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Existe Flamengo inteligente sem ele?

Por | 16 de abril de 2017
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  • […] REPÚBLICA PAZ E AMOR: Chelsea e Atlético de Madrid talvez sejam os dois times do futebol atual que mais se destacam pela aplicação tática e o apego à marcação. Pois nem eles conseguem jogar noventa minutos como o Flamengo jogou os primeiros vinte e cinco contra o Atlético Paranaense. Mesmo com a impressionante evolução da preparação física e transformando dedicação em sacrifício, ainda assim é impossível. Há um jogo importante na história recente do clube – oitavas de final da Libertadores de 2010, contra o Corinthians no Pacaembu – em que isso ficou claro. Havíamos vencido a primeira partida, no Maracanã, por um a zero, e no jogo de volta os corintianos vieram pra dentro. Sufocando o Flamengo com marcação implacável e uma correria de cansar até quem estava em casa, foram para o intervalo ganhando por dois a zero. Entretanto, para tamanha correria, dois a zero era pouco. Vágner Love fez o gol rubro-negro logo aos quatro minutos do segundo tempo e, arrastando-se em campo, o Corinthians não teve como chegar à diferença de que precisava. Passamos para a fase seguinte, eles morreram ali. Zé Ricardo mandou muito bem na última quarta-feira. (Repito o que já escrevi algumas vezes no RP&A: errou, a gente critica; acertou, a gente elogia. Não tem mistério.) Apesar de Thiago Heleno ser um zagueiro pesadão e da conhecida morosidade de Paulo André, a defesa do Atlético Paranaense foi a menos vazada do Campeonato Brasileiro no ano passado, e apostar tudo na pressão inicial foi um risco bem calculado. Como tudo no futebol, tanto poderia dar certo quanto dar errado, corroborando o que costuma dizer Vanderlei Luxemburgo: quando dá certo, o treinador é gênio; quando dá errado, é uma besta. Bônus e ônus, futebol é assim. Lembrando esse jogo com o Corinthians, em que nos demos bem, e a partida contra o Santos no Brasileiro de 2015, em que nos estrepamos – viramos o primeiro tempo vencendo por dois a zero, mas pusemos a língua para fora e permitimos o empate –, comecei a ver o segundo tempo do jogo de quarta-feira com preocupação, receoso de que o placar de dois a zero fosse insuficiente para o tanto que tínhamos corrido. Só que, ao contrário dos meus temores e mesmo com a inevitável diminuição do ritmo, mantivemos o jogo sob controle. O problema é que manter jogos sob controle é sempre um procedimento de alto risco: vai que um cabeçudo acerta um chute qualquer lá da intermediária, um abraço. Muito mais do que o gol de Nikão, aos treze minutos, o grande problema aconteceu aos vinte. O choque com Douglas Coutinho não doeu somente no joelho de Diego, mas nos joelhos de toda a nação rubro-negra. Ninguém jogou mal na quarta-feira, mas quem muda o nosso jeito de jogar e faz do Flamengo um dos times mais fortes do futebol brasileiro é Diego. Daí, a pergunta: e agora? Falta intensidade a Lucas Paquetá, confiança a Matheus Sávio, regularidade a Mancuello, tirocínio a Éverton, saúde a Ederson e capacidade de definição a Gabriel. Enquanto Conca não vem, não temos como armar o time sem Diego e manter o equilíbrio. Por outro lado, ano passado conseguimos fazer boas partidas e alcançar convincentes vitórias antes mesmo de Diego estrear. Um a zero no Inter, um a zero no Atlético Paranaense, dois a zero no Atlético Mineiro, dois a zero no Coritiba (lá em Curitiba), dois a um na Ponte Preta (em Campinas), um a zero no Cruzeiro (em Belo Horizonte). Ou seja: possível, é. Mas Zé Ricardo terá de sacar da cartola coelho semelhante ao da escalação de Trauco adiantado, e os jogadores precisarão entender a importância da concentração absoluta e do erro zero – viu, Sr. Renê? Respondendo ao título do post: infelizmente, parece que não. Porém, com empenho, espírito coletivo, consciência tática e noventa minutos de seriedade, dá para sair da Arena da Baixada com a classificação encaminhada. E o melhor: entrar na fase de mata-mata com a presença de Conca, a volta de Diego e, aí sim, um time de respeito e com boas chances de chegar longe. SRN e boa Páscoa a todos. JORGE MURTINHO […]

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