Em 1971, o amadorense Jorge Fernando Pinheiro de Jesus completou dezessete anos de idade, e é provável que jamais tivesse escutado uma canção de Milton Nascimento.
Naquele ano, alguns integrantes do que viria a ser conhecido como Clube da Esquina se encontraram casualmente, em Diamantina, com o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek e armaram uma descontraída roda de violão.
Uma das músicas que tocaram foi Beco do Mota. O trecho final da letra de Fernando Brant diz que “Diamantina é o Beco do Mota / Minas é o Beco do Mota / Brasil é o Beco do Mota / Viva o meu país”. Para quem não sabe, o extinto Beco do Mota estava para Diamantina do mesmo modo que a Pinto de Azevedo para a cidade do Rio de Janeiro. Ou, como disse Cazuza com menos sutileza, na letra de O Tempo Não Para: “Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro / Transformam o país inteiro num puteiro / Pois assim se ganha mais dinheiro”.
Nascido em Diamantina, JK não conhecia a canção, que fora gravada em 1969. No entanto, arteiro e serelepe, tudo indica ter frequentado, na juventude, o local que a inspirara. Ao ouvir os versos finais, deu um sorriso maroto para os talentosos músicos mineiros e comentou: “Vocês são uns safados.” Mais de meio século depois de Beco do Mota, o Brasil segue parecendo uma zona de meretrício de dimensões continentais, e isso talvez seja fundamental para entender a decisão tomada por Jorge Jesus.
No dia em que o Mister anunciou oficialmente sua saída, conversei por WhatsApp com meu genro, Caio, que mora em Portugal. Na troca de mensagens, mandei: se eu fosse ele, teria feito a mesma coisa.
Aos motivos.
Primeiro: o vitorioso treinador está a cinco dias de completar 66 anos, e apesar de suas inúmeras conquistas em terras lusitanas, nunca teve a carreira tão em alta. JJ jamais levantou um título com tanta importância para o futebol português quanto a Libertadores tem hoje para o nosso. Tornou-se o único técnico a vencer, na mesma temporada, o Campeonato Brasileiro e a mais cobiçada competição das Américas. (Basta uma gota de imparcialidade para admitir que é forçar demais a barra afirmar que o Santos conseguiu o mesmo na década de sessenta. Em 1962, Pelé e seus companheiros ganharam a Taça Brasil enfrentando dois adversários e disputando cinco jogos. Em 1963, foram dois adversários e quatro partidas. Chamar isso de Campeonato Brasileiro é uma ofensa ao bom senso. A Libertadores de 1963 também foi levantada com somente quatro jogos contra dois adversários.) A temporada de 2019 deu a Jorge Jesus um prestígio que ele não tinha ao partir de Lisboa para o Al-Hilal e nem quando veio, em seguida, para o Flamengo. E a gente não pode esquecer: o esporte que está sendo jogado no mundo inteiro, com estádios desertos, é algo que lembra vagamente o futebol. Dá um azar, o time desconcentra, é eliminado nas quartas de final da Libertadores, perde para o Atlético Goianiense no Campeonato Brasileiro, pimba, demissão. E aí? A garantia de voltar por cima da carne seca era agora. Assinar um contrato de três anos. Enfiar no bolso a grana que lhe assegura uma aposentadoria abastada e tranquila. Estar ao lado da família e dos amigos de fé. Usufruir as delícias das casas de pasto preferidas. Viver em um belo país – que há muito deixou de ser motivo de piada –, ao contrário da esculhambação que insistimos em ter por aqui. Foi o que eu disse ao Caio: não sei por que o Mister demorou tanto para decidir.
Segundo: em momento algum JJ deixou transparecer que sua vinda para o Flamengo representava um projeto profissional de longo prazo. Acredito que a ideia tenha passado por sua cabeça, devido ao estrondoso sucesso e à idolatria da torcida rubro-negra, porém sempre se falou em cláusula de saída se chegasse alguma proposta europeia. Não enganou ninguém.
Por fim, o que está com toda a pinta de ter sido o elemento inesperado, incontornável e decisivo: os sacrifícios exigidos pela pandemia, amplificados pela estranha maneira com que o país decidiu (não) enfrentar o problema, com negacionismo, loas a um medicamento ineficiente, ausência de ministro da Saúde etc. Trata-se de uma conjectura, claro, mas pode ser que, se tivéssemos feito o dever de casa assim que o coronavírus desembarcou aqui, estaríamos agora com a situação melhor encaminhada e um ritmo de vida menos distante do velho normal, o que incluiria o futebol. E isso teria colaborado – quem sabe? – para outro Dia do Fico. Hoje, domingo, 19 de julho, Drauzio Varella encerra sua coluna na Folha de S.Paulo com a seguinte frase: “O Brasil desanima a gente.”
Jorge Jesus é tão competitivo e apaixonado pelo que faz que, durante a acanhada celebração pelo título estadual, no gramado do Maracanã, ele conversava com Everton Ribeiro a respeito de questões táticas. O Mister mostrava os três dedos centrais da mão esquerda, como a indicar o posicionamento correto, Everton Ribeiro retrucava. A obsessão pelo Mundial – que eu, particularmente, não compartilho – foi varrida pelo cancelamento do torneio. Libertadores permanece uma incógnita. Falta o calor das sessenta mil vozes a entoar olê, olê, olê, olê, Mister, Mister. E, convenhamos, o distanciamento na solidão aumenta as saudades da família, dos amigos, da terrinha e da cabeça de garoupa do afamado Solar dos Presuntos – restaurante onde JJ joga em casa.
Em artigo publicado no UOL na sexta-feira, 17 de julho, Rodrigo Mattos afirma que “Jorge Jesus deu uma rasteira no Flamengo”, raciocínio apoiado no silêncio com que ele conduziu as tratativas junto ao Benfica. Discordo. Comparando laranjas com bananas: trabalhei por quase quatro décadas em propaganda, profissão em que, nos tempos das vacas gordas, era constante a troca de um bom emprego por outro melhor ainda. Não conheci ninguém que, ao receber a sondagem de uma agência a respeito de uma eventual mudança, tivesse batido à porta do chefe ou patrão para dizer: olha, tenho falado com a agência tal e se eles chegarem ao que eu quero, vou aceitar. Nas vezes em que isso aconteceu comigo, mantive segredo até dos familiares. Voltando ao excelente Rodrigo Mattos: se o Grupo Globo o chamasse para uma conversa, ele voltaria à redação do UOL e contaria ao editor os detalhes daquele primeiro papo, ou esperaria a proposta se concretizar?
Agora, cabe à torcida rubro-negra não se comportar como aquele ex-namorado que sai por aí dizendo cobras e lagartos da antiga paixão. Jeito nenhum. A revolução que o Mister operou no Flamengo me faz elevá-lo à condição de mais notável entre centenas de treinadores que vi no clube. O futebol jogado pelo Flamengo de JJ virou unanimidade, objeto de admiração, inclusive, de assumidos desafetos e dos incrédulos de primeira hora. É forçoso admitir: apesar da qualidade superior e de tantas glórias alcançadas, nem o time do início da década de oitenta conseguiu isso. Durante um bom tempo os antis rotularam Zico como “jogador de Maracanã” e, no Sul, o Flamengo era chamado de “time da Globo”. Sobravam ironias quanto à conquista do Brasileiro de 80, pela expulsão de Reinaldo na partida decisiva, e incômodos risinhos pela expulsão de cinco caras do Atlético Mineiro, no jogo que definiu a passagem às semifinais da Libertadores de 81. Nas conquistas de 2019, não houve o que se discutisse ou questionasse. O respeito imposto pelo Flamengo de Jorge Jesus achatou achismos, arcoirismos, bairrismos e quaisquer outros ismos, bicando para escanteio todo tipo de despeito ou tentativa de alfinetada.
Espero que nossos adeptos coloquem, acima de tudo, o muito que houve de bom e emocionante na jornada do Mister, desejo sorte e sucesso a ele, e torço para que o Flamengo acerte uma vez mais na escolha. Lembremos: os caras que cuidam do futebol do clube têm crédito. Depois de errar feio na primeira decisão que tomaram – a opção por Abel –, em todas as outras foram na mosca. Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís, Gerson, Arrascaeta, Gabriel, Bruno Henrique, JJ. Que continuem com a mão boa.
Tanto em termos táticos quanto anímicos, a passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo encontra sua mais completa tradução no título do filme O Homem que Virou o Jogo. Não podemos andar para trás, seria estupidez abandonar as lições que ele trouxe e aqui deixou. Dos nomes citados até agora como possíveis substitutos, confesso conhecer apenas os dois que comandam times da América do Sul. Marcelo Gallardo faz ótimo trabalho no River Plate e, nas vezes em que vi jogar o Independiente del Valle, dirigido por Miguel Ángel Ramírez, gostei bastante. Os demais, não conheço direito. Como também mal sabia quem era o Mister, pouco palpito. (Indicado pelo próprio JJ, Leonardo Jardim parece largar na pole position.)
Só por birra, pinta uma certa vontade de ver o clube convidar um dos treinadores brasileiros que tentaram relativizar a importância do trabalho de Jorge Jesus, sob o argumento de que o Flamengo montou uma seleção e assim fica fácil ganhar tudo. Chamar, por exemplo, Renato Gaúcho e dizer: agora vai lá, bonitão, e faz igual.
Ainda bem que vontade é coisa que dá e passa.
Comentei antes que Jesus aceitaria o convite do Benfica mesmo sem pandemia, pelo primeiro motivo (apontado pelo Murtinho – “a garantia de voltar por cima da carne seca era agora”).
Esclareço que o argumento não é negacionista. A pandemia veio, viu e venceu. E certamente pesou na decisão do Jorge Jesus.
Mas acho que aquele primeiro motivo pesou mais. A imprensa portuguesa já fazia essa pressão desde fevereiro, antes da parada. E Portugal é um país que consome muito futebol. O Benfica é o maior time português, joga Champions todo ano. E a história dele. Inclusive, acho que o baixo valor da multa rescisória reforça esse argumento.
Paciência.
Sobre o novo treinador, comentei também sobre alguém com o perfil do Zidane, que não tem pretensões revolucionárias e encontra soluções simples.
Na verdade, o Zidane tem mais virtudes que essas apontadas; e não tem outro Zidane nem outro Jesus.
O arranjo de um time de futebol é frágil.
E esse time do Flamengo é precioso.
O cara que chegar deverá ter cuidado.
Se o Leonardo Jardim não tiver interesse, talvez seja a hora do Flamengo pagar uma multa para conseguir um bom treinador. Na Grécia, por exemplo, tem dois treinadores portugueses com currículos bem interessantes: Pedro Martins (Olympiacos) e Abel Ferreira (PAOK). Destaque para o primeiro.
Seja quem for, vou torcer. Dar um tempo e acolher sem preconceitos.
Saudações.
PS.: no comentário anterior, leia-se : “o” onze.
João Noronha Lopes apresentou, nesta quinta-feira, 23/07, a candidatura à presidência do Benfica, em oposição ao atual presidente, afirmando o seguinte:
“Jorge Jesus quando saiu do Benfica teve comportamentos dos quais não gostei. Deve uma explicação aos benfiquistas e espero que a faça.”
E Jorge Jesus abandonou o Flamengo de uma forma ética em relação à torcida, à diretoria e à mídia brasileira?
E, afinal, quais as razões que levaram o Jorge Jesus a abandonar o Flamengo a apenas 40 dias após a assinatura de um novo contrato?
Como o RP&A parece que está em compasso de espera aguardando notícias frescas, vou aproveitar para trazer a minha opinião sobre a questão.
Os entendimentos habitam a mídia e o mundo virtual, com as mais variadas versões.
Entre tantas outras razões, eu anotei a pandemia, o governo brasileiro, a família, o dinheiro, o mundial de clubes, a fofoca e as críticas.
A PANDEMIA
Quanto à pandemia, eu somente admitiria como causa principal ensejadora do rompimento contratual, se de junho para cá estivesse ocorrendo um acentuado número de mortes e de casos no Rio de Janeiro, o que efetivamente não vem ocorrendo. Muito longe disso. Hoje o Rio de Janeiro é um dos seis estados do Brasil que vêm registrando gradativamente a redução de mortes por covid-19.
OS GOVERNOS
Entretanto, ninguém há de negar, que em razão de um governo anticiência e negacionista, o Brasil apresenta um total quadro de descontrole da doença, com 83.036 mortes e 2.242.394 casos, enquanto Portugal, hoje vivendo sob a orientação de um governos socialista, de centro-esquerda, perdeu 1.705 vidas, com 49.379 casos ativos. Mesmo levando-se em consideração a população dos dois países, é flagrante a desproporção do número de mortos e de casos. E isto efetivamente podia estar assustando o Mister.
A FAMILIA
Jorge Jesus, logo após ter assinado o novo contrato com o Flamengo, assegurou que a paixão pela profissão de técnico de futebol era muito mais forte do que a saudade que sentia da sua família.
O DINHEIRO
Da mesma forma, JJ deixou bem claro que dinheiro não era a meta dele, esclarecendo que desde que veio para o Flamengo, o mais importante para ele era o trabalho profissional e a carreira esportiva.
O MUNDIAL DE CLUBES
Isto sim deve ter sido uma forte razão para JJ voar do Brasil para Portugal.
Em março, a FIFA anunciou que iria cancelar o Mundial de Clubes marcado para este ano. Entretanto, choveu pedido de clubes e confederações para manter o torneio.
Somente em 26 de junho passado, FIFA confirmou que o Mundial de Clubes de 2020 não seria realizado, deixando em aberto a realização do torneio em 2021, no meio ou fim do ano.
Ora, Jorge Jesus não enganou a ninguém, deixando explicito que um dos principais objetivos da renovação com o Flamengo seria a possibilidade da disputa do mundial de clubes.
A FOFOCA
Jorge Jesus tinha convencimento de que alguém da diretoria vazou um suposto relacionamento extraconjugal dele, por meio do Peruano, que é conselheiro do Flamengo, com o objetivo de queima-lo junto à torcida e a opinião pública.
AS CRÍTICAS
A verdade é que Jorge Jesus não confiava muito nessa diretoria do Flamengo. Já na partida contra o Emelec, no Equador, o BAP passou a partida quase toda ofendendo o JJ e alguém da comissão técnica ouviu tudo e relatou ao JJ. E, agora em 26 de junho, BAP criticou Diego, Lincoln e até mesmo o Jorge Jesus, cornetando e culpando o JJ pela perda do mundial, por ter colocado em campo o Lincoln.
Eu creio que o somatório de todas as circunstâncias aqui relatadas possam ter levado o Jorge Jesus a abandonar o Flamengo no meio da temporada.
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Sempre Flamengo
#somos70porcento
A brilhante associação entre governo socialista e sucesso no combate à COVID me faz crer que os lugares mais seguros seriam Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, China, dentre outras maravilhosas democracias socialistas, verdadeiros paraísos de progresso, riqueza e bem-estar social.
Tirando isso, as suas especulações irresponsáveis sobre assuntos dos quais não tem o menor conhecimento (obrigado Muhlemberg) são bem pertinentes.
A verdade, no entanto, é que estou cagando e andando para o que João Noronha Lopes Who? disse sobre a saída do Jesus do Benfica. Isso é problema dele e do Jesus.
No Flamengo, JJ foi EXTREMAMENTE profissional e ético, do primeiro ao último minuto, e não importa se ele tinha assinado o contrato há 40 dias ou 40 minutos. Este mesmo contrato lhe dava o direito de sair quando quisesse, mediante o pagamento de multa, o que foi feito. O contrato assinado há 40 dias, portanto,foi cumprido.
O que realmente me importa são os recordes quebrados, os 5 títulos e 4 derrotas e uma Libertadores e um Brasileiro ganhos na mesma temporada, com um futebol inesquecível.
Ficar especulando sobre as possíveis falhas de conduta do cara não leva a nada.
“Quem não aprende com os erros do passado, está condenado a repeti-los.”
The Trooper, é louvável e necessário elogiar o trabalho desenvolvido por Jorge Jesus no Flamengo e o seu enorme sucesso no comando do time, que conquistou títulos que ficarão guardados para sempre na nossa memória e até mesmo da torcida arco-íris.
Entretanto, não devemos nos esquecer também dos erros cometidos pela diretoria na condução de toda essa história.
Em primeiro lugar, alguém precisa colocar uma mordaça eletrônica na boca do BAP, e em segundo lugar, afastar o tal de Peruano do quadro de conselheiros do clube, se possível, ou aplicar-lhe uma punição, na forma do estatuto. A vida particular dos profissionais do Flamengo não interessa a ninguém.
Conforme comentei abaixo, em resposta ao Henrique, o Flamengo ainda não pode mais deixar um técnico de futebol trabalhar no clube de forma a interromper bruscamente todos os seus métodos, dinâmica e táticas, quando da sua saída.
O problema do rompimento contratual do Jorge Jesus é que ele aconteceu no meio de uma temporada, a poucos dias do início do Campeonato Brasileiro, agravado pelo processo de descontinuidade de trabalho, impossibilitando uma fácil transição.
Quanto à questão da pandemia da covid-19, apenas comparei o governo brasileiro com o governo português, para destacar a diversidade no combate da doença de países governados por políticos de centro-esquerda com os negacionistas, terraplanistas e anticiência, como o Brasil e os EUA.
Não há como defender um presidente que ergue uma caixa de cloroquina para os seus seguidores, como se fosse o Éverton Ribeiro levantado a Taça da Libertadores. Sem comentários.
Por outro lado, eu creio que os técnicos que o Flamengo está procurando na Europa irão levar em consideração o total descontrole da epidemia no Brasil, antes de aceitarem a proposta.
Agora, os países por você citado, ao contrário de Portugal, cujo presidente foi eleito pelo voto popular, vivem sob o regime de ditaduras. Há uma considerável diferença entre socialismo e comunismo.
Winston Churchill deixou marcada a seguinte frase, com a qual eu comungo:
“A Democracia é a pior forma de governo, com a exceção de todas as demais.”
Eu considero o debate aqui no RP&A salutar, quando inexiste ofensas pessoais.
Para terminar, apenas um lembrete: todo comunista é de esquerda, mas nem todas as pessoas de esquerda são comunistas.
Sempre Flamengo.
Áureo, sem a menor intenção de ser arrogante, mas apenas me atendo à realidade dos fatos e a uma opinião reiterada vezes exposta aqui, estou além e acima dessa ingênua dicotomia esquerda socialista x direita capitalista que não passa de meio para dividir com o fim de manipular e controlar. Como estou aqui pra dar aula, que cada um saia de sua zona de conforto e investigue, pesquise, se informe com fontes que mereçam crédito e, com isenção, chegue às próprias conclusões.
Entendo que Portugal conseguiu controlar a pandemia por 2 fatores fundamentais: 1º – É um país com uma população menor do que a do Rio Grande do Sul, representando aproximadamente 5% da população brasileira – é muito mais fácil manter limpo e organizado um quarto e sala do que uma mansão; 2º e talvez mais importante: o português é, por característica cultural, um povo sério, no melhor e pior sentido, simultaneamente – vivi lá durante 7 anos e trabalhei quase diariamente numa profissão que me dá acesso direto à intimidade dos clientes, alunos e até, eventualmente, dos frequentadores gratuitos dos seminários e palestras em função das perguntas e questionamentos. O que essa seriedade tem de pior é a obediência cega aos condicionamentos culturais, em especial aos dogmas religiosos, o que faz com que não tenham flexibilidade pro contraditório e muito menos uma das características mais importantes do ser humano: o bom humor, o relaxamento, a brincadeira e o lúdico – em todo esse tempo nunca ouvi, de ninguém, uma gargalhada das boas, daquelas de sacudir a barriga e chorar de rir; por outro lado, numa situação como essa de pandemia, eles cumprem o papel que lhes é imposto pelas autoridades sanitárias e científicas sem nenhuma resistência ou rebeldia infantil, como tem acontecido com tanta frequência aqui no Brasil, a começar pelo genocida-mór da república, que passeia de moto sem máscara e conversa com garis mesmo tendo testado positivo pela 3ª vez, foi alertado em maio sobre a falta de medicamentos e nada fez, ao contrário, economiza 2/3 da verba destinada ao combate do vírus e é seguido sem hesitação pelo seu cone de estimação no ministério da saúde. Junta tudo isso e taí a explicação porque em Portugal funciona, independente de tendências ideológicas, e aqui não – o nível cultural e de respeito ao próximo lá tá em oto patamá.
Quanto ao JJ, até que me provem o contrário, o que nunca vai acontecer, é um mau caráter. Ponto. Dispenso argumentações falaciosas e/ou movidas a panos quentes.
srn p&a
Corrigindo: como NÃO estou aqui pra dar aula…
Uma besteira tao preconceituosa como essa é difícil de ouvir. E de engolir menos ainda.
Como se bastasse o tamanho para que tudo desse certo. Ah, e se não é o tamanho, é porque são otarios.
Nao sei o que vc fez 7 anos em Portugal, e nem quero saber, mas que ficou com a soberba brasileira, aquela que acha que quem trabalha seriamente é um otiario e quem usufrui do trabalho desse um malandro bem sucedido, isso carregou de volta pra essa bagunça que é ai, pais de autênticos lunaticos. E ainda vem falar de religião , em Portugal, tendo colado em sua fuça um pais “religioso”, crente, um povo inteiro gado?
Cada uma, cara, cada uma! Fale de futebol, pq assim nao.
Henrique, o máximo de tempo que perco com boçais como você e o tal do Trooper, incapazes de um debate civilizado e inteligente, é esse. E já foi muito.
Otimo – se cale mesmo, seu preconceituoso ridiculo.
Cara, na boa…hahahaha,
Como alguém consegue levar a sério alguma coisa que esse esquisito indivíduo que atende pelo codinome de Rasiko escreve?
É um festival de asneira do início ao fim.
Mas o pior é a tentativa de se passar por intelectual, viajado, apresentando argumentos dignos de uma criança de 6 anos.
O cara trata a contraposição das ideologias que dominaram a história política recente do planeta como “ingênua dicotomia socialismo x capitalismo”. Um troço que inventaram para enganar bobo. Segundo esta sumidade da inteligência humana, o Marxismo, a guerra fria, a queda do mundo de Berlim, a ditadura Castrista, é tudo marketing da mídia para enganar bobo e possibilitar que os políticos continuem metendo a mão nos nossos bolsos.
Gênio.
E ainda manda os outros estudarem e os chama de boçais. Kkkkkk
É um dos maiores fanfarrões com que já me deparei na internet. Não é a toa que é um crítico do Jorge Jesus.
Chamar alguém extremamente profissional, competente, que ganhou tudo, querido por todos que com ele trabalharam e que vc sequer conhece de “mau caráter”, só mostra o seu tipo de caráter.
Meu Deus do Céu !
Vi, ontem, o jogo Liverpool 5 x 3 Chelsea.
A bem da verdade, a pandemia tornou-me um ^connaiseur` do futebol da Premier League.
Também um admirador, que, a bem da verdade, já era.
Ontem, foi demais.
O jogo, os gols, as jogadas, até a festa doo título, mesmo sem público.
Como jogam os laterais vermelhos.
Pela direita, Alexander-Arnold foi o principal jogador em campo.
Fez um golaço na cobrança de uma falta, colocou a bola na cabeça do Firmino para o quarto gol.
Robertson, para não ficar pra trás, puxou um contraataque de cinema, para o gol final.
Do lado do Chelsea, boas jogadas, com uma exibição principesca, mesmo que por um só tempo, do estadunidense Pulisic.
Por isso, meus amigos, cada vez acredito mais numa máxima do meu pai, já bem entrado nos anos.
Velho pode ficar sensato, mas fica mais ainda rabujento.
Visto a carapuça.
Não aguento ver as peladas que por aqui gorgeiam.
Até mesmo as nossas, como as da decisão do semi-extinto cariocão.
Futebol bem jogado é lindo.
Com peladeiros, muito chato.
Rabujentas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Correção imediata – rabuGentas
JPois, Carlos, já há muito assisto as partidas da Premier League e assisti esse jogo também. É frustrante se compararmos ao que se vê aqui, a impressão que eu tenho é que estamos praticando um outro jogo, algo parecido com futebol.
Escutando conversas sobre como o Flamengo deve proseguir, fico um pouco constrangido com certas ideias.
Por exemplo achar que o novo tecnico nao deve, nem pode, mudar muito no jeito do Flamengo jogar. Que o time sabe jogar “por si mesmo”, jah que jogou um ano com o mister. E coisas do genero.
Bem, quem se lembra da final contra o Flu, quando o jogo acabou, se lembra da aula do mister com o ER. Ou seja, mesmo depois de mais de um ano de convivencia quase diaria, o ER nao estava fazendo exatamente o que o mister dele queria. Ou seja 2, os jogadores precisam sempre e continuamente, de serem alertatdos para o que NAO fazem ainda bem.
Ou seja 3 – o time NAO sabe jogar sozinho.
Se soubesse, o Flamengo nao precisaria procurar tecnico de nome. Qq um serveria.
Isso erro fundamental de visao nessa procura por um novo tecnico.
Eh mais do que obvio que qq um vai trazer seu jeito de ver as coisas, vai trazer seu jeito de abordar jogadores, e NENHUM vai querer simplesmente “levar adiante” o trabalho do JJ.
Ele vai ter que mudar sim, isso e aquilo, para que o time corresponda as SUAS espectativas.
Claro que serao os resultados que dirao se as mudanças feitas foram as boas – ou nao.
Outra coisa da qual nao se quer falar muito é de possiveis saidas de jogadores. Obvio que nao vao levar os piores. Como alguma saida afetarah o time isso vai depender de quem sair, de quem virah para repor ele e de como a reposiçao vai funcionar.
A maquina aceitada pelo JJ estava funcionando, mas estava funcionando nao mais tao bem, estava de caida, leve é claro, mas de caida, desde a goleada contra o Santos.
E temos jogadores que vao sentir o peso da idade nesse ano mais do que em 2019. Exemplo disso sao os laterais. Quais nao tem reservas, alias.
Espero e torço muito para que a engrenagem nao seja desfeita, que tudo seja somente um encaixe mais ou menos simples.
Mas pode virar a ser uma coisa bem complicada, essa saida.
SRN
Henrique,
Claudio Coutinho era um ardoroso defensor da europeização dos métodos. Para ele, o futebol brasileiro já não dependia mais de craques foras-de-série, mas sim de um esquema em grupo, com disciplina tática. Ele também inventou uma terminologia para descrever seu novo estilo de trabalho, com palavras como o overlapping, o “ponto futuro” (que descrevia o procedimento em que o jogador fazia a jogada com seu companheiro já se posicionando para receber a bola posteriormente) e a “polivalência” (em que cada jogador passaria a exercer mais de uma função em campo, conceito influenciado pelo Futebol total holandês de 1974). (Wikipedia)
E foi baseado nesses conceitos que Claudio Coutinho estruturou o time tricampeão estadual de 1978, 1979 e 1979 (especial) e campeão brasileiro de 1980, e o criador da equipe que seria campeã do Mundo em 1981.
Cláudio Cotinho faleceu no dia 27 de novembro de 1981, deixando o seu magnífico trabalho sedimentado no Flamengo, já que todos os seus auxiliares eram profissionais que trabalhavam no clube. Assim, Paulo César Carpeggiani não encontrou dificuldades de dar seguimento aos métodos do falecido técnico, e sagrar-se campeão mundial em 13 de dezembro de 1981.
Diferentemente de Jorge Jesus que não deixou nada do seu trabalho para o Flamengo, uma vez que sempre contou com o auxílio somente da sua equipe de portugueses, (que levou com ele para o Benfica) tendo até proibido a presença de profissionais brasileiros nos treinos.
Um erro que o Flamengo não deve mais cometer.
Saudações Rubro-Negras!
#somos70porcento
Amigo Aureo, nao sei se as coisas sao tao simples.
O que o Coutinho deixou nao foi tao basico para que o Flamengo saisse ganhando tudo – ou foi?
Voce esta ouvindo o que os jogadores dizem sobre o que ficou? Eles nao sao de sua opiniao, acham sim que ficou muita coisa.
Tendo trabalhado com alguem, digamos com o JJ, nao quer dizer que um outro seja capaz de levar o trabalho adiante. Outra coisa errada que acho que é super-estimada demais, quem trabalhou com quem. Claro que se aprende, mas é tb claro que sao os detalhes, os parafusos a serem apertados ou afrouxados ou substituidos por pregos, que fazem de um tecnico um normal ou um excelente.
O JJ veio com o staff dele, fez o trabalho dele como ninguem antes, repito, NINGUEM antes (ou me engano?), e saiu, levando o staff dele. Nos deixou como nos encontrou – mas com uns titulos a mais.
Eu achei um ano maravilhoso e nao vou, por causa da saida dele, me deixar tirar essa alegria.
Vamos olhar pra frente e nos policiar para dar-mos ao novo tecnico o tempo e o apoio necessario para que ele tente fazer um trabalho tao bom quanto o JJ.
E deixa eu colocar isso aqui: SABEMOS todos que vai ser impossivel. Ninguem vai conseguir repetir todos os titulos em um ano. Nao sejamos tolos. Podemos esperar que sim, mas no fundo sabemos que vai ser muito dificil.
Entao, a cobrança vai tb ser uma auto-cobrança, de nao desbandar apos uns e outros tropeços.
Nao vamos nos iludir – quermos ver EXATAMENTE o que acabamos de ver em 19: Um time de lutadores, rapidos, mortais e alegres. Me lembro do Barça de muitos anos atras. Eram assim e parecia que nunca iria acabar. Hoje em dia se ve que acabou e que ficou feio, muito feio.
No fundo queremos ver o time do mister arrebentando. Mas sem mister, desta vez. Nao vai dar. Nao é possivel o time jogar “como” o do mister, mas sem ele. Vai ser um novo Flamengo. Espero que um vitorioso e que esbanje coragem, rapidez mortal e alegria. Tambem.
SRN
somos 70porcento
Henrique, meu amigo, eu creio que o Claudio Coutinho deixou sim um legado para o Flamengo. O time de 1981 havia assimilado os conceitos e métodos de treinamento e de jogar futebol no estilo europeu da época. Deve-se, entretanto, esclarecer que Cláudio Coutinho trabalhou no Flamengo aproximadamente durante uns quatro anos, por períodos intercalados e o elenco do Flamengo era composto na sua grande maioria por jogadores jovens vindo da base.
Quanto à sua afirmação de que os jogadores do Flamengo dizem que ficou muita coisa dos ensinamentos do Jorge Jesus, confesso que não consegui ler nada nesse sentido. A única declaração que eu encontrei foi a do Rafinha, conforme trechos que abaixo transcrevo:
“Nós temos que ser realistas: nessa parte o Flamengo falhou. (não se preparar para uma possível troca de treinador) Ninguém imaginava que ia acontecer isso, ninguém pensava que ele ia sair, ainda mais tendo renovado um mês antes. Então nessa parte até o próprio clube já se pronunciou dizendo que falharam.”
“Não ter uma segunda opção caso ele rescindisse ou voltasse para o país dele, o Flamengo não se preparou para isso”… “Não dá pra culpar a diretoria, o Flamengo se preparou para renovar com ele, aí ele chegou e disse que tinha outro projeto, tinha família dele lá e pronto.”
Como você bem pode ver, meu caro Henrique, tanto eu quanto você temos, em partes, um entendimento sobre a questão muito parecido com o do Rafinha.
Um forte abraço.
Fraternais saudações Rubro-Negras.
#somos70porcento
Eh o obvio. Ou o Rafinha leu meu comentario …
“Agora é o seguinte: esse é o problema. É complicado pegar um time na situação que a gente está porque tudo que acontecer agora vai ficar na sombra do cara. O Jorge Jesus teve mais título que derrota, o trabalho dele foi f…, foi demais. Agora sendo realista, nenhum técnico que vier para o Flamengo vai querer manter a linha dele. Imagina se você pegar um treinador e ele vai falar pra gente continuar fazendo o que a gente estava fazendo, isso não acontece no futebol. Cada treinador tem seu método de trabalho, seu sistema. E isso vai custar, mas é o que a gente sempre fala: agora é outro ciclo que começa. Jorge Jesus acabou, não está mais. Então é um novo ciclo que começa. Vai começar ganhando? Vai começar perdendo? Ninguém sabe – completou o jogador. ”
Rafinha
Salve, Murtinho!!!
Fera, obrigado pelo texto! Olha lá seu email que eu também mandei coisa lá!
Murtinho, eu (eu) acho que olhamos para nosso time hoje muito condicionado pela fase do ‘cheirinho’, Perdemos uma copa do Brasil nos pênaltis, perdemos uma sulamericana sem goleiro titular por falta de malícia (será?), brigamos em brasileiro com o Palmeiras por título mesmo não tendo o mesmo investimento no elenco. Foi foda isso tudo.
Mas aí veio 2019… Qual torcedor não se empolgou com as vitórias? Aí a gente tende a esquecer tudo. Esquecemos que o Flamengo sempre vai ser o mais cobrado e explorado na mídia, esquecemos que os atacantes adversários não fazem gol e nos preocupamos com o que pode vir a acontecer no futuro próximo. Oras bolas, quantos títulos e quantas derrotas tivemos no último ano?
Mesmo sem Jesus, o Flamengo passou por um momento de superação, exorcizou fantasmas, perdeu o medo. Se eles vão atacar mais sabendo que não é o JJ no banco, nosso elenco se acostumou a lidar com decisão.
Digo, esse é um momento de darmos crédito ao Flamengo. De não ficarmos insistindo em notícias em que ‘se sair BH entra Michael”. Se sair esse entra aquele. Não! Vamos focar nos nossos campeões. Seremos agredidos diariamente por notícias do tipo ‘pai do Gérson conversa com pai de Neymar’. ‘Empresário de BH afirma que Champions é maior que libertadores’.
O futebol é diferente nesse momento de pandemia. Não tem mais 70mil gritando lá no estádio. Além de olharmos para os títulos, temos de voltar ao basico: como apoiar meu time?
Pq o Mengão vai ser atacado. Estarei sempre ajudando na defesa e, se deixar, ajudo no ataque! Mas Jesus foi embora e o Flamengo continua.
É fácil torcer para o melhor time continental. Quem define o melhor time é a nossa torcida.
Vai pra cima deles, Mengooooooo!
Abraço, Murtinho
Fugindo ao tema, que já deu o que tinha que dar, sugiro aproveitar, pra quem gosta de cinema, o Festival Varilux com excelentes filmes franceses, cada um melhor que o outro, todos legendados e di grátis. Vai até 27 de agosto.
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Acho que o JJ aceitaria o convite do Benfica mesmo sem pandemia, pelo primeiro motivo.
Vai deixar saudade.
Todos os jogadores melhoraram de rendimento. Diego Alves fortaleceu o antebraço. Rafinha e F. Luís aprenderam a defender no sistema do Mister e potencializaram suas qualidades ofensivas, por dentro e por fora. Rodrigo Caio amadureceu e Pablo Marí foi descoberto. Arão e Gérson, que fizeram carreira em outras posições, recuaram uma casa. Diego só foi para o banco com ele, assim como Arrascaeta para os “onze”, que “já” tinha Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabriel. Esses seis últimos jogaram como nunca.
A zaga fazia linha de impedimento, que aqui é conhecida como linha “burra”. Além da grande capacidade de atacar, uma das maiores virtudes do sistema do Mister é “defender com poucos jogadores”, como ele mesmo diz.
A troca de passes do time era mais veloz.
O time fazia muitos cruzamentos (e passes) e muitos gols dessa forma.
Dificilmente os atacantes recebiam a boa “de costas” para o gol.
A movimentação dos jogadores era coordenada.
As estratégias de jogo eram individuais e coletivas.
Nada de poupar.
Nada de segurar resultado.
O primeiro tempo do Flamengo contra o Grêmio no Olímpico, na semifinal da Libertadores, foi um dos desempenhos mais impressionantes que eu já vi.
Enfim, acho que será muito difícil substituir o JJ. Para o momento, penso em alguém com o perfil do Zidane, que não tem pretensões revolucionárias e encontra soluções simples para os problemas que surgem.
Pensando no elenco do Flamengo de hoje e de amanha, acabei de me lembrar do que NAO falamos nunca durante um ano inteiro.
Um ano sem ter essas conversas chatas, repletas de raivas, rancores e choros:
Nao falamos sobre a saida do proximo tecnico, sobre a famosa barca e sobre a diretoria incompetente, a famosa “diretoria”.
Nada. (Quase) nenhuma palavra.
ISSO tb foi um presente do JJ, dos jogadores e da diretoria.
Sejamos gratos por isso. Nao nos fez envelhecer precocemente como era praxe – e sim rejuvenescer !
SRN
Gostei muito do texto. Compartilho a mesma sensação!!! Grande abraço
Perfeito Murtinho, como sempre.
Já escrevi isso em outros comentários, pra mim Jorge Jesus tem lugar garantido na galeria de grandes ídolos do Flamengo.
Não só pelo seu carisma, pelo seu profissionalismo absurdo, pelos títulos em série e pelos recordes quebrados, mas por ter trazido ao Flamengo algo até mais importante que tudo isso: a cultura de busca incessante pelo ataque, por gols, por vitórias.
Aconteça o que acontecer, uma coisa eu tenho certeza: se antes a nação rubro-negra já tinha certa alergia a retranqueiros – e olha que o que não faltou foi treinador retranqueiro, paneleiro e covarde no Ninho do Urubu nos últimos – agora o sarrafo subiu pra sempre.
Vai ficar muito mais difícil para um Mano, Zé Ricardo ou Abelão qualquer achar que vai chegar no maior clube das Américas e ganhar salário de astro de Hollywood para ficar enganando trouxa.
Jesus trouxe a cultura do perfeccionismo, do cara que esmurra o ar por causa de um toque de bola improdutivo num jogo que está 5 x 0 para o Flamengo, contra o Grêmio, numa semi de Libertadores.
Isso é algo que não tem preço.
O trabalho de técnico do Flamengo nunca foi fácil, mas agora o nível é outro.
Vc citou o Renato, por exemplo. Não é coincidência que ele tenha sido o maior freguês de JJ nesses 13 meses de Brasil. Levou surra de todo jeito, em casa, fora de casa, perdeu pra time B, levou goleada, ficou com cara de bunda, etc.
É um típico treinador brasileiro: soberbo, fanfarrão e incompetente. Desses que viriam para o Flamengo para jogar futevôlei na praia, como fazia quando treinava outros clubes da cidade. Aí não sabe porque levou goleada de time equatoriano na final, em vez de ganhar uma Libertadores obrigatória pelo timaço que tinha o Flunimed…
Jorge Jesus, a partir de agora, é um modelo, um conceito.
O Flamengo nunca mais será o mesmo.
Quantos às críticas de flamenguistas, gente que o chama de traíra, que diz que vai torcer para o Porto, na boa, pobreza de espírito e pensamento pequeno não deve sequer ser merecedor de resposta.
Não tem um monte de gente aqui torcendo pra Globo e pra MP da alforria dar errado, porque não gostaram de ver o Landim almoçar com o político que eles não gostam? Pois é…
Otimos pensamentos.
Sim, ficou mais dificil para todo mundo.
Imagine a dificuldade nas maos da diretoria de ter que encontrar um tecnico que venha nessas condiçoes deixadas pelo JJ trabalhar no Flamengo.
Para nao falar das condiçoes do Brasil real, algo que vai contar muito para estrangeiros, claro.
A famosa “vida plena” do Arthur.
Mas tb pode-se ver a coisa por um lado positivo:
O novo pode contar com um trabalho muito bem feito, o Flamengo tem hoje uma base que nao precisa ser construida do zero (como era usual nos ultimos 30 anos), tem (ainda) jogadores fora de série, um campus bom e uma diretoria que faz o trabalho dela bem, e um publico que voltou ao Maraca e que empurra e ajuda sem cessar.
Claro que ganhar tudo de novo vai depender tb de sorte, mas é claro tb que temos chance, nao garantia, de repetir o fato de ganhar o Brao e ir longe nas Américas.
Eh um momento bem delicado para a diretoria. Os tiros certeiros tem que continuar. Foram eles mesmo que se colocaram sob pressao em acertando quase tudo ano passado. Criaram a espectativa em nos que vao, devem, tem que, continuar acertando.
Certo é que teremos que ter nervos e paciencia.
SRN
Murtinho, as 3 últimas postagens deste Blog (A sua, a do Dunlop e a do Arthur) são dignas de se aplaudir de pé! Clap clap clap!!! Sou muito grato ao JJ e torço para que nosso departamento de futebol dê outro tiro certeiro, de modo que o sucessor do nosso querido portuga consiga elevar ainda mais o patamar do futebol jogado pelo Mengão! Certa vez li em um de seus posts que você não gostava muito de grupo de Whatsapp e fundamentou o porquê. Eu concordo com você que a discussão por Zap acaba se perdendo com o tempo. O que você acha de criar um podcast do República Paz e Amor? Acho que um programa com você, Dunlop e Arthur, com alguns convidados especiais, seria maravilhoso! Sei que deve dar um trabalho danado criar pauta de discussão, sem falar da disponibilidade de tempo de cada um. De qualquer forma, fica a idéia! Abração e Saudações Muito Rubro-Negras!
Não há dúvida que JJ transformou e muito o time, embora, eu acredite, que nos últimos jogos sua atitude de silêncio influenciou muito para as atuações medíocres dos jogadores, claro que eles sentiram. Se nós, torcedores, mesmo à distância sentimos, por que não os jogadores que estão ligados intimamente ao técnico? Agora, quanto essa segunda parte que acusam JJ de que vai levar toda a comissão técnica não só a dele que ele tem direito de levar, já que a trouxe, mas alguns elementos do próprio staff do clube e até alguns jogadores,aí vai depender da atuação da diretoria, o que quer dizer mais gastos, já que tais elementos serão valorizados e compete aos dirigentes cobrir a oferta para mantê-los. Agora, uma pergunta crucial, será que não vai ficar alguém que tenha acompanhado de perto os trabalhos de JJ e equipe para contiuar a executá-lo? Se esses profissionais “residuais” forem competentes até podem partindo dos métodos de JJ e cia., aprimorá-lo. A criatividade é a qualidade primeira de um grande profissional.