Parece que escuto Godinho cantarolando Futuros Amantes nos meus ouvidos. Ou essa voz é a do Fred Luz? Rodrigo Caetano? (Santo Deus!!!!) Quem sabe ainda seria a voz doce e mansa do presidente Bandeira? Sigo confusa tentando identificar:  Não se afobe não que nada é para já, Vivi….

Mais um início de temporada e o Flamengo deve ser algum time submerso, onde os escafandristas virão para explorar nosso ataque, nosso meio campo, nossa lateral, nossa defesa. Sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma rubro-negra. Desvãos! E começa um campeonatozinho maroto aqui, outro ali, e seguiremos todos buscando decifrar O ECO DE ANTIGAS PALAVRAS dos nossos dirigentes de uma vida. Adoraria saber como pensam meus onze leitores sobre essa página sombria da nossa história: a pré-temporada. Eu, a última das românticas, torcedora das antigas, nostálgica do velho futebol, mesmo eu, não imaginava que começássemos o ano com um ELENCO formado. Elenco, essa palavra fragmento. Talvez meus futuros sobrinhos, seus netos, alguma geração bem a frente da nossa possa receber essa benção. Nós, não. Seguimos com mentiras, retratos, vestígios de uma estranha civilização rubro-negra. Sem alma, sem bola, sem comprometimento, sem raça, sem FLAMENGO, sem elenco.

Ainda bem que temos diretor-executivo de futebol (sic) para nos dar segurança e esperança nessa montagem do time!!! O clube tem previsão orçamentária para o longo do ano de 2016 e não para investir “tudo” agora. Que mistério é Rodrigo Caetano. QUE MISTÉRIO. E seguimos para mais um ano esperando JULHO chegar, aquele desespero, aquela gastura, aquela vergonha. Mas, sábios em vão tentarão decifrar esse trabalho silencioso. Salve Rodinei, Juan e Willian! Salve Mancuello! Força, Caetano! Avante diretoria por mais um zagueiro, um volante, um meia. Dois mil e dezesseis  já sai da vida para entrar na história de mais um início medíocre na estrutura do futebol. Colocarei na conta do período eleitoral. De um ano que começou com a ressaca da reeleição. Da crise. Do dólar. Da minha santa mãe. Antes que alguém coloque na conta da torcida.

O amor não tem pressa. Ele pode esperar em silêncio. A torcida do Flamengo não. Deixem o Godinho trabalhar. Calma que o Caetano está executando. Espera que a prioridade é o Centro de Treinamento! EU não vou esperar em silêncio. A torcida do Flamengo também não. Se vivemos uma quebra de paradigmas na arte de presidir e dirigir o Clube de Regatas do Flamengo, também temos uma “new” torcida. A que entende de tudo. Discute tudo. Analisa tudo. Contrata. Especula. Indica jogadores. Negocia. Aprova. Analisa contratos de placas de publicidade. Eu sou da torcida  old school rubro-negra. Mas, trago na alma traços dos novos tempos, logo, COBRO. EXIJO. CORNETO. Mas, acima de tudo, TORÇO para que tudo dê certo. E sigo devota de São Judas, claro. Eu não vou esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante, milênios, milênios no ar. Não vamos tolerar mais três anos de um departamento de futebol perdido, limitado, incompetente e sem títulos. E conto com o parceiro Muricy para ficar na cola deles lá no CT. Vai ser uma vergonha ver nosso ténico esculachando o local de trabalho.  Entendedores Entenderão.

Se amores serão sempre amáveis, esqueçam tudo que escrevi nos parágrafos anteriores, deletem, joguem fora. Pois meu coração rubro-negro está me dizendo que apesar dessa morosidade, dessas velhas práticas de preparação e contratação, o meu AMOR MAIOR será amável comigo. Eu não sei explicar, mas sei sentir. O Flamengo não me abandona. O Flamengo não mente para mim. O Flamengo não descumpre acordos. O Flamengo cuida de mim. O Flamengo me ama. É meu parceiro, meu amigo, meu amante. O Flamengo faz comigo o sexo mais gostoso, me faz explodir num gozo profundo quando marca um gol, proporciona o orgasmo eterno quando ganha um título. Flamengo, em 2016: ME AME. E então, meu Flamengo, futuros amantes, quiçá, se amarão sem saber, com o amor que eu um dia, deixei pra você.

Pra vocês,
Paz, Amor e “Rumo a Tókio” em 2016.