“Olá, guardador de rebanhos, aí à beira da estrada, que te diz o Flamengo que passa?” Que é Flamengo, e que passa, e que já passou antes, e que passará depois. E a ti, o que te diz?” “Muita cousa mais do que isso. Fala-me de muitas outras cousas. De memórias e de saudades. E de cousas que nunca foram.” Eu vendo o Flamengo que passa escuto o som da torcida, do grito de gol, do hino, do suspiros, do êxtase, da felicidade de alma, do gozo de prazer. Eu, vendo o Flamengo que passa, vou junto. Acompanho a multidão em transe com o toque de bola do Everton Ribeiro, a inteligência do Filipe Luís, os cruzamentos do Rafinha, os gols do Gabigol, o existir do Bruno Henrique. Ergo as mãos para o céu e agradeço aquele que foi, que é, e que sempre será: Jesus. Sou a Vivi que passa. Com Fernando Pessoa. Ah, esses portugueses maravilhosos.
Mas eu queria falar do Gerson que passa. Que envolve, luta, distribui e ginga. Pra lá, pra cá. Pra cima deles. Eu quero falar com ele. Trocar uma ideia, conversar sobre a vida, escutar um samba, e entre uma gelada e outra agradecer pela cor da sua pele, que traz história. Pela raça. Negra. Rubro-Negra. Encarnada. Não sei explicar meu deserto. Subo as arquibancadas do Maracanã e escuto um: “Escreve um texto lá, Vivi.” Apenas suspiro. Me desculpo pela ausência. Penso na transformação que vivo. No tempo que passa como o vento, o Flamengo, os meus dragões. Como o Arão. Que cospe fogo, bravura e superação. Volto ao Pessoa. Se falo na natureza rubro-negra não é porque saiba o que ela é, mas porque a amo, e amo-a por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama. Nem sabe porque ama, nem o que é amar. Amar é a eterna inocência, e a única inocência é não pensar. Pessoa, Fernando. De novo.
Não quero pensar no que estamos passando. Quero viver. De perto, de longe. De dentro ou de fora. Sem ingresso, sem passagem. Com luta, resistência e amor. Eu quero viver o Flamengo do Arrascaeta. O que não foi pedido, o que não podia jogar junto, o que não servia para, meus 11 leitores, sabem bem. O Futebol é mesmo alegria que dói, como declarou aquele outro fera uruguaio que também gostava de letra, de caneta, de drible, de bola rolando. Das gentes. O Flamengo que passa, me leva. Nesse mar de amor. Quem quer passar ALÉM DO BOJADOR, tem que passar também além da dor. Nesse mar português nós enfrentamos retrancas, jogadas violentas, o monstro do VAR, e superamos. Jogo a jogo. Dia a dia. Sonho a sonho.
“Olá, guardador de rebanhos, aí à beira da estrada, que te diz o Flamengo que passa?” Deixa passar. Deixa passar. E no clarão aberto pelos torcedores descendo a rampa, como naqueles tempos, nós seguimos o Mais Querido. Seguimos apaixonados pela postura do Pablo. A responsabilidade e o comprometimento do Rodrigo Caio. Avançamos e paramos frente a frente com o gigante Diego Alves. Eu quero pegar esse busão do amor rubro-negro e seguir para onde ele quiser me levar, junto com o meu Baby. Indo pro Chile, em 1981. Indo pra Lima, em 2019. Eu quero botar o mundo, os argentinos, os ingleses (de novo) na roda. Sou uma guardadora de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos. E os meus pensamentos são todos sensações. Sensações de Flamengo.
Pra vocês,
Paz, Amor e Seremos Campeões. DE TUDO.
Foto: Francisco Moraes
Este Flamengo me lembra muito a seleção de 82, pela qual sou perdidamente apaixonado, e a seleção de 82, apesar de não se sagrar campeã, se inspirou no Flamengo de 81, que ganhou tudo. Na minha memória afetiva é o maior time que já vi desfilar em um campo de futebol. Falo isso apena para pontuar que, ganhando ou não a Libertadores, este Flamengo jamais irá sair do meu coração. Diego Alves e suas incríveis defesas, a paixão de Rafinha, a raça de Caio, a tranquilidade de Marí, a clarividência de Filipe, a elegância de Gérson, a volúpia de Arão, a genialidade de Arrascaeta, a mágica de E. Ribeiro, a letalidade de Gabigol e a velocidade e precisão de Bruno Henrique. Acredito que este é o Flamengo que representa a Nação, do futebol solidário, ofensivo, técnico, exuberante e vistoso. Uma ode ao esporte bretão. Que a torcida saiba acolher esses nossos heróis independente dos resultados. Que a diretoria use as premiações para quitar a dívida moral e ética que tem com as famílias de nossos “Meninos do Ninho”. Vamos Flamengo… Vamos ser campeões… SRN
Lindo texto, parabéns! Nos dá a sensação de eternidade do Flamengo. Precisamos confirmar no sábado o título, mas com a certeza de que no domingo continuaremos Flamengo até morrer.
Eu amo o Flamengo. E amo ainda mais quando o vejo através dos seus olhos.
Vivi, se me permite a intimidade, obrigado pelo Flamengo que você nos dá com seus textos!
Abraços.
Adoro seus textos!!
não vivi 1981 (tenho 27) mas vi a Vivi!!
sou um fã do site e adoro ler também os comentários, porém só comentei 01 vez, há cerca de um mês, e no comentário escrevi que tinha saudades dos seus textos, que sempre me arrepiam!
SRN!
Que coisa linda, Renan!!!!! Emocionei. Comente sempre por aqui!
Beijos e SRN! Vivi.
Que indescritível sensação de paz, esperança e emoção.
Paz de espírito por estarmos irmanados no Flamengo:
Esperança de que essa sensação dure pra sempre; e
Emoção representada pelas lágrimas que me acorreram o rosto depois dessa magnífica leitura.
Lindo e Rubro-negro!
Emocionei com o comentário. Bjs, SRN. Vivi.
vivi,
vc está proibida de sumir !
não pode deixar todo mundo carente por aqui.
bjs
Combinado! Bjs! Saudade!
Não encontro palavras, querida Vivi.
Lindo, mais do que nunca.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Obrigada!Saudades!
Vivi,
A Diva dos corações Rubro Negros!
Por favor, não nos prive mais dos seus encantadores textos flamengos.
Eles são alimento para nossa paixão, afago para nosso sofrer e alento para seguir vencendo.
Contra tudo e contra todos,… até o fim!”
Que lindísssimo! Bjs! SRN!
Obrigado pelo belo texto Vivi.
Já faz parte desta linda história que juntos, Flamengo e Torcida estão escrevendo neste mágico ano de 2019.
Um grande abraço deste baiano, rubro-negro desde sempre…
Abraços e Axé! Bjs, Vivi.
Enquanto lia, uma espécie de videoclipe ia se formando. Que beleza Vivi, bjs
SRN
Isso é mágico! Bjs, Vivi.
Vi o texto no Facebook. E quantas linhas ou palavras demorei pra saber que era da Vivi??
Uma, ou nenhuma.
Seus textos falam como vc.
Inconfundível… Brilhante.
Rubro Negro.
SRN
Chico
Obrigada, Chico.
Não conhecia esse heterônimo do Pessoa.
Essa tal de Vivi Mariano…
Hahahaha. Amo! Bjs Ricardo! SRN!
Muita saudade de seus textos Vivi.
Saudações.
E eu desse carinho rubro-negro!!Bjs!
Brilhante! A passagem do tempo em sincronia com a poesia portuguesa.
Na esperança de que as conquistas se concretizem. Há uma certa similaridade entre os períodos.
SRN
As conquistas virão! bjs e SRN, Vivi.
Reinou!
Não mais que você!!
Poesia é sentimento misturado com emoção, fantasia e realidade, que alimenta os nossos sonhos e transforma nossa vida.
Felizes os que ficam arrepiado com as ondas vibracionais dessa maravilhosa sensação de ser flamenguista,
Felizes com as sensações que estamos vivenciando nessa época de redescobrimento do Flamengo de outrora que tanto nós feZ bem e por um português que conhece nossa essência .
Felizes somos nós que temos essa poetiza que consegue colocar em palavras os sentimentos , as sensações , as paixões de uma flamenguista bela e de alma vermelha e livre.
Como é ótimo ser flamenguista e saber que temos uma nação que ama e segue religiosamente o Flamengo assim como eu.
^Poesia é sentimento misturado com emoção, fantasia e realidade, que alimenta os nossos sonhos e transforma nossa vida.^
Lindo, amigo Alessandro.
Poéticas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Amo comentários cheios de poesia!