Minha vontade de escrever esse pós jogo é análoga à vontade com que o Flamengo encarou o mequinha de minasss, puta obrigação chata do cacete. Um jogo que, francamente, poderia ter sido decidido com uma troca amável de emails entre os dirigentes. Quanta emissão de carbono do mal poderia ter sido evitada se a disputa fosse travada no território epistolar. Mas o show não pode parar e lá foi o Flamengo reabrir o Maracanã e doutrinar os pagãos pela terceira rodada do Brasileiro 2021, o Covidão Reloaded.
O jogo em si não foi dos mais inspiradores. Percebam que já se tornou um padrão desse Flamengo, quando o desafio esportivo é de menor relevância a rapaziada não solta os cachorros. Contra os pequenos o Flamengo não dá vexame, mas joga muquiranamente bem, apenas o suficiente pra fazer o resultado sem muita aporrinhação. O que já uma louvável evolução desde aqueles tempos soturnos do Carioca clandestino em que até perder do Flor o Fla perdeu.
Jogo caído, mas alguns dos seus aspectos merecem destaque. Em primeiríssimo lugar o brilho continuado da estrela do jovem Muniz. Um cara que nem era centroavante quando chegou na base do Flamengo, só assumiu a nove quando o Vitor Gabriel foi puxado pro time de cima e hoje mostra todos os cacoetes de um matador nato. Objetividade, frieza, fé inabalável na inevitável falha dos zagueiros e muita marra pra comemorar fazendo cara de mau.
Dizem por aí que tem fila de clube querendo comprar. Aos dirigentes do Flamengo só uma recomendação: leiam o livro. Principalmente o capítulo que trata da venda de Adriano Impera ainda imberbe, um dos piores negócios da história. Muniz é patrimônio do clube e já está sendo útil, se o Flamengo não precisa de dinheiro que bata com a porta na cara de qualquer clube que vier dando ideia. A torcida já está imunizada, agora é só a cartolada respeitar a ciência que fica todo mundo amigo.
Nesse negócio de centroavante o Flamengo não pode reclamar, tem dado uma sorte animal. Temos Gabigol, temos Pedro, temos Muniz. Aí sai o Muniz e entra Ryan Lucas, o moleque em seu primeiro lance no jogo arruma um pênalti claríssimo, doloso, incontestável até a olho nu. Mas tanto o pusilânime apitador quanto os salafrários muquifados no cafofo de Osama que operam o VAR ignoraram solenemente o crime cometido dentro da área do América. Mantendo o padrão dos últimos três jogos em competições organizadas pela CBF, Brasileiro e Copa do Brasil, de não dar pênalti pro Flamengo nem por um caralho.
Uma fonte anônima na CBF diz que na verdade nem tem caralho nessa história, os pênaltis pro Flamengo serão concedidos normalmente, mas apenas após a apresentação do atestado de óbito com a firma do defunto reconhecida em cartório em três cópias autenticadas. Apenas mais uma confirmação de que o grande acordo nacional para fuder com o Flamengo com VAR, com tudo, segue em curso.
No fim das contas, roubado, espoliado, tendo seus jogadores sequestrados por selecinhas e devolvidos cheios de vírus e grilos na cuca, o Flamengo não tomou conhecimento do adversário, fez os três pontos protocolares e se mantém com a, pasmem, melhor defesa do Campeonato Brasileiro. Aliás, a defesa com Diego Wallves e Rodrigo Caio é outro patamar. Os caras jogam e fazem jogar, todo mundo melhora. E assim, desse jeitinho meigo, o Flamengo está há quatro jogos me fudendo no bolão. Os caras não tomam mais gol! Fico feliz, mas puto ao mesmo tempo.
Tudo segue de acordo com o planejamento, Flamengo nada de braçada na competição e parece estar a anos luz de distância dos principais candidatos ao vice-campeonato do Brasil. Só não pode se deixar influenciar pela ruindade alheia, tem que ficar ligado no que é certo e praticar o que aprendeu. As noções de etiqueta e os bons modos não podem ser deixados de lado.
Assim como peidar, arrotar ou colocar os cotovelos na mesa, ocupar a liderança antes da hora está terminantemente proibido. Não é que o Flamengo não tenha capacidade para se manter na liderança durante mais de 30 rodadas, não é isso. O problema são as más companhias. Não fica bem pro Flamengo, desse tamanho todo, ficar aglomerando com esses paraguaios que adoram tirar print da tabela antes da 37ª rodada. A gente já sabe como começam essas histórias de lideranças extemporâneas. Meros contos do vigário protagonizadas por idiotas, cheia de som e de fúria, sem sentido algum.
Por favor, Flamengo, não se empolgue. Mantenha a compostura. Ainda tem muito campeonato. Foco no Tetra da Copa do Brasil, o TRI do Brasileiro é obrigação. Sempre te amarei, onde estiver, estarei. Mas se der mole vou cornetar à pampa.
Mengão Sempre
Já li, agora passa o pix do meu qualquer. Hahaha
Liderança após a 3a. rodada é cano certo.
Apesar disso, diante de mais um jogo muito fácil, prefiro comentar a façanha, até aqui, do Fortaleza e do Atlético PR.
Partindo de um dado no mínimo curioso. Os técnicos dos líderes.
Ambos estrangeiros e ambos rigorosamente desconhecidos.
Juan Vojvoda, o invicto, lá dos cearenses.
Quem é, quem foi, pouquíssimo se sabe.
Um argentino, com passagem pela Espanha, como jogador, e pelo Chile, já como preparador.
Tão desconhecido quanto os times em que jogou e que comandou.
O único que se ouviu falar, muito recentemente, o La Callera, vice-campeão chileno no ano passado e presa fácil na última Libertadores, no nosso grupo.
Antonio de Oliveira Salazar Neto, do Tretis, só a ascendência, em perfeita consonância com o nosso Brasil-brasileiro do momento histórico de uma CPI do caralho. bombando na TV, tanto que estou perdendo jogos da Eurocopa em razão de ouvir os “elogios” aoo psicopata do Planalto.
Quem são esses dois ?
Qual a razão do sucesso, mesmo que momentâneo ?
Só o Bill Duba tem a resposta certo – “os treneros gaúchos de merdda que aacabaram com o futebol tupiniquim”.
SRN
FLAMENGO CERTO
Prezado Senhor Carlos,
Eu não sei quem são esses dois, mas tenho uma hipótese para o sucesso desses times, na qual incluo também o caso do Atlético Goianiense.
Acho que a estrutura e a administração desses clubes são mais determinantes do que o trabalho dos técnicos. Elencos montados e mantidos com cuidado. Preservação de um bom ambiente. Uma ética de trabalho. Daí, talvez até aleatoriamente, alguns técnicos funcionem como catalisadores. No caso do Fortaleza, o técnico parece exercer maior influência. Como disse um comentarista outro dia, o time faz movimentos exóticos. Vamos aguardar um tempo para avaliar. No caso do Paranaense, aparentemente, a virtude está no sistema defensivo. O portuga não goza (gozava) da simpatia da torcida. E no caso do Goiano, o Barroca chegou agora, e se adaptou ao time e não o contrário. Vamos ver. Um técnico ruim pode estragar tudo. Um técnico bom ajuda. E tem os foras de série e aqueles que em um dado momento alcançam a graça.
SRN
Boas colocações.
O caso do Barroca é muito curioso, pois vinha de um rotundo fracasso no Botafogo.
Torço pelo sucesso de clubes que se organizam, onde destaco oo time de Goiás.
Ano passado, quando retornou à Série A, apenas como quarto da B, todos, como eu, acreditavam que fosse ser imediatamente rebaixado.
Pelo contrário, saiu-se bem.
Todos os três estão também na próxima fase da Copa do Brasil, a comprovar que não foi um acaso, ou um lance de sorte.
Também admiro o trabalho que vem sendoo feito no Bragantino. Sempre achei que o Barbieri tinha muito futuro, É sério e estudioso.
Levantar títulos nacionais é quase impossível, mas participar efetivamente já é uma conquista.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Ainda não descobri o motivo, mas esse Flamengo muquirana está me passando uma certa confiança, estou mais tranquilo quando assisto aos jogos, sei lá eu o porquê.
Flamengo parece com medo da conta, vive economizando energia…
Muquiranamente bem. Correto.