Em dezembro de 2001, Marizabel Kowalski lançou no Rio sua tese de doutorado “Por que Flamengo?”, em que procurava ao longo de 369 páginas – mais notas bibliográficas – responder como o clube se tornara o mais popular do Brasil, logo um dos maiores do mundo.
O intrépido Vinicius Motta, 20 anos depois, mergulha no tema e levanta uma lebre em voga nos dias de hoje, durante a Copa do Mundo: seria o Flamengo popular também por gostar de cantar e dançar?
Confira a seguir a crônica do Ladrilheiro da semana. SRN!
“Algumas pessoas se interessam por física quântica. Outros pela metafisica aristotélica e pela estética croceana. Mais alguns outros pela teoria do valor marxista e pelas polêmicas do novo projetamento chinês. Mas eu não. Só tem uma questão que, desde a minha mais tenra infância, tem me incomodado profundamente: por que o Flamengo é o time mais popular do Brasil e o Vasco não?
Essa pergunta imemorial, que exerce um efeito quase fantasmagórico em minha pessoa, veio novamente à minha mente quando vi aquela multidão colossal, gigantesca, jacobina que lotou a Presidente Antônio Carlos para recepcionar esses que serão muito em breve nossos ídolos e bustos de gesso, guardados para sempre em nossos corações mulambos e nos anais da história flamenga.
Protegidos pelo anonimato que só as massas conseguem proporcionar, aquelas pessoas fizeram uma festa que esses jogadores e essa cidade jamais irão esquecer, mas a pergunta ainda continua me atazanando: por que o Flamengo e não o Vasco? Por que o Vasco – que fez tanto pelas minorias; que colocou negros e operários para jogarem futebol e ganharem muito dinheiro com isso – não é tão popular quanto o rubro-negro da Gávea?
Em tempo, essa pergunta já foi formulada diversas vezes por pessoas de diversos tipos, mas, em minha humilde opinião, respondida insatisfatoriamente. Não adianta dizer, como já dizia Mario Filho, que ‘o Flamengo deixa se amar facilmente, ao contrario dos outros’, pois isso não responde a pergunta, só complica ela ainda mais; mas também não adianta dar explicações sociológicas e historiográficas para isso, como fazem os historiadores, pois esse é um tema que não cabe racionalizações de qualquer espécie.
Temos, ao meu ver, que ir ao âmago da coisa e dizer em alto e bom som: o futebol é uma coisa simplesmente irracional. Não dá para entender as coisas que acontecem nesse esporte. Simplesmente não dá. E, portanto, não dá para responder essa questão sendo racional.
Sabendo disso, formulei, como se diz em ciência (porém sem ser racional…), algumas ‘hipóteses de trabalho’, com o intuito de entender essa unanimidade ululante chamada Flamengo:
1º O Flamengo é um time festeiro
Se tem uma coisa que brasileiro gosta (e o carioca duas vezes mais…) é de uma festa. Somos um povo festeiro, por excelência. Gostamos de farra, de gandaia, de cerveja, de carnaval. E o Flamengo, ao contrário dos outros times, consegue proporcionar isso. Desde a época da Republica Paz e Amor – quando, logo depois de vencer os jogos, os jogadores e a torcida faziam um pagode para comemorar e a sair pelas ruas do rio, como um bloco de carnaval fora de época, cantando, dançando e zoando com os adversários – até hoje, com as comemorações das duas libertadores, o flamengo se notabiliza por ser um time da festa e do carnaval.
Não que outros times não tenham isso, mas só o rubro-negro foi o pioneiro nesta coisa.
2º O Flamengo é um time associado à música
Alguns rubro-negros desinformados podem pensar que ‘os coringas do flamengo’ de Mc Poze do Rodo foi uma das primeiras músicas dedicadas ao clube, mas não. Desde a marchinha ‘Exu é Flamengo’, passando pelo ‘Samba Rubro-Negro’ de Wilson Batista, Jackson do Pandeiro, os sambas de Jorge Ben em homenagem a Zico e Fio Maravilha, pelas músicas de Bebeto e Moraes Moreira até chegar ao Poze, o Flamengo sempre esteve associado à musica desde o inicio da sua biografia.
3º O Flamengo é o ‘time da camisa‘
Diferentemente do Vasco, não temos uma tradição bonita para contar aos mais novos. Não somos como o Fluminense, que sempre pôde se gabar da sua fidalguia. Somos mulambos sem história. E, justamente por isso, temos total liberdade para escrevê-la. Por isso nosso hino remete a uma marcha militar, porque somos guerreiros sempre prontos a desbravar novos territórios desconhecidos, munidos tão somente de uma camisa vermelho e preta, de um grito na arquibancada e das bençãos de São Judas Tadeu. Nosso ethos é heroico.
4º O Flamengo coleciona times marcantes
Não que outros times não tenham times ou jogadores que marcaram a história do futebol, mas só o Flamengo abala alicerces e modifica paradigmas. Dos quatro grandes do rio, quem tem Zico? Quem tem Dida, Leônidas, Gabigol ou Adriano? Ninguém. Ou melhor: quem tem um esquadrão como o de 1981 (que influenciou até o Barcelona de 2012 de Guardiola, Messi e cia)? Quem tem um esquadrão maravilhoso como foi aquele de 2019?
Acrescento mais uma possibilidade: as cores vermelha e preta.
Como qualquer coisa materializada nesse universo, cada cor têm sua própria e específica vibração.
A vermelha é a cor do fogo, do deus Marte, o guerreiro que luta, que suscita raça imparável, amor incondicional e paixão desmedida, características irracionais que só, somente só, obedecem a um coração entregue ao objeto amado a quem servem sem medir consequências.
A preta, por sua vez, embora represente a nulidade das cores, é também o espelho vazio do oculto, o buraco negro que suga os incautos fazendo-os desaparecer no desconhecido, a extinção eterna. Ao mesmo tempo protege de intenções malignas a quem a veste .
Todas essas informações subliminares são armazenadas no subconsciente dos adversários que, quando se deparam frente a frente com a camisa rubro-negra vestida por grandes astros (noves fora os perebas pontuais em períodos das vacas em jejum por $ecas prolongadas), um frisson de medo misturado com pavor, toma conta de seus cérebros. Isso é fato científico fácil de ser comprovado. Basta medir o batimento cardíaco dos do outro lado.
Esse é o motivo por eu ser – e sempre ter sido – radicalmente contra (radicalismo é característica marciana) a inserção do branco no nosso uniforme.
PS – Gabigol foi extremamente feliz em dizer que “Lá, eles vão conhecer o inferno”. Não por acaso, foi o momento da virada na temporada.
No meu trabalho em andamento de nome “FlaMÚSICA – MEMÓRIA MUSICAL RUBRO-NEGRA e algumas histórias flamengas”, além das mais de 1.400 canções cadastradas e os artistas rubro-negros da música, pretendo trazer minha particular opinião sobre a razão de nossa popularidade. Pra mim trata-se de um somatório de eventos sucessivos ao longo da história que acabaram convergindo para isso. 8SRN.
O Flamengo é barulhento e fanfarrão, por isso é popular.
Acrescento mais uma possibilidade: as cores vermelha e preta.
Como qualquer coisa materializada nesse universo, cada cor têm sua própria e específica vibração.
A vermelha é a cor do fogo, do deus Marte, o guerreiro que luta, que suscita raça imparável, amor incondicional e paixão desmedida, características irracionais que só, somente só, obedecem a um coração entregue ao objeto amado a quem servem sem medir consequências.
A preta, por sua vez, embora represente a nulidade das cores, é também o espelho vazio do oculto, o buraco negro que suga os incautos fazendo-os desaparecer no desconhecido, a extinção eterna. Ao mesmo tempo protege de intenções malignas a quem a veste .
Todas essas informações subliminares são armazenadas no subconsciente dos adversários que, quando se deparam frente a frente com a camisa rubro-negra vestida por grandes astros (noves fora os perebas pontuais em períodos das vacas em jejum por $ecas prolongadas), um frisson de medo misturado com pavor, toma conta de seus cérebros. Isso é fato científico fácil de ser comprovado. Basta medir o batimento cardíaco dos do outro lado.
Esse é o motivo por eu ser – e sempre ter sido – radicalmente contra (radicalismo é característica marciana) a inserção do branco no nosso uniforme.
PS – Gabigol foi extremamente feliz em dizer que “Lá, eles vão conhecer o inferno”. Não por acaso, foi o momento da virada na temporada.
Clap clap clap(2).
No meu trabalho em andamento de nome “FlaMÚSICA – MEMÓRIA MUSICAL RUBRO-NEGRA e algumas histórias flamengas”, além das mais de 1.400 canções cadastradas e os artistas rubro-negros da música, pretendo trazer minha particular opinião sobre a razão de nossa popularidade. Pra mim trata-se de um somatório de eventos sucessivos ao longo da história que acabaram convergindo para isso. 8SRN.
Está fazendo em qual universidade? Quando terminar me diz. Olha que até posso ir na banca rsrsr
Sensacional, parabéns 👏👏👏
Clap clap clap.