Como o povo aqui em casa gosta de acordar tarde nos fins de semana – estou falando de algo em torno do meio-dia –, minhas manhãs dominicais costumam ser solitárias. Ponho a leitura em dia, desço, corro os quarenta minutos que meus quase sexagenários joelhos me permitem correr, compro pães e demais víveres para o café, espero a tropa levantar. Domingo não foi diferente e pensei em aproveitar a manhã para responder os comentários ao post que levantava a questão sobre abrir ou não a carteira. Mas achei prudente aguardar o que a rapaziada diria depois da nossa estreia no Brasileirão.
Para minha grande surpresa, e alegria maior ainda, não houve significativas mudanças de opinião, nem mesmo após a realidade ter desabado sobre nós junto com o pé d’água no Morumbi. Tanto na página do RP&A no facebook quanto aqui no blog, ninguém optou pela volta da gastança. E a imensa maioria votou contra a improvável vinda de Robinho.
Entretanto, adepto do debate e certo de que só contrapondo argumentos é que ajudaremos o Flamengo a se entender e crescer, este humilde espaço segue incentivando a divergência de opiniões.
Vamos ao primeiro lado da moeda.
No post “Vamos nos perder”, publicado segunda-feira, Arthur reclama com razão dos pessimistas de primeira hora. No Campeonato Brasileiro de 2009 o Flamengo perdeu para o Avaí, na segunda rodada do segundo turno, por três a zero. Na noite seguinte, Rogério Ceni e Adriano eram os convidados do programa Bem, Amigos, do canal SporTV, e o assunto principal foi o risco de rebaixamento que o Flamengo corria. O final da história todos conhecemos. Será que diretoria, comissão técnica, jogadores e torcedores do Internacional estão preocupados com a lanterna? Falar em rebaixamento antes da 25ª rodada é falta do que fazer ou de notícias para dar.
Porém, ai porém, há um caso diferente, e aí é importante virar o lado da moeda.
No post “Apenas observo”, publicado em 16 de março (e olhem que nem estou falando do belíssimo texto de anteontem), Vivi Mariano escreveu que não se acostuma com a ideia de um Flamengo mediano. Eu também não, embora acredite que a situação seja ainda mais delicada. Para sustentar minha tese, recorro a uma discutível combinação entre matemática, lógica e padrão de exigência. No Brasileirão desse ano, temos no mínimo doze times sem chances de disputar as primeiras colocações. Sobram oito. Para estar na média, e ter o tal comportamento mediano que não agrada à Vivi nem a mim, seria preciso permanecer entre o terceiro e o sexto lugar. Se o raciocínio procede, indago: alguém acredita que, com essa bolinha que estamos jogando, flutuaremos nessa região da tabela?
Não se trata de ter perdido para o São Paulo no Morumbi – o que, provavelmente, irá acontecer com outros dez ou doze times –, mas do que temos produzido. Como o próprio Arthur lembrou, nossas cinco últimas partidas (Nova Iguaçu, Vasco, Vasco de novo, Salgueiro e São Paulo) foram tenebrosas. Estamos terminando a primeira quinzena do quinto mês do ano e ainda não fizemos, em 2015, um só jogo que convencesse. Time titular indefinido, padrão tático nenhum.
No final de 2014 vi Luxemburgo afirmar, no programa Bola da Vez, da ESPN, que não adianta mais bater no peito e dizer “aqui é Flamengo, porra”. Tem que planejar, profissionalizar, organizar, estabelecer metas, pagar impostos, manter salários em dia. Pleno acordo. Mas também não adianta bater no peito e dizer “eu sou Vanderlei Luxemburgo, o fodão do Bairro Peixoto, faço o que bem entendo e meus times sempre ganham”. Há muito tempo que isso não acontece.
Trocar de técnico agora – reivindicação que já começa a pipocar aqui e ali – pra mim seria um retrocesso, mas é preciso reconhecer que as coisas não estão caminhando como se esperava e, sobretudo, que é necessário parar de inventar.
No último post reclamei da luxemburguiana mania de enaltecer os cascudos. Outra mania, tão insuportável quanto, é achar que suas supostas sacadas são capazes de transformar pernas de pau em craques. Vocês se lembram de quando o Fernando passou pelo Flamengo, em 2011? Sim, Fernando, o irmão menos famoso de Carlos Alberto e que disputou o último campeonato carioca pelo vibrante Bonsucesso. Em uma descoberta fantástica, coisa de quem conhece futebol muito mais do que todo mundo junto, Luxemburgo cismou que Fernando atuaria como fazia o Rincón no Corinthians de 98/99, jogando de falso volante para sair com a bola em liberdade. Só que o gênio esqueceu um pequeno detalhe: Rincón era Rincón, Fernando é Fernando.
A pretensão não passou da segunda rodada do Brasileirão. Ganhávamos do Bahia, em Salvador, por três a dois e tínhamos um jogador a mais em campo. Aos 44 do segundo tempo e com os três pontos no bolso, baixou o cabôco Rincón, Fernando saiu jogando cheio de elegância, entregou a bola nos pés do adversário e tomamos o empate (gol dele, Jobson). Fernando foi pra geladeira. Agora, Luxemburgo inventou que Mugni pode ser um bom segundo volante. Não pode. Nem segundo, nem terceiro, nem oitavo, nem ala, nem meia-armador, nem meia-atacante, Mugni não poderia jogar sequer na pelada da rua Lauro Muller – onde, aliás, tínhamos um ótimo time. É óbvio que Mugni não é o culpado de tudo, mesmo porque tem jogado poucas vezes, mas talvez seja o melhor exemplo do que não queremos ver com a camisa mais bonita do planeta.
Fundindo os dois lados da moeda numa só peça, e para não parecer que subi no muro, penso o seguinte: nada de gastar mais do que podemos. Loucuras nunca mais. Mas não há quem me tire da cabeça que seria possível gastar melhor.
E aí chegamos ao ponto. Basta alguém subir o tom das reclamações, e lá vem a brigada de tesoureiros radicais de armas em punho e com os argumentos de sempre: o que vocês querem é o descontrole, é varrer para debaixo do tapete o passado recente, é contrair novas dívidas e não honrar as antigas, é impedir o Flamengo de perseguir seu inexorável destino de brilho e glórias.
Definitivamente: não.
Os méritos da responsabilidade fiscal e da boa governança são indiscutíveis e aplaudidos por todos, mas será que contratar dois carinhas que saibam jogar bola iria pôr tudo a perder?
Temos errado demais, mas vamos em frente. Só não erra quem não tenta. O único problema é que, para corrigir os erros, o primeiro passo é a gente admitir que errou. Dá pra ser ou tá difícil?
PS: Pensei em fazer um post pot-pourri, juntando críticas e ideias que apareceram nos comentários ao post anterior. Desisti, mas sugiro aos leitores que deem uma conferida em todos, comentário por comentário. O pessoal anda afiadíssimo.
Acho que tudo que estamos passando é um resultado mais ou menos normal do passado recente, isto é, dos últimos 2 a 3 anos do clube, e do time. Mais ou menos como uma cirurgia complicada: foram feitos vários cortes, na carne. É normal que o corpo reaja e sinta dor e insegurança no futuro. Explico. Mandamos embora diversos jogadores, alguns em situações pontuais (Renato Abreu, Ibson), que tinham (ou tiveram) um certo prestígio com a torcida e o grupo, e outros em verdadeiras barcas, como os empréstimos comemorados nos nossos ex-futuros craques para Bragantinos, Pontepretas, Coritibas, etc.
Acho também que essa expectativa por reforços (esperando Godot) deixa todos em um estado de letargia que parece se autorealizar, pois a chegada nunca se realiza, mas ainda é esperada.
Podemos estar passando por um momento crítico que pode nos levar tanto a voos mais altos quanto para a completa desgraça. Fundamental nesse momento manter o foco na estratégia, controlar o que dizem e o que fazem os líderes, desde Luxemburgo ao capitão da equipe, passando pelo Wrobel e pelo próprio Bandeira. Todos tem que estar alinhados com o mesmo objetivo e estratégia que é tirar o Flamengo da mesmice e do risco de ser um simples coadjuvante nesse campeonato, mais uma vez.
Tô tão indignado, mas tão indignado, que acho que pela 1ª vez senti nojo de um time do Flamengo.
Já tinha tido todo tipo de reação emocional em relação ao Flamengo, mas nojo!, não me lembro.
Mesmo depois da reação e do empate.
Com a sempre honrosa exceção do PV – que, aliás, achei mais desenvolto com os pés e fora da grande área -, o resto era de vomitar neles e em mim pela suprema estupidez de estar perdendo minha preciosa energia já em fim de carreira com “aquilo”.
Deu nojo ver jogadores que são tratados a pão de ló, com altíssimos salários em dia, segurança em todos os níveis, saúde totalmente coberta e checada a cada dia, carros do ano, pulseiras e colares de ouro, orgulho de poderem doar pras suas 1001 igrejas e tirar selfies com os fiéis, enfim, mordomias que só 1% da população mundial é agraciada neste desafortunado planeta, sem a menor noção da própria mediocridade técnica e – hoje fiquei atento e confirmei -, principalmente, intelectual.
O nível de inteligência bate nas travas da chuteira.
É espantoso a ponto de eu me flagrar com o beiço caído.
A maioria dos jogadores do Flamengo beira o retardamento mental, nem que, vá lá, seja leve.
Bato nessa tecla porque não tem outra.
Pra jogar no Flamengo tem que tá ligado O TEMPO TODO.
Quando reagiu, fez 2.
Porque não jogou com aquela intensidade e comprometimento os 90 minutos?
PORRA, ELE SÃO PAGOS, E MUITÍSSIMO BEM PAGOS, PRA ISSO, CARALHO!
Ainda não decidi qual foi a visão mais tétrica, se o Canteros desfilando sua empáfia de craque que erra tudo que tenta mas não perde a pose, ou se o Gabriel que quase me levou às lágrimas quando, com sua imprescindível participação individual, fui além da irritação e a transcendi em compaixão – ninguém, nunca, por mais poderosos argumentos que tenha, será capaz de me convencer que esse sifilítico tem condições de ser titular no time profissional do Clube de Regatas do Flamengo.
O cara chega a ser patético e vexaminoso.
É o mais bem acabado exemplo do peladeiro, que até dá umas pedaladas bem dadas, mas parece que um curto-circuito cerebral acontece e logo em seguida ele despenca com tudo da bicicleta.
É constrangedor! Menos mal quando não oferece de bandeja o contra-ataque.
É notório que ele quer se livrar da bola o mais rápido possível pra não se comprometer.
Claro, não sabe o que vai fazer com ela, não acredita no próprio taco, não tem confiança, – os olhos sempre esbugalhados entregam -, perde gols por não ter frieza na hora do arremate.
Jogador burro não se cria.
Enfim, todos viram a nauseante apresentação desses “jogadores” que, definitivamente, não têm nenhum requisito mínimo necessário pra envergar essa linda camisa e muito menos reivindicar o nobre título de jogador do Flamengo.
Chego ao ponto extremo de compará-los aos políticos: NENHUM DELES ME REPRESENTA.
PS-Insisto que o Eduardo da Silva não pode, de jeito nenhum, ficar fora desse time. É a única longínqua lembrança da união talento-inteligência que tem no plantel. Se o Luxemburgo não enxerga, o problema tá nele.
Para aliviar, pelo menos um pouquinho, a nossa dor de cabeça inchada.
Hoje de manhã, ao abrir o GE.com/Flamengo, deparei-me com duas notícias em destaque.
Na primeira, vou mencionar a fotografia, que era a do Profexô Fanfarrão. Continuo sem entender patavina. Qual será o motivo de se dar, sempre e sempre, destaque para o Luxemburro, no dizer do Gilberto. T. Santos, que, ao que parece, está se tornando uma triste realidade..
Na segunda, um excelente artigo do Emerson Gonçalves, que já critiquei e elogiei aqui, a respeito do ^rico dinheirinho^. Como tenho seguidamente acentuado, é uma VERGONHA a disparidade entre o futebol inglês e o nosso, em tal quesito. Gostaria que os magos das finanças, pudessem me explicar o que poderia ser feito, se é que algo possa ser feito.
Com toda sinceridade, recomendo a leitura, esperando inclusive que o nosso Murtinho, do alto de sua incontestável e nunca assaz louvada inteligência, possa trazer luzes para a matéria.
SRN, ainda decepcionadas.
FLAMENGO SEMPRE
Deus…Senhor meu Pai…de-me a paciencia dos cardiacos…pois se me deres a furia dos revoltados…matarei todo o time do Flamengo e de quebra dou de lambuja uma coça no Luxemburgo!!!…ou vasco e versa…
Síntese perfeita, grande Bruxo !
Terminou. 2 x 2. Com MUITA SORTE, pela saída do goleiro, não propriamente por ele, mas pela falta que fez no meio de campo o Diego Souza (grande FDP, que não só jogou com a 87 como insistiu em mostrar o número da camisa depois de seu gol de penalty).
Para mim, uma ENORME VERGONHA.
Não jogamos PORRA ALGUMA, pois o Ixpó, embora jogando de forma defensiva, estava bem mais estruturado em campo e, na minha opinião, não cederia o empate caso permanecesse com ONZE até o final do jogo.
Pelo visto, cabe dizer – faltam sofridos QUARENTA E QUATRO pontos para fugir da Segundona.
Nada a reclamar da arbitragem, que inclusive deu QUATORZE minutos de descontos, algo que não se vê, embora a medida fosse corretíssima. O penalty existiu, sem choro nem vela.
Domingo que vem, um jogo, teoricamente, facílimo, contra o Avaí, mesmo em Florianópolis, apesar da lembrança citada pelo Murtinho no seu artigo.
Não há nomes a serem avaliados com boas notas neste jogo, mas lembro que o Pará fez ótimos cruzamentos, inclusive o do primeiro gol, com boa participação do Aleccone no lance, por incrível que pareça. O Everton, até pelo gol, pode ser mencionado, como o Eduardo da Silva pelo bonito passe de peito.
Dos demais, N A D A.
Quanto ao Luxemburgo, nota ZERO.
Alguém mencionou e eu vou ^colar^. Nem Almir, nem Arthur Maia. Enquanto não chega o Diego (será mesmo – int.), tem que jogar o Eduardo daSilva, pelo menos enquanto tiver fôlego.
Mais uma vez, DECEPCIONADAS SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – um lembrete para os que são do contra. Com mais um belo gol do MESSI, o Barcelona chegou ao título do ^estadual^ lá da Espanha. Pena que exista quem prefira o Almir ou o Arthur Maia …
Calma Carlos Moraes!
“grande FDP, que não só jogou com a 87 como insistiu em mostrar o número da camisa depois de seu gol de penalty” – Diego Souza.
É sério mesmo que vc se irrita com zoação de vascaído? Desde quando o DS deixou de ser vice? Os viceínos têm ódio do Fla. Não o contrário. Aliás, eu gosto do vice. E muito, afinal, quando tamos na pior, nossa baranga de fé sempre vem de perna aberta pronta pra nos dar os 3 pontos e nos tira da crise.
E também acrescento que todo Flamenguista deveria assistir jogos do bacalhau fedorento. É divertido! Eu morro de rir com o Eurico FC. Mas voltando à vaca fria… Vc tem toda razão. Foi uma péssima partida.
SRN
Murtinho, sobre a regressão do PST, quando foi lançado, em 2013, o Bap havia dito que o objetivo único era pra ajudar o clube. Por isso o slogan: “nada do Flamengo, tudo pelo Flamengo.”
Mas 2 anos depois, há tanta crítica ao retorno do sócio, que torna objetivo do PST: “quero ver o jogo mais barato, então vou ajudar dessa vez, mes que vem eu caio fora.” ou talvez: “se não ganhar a próxima partida, vou cancelar meu plano”.
É triste saber que o objetivo de muitos passa longe de ajudar o clube, mas sim ter meia entrada e poder colocar o número de sua matrícula nos posts do GE.com por pura vaidade.
Eu sei que é uma opinião bem radical, mas será que o que vimos em 2015 em é parecido com o que havia em 2013? Eu acho que não.
Mengão Sempre. SRN!
Semana passada, nesta mesma hora e local, afirmei que o Flamengo, pela escalação do São Paulo com inúmeros reservas (no final, acabaram entrando entrando os três titulares que pensei não fossem atuar), tinha OBRIGAÇÃO de vencer.
Deu azar, não vou repetir.
Hoje, contra o Ixpó e seus mais do que malandros Diretores (os jogadores não teriam culpa, mas, a partir de que o Diego Souza vai jogar com a 87, tal não se pode dizer), é necessária (abrandemos) a VITÓRIA, não servindo sequer o empate.
Prá falar a verdade, estou temeroso em razão da ausência do Marcelo Cirino. Tudo bem que o Aleccone adora fazer os seus golzinhos contra times pequenos, mas nele eu não confio, mesmo assim.
Vamos ver no que vai dar.
Esperançosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – ao que tudo indica, está faltando alguma coisa ao campeão carioca. Indago – o que será. Prêmios para a resposta (única) certa.
PS 2 – mais um concurso, com direito a uma camisa papagaiodevintém, a ser ofertada pela Irene da Bélgica.
Pergunta I –
Quando será que o ataque do Vasquinho vai marcar o primeiro gol neste Brasileirão.
Pergunta II –
Quando será que a defesa do Vasquinho vai sofrer o seu primeiro neste Brasileirão.
Como quero ganhar a aludida camisa (para sortear entre os meus netos), vou dar também os meus palpites.
Pergunta I
R – no sexto jogo
Pergunta II
R – no terceiro jogo.
Enviem as suas respostas, pois este é o concurso mais sensacional dos últimos tempos e a ilustre patrocinadora, assessorada pela Vivi e pelo Murtinho está entusiasmada.
Resposta I: Terceiro jogo
Resposta II: Terceiro jogo.
E pra manter a média, vai empatar + um, so que de 1×1.
#papagaiodevintem
caro murtinho e amigos !
vendo o jogo do cuzeiro confesso que senti saudades do marquihos,aquele mesmo que veio do vitória .
eu prefiro esse baiano do que o atual(gabriel)muito melhor !
saudações