha o enganador do Mano Menezes o máximo).
Discordo da “fama bem antiga” do Atlético Mineiro: eles ganharam a Libertadores em 2013 e a Copa do Brasil em 2014 – sendo essa com duas viradas antológicas, sobre Corinthians e Flamengo nas quartas e na semi. Não faz tanto tempo assim.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Realmente, esqueci destas duas últimas conquistas do Galo.
A primeira, aliás, com uma triste sequência, derrotado no Mundial, logo de cara, por um time do Marrocos, salvo engano.
A segunda, virando um 2 x 0 no Maracanã e o gol de abertura nosso em Minas.
Outros tempos rubro-negros.
Por outro lado, sem que tenha me manifestado à época, concordei com você, logo no início do atual Brasileirão, quando, comentando a respeito dos 12 grandes brasileiros (os times do Rio, São Paulo, Minas e RS), fez ver que 4 deles não teriam chances, a saber, os três outros cariocas e exatamente o Atlético Mineiro.
Até que o Patético começou de forma aceitável e surpreendente, mas tem um elenco que não honra, sequer de longe, aqueles antigos dos anos 70 e 80.
Estou assistindo, com muita preguiça e desinteresse, mais uma patética (vamos aproveitar o termo) apresentação da Seleção brasileira. Por enquanto 1 x 1, sendo possível que vire, mas, perto do modo de jogar do Flamengo e, sejamos justos, do Santos, já é uma exibição lamentável.
Felizes SRN
FLAMENGO SEMPRE