Contrariando os áulicos da hegemonia germânica pátria amada, salve, salve e a guilda de blogueiros, youtubers e influencers pendurados como ventosas nas fartas tetas da Nação (facção na qual milito sem muito êxito), o Flamengo perdeu um jogo. Foi o fim do mundo.
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Rubronegros sangravam como um César apunhalado pela derrota. Tá certo que fechar com o certo implica em conferir relevância apocalíptica aos eventos mais banais, estabelecendo relações de causa e efeito que baseiam previsões totalmente amalucadas. Mas pra que esse baixo-astral?
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Marmanjos de barba na cara chorando nas redes porque o Flamengo tinha jogado fora o Brasileiro. Analistas táticos recém diplomados na Universidade Google jogando na nossa cara que o Flamengo de Renight não tem esquema, é reativo, não propõe jogo e só ganhou 15 em 18 jogos disputados na cagada.
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A derrota pro Grêmio jogando mal foi o estopim para uma explosão de previsões funestas sobre o futuro do Flamengo nas competições em curso. Os nossos corneteiros, em flagrante exercício ilegal da futurologia, já descartaram o Brasileiro, mesmo com 20 jogos pra cumprir o Flamengo não tem mais chance. Só nos resta a Copa do Brasil e a Libertadores.
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E olha que pra esses gato-mestres essa Liberta é extremamente duvidosa, porque o gol do Borja mostrou também que o Barcelona é um timaço e só as suas oito semifinais da Libertadores já são motivos pro rubro-negro médio tremer. Como se nós não tivéssemos presenciado o poderoso onze guayasense (é o gentílico de Guayaquil) cagando sangue pra ganhar roubado do Fluminense. Ah, não mete essa!
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É perfeitamente normal estar tenso, com os nervos à flor da pele, às vésperas de uma semi de Libertadores, quem não fica bolado antes de um jogo desses já tá morto. Mas esse faniquito coletivo é absurdamente fora de propósito. Pirraça de menino mimado, que acredita nos delírios megalomaníacos que imbecis como eu escrevem na rede com o único objetivo de diversão pública e pagamento privado de boletos.
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Claro que o jogo frouxo do Flamengo no domingo preocupa. O desinteresse do time no resultado era nítido, mas perfeitamente justificável. Encontrar motivação pra um terceiro jogo seguido com o Grêmio, que não é exatamente um time capaz de proporcionar tesão esportivo, por uma competição por pontos corridos nas vésperas de um jogo foda é muito difícil. Até pro torcedor foi ruim de empolgar, ainda mais no horário palha de 20:30 h de domingo. Imagina pros caras.
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Na hora em que Gabigol, Michael, Everton Ribeiro et caterva se deitam no travesseiro e fecham os olhinhos é evidente que eles não pensam em jogo com o Grêmio ou com qualquer desesperado do Z4, eles pensam é na semi de quarta-feira. Esse é o jogo, essa é a grande meta, o grande desejo. Com o Grêmio ocorre exatamente o oposto, os gremistas que conseguem dormir só sonham em ganhar do Flamengo e sair do pestilento Z4. Por isso que é absolutamente normal que os gremistas estivessem mais motivados e focados que os nossos no domingo.
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E o Felipão soube explorar isso muito bem, propondo um jogo escroto em que a bola não rolava e nivelava o duelo técnico por baixo. Renato, que não é imune a vacilo, aceitou esse jogo pampero e se fudeu. Esse não é o jogo do Flamengo e dessa vez as individualidades não foram suficientes pra consertar uma leitura de jogo errada. Coisas da vida, vulgares e corriqueiras no futebol, que acontecem toda hora. Jamais seria motivo pra essa reação de torcedores que ficaram 35 anos sem ver o Flamengo numa semi da Liberta.
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Acontece que o tumulto não foi entre torcedores e o time. Foi entre o Flamengo e seus clientes. Clientes, vocês sabem, são mais impiedosos que Deus, posto que entre as habilidades sociais do 01 do monoteísmo está o perdão, recurso desconhecido pelo cliente. Como li uma vez num desses manuais de marketing, a satisfação do cliente não tem prazo de validade. É por isso que o torcedor do Flamengo, qualquer um deles, é um sábio quando comparado aos idiotas clientes do Flamengo.
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O cliente do Flamengo se difere do torcedor em muita coisa, mas a dessemelhança mais notável é que enquanto o torcedor acha que faz parte do time, o cliente tem certeza de que é o dono dele. Por isso exige em troca da sua contribuição financeira um desempenho esportivo de acordo com seus altos padrões de consumo. Pertencimento, empatia, identificação, tudo isso fica em segundo plano quando se estabelece uma relação em que o Flamengo não é uma razão de viver, é apenas um prestador de serviços. Haja SAC.
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Pra quem não é cliente o Flamengo continua vivo nas três frentes de batalha. O ENEA do Brasileiro parece que vai ser no perrengue, grande novidade. O único Brasileiro ganho com um pé nas costas foi o de 2019, o que só confirma a regra. Nas Copas é dedo no cu e gritaria, comme d’habitude. Só não peleia que já tá morto. É difícil pra caramba ganhar tudo, mas aqui ninguém jogou a toalha. Tá muito cedo pra isso.
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Pelos resultados, desempenho e em comparação com os adversários, o Flamengo ainda goza do favoritismo nas três competições. Dentro de campo o Flamengo sobra. O único problema realmente grave está do lado de fora. Não bastasse o vodu generalizado dos coirmãos, percebe-se que, em oposição à vibe que antecedeu à semi de 2019, a união pró Flamengo da torcida tem sido prejudicada por fatores extrafutebol que vão desde posicionamentos políticos às pirraças de torcedor-cliente que assedia nossos próprios jogadores.
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Pior que nem adianta reclamar, porque esses idiotas têm certeza de que estão certos. Na verdade, nem é uma moléstia exclusiva do Flamengo, é uma doença nacional que ainda vai levar um tempo pra erradicar. Enquanto isso, que tal torcer pro Flamengo? Deixa a agenda cívica de lado e torce pro Mais Querido. A economia a gente vê depois. Ao cliente do Flamengo, obrigado pela preferência, volte sempre. Mas também se não quiser voltar, foda-se.
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Mengão Sempre
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flamengo na final da libertadores e nenhum comentário a respeito…..
como diz o comentárista….PARÁ TUDOOOOOOOO!!!
SRN !
Sou daqueles que apóio sempre, mas não fico passando pano pra ninguém, muito menos pra treineiro boleirão.
Só acho que a derrota para o grêmio se deu em função de equívocos na escalação e pela falta de repertório do técnico.
Algo se comprovou novamente ontem contra o poderoso ameriquinha mineiro.
Haja SAC! HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Desculpem se o meu comentário parecer defasado, é que agora aqui parece que os comentários levam não sei quanto anos-luz para aparece, mas a cada dia que passa o jogo do Flamengo está assustador, meio pelada no aterro, meio que futebol de praia a cara do Renight . E nem quero falar no Jorge Jesus, mesmo com o Ceni, o chato, a gente tinha um futebol mais aprimorado, mais elegante, enfim, bem mais moderno, já sei que vão dizer, “o importante é vencer”, às favas( crédito, com licença da má lembrança, para Jarbas Passarinho) com o futebol bonito. Taí, até concordo, mas que está assustador, está.
Eu não sei o que é melhor, se o Flamengo esmagando o adversário como no tempo de Ceni, o chato, e levando um gol em contra-ataque na tal chamada bola do jogo, ou se agora, que sofremos o assédio e o consequente risco, mas a defesa está ali, plantada, para fazer nada mais que sua obrigação: defender e se possível evitar que o adversário faça gols. Aquela obsessão de marcar gol a qualquer custo levava o time a um estresse emocional quase insuportável. Escrevi várias vezes aqui sugerindo que talvez deixando o adversário jogar sua bolinha como fazem agora, os rígidos sistemas defensivos iriam se abrir. Um risco que teríamos que correr. É o que acontece com o Renight. E todos aí andam preocupados, claro, eu também. Mas na realidade o Barcelona do b não teve assim oportunidades daquelas de gol perdido, do qual o Dêivid continua o patrono, as bolas que eles chutaram não o fizeram assim tão à vontade, havia sempre um defensor por perto acossando, inclusive o Davi Luís defendeu uma corajosamente caído no chão. Outra mania e que temos que acabar é essa de culpar sempre nossos defensores, claro, que um Léo Pereira, é muito ruim, mas vem cá, quando o Bruno Henrique faz aqueles gols maravilhosos de cabeça, o mérito é só dele e não o zagueiro que falha, por que aquele belíssimo gol do Borja de cabeça foi falha de nossa defesa? Hoje em dia, quase ninguém manda alguém ir à merda como o grande general francês mandou o inglés em Waterloo, já não se manda ir à merda como antigamente, agora é o direto “vai se fuder,cara, pois eu não estou mandando ninguém pra lugar nenhum, já que se mandasse eu começaria a mandar a mim mesmo, pois esse sofrer de muitos é o meu também. Mas, no frigir dos ovos (claro, não os meus) afinal de contas, futebol é um jogo e eu prefiro assim, não aguentava mais os florzinhas e outros timecos ganharem da gente com a tal bola do jogo.
Fui ao Maracanã. Pronto, confessei. Setor Sul, cheguei cedo e saí tarde. De longe assisti a um 1o tempo promissor, ainda mais quando o Barcelona Fake ficou com 10 em campo. O 2o tempo foi esquisitão.
O que eu vi, e não gostei, foi o comportamento geral no Setor Norte e nas rampas. Caraglio, custa cumprir a pomba do protocolo para poder continuar torcendo? São esses clientes aí, que depois que entram, viram donos do estádio, do time e da saúde alheia. Não irei mais. Que merda. Ah, claro, sua crônica foi espetacular. A melhor em nuitos meses.
O Arthur acerta sempre na mosca porque é mais ou menos da minha geração, aquela que pulou o muro do Maracanã pra ver Pelé jogar com a 10 do Mengão contra o Atlético Mineiro, terminar o primeiro tempo perdendo de 1×0 e virar para 5×1 no segundo, quando o Rei devolveu a 10 ao Galo e as coisas voltaram ao normal; que entravava de graça na geral em todos os jogos, porque o Maraca foi construído com dinheiro público para, de forma republicana, atender de mendigos a bacanas, como os equipamentos de política pública de esporte devem ser; que ouvia o Gerdal, a Voz da Geral, usar seu vozeirão de canhão para dar esporro no Coutinho atrás do banco do Flamengo: “Bota o Tita, porra, bota o Tita, porra! Vaaaaai, Tiiiitaaaa!”; que viu pessoalmente o gol do Rondinelli e a entrada em campo da melhor contratação do Flamengo em todos os tempos: Roberto Ladrilheiro; que viu o Júnio dar uma porrada bem dada no babaca que invadiu o campo num FlaxFlu com a camisa do Mengão, correr até o Capacete, tirar a camisa e cometer o sacrilégio de pisar o Manto Sagrado; enfim, que construiu a identidade rubro-negra ao vivo e a cores no Maraca É Nosso levando saco de mijo e laranjada (antigamente se vendiam enormes laranjas no Maraca) na cabeça, pra dois segundo depois ver o Nunes se transformar no maior ponta-esquerda da história, passar batido pelo Luizinho do Atlético Mineiro (então, disparado o melhor zagueiro do Brasil), tocar na saída do João Leite e comemorar o primeiro dos 9 títulos brasileiros (já ganhamos 2021 também) do Mais Querido, que tem Caio, Arrasca e Aarão.
Por todo esse currículo que eu acho que o Arthur possui (ele tem cara de quem possui) é que ele entende que o Flamengo tá bem pacas e é o favorito nos quatro campeonatos (o quarto é o segundo Mundial, seja em Tóquio, Dubai ou no Aterro) em que o Urubu generosa e altaneiramente desfila seu ôtro patamá em relação à plebe rude multicolor que baba de ódio e inveja do Malvadão.
As opiniões de Arthur são totalmente diferentes daquelas da geração pay per view de palpiteiros amadores que infestam iútchúbis, inxtagrãs etc e que à falta do que mais dizer relativizam a máquina de moer adversários em que se já se transformou o Flamengo.
Pra essa galera do cotovelo no balcão do boteco, segue aí essa profecia: não tarda e o Supermengo vai acabar inaugurando (e vencendo, lógico!) uma categoria inédita na história: o primeiro convidado não europeu a disputar e papar uma Champions.
É nessas horas que peço ajuda a São Beagá para explicar o porquê de sermos tão justificadamente bestas: é ôto patamá, uai…!
Abraço, bróder!
Maurício, boa noite. Fui na Leste Superior. Usei máscara PFF2, tirei para beber as 3 cervejas a que me dei direito e só. Me senti seguro na entrada, no local e na saída. Ainda mais que sabia que todos estavam vacinados e com PCR negativo. Tenho 57 anos. Voltarei, com certeza.
Texto fantastico, o que me irrita é minha burrice que vez ou outra tenho que visitar o google (atual pai dos burros) pra entender a redação.
Como cliente fiel, cá estou aguardando a redação do jogo da liberta.
Os clientes seguem em faniquito. Agora pq o Mengão malvadão ganhou só de 2 a 0 numa semifinal de Liberta. O dinheiro realmente não traz felicidade pra essa trupe.
Sim. Mas não sei se a insatisfação foi pelo placar, que acho que todo mundo concorda que foi excelente, e sim pelo desempenho, que foi bem preocupante.
Saudações.
É a Flaniquito desempenhando seu papel. A mesma que decretou, após 3 jogos, que o Andreas mentiu que é segundo volante, que cismou que a camisa do Flamengo é feia e que obviamente, seremos rebaixados porque não contrataremos um quarto lateral direito pra disputar resenha com Rodinei.
vamos ganhar pelo menos 2 campeonatos dos três que ainda disputamos…
SRN !
A derrota de domingo foi muito escrota.
Deveria haver uma lei proibindo o Flamengo de correr menos que o adversário, querendo dar toquinhos de efeito e entrando de pé frouxo em todas as divididas, porque isso é um atentado à ordem pública.
Foi muito mais emputecedor que o 0 x 4 contra o Inter.
Se era pra entrar em campo e fazer aquele papelão, era muito melhor ter jogado nosso invicto time C, com Matheusinho, Ramon, Noga, João Gomes, Lázaro e outros futuros craques loucos por um lugar ao sol. Teria sido uns 3 x 0 pra gente por baixo.
Enfim, como torcedor, fiquei muito puto. Como cliente também, porque nao
Porque não se faz isso com o público num domingo à noite, que já é uma merda.
Mas quarta será só alegria, desde que o Thiago Maia não entre aos 48 do segundo tempo de novo.
Saudações
Se eu tinha plena certeza com Obina, Souza, Toró, Fábio Luciano e Juan Marrentinho que ganharia tudo, não vai ser essa derrota em ritmo de churrasco que me fará jogar a toalha de alguma competição, ainda mais com o líder de tal competição sendo uma equipe com uma extensa tradição em entregar a rapadura no final.
“Aos clientes, obrigado pela preferência, voltem sempre. Mas se não quiser voltar, foda-se.”
SENSACIONAL
Existem derrotas e derrotas, pro Grêmio do jeito que foi, em casa, me deixa puto. Mas faz parte.
Não podemos usar de conforto a questão que nenhum time brasileiro conseguiu ganhar as três taças no mesmo ano, miramos os céus. É tudo nosso.
PRA CIMA MENGÃO!
SRN
Desta vez eu nem li a sua mais uma vez maravilhosa crônica, mas faço um desabafo com os rubro-negros de longa data. Parece que conviver com altos e baixos sempre será o tema de nossas campanhas sem o nosso maior comandante Jesus. Claro que falo isso lamentando as palhaçadinhas indesejadas continuam e as explicações beiram ao cenismo de outrora. Mas o que sempre tb conforta o nosso rubronegrismo de 4 costados foi a paciência e a perseverança através dos tempos, seguimos, pois…
é isso
srn✌😎
Mas quem “lembra” que o Fla de JJ não oscilava está lelé da cuca. Teve derrota pros rapazes de Laranjeiras nesse mesmo clima de churrasco, teve um sacode pós-ressaca contra o Santos, e até demos um título pra Vasca, a famosa Taça Empatamos com o Fla, também conhecida como Oto Patamar Cup. Sem falar que a apoteose máxima do Mister veio depois de 80 e tantos minutos de perrengaço tal qual manda a tradição flamenga.
Verdade total, o Flamengo do JJ de que falam hoje em dia é um time irreal que vive no coletivo da torcida agora. Esse time toda vez que lembram dele, ele joga um pouco melhor. No time real, teve atuações antológicas mas também lembro de ganhar do Ceará no último lance no maior sufoco com gol do Reinier. Teve empate com o SP no Maracanã lotado em que o SP não ganhou por muito pouco… A própria final da Libertadores, o primeiro tempo do Flamengo não foi nem um pouco bom.