Há uns 200 mil anos o pai do nosso craque Zé Roberto, o radialista Benjamin Wright, cunhou a frase eterna e exata “ Futebol é uma caixinha de surpresas”. Mas isso foi no tempo do epa, quando o futebol era mesmo surpreendente e os resultados dos jogos, a despeito da diferença de força entre os scratches, eram sujeitos à incríveis reviravoltas. Mas isso acabou, pelo menos quando nos referimos aos jogos do Mengão com a baranga. Já faz um tempão que em matéria de Flamengo x Vasco o futebol virou ciência exata. Como eu sempre digo, basta que o jogo entre nós e o bacalhau valha alguma coisa para que a 1ª vítima seja a imprevisibilidade do resultado. Sei que parece soberbo e seboso afirmar tal coisa, mas o que podemos fazer se a vasca só apanha?
O domingo 22 de março, também conhecido popularmente como ontem, manteve a escrita e sustenta minha marra. Foi um dia de grande sofrimento pras hostes viceínas. O dia raiou com o Mengão faturando mais uma regata na Lagoa e deixando os camisa-feiona adivinha em que posição? Isso mesmo, vices na regata, ó Jesuis! Logo depois os coraçõezinhos infantis foram ao Maraca, debaixo de temporal do 5o ato de Rigoletto, pra ver os nossos crias do sub-20 esculacharem com os crias deles na preliminar. Pra completar a via crucis dominical os filhos da bigoduda ainda assistiram, todos molhadinhos, à espetacular vitória do Mengão Papaizão, tirando o selo da vasca no carioqueta e removendo-os violentamente da liderança do certame rural que ocupavam imerecidamente. Foi barba, cabelo, bigode e brazilian wax.
Não obstante a previsibilidade, o Flamengo x Vasco foi um jogão. Emoção desde a hora de entrar no estádio, com participação especial da PM, sempre jeitosa, distribuindo com grande equanimidade, sem se importar com a cor da camisa, tiro, porrada e bomba pra quem ousasse tentar adentrar às dependências do Mário Filho. E mesmo assim, mais de 50 mil almas enfrentaram o pelotão de boas vindas e elevaram a temperatura da panela de pressão. Eram 2 rubro-negros para cada sofredor, o que é mais ou menos a média histórica de comparecimento ao finado Clássico dos Milhões. Um ótimo público, sob qualquer aspecto, mas era jogo pra ter pelo menos o dobro de gente. Fico muito triste com quem diz que Flamengo x Vasco é um jogo de vida ou morte. Ignorantes, é muito mais importante do que isso.
Por entender a real dimensão de um duelo desse naipe dessa vez levei as crianças ali no Oeste Inferior, onde se misturavam os bem vestidos e os camisas feiona sem qualquer animosidade e o clima era de muita civilidade e carioquismo. Geral se espremendo lado a lado pra escapar da chuva e torcendo pro seu time na boa, sem nenhum stress. Sem pachequismo, não existe torcida no mundo como a torcida carioca. Nós somos foda e temos muito a ensinar às torcidas de todo o Brasil. Orgulho de fazer parte dessa população. Não é de bobeira que os maiores públicos da temporada em todo o país são dos jogos do Mengão.
É principalmente por causa das suas torcidas que o Futebol Carioca, com letras maiúsculas, é raiz, matriz e deveria ser a locomotriz do futebol brasileiro. São elas que o mantém vivo apesar de todo o esforço da nossa cartolagem pra acabar de vez com o nosso barato. Palmas e parabéns pra todas as torcidas cariocas, de todos os tamanhos, afinal são elas que dão a medida da grandeza da torcida do Flamengo, que carrega à todas nas costas. Esse é o destino e a missão do Mengão Provedor Master Pagador de Pensão Alimentícia do Futebol Nacional.
Fixing a Hole Where The Rain Gets In
O jogo em si foi pobre em técnica, disputado na base do chutão e com a bola aquaplanando em grande parte do 1o tempo. Desacostumado a trabalhar com fartura de H20, o goleirinho da baranga deu logo um mole e foi punido pelo impiedoso Alecsandro, Cone Assassino sem nó na garganta. Uh, Terror! Alecsandro é matador! Ligado no jogo, Alecsandro foi mais rápido até que os câmeras que faziam a transmissão. Viu a bola estacionada na poça d’água e meteu uma bicuda seca no campo molhado, estufando a rede da vasca e deixando o beque deles de bunda pra cima. Uma verdadeira pintura.
A chuva continuava intensa e em pouco tempo o gramado do estádio de um bilhão de dinheiros estava em estado lastimável. O juizão, com personalidade, parou o jogo e como naquela altura da brincadeira, com menos de 30 minutos jogados, se houvesse suspensão da partida ela teria que ser reiniciada com o placar zerado, os vascaínos já se preparavam para se evadir do local. O busão deles chegou a manobrar no estacionamento 2. Rapidamente, Luxemburgo mandou nossos formidáveis rapazes entrarem em campo com roupas secas e começarem a bater bola, para mostrar pra todo mundo que o gramado estava em condições e que o último a voltar do vestiário era mulher do padre. Um estratagema pueril, que só funciona com crianças de até 6 anos de idade, mas que com os vices, não sei bem porque, funcionou.
O resto do 1o tempo recomeçou e tomamos logo um gol estranho, em que a bola, pelo menos do ângulo em que me encontrava, não chegou a cruzar a linha fatal. Mas com a vasca, sempre ajudada pelos homens de preto, é sempre assim, é preciso fazer dois gols para que um valha. Não nos deixamos abater, seguramos a onda e no 2o tempo metemos correria pra cima delas. Cirinão da massa, peixe ensaboado, deu uns olés lá no seilaquenzinho e foi atropelado pelo cachorrão deles na grande área. Pênalti indiscutível que foi cobrado com perfeição por Alecsandro. A justiça estava sendo feita, no placar estava escrito, Flamengo 2 x 1 vasca. E assim foi até o fim. Teve até porradaria e farta distribuição de cartões, de rigueur em nossos rendez-vous com a baranga, que não foram suficientes para mudar o panorama da partida. Ao contrário, confirmaram nossa superioridade, na bola e no braço.
Enfim, tudo rotina, mais do mesmo de uma história que se repete há um porradão de tempo. Já são dez jogos sem perder pra esses pregos. Esperamos, sinceramente, que a vasca não feche as portas nas próximas temporadas. Porque é bom demais ganhar deles e se um dia eles vierem a faltar, vamos ficar com saudades. Fica, Eurico!
Mengão Sempre
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L’Europe actuelle a désormais perdu la confiance des peuples : il est ahurissant que 10 ans après la création de l’euro, nous nous trouvions dans une telle régression économique et sociale et un tel manque de perspectives d’avenir !L’Europe actuelle ne protège ni les peuples ni la social-démocratie qui a été pourtant un de ses fondements.Ce n’est donc pas demain la veille que les peuples vont lui augmenter son budget et accepter un impôt européen !Il faut liquider ce monstre bureaucratique.
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