“O duro é o seguinte”, repetia o Mantuano na saída do Maracanã, voltando a tese que já levantara no metrô da ida. “Tem uns bons anos que o Campeonato Carioca para o Flamengo é como bater em bêbado. Se nós vencemos, é obrigação; se perdemos… É papelão”.
Confesso que, como alcóolico simpatizante, me senti incomodado com a comparação. Seríamos nós, os pinguços, alvos assim tão fáceis? E o valente Botafogo, vitorioso num improvável 1 a 0 – um 1 a 0 inaceitável, quiçá – se assemelharia a um bebum contumaz? Verdade que os antigos porristas consagraram aquela expressão clássica, “Rapaz, hoje eu tô de fogo…” Mas a analogia pareceu um pouco injusta com o time da Estrela Solitária.
Nos atiramos para dentro de um táxi, e no conforto do banco de trás, após passar pelo Bellini e tentar reparar pela centésima vez se a estátua tem mesmo a cara do cantor Francisco Alves, me rendi à teoria etílica do meu dileto amigo: realmente, os primeiros meses do ano rubro-negro lembram uma pavorosa briga de bar de velho oeste, daquelas cenas de dar orgulho a Ted Boy Marino e Bud Spencer.
Visualize a cena. Passa o feno, gaita ao fundo, uma tábua range. Surge nosso herói, com trajes rubro-negros. O ano de 2017 não foi fácil, e ele adentra o salão de ressaca, puto da vida e revirando os bolsos, sem saber onde havia deixado seu técnico. Há, no entanto, um certo otimismo em seu rosto: tem feito bons negócios, ganhou um bom dinheiro e é querido por muitos, esta fase vai passar. Ele só quer relaxar um pouco.
A caminho do balcão, porém, um punhado de nanicos mais para lá do que para cá surge para perturbá-lo. Ele nem pisca, o cabelo cheio de brilhantina nem venta: um sossega-palhaço e, puf, estão fora de combate.
Perto da máquina registradora, no entanto, uma dupla o encara com olhares nada amistosos. Trata-se do dono da espelunca, um ancião desbocado com a camisa da Ferj, e um português cheio de problemas e aguardente na moringa. Na coxa de um deles, um papel de pão escrito “Regulamento”, todo rabiscado ali na hora.
– O que tá olhando, Da Gama?
Peleja feia de se ver, daquelas de sobrar mata-cobra no pianista e arruinar o bar todo. Lamentável. Depois de quase 90 minutos, foram enfim apartados e saíram cada qual para seu lado – na saída, por sinal, duas cotoveladas certeiras encurtaram novo sururu: uma no queixo de um soldado (Severiano, dizia o documento) e outra num abusado de Saquarema, tal de Boavista.
Nosso herói decide trocar de bodega, e acha um bem mais requintado para enfim tentar tomar seu chopinho. Basta entrar, porém, para dar de cara com um argentino vestido de vermelho e branco cheio de marra.
Apesar de parrudo e bom de pugna, o grandalhão hermano está totalmente borracho; é só encaçapar. Decepção total: ninguém acerta quase nada e saem ambos estropiados, com duas rasteiras para cada lado. “Esse aí já não é de nada”, avaliam alguns populares. “Já foi uma fera, agora não mete medo em ninguém…”, cochicham.
Surge então um outro pau-d’água, desta vez um equatoriano metido para cacete. É a chance que nosso mocinho precisava. Ele começa tomando um cruzado inesperado e, quase indo à lona, tira da manga dois golpes de capoeira e derruba o vizinho sul-americano. O velho Mengo estava de volta, bradaram todos.
Mas, logo se viu, não foi bem assim, e o fim da fita o torcedor já sacou. O topetudo fica poderoso e decide retornar ao mal-afamado botequim. Aboleta-se no balcão, pede uma Stellinha (anuncie aqui), passa as costas da mão no beiço e mostra o muque para dois beberrões: Zé Tapete, um quitandeiro e floricultor de Laranjeiras, e o milico Severiano, o mesmo da outra escaramuça, ambos agora munidos de garrafas, gandulas e uma retranca daquelas. Não podia acabar bem.
Ao fim do trelelê, nosso herói confere os hematomas e, ao meter a mão na calça, ainda percebe: “Putz, deixei meu treinador cair de novo”.
Moral da história: Urubu que arrota peru acaba por tomar medidas enérgicas.
Meus muitos amigos, meus poucos inimigos.
Podem não gostar, mas não resisto a fazer críticas a quem merece.
Por exemplo, MUITOS torcedores brasileiros e põe MUIIIIITTTO nisso.
BABACAS profissionais.
Acabo de ver pela TV uma exibição de gala de UM SENHOR CRAQUE DE FUTEBOL.
CRISTIANO RONALDO.
Fez contra a Juventus dois gols incríveis, o segundo, então, ANTOLÓGICO.
Uma bicicleta somente comparável à inaugural do Leônidas (obviamente, não vi) e aquela fantástica do Pelé, estampada sempre e sempre, mui justamente, em fotografias pelo mundo afora.
Não resisto a fazer JUStIÇA a um MITO (este, sim, não um certo deputado da bala que anda pela aí).
Sinceramente, do jeito que as coisas estão andando, ou Messi e Cristiano Ronaldo se aposentam ou o trono do Pelé poderá ficar ameaçado.
Estão jogandoi de forma sobenatural.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Cenas de horror, essa “escolha” de um tecnico.
Leio que o inutil de Renato quer um contrato de 2 anos … claro, assim nao precisaria mais trabalhar o resto da vida, depois de ser posto pra correr.
E temo, e muito, que a nossa “diretoria” caia nesse canto de sereio …
Fora dele, soh outros inuteis.
Eh o fim da picada, eles nao trabalham o mundo de futebol, nao tem nomes na reserva, nem nomes de tecnicos, e muito menos de jogadores.
Bando de completos inuteis. Loucos largados livre para nos sacanear.
Excelente texto! Criatividade e originalidade sempre serão rechaçadas pelos “abalizados comentários” de quem enxerga o mundo em preto e branco. Não dê ouvidos à crítica mesquinha e pretensiosa. Parabéns, abraço. No aguardo de mais textos criativos e “sempre abalizados comentários”…
Tá claro que a solução é sair do 0x0 no Jobi. Todo mundo sabe! Pra que inventar?!?
Engraçada essa história de “campeonato carioca pro Flamengo nos últimos anos é como bater em bêbado”, sendo que dos últimos 7 campeonatos, contando com o atual, vencemos apenas 2. Isso com orçamentos infinitamente superiores aos dos nossos rivais.
Isso sem contar as outras 17 eliminações em mata-matas da gestão Bandeira. Dentre elas, algumas que nos enchem de orgulho, como Fortaleza, Boavista, Palestino, Paraná, foguinho, etc.
Só não vê quem não quer, que os bêbados somos nós. Bêbados ricos e pródigos. Com dinheiro como nunca, gastando como nunca, perdendo como nunca, virando chacota como nunca.
Nem o Maracanã temos mais pra jogar.
O bebum tá apanhando bem feio.
Difícil imaginar bons ventos e mares tranquilos antes de 2019. Esse ano vai ser duro.
SRN
Pelo menos esse ano não se vai poder adotar a velha muleta de culpar o carioqueta em caso de outro fracasso ridículo na Libertadores.
Esse papo brabo de que não dá pra jogar com o Olaria no domingo e pela Libertadores na quarta, porque os nossos sensíveis atletas ficam muito cansadinhos, já deu né?
SRN
Pois é… ainda acreditam que esse time do Flamengo é superior aos seus rivais cariocas. Fala sério, somos o pior time do RJ. Uma vergonha isso, levando em consideração o que foi gasto nesse elenco de mimados e parasitas.
Falam que dominamos o jogo contra o foguinho, mas a bola não entrou. Sei… de fato, tivemos muito mais posse de bola. Posse essa improdutiva. O “homão da porra” ciscando no meio-campo, tocando de ladinho, ditando o ritmo do time, tal como uma porta bandeira. Intensidade zero.
Até próximo o fim do jogo, os lances de perigo eram, em sua maioria, por parte do fraco time do foguinho. Somente no desespero, com a entrada do Marlos Moreno, conseguimos ameaçar e incomodar de fato o adversário. Mas, já era tarde. E foi provado que o nosso time é mais fraco ainda.
Apanhou dos chorões, dos flores e provavelmente apanharia dos vices.
Uma vergonha!
Mestre Moraes, irei copiá-lo.
Enfurecidas SRN!
Marromenu.
Xegado ao cumplicadu.
Duas considerações.
Tamu todos supervalorizando o nosso Mengão atual e seu elenco de sanguessugas, alguns perebas e uns poucos garotos promissores,
Certo mesmo, o Henrique agora aderiu à minha tese de dezembro/17, estava El Brujo Rueda, o único treinador competente que pintou no Mengão nesta malfadada era Banana.
Neste saco de gatos não fico, disse ele.
Se mandou para o Chile, no que fez muitíssimo bem.
Por sinal, brilhou nesta data-Fifa. Venceu da Suécia (2×1) e empatou com a Dinamarca (0x0), duas seleções que vão à Rússia.
Preguiçosas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Desculpe a intromissão, mas parece que está todo mundo bêbado, quem escreve é o Marcelo Dunlop e não o Murtinho, mas essa é a imagem do time do Flamengo batendo cabeça, vagando pelo gramado como um bando de zumbis…bêbados.
Em tempo: o computador também está bêbado, pois afirma que eu já disse isso, pasmem!
Juro que nao entendi nada, Murtinho.
Mas seja como for – os técnicos em pauta sao simplesmente – ridículos.
Esse clube virou um clube de cagoes – nao tenta nada, nao arrisca nada e nunca, nao sabe lidar com situações difíceis com cabeça fria, nao tem mao firme, enfim – virou uma autentica merda.
Cuca? Estão malucos?
DJ, Renato fanfarrão ? Sem comentarios.
Auxiliar? Perderam o norte por completo.
Somente a ausencia total de uma torcida que mereça o nome faz com que essa “diretoria” possa prosseguir com esse teatro ridículo.
E isso jah 5 anos.
SRN
A verdade é que – com esses anti-profissionais que temos na liderança do clube – NINGUEM que presta poderah ser contratado. Alguem que tenha nome e visão e profissionalismo NAO PODE trabalhar num ambiente desastroso como reina no CRF.
Vimos o que fez o Rueda – e todo outro vai fazer a mesma coisa.
O Flamengo nao é endereço para alguem que seja TOP, soh é, e ai um OTIMO endereço, para os Zés ruelas da vida, os meia-bocas – esses que tivemos nos últimos 5 anos.
Eh triste constatar, mas o Flamengo de hoje em dia é um clube pequeno com mente menor ainda.
SRN
Desculpe a intromissão, mas parece que está todo mundo bêbado, quem escreve é o Marcelo Dunlop e não o Murtinho, mas essa é a imagem do time do Flamengo batendo cabeça, vagando pelo gramado como um bando de zumbis…bêbados.
Toda razao, é o Marcelo. Nisso errei e peço desculpa ao Marcelo.
Nao sei o porque esse ataque pessoal seu, Xisto. E eu nao sou “todo mundo”. Depois reclama das respostas.
Mas, no fundo, pouco importa, jah que escrevo sobre o CRF.
Agora o que escrevi acusando é justamente o contrario do estado “bebado” do CRF, alias nao somente do “time” do Flamengo, e sim do clube inteiro. O time é o espelho dessa bagunça e incompetencia de 5 anos de bananeiras.
A analise que fiz é sobria e baseada em 5 anos de experiencia.
Eh muito simples: enquanto a diretoria nao ser uma profissional o time taopouco o serah.
De bagunça nao nasce ordem.