Há quase dois anos, resolvi fazer uma mudança radical na minha vida. Do Rio de Janeiro, professora do município desde 2003, vizinha do Maracanã, sócia do Clube de Regatas do Flamengo e, quase sempre, assistindo ao Mais Querido in loco, mudei de país, me casei, e decidi voltar a estudar inglês e investir profissionalmente em outra área.
Muitas coisas são difíceis quando se faz esse tipo de transição: ficar longe da família e dos amigos, ter que falar outra língua, conviver com outra cultura e com outras regras, não ter mais a antiga rotina de trabalho ou não poder acordar cedo em um sábado e ir à praia (ou outra coisa que faça parte do seu lugar). Além dessas reviravoltas, pelas quais todos passam, encarei outra, cruel e dolorosa: ficar longe do Flamengo e de todo o ritual que tinha nos dias de jogo. No meu caso, não era somente ir ao estádio. Envolvia passar o dia no trabalho pensando na partida, me encontrar previamente com as pessoas, tomar um chope falando das expectativas e depois sair pra comemorar ou beber as mágoas com os amigos, irmãos e sobrinhos.
Meu primeiro ano fora foi complicado. Ainda estava no período de muitas novidades, coisas com as quais precisava lidar e resolver. E o Flamengo ainda me fez passar raiva.
Aí veio 2019. Um ano que, em se tratando do Flamengo, até a sua metade ainda parecia 2018. Mas não. Enfim, tinha chegado o ano mágico e já podíamos sentir isso já em agosto. E se eu tinha achado o ano anterior difícil, não sabia o que estava me esperando até o fim de 2019.
Sempre falei nos meus vídeos, nas minhas redes sociais, no meu grupo de amigos, como achava incrível o torcedor off-rio. Aquele sujeito que não pode sempre estar perto do Flamengo, mas é o Flamengo. E nestes quase dois anos longe, vivo essa sensação na pele. Não é todo dia que a transmissão está boa e, muitas vezes, só se consegue assistir ao jogo já com 30 minutos de bola rolando. Em muitos casos, apenas no segundo tempo.
Há momentos em que a solução é pedir aos amigos e familiares pra comentar, à distância, a situação. Isso pra não dizer que, quando nada funciona, é preciso “caçar” links (que, em geral, travam o tempo inteiro). E estou falando de acesso pleno a internet, telefone, etc. Imaginem o indivíduo que cresceu com essa paixão e nem essas ferramentas possui?
Vivo hoje numa cidade que nem sabe o que está rolando no futebol. Então somos nós, eu e meu marido Marcel, dividindo todas as angústias, choros, gritos e explosões de alegria (com aviso no condomínio, pois, por não saberem do que se trata, podem até chamar a polícia). Só nós dois, vivendo esse 2019 do Flamengo aqui em Austin, no Texas. Talvez eu esteja sendo injusta falando “só nos dois”, porque sempre tive parentes e amigos fazendo ligação diretamente do Maracanã, de churrascos, da van indo pro estádio e até de Lima, na final da Libertadores. Assim pude vivenciar o Flamengo em 2019, assim estive em todos os lugares que o Flamengo jogou, assim me senti ali, do ladinho, sentada em cada arquibancada.
O que aprendi? O torcedor do Flamengo nunca estará sozinho. Estaremos sempre ligados por essa paixão enlouquecedora, esse amor imensurável, esse ódio que termina na próxima vitória, independente de internet, ligações ou links travando. O Flamengo é energia. Por quê? Como disse Mário Filho, “o Flamengo se deixa amar à vontade”.
Estou em lisboa e também fico com medo de chamarem a policia de tanta gritaria.. kkkkkkkkkkk MENGAO PORRAAAAAAA
ahahhahahahahhaa Mengoooo
Texto emocionante, Nivinha. Escreva mais. Mas não abandone seus apaixonantes vídeos. Você tem talento de sobra. Saberá, como poucos, brindar-nos com suas escrita e retórica.
E sejam felizes nas terras do tio Sam!
SRN!
Muitooooo obrigada! SRN!
So não pode se acostumar demais, esquecer o Flamengo, e passar a torcer pelo Austin Soccer Club
hahahahahahaha jamais
Lindo texto, Nivinha! Emocionante!
Nivinha, parabéns, um texto enxuto, emocionante, que expressa toda uma solidão, mas que nunca está só porque o Flamengo está em todo lugar.
Obrigada! SRN!
Muito boa a leitura , vou fazer um.apelo , escreva mais , com certeza vai ter mais admiradores , tem jeito e está entre grandes escritores rubro negros, eu quero mais , fiquei com vontade de ler mais histórias da magnética Nivinha , hehehe.
Como é ótimo ser flamenguista e saber que temos uma nação que segue religiosamente o Flamengo aonde quer que seja assim como a Nivinha de Austin e eu aqui de Belém do Pará.
Obrigada, Alessandro! Saudações!
Adorei seu texto
Obrigada!
Nivinha, gostaria de saber a sua expectativa sobre o time esse ano. SRN
Era a melhor possível. Nesse momento, acho que não teremos mais futebol esse ano. 🙁
Verdade…não deve estar sendo fácil pra vc. Também sou off-Rio daqui de São Paulo e além de tudo isso, tem os antes que agora piraram de vez…kkkkk
Nivinha, seus textos e reflexões são demais. Acompanho e sou fã declarado há muitos anos. Espero que toda essa alteração no ritmo de vida que teve nos últimos anos sirvam de mola propulsora para o sucesso. Um forte abraço pra vcs aí e espero um dia poder conhecer vcs pessoalmente e compartilhar da mesma emoção de ser Flamengo.
Obrigada pelo carinho, Gilson! Saudações!
Oi Nivinha…eu sempre fui off Rio…tirando parte da vida em Niteroi…morei enqto jovem, solteira e no meu habitat…depois casei, fui pra varios lugares…ate q um dia surgiu a oportunidade de voltar a morar em Niteroi…lembro q minha mae alugou o apt, enqto eu ajeitava a mudança no interior de SP. No dia q fui definitivamente, viajamos num domingo, o dia inteiro…ate q chegamos e resolvemos passar em frente ao apt q iria morar…eu ainda nao conhecia. Era na avenida 5 de julho, do lado da Nobrega…onde tem os bares alí do “baixo Icaraí” …era final do campeonato carioca de 2007. Eu nem sabia q a minha rua era ponto de encontro da torcida. Naquele momento, a sensação foi uma só: cheguei na minha casa. Mal consegui ver o predio, era flamenguista pra tudo qto é lado, um boas vindas q nunca vou esquecer. A vida é assim…um eterno vai e volta…mas o mengao tá lá! Firme!! Apesar de morar perto do Rio, aqui em SP os flamenguistas só aparecem nas conquistas nacionais pra cima!!! Fora isso tenho uma saudade imensa, dos fogos, dos gritos nas janelas, do dia seguinte todo mundo com o manto na rua. Eu me sinto meio visitante onde moro, e o Flamengo com certeza tem sua parcela de culpa…ehehe…ai q saudade.
Por coincidência, morei na mesma rua que você em Niterói e sei exatamente do que vc está falando. Estaremos sempre unidos por esse sentimento. <3
Sempre vi em voce um simbolo da nossa famiila Flamengo!!! E onde voce estiver a alma e o coraçao do Flamengo, ali estarao com voce e sua familia!!!! Saudacoes rubro negras!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Obrigada, querido! <3
SRN, little Nívea!
Como disse um colega meu, vc era uma tremenda pré-fria, foi só sair do Brasil e o Flamengo ganhou Liberta e Brasileiro nesmo fds!
Brincadeira, belo texto, continue escrevendo e gravando vídeos pro RP&A, mas daí do Texas, nem pense em cruzar a fronteira de volta rsrs.
Algumas pessoas me zoam com isso, mas eu vim em 2018, como disse no texto. kkkkkk
Só por curiosidade: em que ano seu marido se mudou para o Texas?
Nos mudamos em 2018.
Vai vir para o lançamento do livro? Ou vai largar o “pepino” de fazer social só para o Murtinho? rs
Infelizmente, não consigo ir agora, mas Murtinho segura essa peteca maravilhosamente bem! ahhahaha
nivinha,
eu não sei o que é ficar longe do flamengo por muito tempo,mas posso imaginar o sofrimento,ainda mais com o ano fantástico do mengão.
SRN !
Complicadíssimo, mas a gente vai sempre dando um jeitinho. kkkk
PS – tome cuidade com o leite daí. Engordativo ao extremo.
Excelente texto, Nivinha.
Nós, do Grupo des Cavaleiros, não nos esquecemos do último dia 19.
Tudo de bom para você e seu marido.
Uma última pergunta – atè quando ou pretende ser para todo o sempre.
Emocionadas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Obrigada, seu Carlos! Agradeça a todos! Espero que possamos tomar um chope em breve, <3