Nos últimos 2 anos o Flamengo ensaiou algumas vezes o exercício de uma suposta supremacia no futebol nacional. Analistas de diversas plumagens e afeições clubisticas previam para o Flamengo, secundado pelo Corinthians, o primo pobre do ponta feia da Dutra, uma hegemonia inevitável, que seria fruto da ação gravitacional da força da grana e da espanholização provocada pela proteção da Globo, entre outros fatores extracampo. As teorias anunciavam tempos terríveis para o futebol Brasileiro em que o Flamengo seria não apenas o maior culpado, mas também, o grande beneficiado.
O problema das teorias que previam o totalitarismo rubro-negro era que começava o Campeonato Brasileiro e o Flamengo peidava na farofa. Principalmente porque não conseguia ganhar dos times paulistas. E sem ganhar desses malas é matematicamente impossível ser campeão brasileiro. E o resultado pro Flamengo dessa incapacidade de fagocitar paulista foi que 16 e 17 ficaram marcados por aquele vexame de cheirinho e pela estapafúrdia comemoração de um 6º lugar.
Por isso que a vitória de ontem sobre a gambazada teve uma importância maior que a mera manutenção da liderança precoce na tabela de classificação. Sem querer cortar a onda de ninguém lembro que só se jogou 25% da competição, ainda é cedo, amor, mal começaste a conhecer a vida. Sobre a vitória de domingo, onde o Flamengo exerceu opressivamente seu domínio territorial e psicológico sobre os atuais campeões, pode-se dizer que foi justa pra caramba.
O time mais uma vez mostrou aquela característica que distingue os campeões, consistência. Muito seguro atrás, com a nossa zagueirada dando show de seriedade e criativo do meio pra frente, o chuveirinho deixou de ser o único recurso pra chegar na área, o Flamengo tem mostrado evolução de jogo pra jogo. Quem tava atento percebeu que o Corinthians veio ao Maraca pra jogar da mesma maneira que o Flamengo jogou contra o Atlético lá em Minas, fechadinho no seu campo e rezando por uma bola. A diferença é que o Flamengo não deixou a porta da cozinha aberta e restou ao corintianos tentar bater de frente, opção baldada pela intransigência da defesa rubro-negra, que não admitiu qualquer palhaçadinha. Destaque pra Léo Duarte que destruiu lá atrás, formando com Rodholfo a tão decantada Bastilha Inexpugnável rodrigueana, e ainda teve tempo de tentar uma graça no ataque.
A atuação de Diego, mais sanguíneo, mais decidido, deixa a suspeita no ar de que as ideias de participar da Copa da Rússia estavam prejudicando seu futebol. Ele está puto com o Tite e com a parte da imprensa que o sacaneou com recortes maldosos de suas declarações sempre tão ponderadas e mediatreinadas e demonstrou isso jogando duro e com um sangue nos olhos como poucas vezes o vimos fazer desde que chegou ao Flamengo. Indiscutível que a liderança de Diego sobre o grupo é palpável e se estende além do vestiário. Quando está bem, e ontem ele esteve especialmente bem, Diego joga e faz jogar, todo o time sobe de produção.
Como o Paquetá, que soube aproveitar essa curva ascendente e jogou o fino. Usou sua habilidade pra colocar o Flamengo em vantagem, mas também está aprendendo a fina arte de irritar e desestabilizar o oponente com o dibre sacana, a simulação descarada e uma bem simulada atitude de inconsequência e desrespeito ao adversário. Vinicius Junior está sofrendo um pouco com a própria proeminência, a marcação sobre ele tem sido mais atenta e ontem ele se deixou encaixotar num dos lados do ataque, o que provoca uma certa previsibilidade sobre seus movimentos. Barbieri tem que estudar um jeito pra deixar que o moleque volte a surpreender. Se bem que surpresa mesmo será o Real Madrid deixar ele continuar no Flamengo depois da Copa. Sem clubismo, se eu fosse cartola dos blancos não deixaria de jeito nenhum.
Ainda bem que o Flamengo não está perfeito. Tem muito espaço pra melhoria. O mais notável é no comando do ataque, onde Dourado não consegue se encontrar, aliás o time todo não consegue encontra-lo. Por sorte ontem ainda tinha uma baga de Vizeu no banco e quando entrou o moleque soube aproveitar a chance de marcar exibindo muita categoria pra colocar a nêga no barbante. Mas Vizeu tá partindo, é preciso encontrar novas soluções. Pode ser o Lincoln? Pode, mas pra isso o moleque precisa ter mais oportunidades, ninguém ganha ritmo de jogo no banco.
Continuo achando que aquela Opressão Rubro-Negra propagandeada pelos áulicos do fim dos tempos é uma bobagem, uma neurose coletiva prima-irmã do chororô preventivo. O Flamengo sempre foi opressor, na medida em que todas as maiorias produzem um efeito negativo para quem se enxerga no papel de alvo do exercício cruel de uma supremacia. Mas o Flamengo é um ciclope há mais de 5 gerações e ultimamente ninguém tinha medo dele. Admito que se o Flamengo começar a jogar bola, e a ganhar dos times paulistas, esse medinho da arco-íris começa a fazer algum sentido.
Que se instalem logo esses tempos do terror. Vamos adorar ver o Flamengo espalhando tristeza e dor pelos lados de Piratininga. Enquanto isso não se tornar realidade segurem a marimba. Segue o líder.
Mengão Sempre
A melhor análise sobre o Diego, embora possa ser só um “wild guess”, foi a do Maurício Cezar Pereira. Para ele a entrevista dada por Diego, onde ele desabafa sua frustração com a não convocação, ajuda a entender o porque Diego vinha apresentando, há mais de um ano no Fla, o futebolzinho de toquinho pro lado. Ficou claro que Diego estava em campo pelo Fla, mas com a cabeça na seleção, como se tivesse no palco do Municipal, se esforçando em ter a maestria de um básico padedê em uma seleção de talentos, já que sabia de antemão o que o juiz gostaria de ver. A escapulida de Diego em sua performance oral trouxe a tona que a cabeça do Diego nunca esteve no Flamengo.
E esse tem sido o mal do time nos últimos anos, uma grande balcão de negócios (nada contra ter negócio), mas onde o Fla nunca foi o objetivo dos profissionais e sim uma plataforma para outras aspirações profissionais, além de ter os salários em dia e maior do que em outros times. Outro grande exemplo é nosso ex atacante Guerreiro…
Por mais que não se goste do Rueda, foi ele o cara que botou a molecada pra jogar e foi essa mesma molecada que bateu de frente com os medalhões. Uma pena que nessa briga acabou sobrando pro Vizeu, que foi a preço de banana pra Udinese.
Mas como não sou daqueles que não perdoam, acho que a frustração de Diego com a seleção pode ser um ótimo negócio, quem sabe ele não volta a cabeça pro Flamengo? Jogar copa do mundo pela seleção pode ser considerado um ápice da carreira de um jogador de futebol, Nosso meia enceradeira acreditava cegamente nisso, mas ser ídolo no Flamengo conquistando vários títulos também é do garái e da uma moral gigante pro cara ser feliz até o fim do seus dias.
SRN
Ninguém vai ler, pois outro jogo já aconteceu, mas não posso deixar de registrar – que puta comentário inteligente, gente !
padede, foi um achado.
Parabéns !
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Que foto foda. Excelente post.
Caro Mulambo que vai ao Mané amanhã…
Estamos em ritmo de festa, líder isolado no Brasileirão, classificados para a próxima fase da Copa do Brasil e da Libertadores. Os mais tresloucados já asseguram que o Real Madrid vai ser ficha no mundial.
E é nesse clima oba-oba máster que vamos enfrentar o Flor amanhã. E é esse clima que me preocupa, especialmente por esse jogo ser na Capital Federal.
Historicamente a maioria das vezes em que o Flamengo foi o franco favorito, e a torcida megalomaníaca fez festa de véspera o Mengão se deu mal. Nossas maiores conquistas vieram no perrengue máster, na base da Raça e do peso da camisa. O improvável sempre nos acompanha, seja para o bem e para o mal.
Somado a isso outro fator preponderante é o de jogo ser no estádio Nacional de Brasília. Confesso que um dos maiores prazeres da vida é assistir ao jogo do Maior do Mundo. Quando isso acontece no estádio, melhor ainda. Só que aqui na Capital Federal, a experiência nem sempre é das melhores. Não digo isso baseado em resultados, mas sim no comportamento da torcida.
Não temos a cultura de ir ao estádio. Nem bairrista somos, campeonato candango parece que não existe, e isso não é nem culpa dos torcedores, o campeonato regional é sofrível. Todos aqui torcem por times de outro estado, nossa cadeira cativa é o sofá de casa. Aqui na capital nem cultura de fazer festas nós temos, nossa cultura é viajar para frequentar festas tradicionais de outros estados. Isso não é uma reclamação, é uma constatação, a cidade foi planejada para o trabalho.
Diferente de nós, o torcedor do Rio tem a cultura de frequentar o estádio e de fazer festa. Tive a oportunidade de participar no Maracanã em 2009 da final do brasileirão contra o Grêmio, e em 2013 na final da Copa do Brasil. É algo surreal, o apoio dos cariocas começa antes mesmo da bola rolar. Quando você baixa o tom na cantoria um pouco, o amiguinho do lado já manda “bora cantar Mané, isso aqui é Flamengo”. Sentar é estreitamente proibido. Não existe a possibilidade de não apoiar, é contagiante, ensurdecedor, você sente obrigado a dar o seu máximo. Saí do estádio extenuado, 4 horas cantando, pulando sem parar.
Tive a oportunidade de assistir alguns jogos no Serra Dourada também, logico que lá não é igual ao Maraca, mas o fato de o estádio não ser uma Arena pão com ovo, o formato mais raiz torna a atmosfera mais contagiante em relação ao estádio Mané Garrincha.
Aqui em Brasília é tudo ao contrario, quando você fica em pé a galera pede pra você sentar. Ora bolas, é um estádio ou teatro? Quando você começa a puxar os cantos tradicionais alguns olham pra ti como quem diz, o que ele esta fazendo. Falar palavrão no Mané Garrincha o torna um extraterrestre impuro.
E volto a repetir, não é uma peculiaridade do torcedor flamenguista de Brasilia, é uma peculiaridade do torcedor candango em geral. Assisti ao jogo do Brasil x Iraque nas olimpíadas, no primeiro tempo já tinha’ torcedor varanda gourmet’ vaiando a seleção, e olha que a seleção não estava perdendo. Um dos jogos mais legais que assisti no Mané foi entre Colômbia e Costa do Marfim na copa em 2014, os colombianos deram um show, apoiaram a seleção sem sessar um minuto, confesso que apesar de estar torcendo pela Colômbia naquele jogo, fiquei com inveja da maneira deles torcerem. Nunca vi um Brasileiro torcendo daquele jeito para o Brasil. Ainda mais aqui em Brasília, aonde nós Nutelas vamos ao estádio com intuito de ver espetáculo, só que espetáculo se vê no teatro, no estádio vemos futebol, e o futebol que não pode ser considerado um esporte. Futebol é Futebol, o resto é esporte e em algum esporte você pode até ver espetáculo.
Dito isto amigos, vamos ao que interessa o FLA X flu de amanhã. Independente do resultado sairemos do estádio lideres. Esse é o primeiro motivo pra apoiarmos incondicionalmente. Segundo o Vasco. Terceiro o jogo de amanhã é um clássico, e clássico é clássico amigos. Por mais que o time dos advogados não tenha pagado a series subalternas que tenham frequentado, eles ainda são os nossos mais tradicionais rivais. O resultado mais provável no Fla x Flu é sempre empate.
É muito provável que Abelão adote a tática de retranca máster, vão jogar por uma bola. Jogo chato pra nós. O Flamengo tem que amassar, amassar e amassar, com paciência uma hora vamos furar a meta dos caras. Nada de desespero e achar o que o time tem que ir pra cima na desordem e dar o que as inimigas querem. E a torcida tem que ser o termômetro do jogo, é surreal, mas apesar do mando de campo ser dos caras, somos nós que mandamos. Paciência amigos, paciência…
Caso ocorra um inesperado revés, não podemos baixar a cabeça. As nossas vaias, aplausos ou silencio amanhã podem ser determinantes para o restante da temporada, não podemos esquecer-nos do campeonato brasileiro de 2015 no fatídico jogo Flamengo e Coritiba no returno. Naquele ano o Flamengo estava no G4 e o Coritiba no Z4, o maior do mundo vinha de uma sequencia de 6 vitorias consecutivas, festa total, todos esperavam uma goleada sobre os coxa branca. Batemos o recorde de público com 67 mil, renda bruta de quase 4 milhões de reais. Só esquecemos de combinar com os jogadores do Coxa, e em 24 minutos de jogo tomamos dois improváveis gols.
Dali em diante foram só vaias, tudo que o time tinha feito nas rodadas anteriores foram esquecidos em questão de segundos, um devaneio total. Instalou-se sobre a multidão um silencio ensurdecedor, só abriam a boca para vaiar o zagueiro Cesar Martins que entregou a paçoca no segundo gol do Coxinha, acabou ali a carreira do becão no Flamengo. A torcida morreu após o segundo gol, e o poder de reação do time foi por agua abaixo, a partir daquele jogo a maionese desandou legal.
Eu não desejo que a torcida comemore um possível revés, eu não sou desse tipo, o Flamengo meche com o meu humor. Porem se por acaso o timer ficar atrás no placar, temos que continuar apoiando, nada de vaias, nada está perdido. Não sou mais torcedor do que ninguém, mas eu quero que a torcida apoie até o final. Vamos cantar, comemorar, gritar, pois o momento é bom. No momento somos a ultima bolacha do pacote, vamos pra cima. Nada de vaias ou silencio é só o que peço. Nós rubro-negros nascemos para reinar no topo da cadeia alimentar futebolística, somos a resistência.
E para finalizar, quero parabenizar a torcida candanga rubro-negra pelo serviço de filantropia prestado. Deveríamos ganhar o premio Nobel da paz! Já repararam que ao enchermos o estádio amanhã vamos pagar a divida dos Tricloflores com o ex-jogador Roni, é mole?
O Flamengo chegou ao nível de adimplência de pagar até divida dos outros. Isso é que é gestão, parabéns presidente!
Nossos irmãos nobres deveriam reconhecer esse ato nobre do irmão pobre representante do povo brasileiro. Sugiro como retribuição pagar pelo menos uma série B que devem ao futebol brasileiro.
Conte comigo Mengão
SRN
Ricardo Dias
O Flamenco tem que repor algumas saidas do elenco. Acho Gustavo Scarpa, Wallace e Bernard bons nomes. O Araao podia ser trocado pelo Scarpa.
Outros assuntos que nada têm com o jogo de domingo passado.
1o) – Os Flores conseguiram perder para o Paraná, o que significa dizer – estão uma merda. Vitória obrigatória, por, no mínimo, três gols de vantagem (se lógica houvesse no ^esporte bretão^…)
2o) – O SORTEIO foi phodda. Cruzeiro, com a segunda partida lá. Líder e vice-líder do Brasileirão em choque. Ao que parece, a sorte está do lado do Boca, nosso provável adversário seguinte.
Aliás, tirando os dois jogos entre times do mesmo país, os outros seis têm vencedores lógicos (existe isto). Corinthians, Grêmio, Atlético Nacional, Boca Juniors, Palmeiras e Indepediente, este com a tarefa mais difícil. Os outros cinco pegaram baba e não me venham com a tal história que na Libertadores só tem clube bom, nesta fase.
Podem me cobrar depois, que rasgarei, com o maior prazer, o meu diploma de Mestre Incomparável de Futebol.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu querido Carlos Moraes,
você jamais irá precisar rasgar o seu diploma de Mestre Incomparável de Futebol, aliás, obtido com méritos ao longo dos anos, em curso presencial sobre a matéria.
Entretanto, há tempos estou a querer lhe perguntar: você ainda sustenta que aquele primeiro gol do Lucas Paquetá, nos profissionais, feito sobre o Madureira, no dia19 fevereiro de 2017, aconteceu mesmo por fruto da sorte?
Eis o que você disse em comentário, no vídeo da Nivinha, “Prá Cima dos Vices”, do dia 20/02/2017:
“Carlos Moraes 1 ano agoResponder
Vou ser CHATO, de graça.
O gol do Paquetá foi mesmo lindo, mas ,,, graças a uma puta sorte…”
Fraternas Saudações Rubro-Negras!
Obs.: vídeo do gol, no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=qMC1tFpU06Q
De há muito estava com vontade de tocar no assunto.
Lembro-me perfeitamente do que escreví e … MUDO DE OPINIÃO.
O garoto é mesmo bom de bola e, contra os curicas, quase fazia um novo gol com certa semelhança, embora nem tão bonito (o lance que acabaria sendo aproveitado pelo Vizeu).
Naquele jogo contra o querido Madureira – sempre gostei muito de vários times pequenos do futebol carioca, como o próprio, o Bonsuça, o São Cri Cri, o falecido (no futebol) niteroiense Canto do Rio – tive a impressão que, sobrando a bola, o menino encheu o pé, na base do ^seja o que Deus quiser^, e Ele quis.
Assumo o equívoco.
O garoto é muito bom de bola.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS -uma pitada de sorte, lá isto houve !