O Campeonato Carioca já foi importante à beça. Quando eu era jovem cheguei a perder o sono por causa do nosso rural. Era super difícil ganhar um. Desde 1912 o Flamengo muitas vezes, é quase inacreditável isso, não ganhou o Carioca. E ninguém achava nem um pouco estranho, porque tinha outros times disputando. Mas o Flamengo tava lá, todo ano, lutando pra arrancar das delicadas mãos tricolores a hegemonia estadual. Nem sempre se dava bem, mas não podia ser acusado de dar pouca importância à competição.
Esse estado de coisas perdurou até o início do presente século quando o TETRA TRI do gol do Pet subverteu tudo e estabeleceu uma nova ordem mundial no âmbito dos carioquetas. Desde então o Flamengo passou a perder Cariocas como nunca. Era inexplicável, jogando praticamente sozinho no estado e se responsabilizando pelas despesas de todos os outros concorrentes, da Federação e de seus aderentes, o Flamengo perdeu vários Cariocas.
Perdeu os Cariocas de 2002, 2003, 2005, 2006, aí meteu o PENTA TRI e, finalmente, assumiu de vez a hegemonia, objetivo perseguido há 97 anos. Aí desandou a perder Cariocas outra vez, 2010, 2012, 2013, 2015, 2016 e 2018. Que papelão. Ganhou de novo em 2019 e ontem à noite no Maracanã deserto sagrou-se BI Campeão daquela que além de ter sido a mais soturna edição do certame praiano, tá dando toda a pinta de que foi também a última. Oxalá esse macróbio senhor de 114 anos possa encontrar a paz merecida em sua última morada. Ninguém mais aguenta essa chateação.
Tudo bem, o Flamengo foi campeão. Show, legal, e daí? E daí, nada. O Campeonato Carioca não tem qualquer valor para aferição das qualidades de um time de futebol. É uma droga recreativa leve cuja onda é de curtíssima duração. Todas as vezes em que o Flamengo o perdeu nesse século quem o venceu o fez muito mais pela indolência rubro-negra do que por suas eventuais qualidades. Tanto que os Campeões Cariocas, quando não são o Flamengo, tem por costume serem humilhados anualmente no Brasileiro.
Para o Flamengo vencer o Carioca é uma obrigação, e vence-los não nos permite nem tirar uma onda. E quando não os vencemos é um Deus nos acuda. Nesses anos em que falhamos o Carioca só nos serviu pra mandar treinador embora e atrapalhar nossas campanhas na Libertadores. Pra que o Flamengo vai querer continuar a disputar um campeonato que só dá dor de cabeça e prejuízo?
Esse ano o Flamengo até que tentou botar seus crias pra o disputarem, que estavam mais do que capacitados para levar o 36º troféu pra Gávea. Não fosse a Pandemia mundial que interrompeu a Libertadores e meio que obrigou o nosso time adulto multicampeão a disputar o agonizante carioqueta enquanto o vírus maldito parava todas as competições esportivas no mundo. Todas não, ao lado do campeonato do Azerbaijão e da Mongólia, o Carioca também insistiu em completar suas 18 desnecessárias e deficitárias rodadas. Quanta perda de tempo, que desprezo pela vida e pela saúde pública.
Com os estádios do Rio de Janeiro interditados ao público e sem transmissão dos jogos do Flamengo pela TV, o campeonato de 2020 foi disputado quase clandestinamente, despertando o enorme interesse de ninguém. Ainda assim o Flamengo cumpriu sua obrigação, passou rodo em geral e ganhou quase tudo que deveria ganhar. Só não ganhou tudo porque deixou escapar a desimportante Taça Rio em uma tosca disputa de penâltis com o Fluminense. Bizarria que provocou uma final em dois jogos com os tricolores que gerou mais interesse pelos seus aspectos parafutebolísticos e comunicacionais do que pelo que se viu em campo.
Em dois jogos bem vagabundos o Flamengo venceu o Fluminense pelo placar agregado de 3 x 1, causando na torcida que o assistiu na segurança de seus lares apenas enfado e até mesmo um certo deja vu, com Vitinho, à exemplo da final de 2019, fazendo o gol decisivo. A emoção do elenco foi tamanha que nem a clássica volta olímpica os jogadores do Flamengo se dispuseram a dar. Certamente tinham coisas mais importantes pra fazer.
Do lado de fora, na torcida, o frisson foi semelhante. Eu mesmo não me emocionava tanto assim com um título desde que recebi meu certificado de brigadista anti-incêndio na firma. Quando eu era menino pequeno lá em Barbacena e o Flamengo ganhava um Campeonato Carioca, saía em procissão, caminhando cheio de orgulho, exibindo ruidosa alegria do Maracanã à Gávea. Onde nos esperava uma chopada oferecida gentilmente pelo Flamengo aos seus torcedores. Se tentarem fazer isso hoje, ao chegar na Gávea os seguranças vão sentar o dedo nos torcedores, pensando que a turba está lá para pixar os muros. O tempo do Carioca já passou. Mas se por acaso rolar de novo em 2021 o HEXA TRI é obrigação.
O lado bom de ganhar o Carioca é que ele finalmente acabou. O lado ruim de acabar o Carioca é que agora serão 3 semanas de masturbação compulsória ininterrupta com o fica-não-fica do Jorge Jesus. Flamenguista não tem direito a um dia de paz.
*Dedicado a Marcelo Brum in memorian
Mengão Sempre
Direto da fonte: o que realmente decidiu a ida do JJ não foi o Benfica e seu suposto projeto com promessas impossíveis de serem cumpridas diante da situação esportiva, financeira e fiscal do clube no qual o presidente amigo (de quem?) está atolado até o crown chakra. Foi a família – mulher, filhos, irmãos, cachorros e gatos. A mulher teria dito que ele, JJ, estava muito velho pra ter seu nome ligado a fofocas de envolvimento com “uma miúda”, mesmo não passando de fakenews. Junte-se a isso o fato da família, em função da pandemia e do pandemônio que é este país, não poder visitá-lo com a frequência que gostaria, já que representaria um risco para ela pelos motivos que todos conhecemos.
Conversei com meu melhor amigo português, integrante de uma das organizadas do Benfica, a No Name, que me levou pra conhecer o Estádio da Luz, e ele disse que não só a turma dele como outras organizadas estão não só contra a ida do JJ, como confirmou que é fato recorrente sua saída pelos fundos dos clubes que treina. Mauro Cezar tem a mesma opinião que eu: independente dos motivos pessoais e subjetivos, isentos, portanto, de qualquer julgamento, sua atitude, ou falta dela, não foi legal – com a instituição, com a direção (exceto o insuportável Bap que merece uma cruz pra carregar), com os jogadores e, PRINCIPALMENTE, com a torcida. Não, Marcos Braz, não saiu pela porta da frente; na melhor das hipóteses, pela porta lateral.
Mas nada disso é capaz de apagar ou mesmo arranhar seu estrondoso e meteórico sucesso em 13 meses e o bem que ele fez ao Flamengo em particular e ao futebol brasileiro em geral. Foi uma passagem rápida e revolucionária que sepultou ideias conservadoras obsoletas e trouxe de volta o futebol que, se não nasceu no Brasil – não sei -, teve aqui seu apogeu a ponto de por muito tempo sermos alcunhados como “o país do futebol”. Nos 7×1 o mito se desfez. JJ deu início ao resgate. Agora depende dos treinadores brasileiros se renderem às evidências, enfiarem a viola no saco, engolirem seus orgulhos infantis e se reciclarem de acordo com um novo-velho modelo. Vencer, vencer, vencer, não deveria ser exclusividade do Flamengo, mas de todos que amam o futebol por sua beleza estética aliada à eficiência dos movimentos só comparada a arte da dança – mas nem mesmo esta tem o complicador de carregar uma bola nos pés durante o balé.
Como disse o Carlos, não foi surpresa. O silêncio, o distanciamento, a ausência da vibração característica à beira do campo e a contínua expressão fechada denunciavam o óbvio.
João Guilherme, da fox, disse ter informação de que o próprio Jesus indicou ao Marcos Braz o Leonardo Jardim (nunca ouvi falar, o que não quer dizer absolutamente nada) como sendo capaz de dar continuidade ao seu trabalho e agradar aos jogadores. Vejamos se confere.
Pergunta que faço com frequência e vou continuar fazendo até ter uma resposta: qual o papel dos diversos Conselhos do clube e das Organizadas que não se manifestam e exigem a saída imediata desse vírus mortal chamado Bap?
srn p&a
Minha decepção foi maior, porque eu estava apostando que o Jorge Jesus não iria aceitar a proposta do Benfica, que vive uma crise sem precedentes. O Benfica e o seu presidente são alvos de uma investigação de crime de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
O Henrique e o Carlos Moraes é que estavam certos. Eu errei feio.
Confesso que estou muito triste com a saída do Mister. O português revolucionou o futebol brasileiro e fez o Flamengo voltar a ser um clube vencedor, como há muito tempo não via.
Por outro lado, o Rasiko sintetizou a questão. É muito difícil fazer uma correta avaliação da atitude do Jorge Jesus de voltar para Portugal, pela total ausência de conhecimento dos fatores que o levaram abandonar o “projeto Flamengo”.
Entretanto, essa sua intenção de levar com ele profissionais do Flamengo, como médicos, massagistas e jogadores, é coisa de filho da puta. Que leve com ele a sua portuguesada e deixe os nossos aqui.
Entretanto, como eu já afirmara, o Jorge Jesus não é a última bolacha do pacote. Vida que segue.
Minha preferência é por um técnico europeu, para que se possa dar seguimento ao esquema de jogo e postura tática desenvolvida por Jorge Jesus, que trouxe para o time do Flamengo o estilo europeu de jogar futebol, aliado à criatividade do jogador brasileiro.
Vencer, vencer, vencer.
Sempre Flamengo.
#somos70porcento
Acordo (quase) total. Pensei como vc no inicio sobre ele levar os ajudantes que era coisa não muito legalzinha do pa. Mas ele os trouxe, li em outro lugar.
Jah a questao dos jogadores é outra coisa. Ele pensa no fortalecimento do seu proximo clube – isso é normal.
Infelizmente é normal tb que muitos outros clubes se interessem pelos futebolistas do time que rebolou tudo ano passado.
Gabigol, BH, Gerson, Arrasca sao alvos, isso tb é claro.
Fico um pouco com o pé atras de chamar o JJ de fdp por ele fazer o que outros podem e vai fazer. Mas te entendo bem, Aureo, e sinto tb um pouco isso.
QUOQUE TU ???
Bem, seja como for, vamos ter que buscar um técnico que leve adiante o estilo implantado por JJ e vamos sem a menor duvida, ter que procurar jogadores tb.
Eu nao deixaria o nosso melhor, BH, sair por um sanduíche. Mas ai temos tb a questão de sempre: como segurar alguém que quer sair?
Me lembro do Juca Chaves, quando dizia: Nao da pra segurar mulher que quer trair. Se vc fecha ela no armário ela te trai com um cabide….
SRN e espero que esse ano, ô aninho fudido, meu, nos traga pelo menos um boa parte das boas emoções do ano passado.
somos70porcento (nao sei fazer o hashtag)
E lá se foi o nosso míster, fez tanto mistério (até que o nome encaixou ) , mas acabou se mandando. Depois de tocar a barata avoa nos jogadores, se decidiu, ou melhor, sacramentou o que estava decidido. Dizer que ele sai bem é forçar a barra, saiu bem porque no velho estilo janista: fi-lo porque qui-lo, não levou o famoso pé na bunda tão em moda por aqui, se bem que com técnico vitorioso é mais difícil, mas já aconteceu. Se fosse de lá pra cá no mínimo a torcida do Benfica estaria vociferando em altos brados: paneleiro, paneleiro!
E vc poderia demonstrar respeito e gratidão por um profissional extremamente sério, competente, que ganhou TUDO, bateu recordes e nos deu as maiores alegrias desde a era Zico.
Jorge Jesus tem lugar garantido na galeria de ídolos eternos do Flamengo.
efetivamente
Arthur, sempre leio o seu conteúdo, desde os tempos da Globo.com, hj te peço, até para manter a esperança… por favor, manda aí um daqueles seus textos especiais pra gente não esquecer que o ciclo do Flamengo se renovará como água.
vou me reservar o direito de não dar opinião sobre a saida do mister….
mas vou dar meus palpites e dicas pro mengão.
galhardo é na minha opinião o melhor para assumir o nosso time.
sabe ganhar libertadores,gosta de promover os garotos da base entre tantos motivos.
tem outro argentino muito bom,o perkeman(acho que tem um C no nome, mas não sei aonde coloca-lo)ele fez um excelente trabalho nas seleções da argentina e colômbia.
SRN !
Enquanto a nação cristã espera a volta de Jesus (na verdade, do Cristo), a rubro-negra se despede do seu entre agradecimentos e desapontamentos.
Ao que tudo indica o que pesou na balança foi estar junto da família em meio a uma pandemia que não dá sinais de baixar a bola.
Aprendi, a muito custo e péssimas consequências, a não julgar, especialmente quando me faltam elementos pra qualquer veredito.
Mas, se além de suspender um contrato acabado de assinar, com um planejamento em andamento e um pacto pelo Mundial rompido, e se verdadeiras as notícias de que ele quer levar, além de alguns jogadores do elenco principal, o médico, o preparador físico e o fisioterapeuta, bem, aí meu caro, não vai restar outra alternativa que não sair disfarçado pela porta dos fundos na calada da noite, e o “olê, olê, olê, Mister” vai virar “olê, olê, olê, Mister, vá se fudê”.
Veredito: suas justificativas podem ser plausíveis, mas o jeito, a maneira, a forma foram pequenas pra quem se afigurava tão grande como profissional e como caráter.
Pronto! Já julguei.
Que venha o próximo.
JJ tem lugar garantido na galeria de grandes ídolos rubro-negros, para quem tem um mínimo de raciocínio lógico e bom senso.
Já quem mandar o Mister se fuder, como vc propõe, só terá lugar na galeria de grandes otários.
Pelo que dizem na imprensa, estávamos certos.
Tanto o Henrique como eu mesmo afirmamos que o Jorge Jesus não ficaria.
A alegada crise financeira do Benfica ainda veio a dar uma certa esperança.
Qual nada. Lá se vai o português e toda a sua equipe, uma perda tamanho família para o nosso Flamengo.
Havia um dado, quando nunca, que me dava a certeza da partida.
O silêncio do JJ.
Se nada houvesse, ele seria o primeiro a tudo negar,
Evidentemente que algo havia.
Até que ponto (ou até que cifras) não poderia ter certeza, mas, além disso, outros fatores, como a pandemia, a proximidade com a família, a amizade com dirigentes e torcedores benfiquistas, sugeriam o retorno às origens, para um novo desafio.
Não quero um substituto brasileiro, muito menos gaúcho.
Argentinos e portugueses estão dando as cartas, pelo mundo a fora.
Gallardo, Pochetino, Nuno do Espírito Santo e, pincipalmente, Marcelo ^El Loco^ Bielsa são os meus favoritos.
Há que se aguardar.
Enquanto isso, há que se lamentar muito.
Entristecidas SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – gostaria de informações sobre os índices de audiência na quarta-feira. De acordo com um amigo, que obteve os dados junto ao UOL, teria dado um empate técnico – Fla-Flu 26,2% x Fina Estampa 26,1%.
Sem a menor dúvida, quem ganhou no imbroglio foi a SBT que arrancou um índice muito acima do seu normal.
A Globo, que usou a correta estratégio de um capítulo especial de Fina Estampa, não perdeu tanto assim.
Pela importância nos mercados (odiosa palavra), gostaria de saber os índices das duas principais cidades, São Paulo e Rio de Janeiro.
Nelas é que os patrocinadoes mais investem.
Eu só vejo uma opção para não acabar com o estadual do Rj, reduzí-lo a no máximo seis equipes. Sendo o flamengo + os três patetas e dois pequenos. Assim faz turno e returno em dez rodadas e serve como pré temporada.
Arthur, gostaria de te mandar uma bela ilustração que fiz. Se gostar, mando outras. Como?
Pode mandar pra arthurreserva@zipmail.com.br
Uma pena que muitos dos flamenguistas que vêm aqui debater digam não terem comemorado o título e desqualificam a atuação do Flamengo, chamando-a de “horrorosa”.
Estranho mesmo. E injusto. O Flamengo, ainda que não estivesse em seus melhores dias, teve garra e foi ofensivo o jogo todo, mesmo no fim, com o empate lhe favorecendo, coisa que NENHUM time do Brasil faria, talvez à exceção de um treinado pelo Sampaoli.
Eu, que reconheço a irrelevância do campeonato carioca, joguei a cerveja pro alto e comemorei PRA CARALHO o gol do Vitinho. Porque eu sou Flamengo e quero ganhar tudo, especialmente Fla x Flus.
Muito estranho pessoal vir aqui diariamente para destilar ódio e rancor contra diretoria, treinador e jogadores – e agora desvalorizar títulos – do maior time do Flamengo em décadas.
Vou dar uma notícia chata, pra vcs que não curtiram: foi o último título de 2020.
Sim, os demais campeonatos todos acabarão só em 2021.
Os bobalhões modinhas que estão aí caindo em papinho de imprensa, dizendo que querem mais que o Jesus vá embora e outros mimimis ridículos, deviam no mínimo ter a dimensão do que o Flamengo de Jesus representa para o futuro do futebol brasileiro e do próprio Flamengo.
Mas pelo visto o pensamento da maioria é tão pequeno, raso, de curto prazo e voltado para o próprio umbigo, que houve vários aqui torcendo para a GLOBO, no embate com o Flamengo. Perdoai esses infiéis, Senhor.
É BICAMPEÃO PORRA!!!
Não gostou? Não gosta da diretoria? Não gosta do Gabigol? Não gosta do Jesus? Sugiro ir chorar suas pitangas em blogs arcoiristas. Serão bem acolhidos lá.
Ilustre rubro-negro The Trooper
Em primeiro lugar, os elogios.
Sem sombra de dúvida trata-se de um companheiro comentarista de alto nível.
Escreve bem, argumenta bem, como poucos, até mesmo.
Agora, as críticas.
Cada um tem direito a uma reação diferente, independentmente da paixão clubística.
Não somos iguais, não somos gado, como está na moda nesta república destroçada pela pandemia, que não era uma gripesinha.
Muitos fatores atuam, já tendo destacado, no meu comentário, a idade diferente entre, por exemplo, você e eu.
Já vibrei muito, mas sempre torcendo para que houvesse um futebol de primeira categoria.
Ontem, positivamente, esteve MUITO LONGE de existir.
Um jogo de uma mediocridade irritante.
Se durante 89 minutos ficamos todos sofrendo pelo baixo nível apresentado pelas DUAS equipes, não seria um gol acidental que faria mudar o meu torpo.
Isto não implica em criticar o trabalho – que considero excepcional – do Jorge Jesus, um técnico muito acima da média.
Da Diretoria, não gosto mesmo e não tenho pudores para deixar claro o principal motivo – o puxa-saquismo desenfreado do tal de Landim, que, mesmo sabendo que o nosso Genocida nunca foi torcedor do Flamengo, não tem vergonha de presenteá-lo, já por duas vezes, com o nosso Manto Sagrado.
Um safardana, sem a menor dúvida.
O nosso companheiro Aureo já deixou claro, mas vou insistir.
Na briga contra a Globo, curiosamente chamada de The Globe, pela própria esquerda, não tomo partido.
Sei bem que Landim e os Irmãos Marinho estarão, muito brevemente, trocando juras de amor eterno.
Por outro lado, inquestionável, basta ler os comentários, que, de repente, não mais do que de repente, grande parte dos nossos torcedores, sobretudo os coxinhas (existem em todos os clubes), cairam-se de amores pelo Silvio Santos.
Como o jogo foi muito ruim, TODOS SABEM DISSO, preferiram destacar o sucesso financeiro da transmissão, com trocentas cotas vendidas, enchendo as burras do clube e da emissora.
Uma emissora pífia, digna dos ratinnhos que por lá transitam,
Achei que no primeiro jogo o Flamengo jogou mal, deu muito espaço, o que acabou transformando o jogo em uma divertida correria, com ataques de lado a lado. Tecnicamente ruim, como 99% das partidas no futebol brasileiro, mas animada.
Ontem, o Flamengo não jogou como estamos acostumados a ver, mas também não fez uma partida ruim, muito menos “horrorosa” como alguns dizem.
Ficou com a bola o jogo todo, anulou completamente o adversário, criou várias chances e fez o que pôde para vencer um adversário que ficou totalmente trancado o jogo inteiro, fazendo marcação intensa e violenta, distribuindo cotoveladas para todos lado com a complacência do apitador.
Jogo no meio de uma pandemia, sem torcida, com os jogadores longe da melhor forma, querer exibição de gala é querer muito não é não?
Quanto aos argumentos sobre política partidária, dispenso o debate.
Apenas ressalto que, se vc acha que pelo fato de sua antipatia a um ou outro político deve justificar o fato de que o Flamengo não deva se relacionar bem com as autoridades municipal, estadual e federal, vcs está pensando muito mais no seu umbigo do que nos interesses do Flamengo.
A propósito, a diretoria do Flamengo tem se relacionado muito bem com Crivela, Witzel e Bolsonaro. Todos inimigos políticos entre si.
Palmas para a diretoria do Flamengo e sua política APARTIDÁRIA. Quem acha que o Flamengo tem que ser de esquerda ou de direita, não entendeu nada de Flamengo…
Caaríssimo,
não se trata de ser apartidário, o que seria correto se estivesse acontecendo.
Assim como no caso Globo x SBT, em que muitos torcedores deram notória preferência em detrimento do próprio jogo, vou fazer outra comparação – Flamengo x Corinthians.
Era indiscutível a raiva, sem dúvida explícita, de muitos dos nossos torcedores em relação a uma possível benesse aos gambás por parte do Presidente Lula. Nesse caso apesar da atenuante de ser o ex-Presidente um declarado torcedor corintiano.
Para mim, procurar vínculos políticos, com A, B ou C , é algo toalmente desprezível.
Não sou hipócrita para negar que, em se tratando do atual PR, fico mais aborrecido do que se fosse, por exemplo, com a confusa Marina, da Rede.
De qualquer maneira, sempre errado.
Correto o seu questionamento no que diz respeito às dificuldades para se ter um bela exibição noo momento em que vive o País.
Aliás, sempre fui contra à volta precipitada dos jogos e bem me lembro que, tanto você como eu, fomos críticos acres da estupidez do Prefeito Crivela em querer permitir público nos jogos.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
O meu ponto de vista é que “apartidario” nao existe. Nunca.
E acho feio sim, para nao falar outras coisas, de dar um manto sagrado a esse imbecil genocida.
Mancada feiissima.
A questão é que o Presidente da República não é a Marina Silva, de forma que o Flamengo não bem qualquer razão para manter relações institucionais com ela.
A Presidência da República, goste vc e goste o Landim ou não, é ocupada por Bolsonaro.
A diretoria do Flamengo foi eleita para lutar pelos interesses da instituição, esteja no comando do Palácio do Planalto o capeta ou São Francisco de Assis.
O mesmíssimo vale para os governos municipal, estadual, assim como CBF, CONMEBOL, FERJ, FIFA, etc. São todas instituições sabidamente corruptas e nefastas, mas com as quais o Flamengo precisa manter relações políticas.
Creio que vc não seja ingênuo a ponto de não saber o que acontece com o clube que não tem bom trânsito nessas instâncias.
Se o Landim votou no Haddad, no Bolsonaro ou anulou, e em quem ele votará nas próximas eleições, é um problema único e exclusivo dele, pelo qual não tenho qualquer interesse.
Mas, se ele mistura seu posicionamento político pessoal com os interesses do clube e rompe relações institucionais do Flamengo com político A, B ou C por conta disso – COMO JÁ CANSAMOS DE VER ACONTECER EM DIRETORIAS ANTERIORES – aí haveria um problema muito sério, cuja conta certamente seria paga pelo clube.
O que o clube ganharia não se relacionando com Bolsonaro, Witzel e Crivela?
A presidência do Clube de Regatas do Flamengo não é local para fazer política partidária, como diversos presidentes anteriores fizeram, e todos sabemos que fim levou.
Oposição ao Bolsonaro se faz nas ruas e nas urnas, à paisana. Não no comando do clube, fardado com o Manto Sagrado.
Trooper, concordo com quase tudo. Um aperto de mao (depois desinfecta-la) ja seria suficiente, ao meu ver. Essa do manto é inaceitável, Realpolitik hin oder her.
SRN
Poxa! O meu querido Carlos Moraes tirou o pão da minha boca. Era exatamente o que fiquei pensando após a leitura, de madrugada, do brilhante artigo do Arthur Muhlenberg, ou seja, sobre os campeonatos cariocas que mais me trouxeram emoção.
Eu já nasci tricampeão carioca, 1944, e conquistei 27 campeonatos carioca.
No segundo tricampeonato, 1953, 1954 e 1955, ainda pequeno, não houve quem me pudesse levar ao Maracanã. Pela voz do speaker, provavelmente, Oduvaldo Cozzi, acompanhei a radiação da final da melhor de três. (termos da época) Mas trago na mente a choradeira de um primo mais velho, torcedor do América, que passou a vida inteira reclamando da entrada do Tomires no Alarcón. Vencemos por 4 x 1. Todos os gols de Dida.
Assim, o meu primeiro título de campeão carioca dentro do Maracanã foi aquele citado pelo Carlos Moraes, o de 1963:
“O público pagante naquela decisão de Estadual foi de 177.020 pessoas. Oficialmente, o total de torcedores chegou a 194.603. Mas não são números realistas. Multidões de rubro-negros e tricolores, naquele empurra-empurra tradicional dos estádios (especialmente no passado), entraram sem ingresso. Duas pessoas ocupavam o mesmo assento.
Milhares viram o jogo de pé.Não cabia mais um mosquito sequer ali. Se chovesse, os pingos correriam o risco de não molhar as arquibancadas – parariam nas pessoas, grudadas umas às outras. Os relatos de quem viveu aquele dia, dentro e fora de campo, indicam uma partida histórica.” (O Globo)
E eu estava lá, assistindo ao 0x0 que me deu a minha primeira grande emoção dentro do Maracanã.
A outra inesquecível conquista foi a do tricampeonato de 2001, a do antológico gol do Pet, que deixo de aprofundar, porque ainda vivo na memória de todos nós.
Agora, trago a convicção de que até o fim do ano, eu já terei me esquecido do título conquistado ontem, por vários motivos, notadamente por ter visto nas redes sociais a alegria de alguns poucos torcedores, que vivem na República do Gadismo, comemorando não o título conquistado pelo Flamengo, porém o fato de o jogo ter sido transmitido pelo SBT, postando fotos do genocida com a camisa do Flamengo. Para se esquecer mesmo.
Aliás, na briga do Capitão Cloroquina com a Globo, eu coloco gasolina para apagar o incêndio.
Saudações Rubro-Negras!
#somos70porcento
Áureo, nas minhas férias escolares passava os 3 meses – cravados – na fazenda da família no RS. Lá vivi momentos inesquecíveis que pautaram a minha vida cercado de gados bovinos, equinos e caprinos por todos os lados e a todos eu amava e continuo amando. Por isso, e só por isso, me sinto “ofendido” quando você se refere a gado ligando-o ao genocida-mór da república das bananas (ops! retiro o “bananas, adoro banana). Essa gentalha é tão pequena, tem a alma tão corrompida por um ódio que parece nunca se consumir e a mente tão estreita que é incapaz de observar a si própria e a propor um debate sadio, civilizado e inteligente que ignorá-la é o mais sábio, porque atenção, pela carência de que sofrem, seria respeitá-la e isso configuraria um desrespeito ao respeito.
PS-Também nasci em 1944, também vivi situações semelhantes em relação ao Flamengo e também estava no Maraca no FlaxFlu de 1963.
srn p&a
Para variar, mais uma crônica excelente.
Outro dia, aqui mesmo no RPA, cogitou-se do passado, dos grandes jogos que então proporcionava o melhor Capeonato do mundo, o Cariocão.
Ganhar um título, era emoção total, como bem colocou o Grão Mestre.
Para valer, pois o de 1944, a bem da verdade, foi meio confuso para um garoto de seis anos, o meu primeiro foi o de 1953, em dose dupla,
Sim, aquele foi o primeiro anos que a disputa se dava em três turnos.
Os dois primeiros no estilo clássico, o último só com os seis melhores classificados, em turno único.
Ganhamos tudo.
Do Fluminense, que jogava pelo empate, na primeira parte, em vitória memorável por 2 x 1, depois de sair perdendo, e do Vasco, de goleada, na parte final, que ganhamos disparados.
Emoção total, cabendo acentuar que o feiticeiro paaguaios, Don Fleitas Solich, que chegara exatamente naquele ano, armou um time sensacional, só comparável ao de Zico e Cia, e ao de 2019.
Nem sempre, no entanto, às conquistas correspondiam grandes exibições.
Mesmo assim era SEMPRE o fantástico Campeonato Carioca.
1963.
Tudo parecia indicar o que viria a acontecer.
Um time HORROROSO, com Oswaldo Ponte Aérea pela ponta esquerda. Pode, Freud.
Chegamos à final, contra o mesmíssimo Fluminense, agora com a vantagem do empate.
Graças ao grande Nelson, com suas cabras vadias e o Sobrenatural de Almeida, que convocou todos os vivos e os mortos também, recorde absoluto de público, em plano mundial, para um jogo de clubes.
O x O, eis que menos era impossível.
Delírio rubro-negro, meu tamabém, é óbvio.
Nem se cogitou da qualidade do espetáculo.
O tempo é inexorável.
Por mais que não queiramos, o safado vai passando e nós envelhecendo e, além disso, ficando rabugentos e exigentes.
15 de julho de 2020.
Novo Fla-Flu decisivo, noamente com a vantagem do empate.
Jogo ^pavorosamente HORRÍVEL^.
Inacreditável, mesmo.
Os dois goleiros nada foram obrigados a fazer.
Um gol no finalzinho, praticamente contra, pois se a bola não desviasse no zagueiro mais do que provavelmente não entraria.
Seria tudo igual a 1963, pergunto e logo respondo.
NÃO, de maneira alguma.
VIBRAÇÃO ZERO.
Uma mera obrigação, cumprida sem o MENOR BRILHO.
Não pensava e não queria que acontecesse, mas o tempo passou …
SRN
FLAMENGO SEMPRE
O horror, o horror, já dizia o Conrad, o jogo, o Flamengo foi horrorendo (assim mesmo: horroroso com horrendo) e o Flor conseguiu ser pior. Foi esse negócio aí confuso chamado JJ fica não fica que ele parece estar curtindo? Aos trancos e barrancos conseguimos sair campeões em mais esse desprezado carioca. Continua o poço de contradição, o Flamengo, o tal carioqueta é uma merda unânime e não é burra, mas ai do Flamengo se não for campeão.