O alerta estava logo na entrada da Casa França-Brasil, que abrigou com louvor a mostra “Flamengo: história de uma paixão”, encerrada na última quarta-feira. Assim que passei a porta do centro cultural, estanquei para ler as palavras dos curadores. Um senhor simpático, que também chegava, olhou para o textão na parede, olhou para mim, e soltou: “Ah, não vou ler não; já li tudo que existe sobre o Flamengo”. E foi em frente, para ver as fotos e se aproximar da algazarra que a torcedora Zica e o Santa Cruz, aquele cabeludo do rádio faziam com outros geraldinos folclóricos.
De fato, os rubro-negros podem mesmo ser repetitivos, mas decidi permanecer lendo mais um pouco, motivado pela brisa de setembro que já antecipava a primavera. Acabei refrescado por uma bonita história que li, contada por Jesus Chediak, tricolor e diretor da Casa.
Escreve Chediak que, em 1972, decidiu ir ao Maracanã ver um Fla-Flu, ele mais 120 mil pessoas. Deu a lógica: 5 a 2 para o Flamengo, e Jesus ficou pau da vida. Na segunda-feira, encontrou-se com o também tricolor Nelson Rodrigues em frente à redação do “Jornal dos Sports”, para tomar um mingau de maisena, e desandou a cuspir marimbondos contra tudo e todos que foram, eram e seriam rubro-negros um dia.
“Então o Nelson me olhou sério e grave, e disse emocionado: ‘Meu filho, nunca mais fale mal do Flamengo. Se não existisse o Flamengo, não haveria o Fla-Flu.’”
Nesses momentos de eliminações, atuações insossas e “crise na Gávea”, fases que qualquer rubro-negro entre 5 e 105 anos já cansou de atravessar, as palavras do profeta dos cronistas aliviam e temperam. Dá quase para escutar a voz de NR procurando nos amansar, após a sequência de despachos – contra o Cruzeiro, no Mineirão, e agora contra o Corinthians, em São Paulo.
– Meu filho, nunca mais fale mal do Flamengo.
– Mas seu Nelson, tu viu que bando de fio da zunha ontem em campo? Não posso nem falar mal daquele corno do…
– Meu filho…
– Tá bom, tá bom. Agora explica aí: mingau de maisena? Eu hein.
Mas nessa o Nelson está certo e a instituição Flamengo não tem culpa de nada. De quem é a responsa então? De todos menos alguns? Só dos cabeças? De um ou dois jogadores menos técnicos? Para alguns entendidos, contudo, o fracasso na Libertadores e na Copa do Brasil tem apenas uma razão: a lógica.
É o caso, por exemplo, do executivo Paulo Angioni, que há uns dois meses já antecipava, numa vasta mesa no Adegão Português: “Podem anotar. Time que quer vencer a Copa do Brasil ou a Libertadores está automaticamente fora da disputa do Brasileiro. E vice-versa”.
Angioni dizia que o Cruzeiro de 2003, a singela exceção que confirma a regra, só chegou lá por um planejamento muito bem feito e um calendário favorável. Diretor do futebol rubro-negro de 1993 a 1997, Angioni justificava a tese, alegando em especial questões psicológicas: para ele, a cabeça do jogador brasileiro só consegue se concentrar num torneio só – normalmente o que a torcida, a imprensa e o burburinho no clube mais falam. O resto acaba sendo jogado sem a mesma gana, inconscientemente, e por isso raramente há um time campeão nos pontos corridos e nas copas.
Será? A teoria, de fato, explica Corinthians x Cruzeiro na final da Copa do Brasil, dois times já sem chances no Brasileiro. E, de certa forma, corrobora também com a temporada do Palmeiras, que tem avançado com louvor no Brasileiro e na Libertadores, mas para tal conta com dois elencos bem separados – cada um com o seu foco, cada um pensando em morder sua própria taça.
Para o comentarista PVC, o insucesso do Flamengo também se explicaria por outras razões que não as más contratações e a falta de sangue nos olhos, a tal “bananice” que se espalha pelas redes sociais como antigamente se espalhava que Kleber Leite era “pé-frio”. Falta de sorte ou de pulso me parece ser sempre a desculpa mais à mão para falta de planejamento e escolhas erradas. Afinal, se tapão na mesa ganhasse sempre no futebol o Dunga seria campeão todo ano e o Felipão não teria levado de 1 a 7 outro dia. E nosso próximo presidente seria o Wallid Ismail. Ou um capitão de quinta categoria, como o… deixa para lá.
Segundo PVC, o calendário do futebol brasileiro é o que tem impedido os melhores elencos de jogarem bola, pois espreme os treinos e mina o entrosamento. O resultado: clubes argentinos, colombianos ou uruguaios volta e meia eliminam nossos poderosos times brasileiros nas competições sul-americanas. Reinaldo Rueda, ex-Flamengo, concorda com o jornalista, e acrescenta: “Qualidade é mais importante do que quantidade. Com certeza, muitos jogos e viagens impedem bom nível. É quase impossível realizar treinamentos com alta intensidade. Fazemos só recuperação e partidas”.
O artigo de PVC na “Folha de São Paulo” chama-se “Clubes brasileiros sofrem com falta de tempo para treinar – Para formar grandes equipes aqui, é necessário mais do que grana”.
Claro que nada disso é desculpa para terminar o ano com a estante repleta de micos e vazia de títulos. A comissão técnica que se preparar melhor, sabendo como poupar atletas e contando com um elenco forte e motivado, pode ir bem nas competições e minimizar as bizarrices da CBF, inclusive as más arbitragens.
Enquanto os títulos não vêm, nos refugiemos nas belas exposições do Flamengo, como a da Casa França-Brasil. Era tanta foto bonita, tanta informação rara, que deixei passar a Taça Salutaris, o lustroso troféu que conquistamos em 1927 como o “clube mais querido do Brasil”, na famosa votação do “Jornal do Brasil”. Nem vi, talvez por culpa da cabeleira do Santa Cruz.
Tenho que reconhecer: o Flamengo me fez um bem inestimável, eu que só conseguia ver o jogo do meu time ( apesar de tudo continuo com esse amor incondicional) com um Rovotril e, às vezes, até com uma dose de Teacher fajuto (envelhecido em doze minutos) nos cornos,de uns tempos pra cá minha indiferença é tão grande que não me emociono mais, dispensei tudo e encaro o jogo numa boa, no emotion.Fiz até um diagnóstico como está em uso nas notícias fúnebres: o Flamengo morreu de falência múltipla dos órgãos.
La fora trocam tecnico sem saber por que.
Ta na hora de trocar “tecnico” aqui no blog – aqui sabemos porque: Parou, sem-saco-less, parece.
Rever: “Daqui a pouco o Flamengo terah a cara do DJ.”
Daqui a pouco nao – jah tem, e como!
PALMAS, PALMAS DE PÉ E GRITANDO BRAVOS, COMO NOS VELHOS TEMPOS DO THEATRO MUNICIPAL ! ! ! ! !
Para quem, cabe indagar.
Para mim, mesmo.
Tive a coragem de escrever que NÃO GANHARÍAMOS do Bahia.
Está logo ali embaixo, para quem duvidar.
^Amanhã, podem me cobrar depois, o Bahia fecha o caixão^.
Evidentemente, fechar, de todo, seria impossível, mas ficar já fora das Libertadores (teremos que torcer para Grêmio e Palmeiras, um deles, ser o campeão) na fase de grupos, pois o modesto quinto lugar nos reserva apenas a fase inicial, já é a marca registrada do FRACASSO de uma das PIORES ADMINISTRAÇÔES de todos os tempos rubro-negros.
Não se iludam. Esta será a nossa classificação definitiva, apesar da vantagem final em desgate físico em relação exatamente a Grêmio e Palmeiras.
Nunca me iludi com o nosso time, como escrevi aqui mesmo por várias vezes.
Senão, vejamos.
Um bom goleiro, ali não mora o perigo.
A partir daí, uma verdadeira tragédia.
Classifiquemos os jogadores em pernas de pau (PP), regulares (R), aceitáveis (A), bons (B) e craques (C).
Pará – PP
Rodinei – PP
Léo Duarte – R
Rever – R
Rhodolpho – R
Trauco – R~
René – PP
Cuellar – B~
William Arão – R
Lucas Paquetá – B
Everton Ribeiro – A
Diego – A
Henrique Dourado – PP
Uribe – PP
Vitinho – PP
Marlos – PP
Berrio – PP
Piris – R
Não temos sequer UM craque no nosso elenco, o que não chega a ser uma desvantagem, pois, nos rivais, também NÃO existem.
Apenas três jogadores BONS, o Paquetá, o Cuellar e o Diego Alves, além , pelo que estão jogando, dois aceitáveis, o Diego e o Everton Ribeiro.
Mesmo para o PÉSSIMO nível deste Brasileirão, é muito pouco.
Cá entre nos, não há técnico que dê jeito nisso, muito menos o medíocre Dorival Júnior.
O Rueda estava certíssimo. Depois de mostrar que o Paquetá PRECISAVA ser titularizado, pulou fora, para não pagar MICO.
Enraivecidas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Uma primeira observação, que não é a respeito do artigo, mas sim do excelente comentário do Rasiko.
Superou o velho Cícero.
Na sua Bananária, liquidou, em poucas linhas (não tão poucas assim), o pobre e coitado Eduardo Bandeira de Mello.
Para mim, o pior de tudo é a conclusão definitiva – seis anos de penúria e de muito dinheiro jogado fora com contratações absurdas.
Por uma pesquisa aí (não do IBOPE ou da Datafolha) teriam sido 71, embora eu desconte uma, a do goleiro Júlio César.
A espantosa maioria, a começar pelo cabuloso Carlos Eduardo – da responsabilidade de outras zêmulas, Wallim/Pelaipe, a famosa Dupla do Mal – por preços muito acima do mercado e sem o menor retorno técnico.
Amanhã, podem me cobrar depois, o Bahia fecha o caixão.
Tenebrosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Concordo com o vibrante e apropriado comentário do Rasiko, o Flamengo foi desconstruído pelo Bandeira de Merda e sua diretoria que não entende de futebol, só espero que o próximo presidente não seja da mesma laia!
Esse Bandeira poderia ser um diretor financeiro, jamais, o presidente do Flamengo, o seu pensamento tacanho em relação ao tamanho do Flamengo, egocêntrico, arrogante, omisso, teimoso e incompetente no futebol nunca combinou com a História e as Tradições Rubro-Negras, o seu desprezo pela Torcida Magnética alijou o clube do que tem de melhor e tenho que concordar com o Rasiko, foi o pior presidente da História do Flamengo no futebol, nem o Edmundo, nem o Kleber, nenhum foi tão amador e trouxa como ele, totalmente paternal com os piores jogadores do elenco, a quem declarou proteger e blindar da Torcida, fez um ambiente anti-profissional e perdedor no futebol, sempre se cercando do que há de pior e mais caricato em contratações caríssimas de refugos de outros clubes, pernas-de-pau, ex-jogadores em atividade, jogadores canelinhas de cristal e uns raros bons jogadores!
Que nunca mais volte a se candidatar, o Flamengo não merece!!!
SRN!!!
DJ ???
Eh a falencia, puro e simplesmente.
Trocar 6 por 1 ? Corresponde ao que fazem, jah anos.
Poxa vida – que falta do que fazer, hein, cambada?
Esse DJ não serve para boate alguma.
É velho, ultrapassado e incompetente.
Rasiko, com todo o respeito, mas entre a sua análise e as opiniões de Angione, PVC, Rueda e Dunlop, fico com as últimas sem pestanejar.
Quer colocar TODA a culpa no Bandeira? Vai em frente, cada um tem a sua tese.
Mas não se esqueça que, durante anos, muito antes do Bandeira, temos sido alvo de chacota em quase todos os campeonatos que disputamos, com exceção de um carioca aqui e outro lá. Nem vou mencionar a briga pra fugir do rebaixamento quase todos os anos e as eliminações vexatórias em quase todas as edições da Libertadores que disputamos, ou mesmo “feitos” como perder final da Copa do Brasil em pleno Maracanã para o Santo André, ou tomar goleadas toda vez que enfrentamos qualquer time do Sul na casa deles.
Não Rasiko, essa “mentalidade” perdedora não vem de hj. O que vc hj atribui ao Bandeira já foi, em outros tempos, atribuída a diversos outros fatores (presidentes corruptos, jogadores sem sangue, salários atrasados, pernas-de-pau, treinadores muito jovens ou ultrapassados, etc.). You name it.
O Flamengo, por mais duro que seja, não é protagonista de nada há muito tempo. Times sul-americanos torcem para cair na chave do Flamengo na Libertadores, ninguém mais respeita o Flamengo nem na sua própria casa, o Maracanã.
Quando revelamos bons jogadores de fato (raridade), os mesmos são vendidos imediatamente (ex.: VJ, Jorge, Renato Augusto, etc), o que não é exclusividade do Flamengo. O próximo é o Paquetá, que inacreditavelmente já começa a ser criticado pelo torcedor.
Aquele time do Flamengo de 2013 não ganhou a CB porque ainda não tinha sido impregnado pelo “Bananismo”, mas porque tinha um monstro de jogador que marcava, armava e fazia gols decisivos, um tal de Elias.
Sua análise é muito simplista, Rasiko, chega a ser leviana (com todo o respeito).
Aquele Flamengo raiz, como muita gente se refere, já morreu e esqueceram de enterrar (com alguns sopros aqui e lá como o Brasileiro de 2009 e a Copa do Brasil de 2013).
Eu não tenho resposta para isso, mas botar tudo na conta do Bandeira é demais pra mim.
O maior erro do Bandeira, na minha opinião, foi não ter pagado o que fosse necessário para manter o Elias no elenco, e ter mantido o Zé Ricardo por tanto tempo.
E o nosso maior azar foi o Rueda ter optado por sair do clube, que pra mim foi um sopro de lucidez no meio de tantos técnicos medíocres que passaram pelo clube.
SRN.
Assino embaixo
Pelos menos alguém concorda comigo aqui, valeu Xisto!
Sobrou pra quem?
O que acontece no e com o futebol do time do Flamengo nas mãos tortas e cérebros vazios dessa inacreditavelmente incompetente diretoria, é um dos momentos mais tristes da história do clube. (E aos que, porventura, replicarem com a já agora velha ladainha de “eles deram jeito nas finanças” [quando todos estão cansados de saber que esse ‘eles’ não inclui o Banana], pergunto: que jeito é esse que consome milhões e milhões de euros, dólares e reais em contratações de jogadores medíocres pra baixo que até agora não resolveram nada e que, em sendo medíocres, não vão resolver nunca [se o ‘craque’ Diego Ribas não resolve…]? Me repetindo: foram os Finanças e Jurídico que colocaram a casa em ordem e Mister Banana teve muito pouco a ver com isso, se é que teve. Isso faz parte da excelência da administração). Como avisei naquela época, o Banana foi mordido pela mosca azul da vaidade e várias vezes já recusou o antídoto. Por ter sido sempre um mero e insignificante coadjuvante por onde passou – e passou por poucos lugares e teve poucas e tão mornas experiências que refletem com perfeição sua personalidade fraca e insegura, destituída de qualquer carisima e poder pessoal – o Banana, na primeira oportunidade que teve na vida, não teve inteligência bastante para NÃO se identificar com o cargo por se dar conta de que esse seria o caminho mais curto para a desgraça dele e do clube que, temporariamente, estaria dirigindo. “Quem nunca comeu mel, quando come se lambuza”, diz o dito popular, pelo menos no RS. Foi o que aconteceu. E foi essa pequenez de espírito e, principalmente, de visão que contaminou o Flamengo como um todo, incluindo, claro, mais principalmente ainda, os jogadores. Em termos técnicos na psicologia, isso é chamado de “campo de energia”. Banana impôs seu campo de energia no Flamengo a partir do momento em que decretou uma ditadura branca – não declarada – e trocou os azuis originais por outros bananas, como Rodrigo Caetano e Zé Ricardo, pra citar os mais famosos, mas é evidente que seu círculo interno era e é formado somente por bananas (o que são Barbieri, Lomba e Noval senão uma trinca de bananas?), caso contrário não teria se sustentado no cargo e muito menos se reeleito. Prova disso é que o único título de expressão da sua gestão foi a Copa do Brasil de 2013, quando então essa influência maléfica ainda não tinha se instalado no cenário. A partir do momento em que os jogadores “sentiram” que tava tudo dominado, que o papai os apoiava e apoiaria sob qualquer circunstância, a queda de rendimento de jogadores como Arão (na minha opinião, o caso mais evidente), Diego e outros, num efeito cascata, é o que temos visto. A gritaria da imprensa tem sido grande. Os programas esportivos estão descendo a lenha na figura do Banana e alguns até mesmo colocando em dúvida sua suposta “honestidade” inquestionável. Um dos conselheiros do clube não teve meias palavras – “é um homem sem escrúpulos”. Já dizia Kissinger, o velho canalha, estafeta da cúpula da elite, “O Poder é o supremo afrodisíaco” – e ele sabia como poucos do que falava. Banana, compreensivelmente (é o único desconto que dou pra ele em esforçado, porém consciente, exercício de compaixão), se derreteu e submergiu aos encantamentos da psicodelia afrodisíaca. Era previsível. Presidente do clube de MAIOR TORCIDA DO MUNDO. É muito. Pra todos. Mas não pra qualquer um. E Banana é “qualquer um”. Ele não tem apenas uma personalidade fraca e insegura, que geram a arrogância como forma de compensação na auto-imagem, mas também um caráter com flexibilidade e superficialidade suficientes pra justificar o uso da imagem do Flamengo em campanha eleitoral e as constantes teimosias impositivas que resultam na mancha dessa mesma imagem. Resumindo: Banana não resistiu a se confundir com o cargo. O Flamengo passou a ser dele (pra que servem, afinal, essas porras de Conselho disso, Conselho daquilo?). Os apelos e estímulos que seus sentidos receberam foram, literalmente, Over the Top. O erro, portanto, em última análise, foi do imbecil que o convidou a ser candidato sem saber, de fato, de quem se tratava no que diz respeito a ser ou não ser, numa análise imparcial, um homem íntegro e competente. Eduardo Banana de Merda, definitivamente, não é. Nem uma coisa nem outra. Ao contrário, trata-se de um homem pequeno, vaidoso, arrogante (repito, como forma de esconder sua insegurança), prepotente, covarde (tomou um esporro público do Rubinho e botou o rabo entre as pernas), traíra (traiu os amigos que o colocaram naquela cadeira, e a traição, além de não poder ser transcendida, não admite consciência tranquila; seu único recurso é ser jogada no mais promíscuo, nojento e asqueroso arquivo no pouco visitado lixo do inconsciente), incompetente no departamento de futebol, irresponsável com o dinheiro do clube, transformou o projeto FLAMENGO em algo de interesse pessoal e político – esse homem é honesto? Será que o conceito de “honestidade” é tão elástico assim para que indivíduos diametralmente opostos como Zico e Banana caibam numa mesma definição? E, mais, aprendi desde cedo que honestidade não é nenhuma qualidade a ser exaltada, mas obrigação, pela compreensão mínima de que sem ela a vida civilizada é impossível.
Alguém realmente acredita que essa mentalidade que impera no Flamengo atual tem condição de ser campeã de alguma coisa ou trata-se apenas de uma sinapse com neurônios entumescidos que, por isso mesmo, nunca se desfez – até porque nunca foi questionada sua função de piloto automático –, mas que, a essa altura, por mero instinto de sobrevivência, no mínimo do corpo emocional, passa batida na mais profunda indiferença?
Estão tirando meu último brinquedo. Talvez esteja na hora de crescer. E morrer antes que eu morra. Soltou-se o fio derradeiro do cordão umbilical quando percebi que o Flamengo que eu amava, tinha morrido antes de mim.
Banana de Merda cometeu o hediondo crime de matar nosso maior orgulho: a fogosa e intrépida alma rubro-negra. Foi nessa vibe que eu surfei a vida inteira, desde muito antes de colocar os pés no chão pela primeira vez por minha conta e risco. E nesse tempo todo, com todas as intempéries inerentes ao vermelho da vitalidade e ao negro da profundidade, nunca tinha presenciado tamanha distância entre as origens e a mística do Flamengo (pra mim, completamente atrelada ao poder das cores vermelha e preta) e o comportamento dos seus jogadores em campo e da comissão técnica e diretoria fora dele. Não lembro desse fato ter acontecido antes. Talvez, eventualmente, um ou outro jogador, por motivos diversos, incluindo falta de pagamento, mas empenho em campo nunca faltou (Vampeta out), pelo menos de forma que tenha marcado o torcedor como este time está marcando – “arame liso”, “time banana”, “time que não vibra”, “sempre as mesmas desculpas”, “tanto faz ganhar ou perder, a atitude é a mesma”… E por aí vai. É o bom-mocismo como regra de comportamento e o mídia training como meio de comunicação (im)pessoal. É nisso que dá a apropriação indébita por parte de um ego primário, adolescente e estúpido. Pois o estúpido-mór, por ser estúpido, ao se apropriar do Flamengo, implantando a ditadura branca, tal como uma criança a quem é dada um presente inesperado e caro, não teve a maturidade e muito menos a grandeza de compartilhar dúvidas, dividir êxitos e delegar tarefas, concentrando cada vez mais o poder, rachou a ideia original dos azuis originais de um Conselho Gestor onde a palavra/voto do presidente NÃO teria mais peso do que os outros integrantes do Conselho, tornando-se o exemplo clássico do Napoleão de manicômio, mas, ao contrário do seu inspirador, um gênio em táticas militares, as táticas do Banana como presidente, no sentido de favorecer ao seu presidido, foram todas desastrosas, causando prejuízos financeiros, derrotas esportivas e vexames públicos sucessivos. E tudo isso em troca de uma ego trip típica de alguém que nunca antes em sua vida teve qualquer razão ou motivo pra tê-lo (ego) enaltecido, de tão desbotado e insignificante. Por isso digo que é compreensível. Mas como não estou aqui como terapeuta dele, quero mais é que ele e sua influência maléfica e derrotista seja expurgada da Gávea e do Ninho (a Ilha foi pro caralho) pra sempre.
Sem dúvida, o senhor eduardo banana de merda foi O PIOR PRESIDENTE DA HISTÓRIA DO CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO.
O próximo presidente tem que ter a visão óbvia de tratar como prioridade absoluta a devolução intacta da essência rubro-negra ao time e aos seus torcedores. Sem a mística um símbolo não tem vida. Sem a paixão, as vitórias épicas e os grandes títulos o Flamengo se torna uma figura de retórica falsa e apática, onde predominam o desapontamento, a frustração e, por fim, a indiferença, o “não vale a pena”. O Flamengo vagueia hoje pelos meus pensamentos e sentidos como se fosse a amante por quem, depois de tantos anos e tanto amor, fui perdendo o tesão, cansado da mesmice e da falta de criatividade (qualquer semelhança com o futebol praticado pelo time não é mera coincidência). E, como proclamou o grande e corajoso Roberto Freire (o psiquiatra, não o político), sem tesão não há solução. Esse “cujunto” diretoria-time é uma pau-molice ambulante, o que não só sugere mas implica numa imagem de indiscutível e requintado mau gosto.
Tudo a ver.