Quando abri meu tiranossáurico laptop para escrever esse post, dois títulos me vieram à cabeça: o primeiro era “Jogo da verdade”; o outro foi o que acabei escolhendo, por causa da sequência final de A Vida de Brian, com a foto de Graham Chapman e Eric Idle para ilustrar.
Todavia, como meu espaço neste blog é meio esculhambado, não há respeito à disciplina e costumo contrariar as mais comezinhas técnicas de redação, subverto minha própria escolha e começo falando de um despretensioso insight sobre o tal jogo da verdade.
Futebol é um esporte em que lances aparentemente isolados mudam a história do jogo – um gol no primeiro minuto, um pênalti que o goleiro defende –, da mesma forma que uma vitória empolgante ou uma derrota inesperada alteram os rumos de um time na competição.
No Brasileirão 2011, a partir da grande vitória sobre o Santos na Vila Belmiro pelo raro placar de cinco a quatro, o Flamengo engrenou uma sequência de quatro vitórias, interrompida por um jogo contra o Figueirense que teve – desculpem o pleonasmo – arbitragem horrorosa de Heber Roberto Lopes. Num jogo tenso e ríspido, com os dois lados chegando junto e pegando pesado, o péssimo juiz conseguiu a proeza de dar seis cartões amarelos para o Flamengo e nenhum para o Figueirense. O Flamengo, que abrira dois a zero no começo do segundo tempo, se desequilibrou, perdeu o prumo, permitiu o empate e daí em diante passou dez jogos consecutivos sem vencer, somando apenas cinco pontos em trinta possíveis e triturando suas chances de disputar o título.
Esse ano, acho que não demos a devida importância à derrota para o Botafogo, pela Taça Guanabara. Olhando hoje, com a frieza que só o tempo permite, creio que aquele foi o jogo da verdade. Até então, nosso autoengano se alimentava de vagabundas vitórias sobre boavistas, tigres, voltas redondas. Ali, em vez de encarar a realidade, sacar que havia algo de podre no reino de Luxemburgo e que o mesmo time, jogando sob o mesmo técnico, estava muito pior do que no ano passado, engatamos uma conversa mole de que fomos superiores, tivemos mais posse de bola, o Botafogo se recusou a sair pro jogo e outras tolices. Cada time joga como quer e não tem cabimento exigir que os adversários se submetam a fazer o que é mais conveniente ao Flamengo.
Aquela derrota e, sobretudo, nossa incompetência diante do fraco time botafoguense deveriam ter acendido o sinal de alerta, mas continuamos acreditando em desculpas esfarrapadas, que acabaram desaguando no desastre dos três últimos jogos sem marcar um gol, nas perdas da Taça Guanabara e do Campeonato Estadual, e no mau começo de Brasileirão.
Calma. Não estou colocando a culpa de todos os nossos males, para todo o sempre, em Vanderlei Luxemburgo, e muito menos dizendo que com mais algumas rodadas o time de Cristóvão vai virar um rolo compressor. No entanto, eu que custei a apoiar a demissão de Luxemburgo, hoje acho que, se era para mudar, deveríamos ter mudado há mais tempo. Agora, paciência. Vida que segue.
No curto prazo, a receita pro nosso time melhorar começa com o reconhecimento da tibieza técnica de alguns dos nossos jogadores. Vocês viram, na partida de sábado, quantas vezes Márcio Araújo levantou o braço e pediu desculpas por passes errados? Passes simples, de três metros. Ok: estávamos sem Jonas e Cáceres, e há quem acredite – eu não, mas vamos em frente – que isso é capaz de mudar nossas atuações da água para o vinho, mas não adianta pensar em modernidade e ousadia se quem vai sair com a bola é o Márcio Araújo.
Portanto, sejamos práticos. Se ainda não podemos contar com Armero, Guerrero e quem mais chegar, é melhor fazer o simples, compactar as linhas, organizar o sistema defensivo, obrigar o meio-campo a cozinhar só feijão-com-arroz e jogar no erro do adversário. (Foi o que fez Luxemburgo, com esse mesmo grupo de jogadores, no ano passado, e atirou no ralo esse ano.)
Isto alcançado, e não há de ser tão difícil, já que Avaí e Chapecoense, ambos com cinco pontos a mais que a gente, vêm conseguindo, entra em campo o que podemos esperar da segunda parte do campeonato: aquela em que as janelas de contratações se fecham, todos já cumpriram sete jogos por seus times e não há mais como sonhar com caras importantes e decisivos. Na derrota de sábado, o lado bom da nossa vida ficou, exclusivamente, por conta de Emerson Sheik. Suou o Manto com vontade, não fugiu do jogo, ofereceu os poucos momentos de lucidez do time e foi o único dos nossos a incomodar o Atlético Mineiro – este sim, organizado, perigoso e, olhem só que curioso!, com gente que sabe jogar. Não tem craque algum, mas quem ali sai no tapa com a bola?
O grande problema na estreia do Emerson foi que, da mesma forma que todos nós que assistíamos, em certo momento o Sheik concluiu que, se ele não resolvesse, ninguém mais o faria. E não é isso o que caracteriza um time de futebol.
Pode ser fruto de uma perigosa mistura de inocência com excesso de generosidade minha, mas não cheguei ao ponto do desespero. Ainda longe de termos um time, acredito que seremos mais firmes na defesa com Armero na lateral-esquerda e Pará na direita (aquela roçadinha de cabeça do Luiz Antonio, no primeiro gol, foi de matar) e daremos trabalho na frente com Guerrero e Emerson. Mas temos de acertar, com urgência, a nossa zona de pensamento, hoje um deserto de homens e ideias. Se conseguirmos um camisa dez de verdade, já que Alan Patrick é muito pouco, ótimo. Se não, precisamos de dois caras no padrão do Elias. É no meio-campo que as coisas se resolvem, e ali estamos frágeis toda vida.
Na última semana nosso Programa Sócio-Torcedor cresceu e a torcida levou ao Maraca o maior público do campeonato. Que a recíproca venha logo. Queremos torcer por um time, e não por um bando. E queremos, mesmo nas partidas em que nada der certo, levantar a cabeça e, com as irônicas bênçãos do Monty Python, sair assobiando e cantando “Always look on the bright side of life”.
Uma só palavra que tudo define –
V E R G O N H A ! ! !
Enough is enough! Desliguei os aparelhos. A partir desse comentário, decidi não ler mais nada a respeito de futebol/Flamengo, incluindo a RPA. Tudo tem limite. Perder pra esse time do vasco é humilhação demais. Foi o pior jogo de futebol que vi na vida. É verdade que, como disse o Mauro Cesar na Espn, o luxemburgo deixou terra arrasada na Gávea, mas não justifica. Ficou claro que tô embalado numa ilusão que não tem a menor graça – tem ilusões que valem a pena, ver a Nivinha na Playboy é uma delas.
O time do Flamengo é um bando sem líder, fora e dentro de campo, sem conjunto, sem tática, sem a menor semelhança com algo que se pareça um time de futebol. Um verdadeiro horror!
Me despeço dos amigos com votos de boa sorte pro nosso Flamengo. Não tenho mais idade pra passar por um desgaste emocional como esse. Bem fez a Renée que, com sua intuição feminina, abandonou o barco faz tempo e foi se divertir com nossos netos (e vinha me cobrando a mesma atitude). Como sempre, ela tinha razão.
Grande abraço a todos e um especial pra você, Murtinho. Se vir a minha musa por aí, manda um beijo, por favor.
PS-Por uma questão de respeito, deixo meu email – rasiko@renatorasiko.com
Uma pena, Rasiko, que o futebol do clube faça com que voce se afaste do blog. Serah que nao daria pra ficar assim mesmo? Vai fazer mais falta do que o timeco sem a metade dos jogadores …
SRN
Caro Rasiko:
Faço minhas as palavras do Henrique.
Não tenho como competir com o bom senso e a sapiência da Renée, mas espero que a paixão pelo Flamengo consiga falar mais alto e que você reconsidere a decisão. Suas participações têm sido fundamentais para aumentar a lucidez e a inteligência do RP&A.
Agradeço pelo abraço especial, encaminharei seu beijo para nossa musa (devo encontrá-la na reunião da Confraria, no próximo dia 25), e espero revê-lo novamente por aqui, em breve e sempre.
Grande abraço. SRN. Paz e Amor.
Show de horrores. Inacreditavel.
Nao se constata a minima melhora, pelo contrario.
De novo se ve um jogador – desta vez o Cirino – que no final do jogo nao tem mais folego pra falar. E olha que ele jogou meros 30 minutos !
Mais uma vez um time inexistente em qualquer coisa que importa no primeiro tempo.
No segundo – remarco isso de novo – o time parece jogar melhor, mas nao no sentido de jogar um futebol melhor e sim de ser mais dramatico. Basta começar o “vamu la, poha” que o Flamengo parece estar no seu elemento. Nao precisa mais se preocupar por taticas, nem passes perdidos, nem nada daquilo que nao sabe mesmo.
Basta soh mostrar para os torcedores que “querem muito” ganhar. Raça.
Uma MENTIRA grossa. E que soh funciona visualmente. E soh contra timecos.
O AtLético mostrou que mantendo a tatica disciplinadamente até o final do jogo (coisa mais normal do mundo) o Flamengo nao consegue nem começar o vamu lah….
E esses ataques de caimbra? Nao vejo nada disso na Europa durante jogos que duram 90 minutos. Existe isso raramente em jogos de 120.
No BR parece normal.
Juntando essa observaçao com a falta de folego documentada (na ultima vez foi o Eduardo) soh posso crer que o condicionamento fisico inexiste. Pecado mortal.
E que covarde esse tecnico. Jah estou de saco cheio dele, embora que seja da fraçao que acha que tem que se dar tempo ao tecnico. Mas esse dai nao faz nada.
O Allan Patrick tb ja estah manjado. Bom de bola e acabou. Focas nao resolvem mais. Estamos na era dos jogadores que combinam raça, tecnica e tatica INTELIGENTEMENTE e com velocidade.
Do mesmo jeito que o mundo acelerou o futebol acelerou. Quem cochicha o rabo espicha…
Eu diria que o EMERSON deveria ser escalado no meio campo e se tentar fazer dele um meia-atacante. Tem boa visao, sabe chutar, dar passes certeiros, einfim, sabe daquilo que caracteriza um meia .
Publico que vaia o Pico depois de 10 minutos é o fim da picada.
Como sao idiotas, jogando a culpa de um conjunto inteiro em cima de um jogador. Inaceitavel. Bando de cretinos, que ja fizeram inumeros laterais se queimar. Como por exemplo o Egidio, melhor que todos que temos.
Essa infantilidade tem que cessar, essa de procurar sempre a culpa em ALGUEM e nao no conjunto. Eh de uma imbecilidade infinita.
Hyperputas SRN
Pra acabar pelo momento com a conversa sobre o FC Basel:
O terminator do BR, o Derly Gonzalez, o cabra que fez o penalti durante o jogo e bateu o ultimo, é do FC Basel…
Coincidencia?
Tem 21 anos, porta o 10 e deu mais trabalho para a defesa brasileira que todos os atacantes br juntos para a defesa paraguaya. Otimo investimento do Basel. Vao ganhar um rio sobre esse jogador.
Salve-se quem puder !
Nuvens cinzentas (se eu disser negras posso ser enquadrado no crime de racismo) pairaram sobre o Ninho do Urubu esses dias…Recebemos a visita do Léo trairamorto Moura e do Renato Canelada Abreu…Tem que mandar fazer um “descarrego” urgente lá….Edvan, meu rei, manda providenciar isso com urgencia!…
Xi, esqueci de escrever duas das mais importantes coisas:
a) O que a Alemanha fez, anos antes da vitoria estrondosa de 2014, o que é uma das coisas mais cogitadas por todos os paises que querem melhorar, seja procurar dar um salto de qualidade com a base, e isso metodicamente – ele COPIARAM DA SUICA.
Gostaram tanto do trabalho feito por esses, culminando na vitoria em 2009 dos sub-17, que simplesmente começaram à seguir os mesmos passos.
E deu no que deu.
b) A fracçao suiça na Alemanha nao é soh maior do que a brasileira, ela é a MAIOR DE TODAS.
SRN
Como eu resolvi falar do futebol suiço, para nao ficar nessa de sempre estar comentando o Barcelona ou no maximo o Bayern, vou colocar mais informaçaoes aqui.
Acho interessante, pq é um pais pequeno, com futebol pequeno, embora crescente.
Acho mais interessante ainda, porque, como nao ha muito dinheiro envolvido nisso, é mais notavel ainda que a formaçao da base é uma que é aplaudida na Europa toda. Cabe lembrar rapidamente o campeonato mundial dos sub-17 uns poucos anos atras.
Em vez de ficar naquele olhar fixo olhando para o Barça, talvez seria viavel olhar o modelo suiço de formaçao da base. Acessivel e com otimos efeitos, mesmo com o “material humano” provavelmente bem menos talentoso do que o do BR.
E uma outra coisa que acabei de saber agora é que a fraçao SUICA na Alemanha é MAIOR do que a BRASILEIRA! Quem diria, hein.
Mando um link. Mesmo sem saber alemao dah pra ver um ou outro numero e entender do que se trata.
http://www.tagesanzeiger.ch/sport/fussball/Weshalb-so-viele-Schweizer-in-der-Bundesliga-spielen/story/18111973
Da pra ver tb que na ALEMANHA o numero de estrangeiros é de 47%.
Premier League – 67 %
Serie A – 52 %
Ligue 1 – 44 %
Primera Division – 38 %
Super League (Suiça) – 46 %
Continuo.
Nao soh jogadores suiços estao sendo chamados para a Alemanha, como tambem TECNICOS.
Agora mesmo o tecnico LUCIEN FAVRE do Borussia Mönchengladbach foi votado (pelos jogadores) o melhor tecnico da Bundesliga.
Jah tem um tecnico suiço comandando uma equipe estrangeira, à Austria (que estah em primeiro lugar do grupo de qualificaçao para a Euro 16). Ele fez seu nome na Alemanha, como esta fazendo o Schmidt em Mainz, como fez o Christian Gross, o Latour.
Entao – CADE TECNICOS BRASILEIROS na Europa?
Tudo isso dai vai mao-em-mao. Tecnicos bons, formaçao otima, jogadores bem razoaveis.
Estah mais do que na hora do BRASIL, e o FLAMENGO, se abrirem para o que acontece no MUNDO. Esse bairrismos ridiculo chegou à seu fim, e NAO HA CAMINHO bom na frente sem se ABRIR.
Agora – abrir soh nao basta. Tem que ser com muita sabedoria, conhecimento e perseverança.
Acabei de ler uma entrevista com o Rocha (ex defensor 1990-94): Ele diz que hoje em dia seria até possivel que o BR NAO SE QUALIFIQUASSE para a proxima Copa.
Pesadas nuvens pairam sobre o futebol (sobre muitas outras coisas tb, claro) brasileiro. Eh mais do que urgente que aconteça LOGO algo.
No pais do 1 x 7 nao pode haver relaxamento.
Estao esperando o que ?
Capitulo novo sobre o Embolo:
O diretor do Sion (clube que rejeitou Zico como tecnico) oferece ao Basel 15 milhoes, ou seja 45 milhoes de reais.
O valor gasto pelo Mengao pelo G-ERRO.
O garoto tem 19 anos …
Henrique, sei que vc tem uma admiração enorme pelo seu atual país, mas vamos repensar no que vc disse:
“ou seja 45 milhoes de reais.
O valor gasto pelo Mengao pelo G-ERRO”
O Flamengo pagará (ou seja, sairá parcelado) em luvas R$ 12 milhões – ou seja: Valor pago AO ATACANTE, logo ao final de todo o contrato, a soma será de aproximadamente R$ 40 MI.
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2015/05/25/fla-e-guerrero-acertam-contrato-clube-espera-atacante-apos-copa-america.htm
Então, por favor, não distorce as informações. O Flamengo não pagou rigorosamente nenhum centavo PELO JOGADOR, mas PARA O JOGADOR.
Nessa negociação entre o SION e o BASEL, vc levou em consideração o valor total, incluindo luvas e salários até o fim do contrato + os 15 milhões de Euros da negociação?
Vamos ser mais imparciais. SRN!
Paulo, nao tem nada à ver com parcialidade ou admiraçao. Soh junto fatos. Convenho, que de alguns nao gosto.
O Embolo receberia provavelmente uma soma de 300-400mil francos por ANO. Um milhao de reais, digamos.
Total entao: 48 milhoes.
Isso por um jogador de 19 anos o qual poderah ser vendido com grande lucro daqui à um tempo.
O G–ERRO serah dinheiro perdido. De todas as formas.
Nao adianta, Paulo. Essa diretoria nao contrata bem. Nao deixa isso nas maos de gente que tem visoes. Uma enorme soma, esses 40 milhoes. Daria pra ter trazido jogadores jovens e de posiçoes que necessitamos.
Erro, acho eu. Mais um.
Bora ser mais neutros em ponderar o que fazem.
SRN
E fora disso eu quiz SIM comparar o que faz o FC Basel com o que faz o CRF.
E o segundo perde feio nessa comparaçao, em todos os niveis.
Inacreditavel, jah que nao estou falando do Bayern, ou do Barça, mas é assim mesmo. E para melhorar, so começando com um trabalho de construçao que mereça o nome.
Estamos longe disso – o resultado se viu ontem e nos ultimos anos.
O MEU saco estah cheio.
SRN
depois de procurar eurico miranda,voltar atrás fletar com o coxa branca e não poder jogar lá …léo moura irrita dirigentes do club americano e só pode jogar no mengão esse ano !
vc é a favor da volta do léo moura ?
saudações
Se a pergunta for só pro Murtinho, blz.
Agora, se for uma enquete, vou responder que nem o Arthur, na polêmica rescisão do Renato Canelada:
Prefiro o Renato (Léo Moura) processando o clube do que em campo, vestindo nossa camisa. SRN!
Acompanho o voto do Paulo Vinícius. Abraços.
Acompanho os votos anteriores. SRN
E eu o do Murtinho.
Esse dai nao quero nem como torcedor!
Tambem acompanho o voto…nem em pensamento…esqueceram o achincalhe que ele fez nas redes sociais quando perdemos para o Cruzeiro?…Não venham me dizer que ele tava sacaneando o Luxa, pois não foi o Luxa quem perdeiu…foi o Mengão…
Quem quiser entender a queda de produção de Marcelo Cirino, tenha a paciência de ler até o fim a carta que o Renato Maurício Prado transcreve na sua coluna de o Globo, na edição de hoje, publicada também no seu blog, que abaixo reproduzo:
“CARTA ABERTA AO CIRINO
O texto que se segue é do ex-ponta esquerda Zé Roberto Padilha. Leia-o bem, Cirino:“Bom dia, Marcelo. Temos algo em comum: chegamos como promessas à Gávea, aos 23 anos. Eu vindo de um troca-troca com o Fluminense, você como destaque no Atlético Paranaense. Mesmo sendo tricolor, mas amante do futebol arte, juntei-me à nação rubro-negra para reverenciá-lo”.
Sim, porque você parecia o atacante que está fazendo falta ao futebol brasileiro. E o Flamengo seria a porta que o levaria à seleção. Habilidoso e veloz, suas atuações celebravam o surgimento de um novo Jairzinho, um Müller, um Búfalo Gil que levantava a torcida em cada contra-ataque. Os grandes times do futebol brasileiro sempre contaram com um, pois os gênios que empunham a dez precisavam de uma flecha para acionar o seu habilidoso arco em direção ao gol adversário.
Você começou bem, mas foi caindo de produção e fui temendo pelas suas atuações na noite do Rio. De tão bonita e concorrida, é um colírio para o turista. E uma armadilha para os que chegam à Gávea e não encontram os atletas que encontrei. Outro dia, na Internet, havia sua foto entre Pico, Éverton e outros candidatos ao sumiço, com uma “long neck” às mãos comemorando… a zona do rebaixamento?
Em 1976, com sua idade, saia da concentração do Flamengo, em São Conrado, para estrear no Fla-Flu do troca-troca. Não tinha dormido direito. Havia deixado meu time de coração, o que defendi desde os 16 anos até os profissionais, e estava ansioso, pensando como me comportaria defendendo uma camisa por profissão. Não mais como prazer e por paixão. Até que o ônibus, antes de ultrapassar o túnel Dois Irmãos, passou diante da favela da Rocinha. Pela janela, vi gente despencando por aquelas escadas em euforia em direção ao Maracanã. Gente simples, humilde, trabalhadora, que se dirigia ao estádio para dar sentido a sua vida. Uma vitória do Fla, e esta fé estava escancarada nos olhos de cada torcedor, era o combustível que precisavam para ser feliz. E a medida que nos aproximávamos do Mário Filho, mais gente vinha chegando, como numa procissão. Por respeito a eles, lutei 90 minutos como se o adversário fosse mesmo um adversário.
Não tive sorte dentro de campo. Na quinta partida defendendo o clube, fraturei o tornozelo direito, passei dois meses com gesso e quando voltei, pressionado e com botinha de esparadrapo, era cedo demais para a lesão e cumpri meu contrato capengando. Ao seu final, restou-me tentar a vida em Recife, no Santa Cruz. Mas tive sorte fora de campo. Nos vestiários, no dia a dia com meus companheiros. Zico, Junior, Cantarele, Jaime, Rondinelli, Geraldo, Tadeu e Luisinho eram autênticos funcionários da nação. Treinavam em dois períodos, dormiam cedo, se cuidavam. Tinha samba no ônibus e cerveja gelada, mas apenas no domingo. Após o dever. Nos juniores, chegando, surgiam Adilio, Andrade, Leandro, Tita e Julio César. Era uma família que, quando se juntou, ganhou tudo. Viraram exemplos porque conquistaram o mundo. Mas, antes respeitaram sua nação. Honraram o futebol.
Permita-me um conselho, Marcelo. Largue esta turma. E volte a treinar e dormir cedo. Se cuidar. Brindar com “Stelinha” apenas quando atingirem o G-4. O anti legado que Ronaldinho Gaúcho deixou ao clube foi abrir sua mansão a semana toda para o pagode. Implantou o desrespeito com o torcedor, atrasou a vida de tantas promessas, como você, que poderiam chegar à seleção, mas que hoje não passam de “adrianos”. Dignos de pena pelos atletas que poderiam ser diante de dom concedido para reverter uma injustiça social. Só depende de você. mudar este jogo. Um grande abraço. Zé Roberto”.
Creio que muitos outros jogadores do atual time do Flamengo estão vivendo
essa mesma situação.
Sempre Flamengo.
Aureo:
Acho que isso se encaixa no comentário do Rasiko, e também em outro comentário feito pelo Thomas Newlands (que anda sumidão aqui da nossa caixa) a respeito do Samir.
Só não gosto muito é da referência ao Adriano. Esse assunto é complexo e, seguindo a linha do post sobre a punição a Jobson, creio que fica melhor colocado na retranca “doença” (embora, no caso de Adriano, não admitida pelo próprio) do que na retranca “escolha de vida”. Mas o texto é muito bom.
Grande abraço.
Áureo, o Zé Roberto só errou ao dizer que o Cirino é habilidoso e sugerindo que ele seja um novo Jairzinho, Muller, etc. Aí é dose. Cirino é velocista, essa é a arma dele. Nos outros fundamentos acho fraco, irregular e inseguro. Não me passa confiança. Parece que sua boa fase inicial não passou de… uma boa fase.
Murtinho,
Fontes seguras me asseguraram que Adriano é alcoólatra.
E, segundo a Organização Mundial de Saúde, alcoolismo é doença.
Concordo, portanto, com você.
SRN
Rasiko,
creio que as noitadas podem estar contribuindo para os fracos desempenhos do Cirino.
Vou aguardar mais um pouco, para ter uma opinião definitiva sobre ele.
SRN.
Uma continuada com o tema, prometo que serah curta.
Cidade de Basileia – habitantes em 2014: 200’000 mil
FC Basel – média de torcedores em 2014: 29’000
O proximo clube tem a média de 17’000, o que faz ver no que desembrocha um clube bem dirigido e por isso, vitorioso.
Exemplo à ser seguido de mais perto pelo Mengao, em vez de ficar olhando para o (agora?) inatingivel.
Degrau depois de degrau.
Faut pas bruler des étapes !
SRN
Com a “média de torcedores” queria dizer a média de torcedores no estadio, e nao socio-torcedor ou algo assim.
Estou catando alguns dados do FC Basel. Carrement comparando com o CRF.
Alias – o grande BARCELONA foi fundado por um suiço que vinha de Basel.
Venda do egipcio Saleh para o Chelsea:
20 milhoes de francos, ou 60 milhoes de reais.
Quem e quando o Flamengo fez algo parecido?
Lucro em 2014: 15 milhoes depois de impostos etc. – 45 milhoes de reais.
Entrada de granda em 2014: 105 milhoes – 315 milhoes de reais.
Vem da Champions League e das vendas de jogadores, mais a fantastica média de publico pagante.
Venda em 2014 de 3 bons jogadores: Salah (Chelsea), Yann Sommer (Moenchengladbach) e Valentin Stocker (Herta Berlin).
Juntos trouxeram 36 milhoes de francos. 108 milhoes de reais.
E o CRF?
Torcedores trouxeram 42 milhoes – 126 milhoes de reais. Parece que esse valor nao pode subir mais. Ai entra em jogo o numero de gente que torce pelo FCB.
Valor do time no momento: 55 milhoes de francos. 165 milhoes de reais.
Claro que subiram tb as despesas.
Salarios p.e. sao uma eterna fonte de discussao. Pagam muito, comparado com outros times suiços, dos quais podem se servir à vontade. Mas comparado ao exterior, pagam muito pouco.
Isso sendo – todo jogador bom ficarah soh UM ano no FCB.
Mas enquanto vendem com enorme lucro, nada disso importa.
Ultima coisa: Soh para se ter uma ideia da supremacia desse clube: Ele ganha tanto quanto TODOS os outros 9 da primeira divisao juntos …
Espero que nao enchi demais.
SRN
André, meu parceirão, analisei o lance com bastante atenção várias vezes, utilizando-me de todos os recursos tecnológicos que possuo, na minha televisão, e posso lhe assegurar com toda a certeza que foi pênalti sim. E o filho da puta do árbitro estava pertinho do lance.
Aliás, o Roger Flores, que comentava o jogo no Sport TV, afirmou também que foi pênalti, no que foi endossado pelo narrador da partida, apesar de ambos discordarem da nova interpretação da FIFA, sobre a questão.
No vou entrar nos detalhes que justificam a existência do pênalti. Quem quiser que vá estudar as regras que regulam uma partida de futebol e parem de dar palpite no que não entendem. E façam, ainda, como eu e o André, que ficamos até de madrugada assistindo às gravações das partidas do Flamengo. Deixem o Espínola falar as merdas dele sozinho.
Carlos Moraes, só vou lhe dizer uma coisa: o Patrick do galo não tentou tirar o braço como o Espínola afirmou. Foi a força do impacto da bola que movimentou o braço do jogador para trás. Antes de o Sheik chutar, ele abriu os braços como um crucificado. Entendeu ou quer que eu desenhe?
Não é chororô, não. Perdemos porque jogamos muito mal. Mas, que o Flamengo mais uma vez foi prejudicado pela arbitragem isso foi, não só pelo lance do pênalti. Expulsar um adversário quase ao fim da partida com 2 X 0 pela cara, é ação prá enganar trouxa.
André, vamos continuar denunciando os escandaloso erros de arbitragens contra o Flamengo. Valeu parceiro.
Sempre Flamengo.