O noticiário sobre o possível retorno de Adriano ao Flamengo sempre provoca rachas de opiniões, tanto nas divertidas discussões de botequins quanto nas incivilizadas radicalizações das redes sociais. Nos botequins, divergências costumam ser respeitadas – se o cara está sentado a seu lado e tem à frente um copo de caipira ou cerveja, merece respeito. Nas redes sociais, quem discorda do interlocutor é tachado de imbecil para baixo. Valei-nos, Umberto Eco.
Sou a favor. E não me impressiona o argumento de que Adriano não pode ser considerado um reforço, pois isso não se discute. O que me move é uma complexa combinação entre gratidão, simpatia, remotas possibilidades e fator humanitário, além do inchaço no elenco a que os grandes clubes brasileiros são obrigados a se submeter, por conta do excesso de competições em cada temporada. No final do ano passado, enquanto o site oficial do Flamengo listava os nomes de 32 jogadores profissionais, Barcelona e Real Madrid tinham apenas 24 cada.
Não somos o Barça ou o Madrid, que, somados, reúnem pelo menos vinte caras que defendem as seleções de seus países. Assim, se há espaço entre os nossos mais de trinta para uma reconhecida e insistente mulambada, não vejo problema em reservar uma vaguinha para arriscar com Adriano. Claro: hoje é fácil falar, porém me parece uma aposta mais coerente do que a que foi feita em Conca.
Obviamente, ao se cogitar a volta de Adriano supõe-se um contrato de trabalho com salário pequeno, metas a cumprir e prêmios especiais por participações nas conquistas do time (sou contra bônus por artilharia). O Santos fez algo semelhante com Ricardo Oliveira, em 2015, e não se arrependeu.
É a tal história do sim e do não: o não, representado pela enorme probabilidade de não dar certo, já temos; se, para surpresa geral, a coisa engrenar como ocorreu com Petkovic em 2009, o sim será bem mais saboroso. De resto, não custa lembrar que o futebol brasileiro não anda lá essa Coca-Cola toda e que uma pesquisa do UOL feita com mais de cem jogadores dos nossos maiores clubes elegeu o Grêmio o melhor time de 2017 – e foi, mesmo com o limitado Barrios de centroavante titular e Jael de reserva imediato. O sarrafo está baixo.
É curioso como determinados jogadores conseguem se fazer respeitar, e Adriano é um deles. Acho Guerrero um excelente atacante, mas duvido que o ex-zagueiro vascaíno Rodrigo tivesse a ousadia de beliscar os mamilos de Adriano como fazia com o peruano. Adriano sempre se posicionou dentro e fora do campo, e certamente todos se lembram da recusa em participar do fajuto prêmio da CBF, no final de 2009, por preferir comemorar o título com os amigos de infância da Vila Cruzeiro. Pouco fala com os juízes, não reclama, não simula, não provoca, não bate, e quando perde uma boa chance de gol dá pequenos cascudos na própria cabeça, reconhecendo o erro e isentando de culpa a chuteira, o gramado, o vento ou algum companheiro.
Ninguém precisa dizer que o Adriano a que estou me referindo parou de jogar em 2010. Sei disso. Só que a expectativa não é mais a de decidir e sim a de ajudar, o que talvez seja possível. Sobretudo porque, ainda que Guerrero venha a ser absolvido – o que me parece justo –, continuará nos desfalcando seguidamente, devido às convocações para a seleção do Peru e ao acúmulo de cartões amarelos. Não sou fã de centroavantes com o estilo de Felipe Vizeu, embora ele inegavelmente tenha o tal faro de gol. E Vizeu vem mostrando instabilidade. Fez duas boas partidas nas semifinais da Sul-Americana, contra o Junior Barranquilla, e não viu a cor da bola nos dois jogos da final com o Independiente. (Quando um centroavante que só sabe fazer gol não comparece, ele vira um zero à esquerda.) Nos poucos minutos em que atuou no time de cima, Lincoln me pareceu mais surpreendente e participativo. A conferir. O ideal é que ambos continuem no clube, e não creio que a presença de Adriano atrapalhe. Tem jogo à beça, dá para todo mundo jogar.
Por fim, as recentes declarações de Adriano trazem um certo amargor por ter largado os gramados quando havia lenha – ou ao menos um cotoco dela – para queimar. O Flamengo não é casa de caridade e há um decantado (e discutível, pela ausência de resultados) culto ao profissionalismo. Entretanto, nesse caso trata-se de dar a um dos ídolos da torcida a chance de uma última temporada decente e, quem sabe?, gloriosa. Como isso já aconteceu algumas vezes, não custa alimentar a remota esperança de que aconteça mais uma.
Apesar de não ser uma decisão racional, funcional, proverbial, etc. e tal, eu arriscaria. E pra você, minha camarada leitora, pra você, meu camarada leitor, sim ou não? Só peço um favor: tratemos o assunto como se estivéssemos à mesa de um botequim.
Walace 2
Cabou … KKKKK
O cabra nao vem, pq o Hamburgo nao queria empretar pelo tempo que o Flamengo queria.
OTIMO !!!
Como o Love parece q tambem nao esta dando certo (OTIMO 2) – quero agora ver o que essa “diretoria” tao vagabunda vai fazer.
Mais uma vez, sem planos, começa-se o ano para contratar no decorrer do mesmo. Como sempre.
A citaçao melhor para essa turma ridicula e que nos ridiculariza mundo afora é aquela do Einstein, ela cola sempre, passa anos e cola, entra anos e cola …
efetivamente, tentam sempre a mesmissima coisa, talvez até piorando (?), e acham que o resultado vai ser, desta vez, outro.
Como eu jah disse – torcedor que aceita esperar até o fim do ano – e passar uma outra merda de ano – para esperar que os novos sejam melhores – é um TROUXA.
Se quizer fazer algo, escreva para a “diretoria” , peça pela saida imediata da cambada e CANCELE tudo o que poder.
Uma campanha de repudio ao que acontece é o minimo.
Do jeito que nao se deve votar em novembro 18 em ninguem que esta AGORA em Brasilia, nao se deve mais deixar passar essa chance de chamar esse “presidente” (tb esse) de INCAPAZ.
SRN
Wallace
Nunca tinho ouvido falar desse dai. Mas isso nao importa. O que importa é que parece que ja sai tarde e nao farah falta no Hamburgo.
Nao conseguiu ser titular, no Hamburgo, e parece que quer voltar para ser SELECAO.
Soh isso jah mostra o miolo do rapaz.
Mais um maluco pro time …
https://www.fussballeck.com/bundesliga/hamburger-sv/die-walace-posse-eine-typische-hsv-geschichte/