Campeonato Brasileiro, 20ª rodada.
Por volta das 19h30 do dia dois de setembro, a gigantesca maioria da torcida rubro-negra se dedicava às suas atividades habituais de uma noite de segunda-feira. Encarava o engarrafamento na volta para casa, esperava o trânsito melhorar tomando uma no boteco mais perto do trabalho, conversava sobre o dia com a companheira ou o companheiro, vida normal.
Entretanto, nessa mesma hora, o senhor Jorge Fernando Pinheiro de Jesus se dirigia ao Maracanã, para assistir ao jogo entre Fluminense e Avaí, o décimo oitavo colocado e o lanterna do Campeonato Brasileiro. O que parecia um programa de interesse restrito a 16.811 abnegados, dos quais cerca de 16.800 prováveis torcedores tricolores, era obrigação para o técnico do time que assumira há pouco a liderança da competição. Havia uma explicação: a próxima partida do Flamengo seria contra o Avaí, e Jorge Jesus fazia questão de observar os caras.
Na entrevista concedida ao repórter Eudes Júnior, do PFC, depois da vitória sobre o Santos, Gabriel disse que Diego Alves o tinha alertado quanto ao posicionamento do goleiro santista Everson. Quando, aos quarenta e três minutos do primeiro tempo, Gabriel recebeu de Everton Ribeiro, limpou a jogada para o pé esquerdo e deu uma olhada rápida para o gol, batata: Everson estava adiantado o suficiente para levar a cavadinha de um atacante habilidoso.
Moral das duas histórias: o comprometimento do Flamengo, visível dentro de campo, também está ocorrendo fora dele.
Embora na situação oficial de visitante, o Flamengo pegaria o Avaí em Brasília como favorito absoluto. Porém, Jorge Jesus não deixou barato. Quem vê jogo pela tevê é blogueiro vagabundo, treinador que se preza faz questão de conferir ao vivo. E na resenha com Gabriel, Diego Alves deixara claro o quanto estava atento aos principais concorrentes: ele certamente assistira a diversas atuações do Santos, e com os olhos voltados à maneira como Everson se colocava em campo.
Contra o Cruzeiro, o Flamengo teve um começo em tudo semelhante ao que o time vem fazendo. Todo mundo ligado, marcação forte e lá em cima, aperto na saída de bola, uma boa chance aos cinco minutos, um a zero aos seis. Diante da sequência de partidas importantes que se aproxima, era previsível que a pegada diminuísse. Só que, apesar da péssima fase, o Cruzeiro tem bons jogadores, estava em casa e deu sustos. Depois de massacrado no comecinho, o time dirigido por Rogério Ceni equilibrou as coisas a partir da metade do primeiro tempo e deu trabalho até os dez minutos do segundo. Daí em diante, o Flamengo pôs o jogo novamente no bolso, fez mais um gol com pinta de obra-prima, criou boas chances e recolocou ordem nas coisas.
Nesse momento do campeonato, quem encara o Flamengo se vê diante de um dilema parecido com o do cobertor curto. Se tenta enfrentá-lo como se fosse um adversário qualquer, periga ver a parada liquidada já no primeiro tempo – como aconteceu com Ceará, Palmeiras e Avaí. Se decide correr atrás da incessante movimentação rubro-negra, marcando pesadamente desde o início, sucumbe na fase final. Como sucedeu com o Grêmio, o Vasco e também com o Santos, que perdeu por apenas um a zero mas nada produziu no segundo tempo.
Mais uma consistente atuação coletiva rubro-negra. No plano individual, destaques para as construções ofensivas de Filipe Luís, a solidez de Willian Arão e Gerson no meio-campo, o brilho de Arrascaeta e Gabriel. O único a destoar foi Vitinho, que participou no lance do primeiro gol e em seguida desapareceu. Permanece o mistério: o que houve, o que há e o que será de Vitinho?
O mantra do “ainda não ganhamos nada” não envolve falsa modéstia ou algum tipo de superstição. Simplesmente, ele respeita o sobe e desce e as idas e vindas de um campeonato que sabemos ser uma gangorra.
Só que outro clichê do linguajar boleiro garante que futebol é momento, e ele é nosso.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 5 minutos, paciente troca de passes do Flamengo. Willian Arão, Rodrigo Caio, Rafinha, Bruno Henrique, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís, Arão e Filipe Luís, que adiantou na intermediária do Cruzeiro para Arrascaeta. Ele arrancou e tocou a Bruno Henrique. A devolução saiu um pouco forte, o zagueiro Fabrício Bruno cortou, Gabriel recuperou a bola, livrou-se de Robinho, girou e chutou rasteiro, com perigo, à esquerda do gol de Fábio.
Aos 6, Fábio saiu jogando com Cacá, Vitinho apertou, a sobra ficou com Willian Arão, que empurrou a Vitinho e daí a Gerson. Ele pôs a bola, entre Fabrício Bruno e Egídio, na medida para Gabriel. A cabeçada foi para baixo e certeira, no canto direito de Fábio. Um a zero.
Aos 13, Orejuela trabalhou pela direita, rolou para Henrique e daí a Ederson, com Pablo Marí dando muita distância na marcação. Da entrada da área, Ederson bateu cruzado, à direita do gol de Diego Alves.
Aos 24, Egídio lançou, Rafinha não saiu junto com os demais zagueiros para fazer a linha de impedimento, Pedro Rocha recebeu em boa condição, entrou na área e chutou com perigo. A bola passou perto da trave esquerda de Diego Alves.
Aos 35, o Cruzeiro trabalhou bem pela meia-esquerda. Depois de trocar passes com Ederson, Pedro Rocha tocou a Thiago Neves, recebeu de volta e entrou na área embolado com Rodrigo Caio. Raphael Claus poderia apontar pênalti de Rodrigo Caio em Pedro Rocha, poderia marcar falta de Pedro Rocha em Rodrigo Caio, poderia mandar o jogo seguir – o que talvez tivesse sido o mais correto. Deu pênalti. Aos 37, Thiago Neves cobrou forte e rasteiro, no canto esquerdo de Diego Alves. Um a um.
2º tempo:
Com 1 minuto, Rafinha recuou uma bola perigosa para Diego Alves, que dominou mal. Pedro Rocha apertou, Diego Alves deu um drible arriscadíssimo no atacante do Cruzeiro e sofreu falta.
Aos 5, depois de boa jogada entre Bruno Henrique e Arrascaeta, com o chute de Bruno Henrique explodindo no zagueiro Fabrício Bruno, o Cruzeiro saiu no contra-ataque, Henrique lançou Pedro Rocha e daí a Ezequiel, que devolveu um bolão nas costas de Rodrigo Caio. Pedro Rocha avançou em velocidade, invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado. Diego Alves se esticou todo para fazer uma defesa difícil, Rodrigo Caio afastou o perigo.
Aos 6, o Flamengo respondeu também pela esquerda. Arrascaeta tomou a bola de Ederson no meio-campo, arrancou e serviu Gabriel nas costas de Cacá. Gabriel concluiu sem muita força, Fábio defendeu.
Aos 7, Orejuela tomou a bola de Arrascaeta, tocou para Ezequiel, daí a Orejuela, a Robinho, a David e novamente a Robinho, que enxergou Ezequiel entrando livre pela direita. O chute rasteiro de Ezequiel desviou em Filipe Luís e deixou Diego Alves sem ação. A bola bateu na trave e Pablo Marí mandou para lateral.
Aos 13, Filipe Luís iniciou mais uma precisa e eficiente troca de passes, com Willian Arão, Rodrigo Caio, Rafinha, Piris da Motta, Bruno Henrique, Piris da Motta, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e outra vez Filipe Luís, que tocou para Arrascaeta já perto da área. Arrascaeta girou, livrou-se de Ederson e levantou, por trás da zaga cruzeirense, na cabeça de Bruno Henrique. Ele testou em cima de Fábio e, no rebote, Fabrício Bruno afastou.
Aos 16, Willian Arão recebeu de Bruno Henrique na direita, cruzou e Egídio cedeu escanteio. Arrascaeta cobrou, Bruno Henrique ganhou no alto do goleiro Fábio e cabeceou por cima do travessão.
Aos 18, depois de boa triangulação com Arrascaeta e Gerson, Filipe Luís encontrou Gabriel quase na marca do pênalti. Meio sem jeito, Gabriel completou de primeira, à esquerda do gol de Fábio.
Aos 21, a bola foi tocada de pé em pé. Pablo Marí, Rodrigo Caio, Piris da Motta, Rafinha, Piris da Motta, Arrascaeta, Rafinha, Rodrigo Caio, Gerson, Piris da Motta, Rafinha, Bruno Henrique e daí a Willian Arão na direita, nas costas do lateral Egídio. Arão chegou à linha de fundo, levantou a cabeça e rolou para o meio da área. Gabriel fez o corta-luz, matando a marcação de três defensores do Cruzeiro que o cercavam, e Arrascaeta completou de primeira, no canto esquerdo de Fábio. Dois a um e mais um belo gol rubro-negro na temporada.
Aos 30, Orejuela saiu jogando errado com Ezequiel, Filipe Luís se antecipou, tomou a bola, avançou e cruzou rasteiro para Gabriel, quase na pequena área. Gabriel pegou de primeira, Fábio defendeu, soltou, Bruno Henrique e Gabriel chegaram dividindo e Raphael Claus marcou falta no goleiro.
Aos 37, Filipe Luís recebeu de Pablo Marí e fez ótimo lançamento para Arrascaeta, nas costas de Orejuela. Arrascaeta pôs a bola entre as pernas de Cacá e, cara a cara com Fábio, bateu forte, por cima do travessão. Gabriel e Bruno Henrique entravam pelo meio, porém o chute não foi má escolha.
Aos 38, Henrique enfiou para Ezequiel na meia-esquerda, entre Rafinha e Rodrigo Caio. Quando Ezequiel ia entrar na área, sofreu falta de Rafinha. Robinho bateu, a bola tocou na barreira e saiu a escanteio.
Aos 43, Orejuela trocou passes com Ezequiel e abriu na direita para Henrique. Ele cruzou na área e David apareceu livre, por trás da zaga rubro-negra, só que a bola chegou um pouco alta e a cabeçada encobriu o travessão.
Ficha do jogo.
Cruzeiro 1 x 2 Flamengo.
Mineirão, 21 de setembro.
Cruzeiro: Fábio; Orejuela, Cacá, Fabrício Bruno e Egídio; Henrique e Ederson (Dodô); Robinho, Thiago Neves (Ezequiel) e David; Pedro Rocha (Fred). Técnico: Rogério Ceni.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson e Arrascaeta (Rhodolfo); Bruno Henrique (Berrío), Gabriel e Vitinho (Piris da Motta). Técnico: Jorge Jesus.
Gols: Gabriel aos 6’ e Thiago Neves aos 37’ do 1º tempo; Arrascaeta aos 21’ do 2º.
Cartões amarelos: Orejuela e Fred; Rafinha e Bruno Henrique.
Juiz: Raphael Claus. Bandeirinhas: Danilo Manis e Neuza Back.
Renda: R$ 1.059.046,00. Público: 40.333.
Salve Murtinho!
Tenho cabeça grande não só por ser filho de nordestinos mas também pra ter boa memória… há cerca de menos de um ano lembro que dizíamos aqui que o sonho era que o Flamengo chegasse ao patamar de ser um time temido… respeitado pelos adversários e com JJ vemos que esse dia chegou e que com a continuidade do trabalho e o comprometimento de todos os envolvidos a tendência é que esse respeito e temor de enfrentar o Flamengo ultrapassará fronteiras… não, não seremos um Real Madri…um Barcelona…um Manchester… seremos o Flamengo de todos os sonhos!
SRN
Sobre a discussão surgida a partir da constatação de que Gabriel mudou da água pro vinho (epa) no time pós-Abel, pode surgir outra, que penso adequada:
Gabriel está num momento brilhante, sim, sem dúvida. Mas, caso a convocação o supervalorize, além do ano brilhante que está tendo, e o preço fique impagável para o Flamengo, acredito que ninguém morrerá. Em outras palavras: Outro virá para cumprir a função. Talvez falhe em carisma, e identificação, que Gabigol alcançou em altos níveis com a torcida do Flamengo, mas tenho impressão que seja quem for, com alguma qualidade, claro, e não um Henrique Dourado, será capaz de se destacar, porque o esquema tático e a intensidade do jogo do time é que vêm determinando esses muitos gols do homem à frente do ataque.
O Flamengo parece caminhar, espero eu, esperamos todos, para um estágio em que não importam tanto os nomes que vão a campo, mas sim as ideias. Isso é que tem que ser perpetuado, mesmo sem Jorge Jesus, o que fatalmente acontecerá.
Sim, Pedro.
Esse é mais um mérito indiscutível de Jorge Jesus.
Everton Ribeiro é muito fera, mas não precisamos nos lamentar pela ausência dele contra o Cruzeiro. Da mesma forma que Arrascaeta já ficou fora, Bruno Henrique, Gabriel. O Flamengo hoje é um time.
É claro, é lógico, é evidente, que a qualidade individual dos caras desequilibra, mas a força do coletivo tem superado lesões, suspensões e convocações.
Abração. SRN. Paz & Amor.
O atual Flamengo, o Flamengo de Jorge Jesus, de Rodrigo Caio, Mari, Filipe Luis e Rafinha (menciono propositalmente os integrantes do sistema defensivo, que tem dado segurança até ao Diego Alves, e, mais ainda, feito William Arão ser um jogador não apenas funcional, mas extremamente competente), o Flamengo pós-Abel, tem proporcionado um cenário que muito já vimos nossos ex-treinadores protagonizarem: os técnicos derrotados satisfeitos em terem perdido de pouco, satisfeitos em terem equilibrado a partida por alguns momentos do jogo, mas reconhecendo a superioridade do adversário.
Nesse momento, nós somos esse adversário de superioridade inapelável.
O Rogério Ceni (Chato pra caralho, LEITE, Milton) justificou a derrota nesses termos. “Conseguimos evoluir contra o time que vem jogando o melhor futebol da competição”, ou algo assim. Isso dito por um técnico que, se ainda relativamente iniciante, tem experiência amplamente vitoriosa como jogador do futebol brasileiro, e que comanda um time que, embora em mau período, está longe de ter um elenco ruim, e ainda mais jogando em seus domínios, com sua torcida. Sabemos bem que esse era um ambiente hostil e intimidador, quase uma certeza de derrota, pro Flamengo de até bem pouco tempo atrás. Esse Flamengo vencedor atual ignora boa ou má fase do adversário, posição na tabela, mando de campo, lugar na história. Apenas vai lá e faz seu jogo competente. Isso nos traz uma quase certeza, senão da vitória, de uma aplicação que nos deixará mais próxima dela.
Quantas vezes já vimos nossos técnicos, Zé Ricardo me irritava especialmente nesse sentido, justificando uma derrota com frases desse tipo que mencionei acima. Variações de um “jogamos como nunca, perdemos como sempre”, que é muito mais a cara do Botafogo do que nossa.
Esse Flamengo não parece afeito a desculpinhas. Está nos proporcionando satisfação de assistir os jogos novamente. Vida longa a essa fase.
SRN
Fala, Pedro. Estava sumido, meu bom. Ótimo ver você aqui de novo.
Excelente comentário. Justíssimo o elogio ao sistema defensivo, que sofreu apenas três gols nos últimos sete jogos, sendo dois deles de pênalti, e esse último bastante discutível.
Bastante pertinente, também, sua observação sobre o Cruzeiro. A fase é ruim, zona de rebaixamento, etc., mas podemos ficar certos de que esse time vai dar trabalho. Pena que o Palmeiras só jogue contra eles, no Mineirão, quando – três toques na madeira – possivelmente a parada já esteja definida pro nosso lado.
Vida longa, muito longa a esse Flamengo que está aí.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Vitinho é um produto típico da carência de craques que o futebol brasileiro vive nas últimas décadas.
Driblador, fazendo coisas diferentes que a média, destacou-se em 2 times muito ruins (foguinho e Inter), que inclusive foram rebaixados.
Foi o bastante para ser enaltecido como craque. Foi pra Europa e não vingou em um centro de terceira linha (Rússia), e voltou com status de… craque.
Na verdade, o problema é que se quer que ele seja algo que ele não é. Um jogador fora de série.
Ainda mais nesse time, em que quando entra é pra substituir um Bruno Henrique, um Arrascaeta ou um ER7. Nível de exigência muito acima do que ele se acostumou nos times pequenos e médios em que jogava antes.
Talvez seja o típico caso em que um realinhamento de expectativas a níveis mais realistas e, a partir disso, uma reanálise do que ele já produziu no clube, leve a conclusões mais ponderadas.
Ele é um jogador que pode vir a ser útil, como já o foi. Fez até gol de título em final contra o vasco já, item que todo jogador do Flamengo tem que ticar no checklist. Diego, por exemplo, tá no clube há 4 anos e… bem, melhor deixar quieto, boa recuperação para ele.
O fato é que, como eu disseram em comentário no último post, Mengão tá sobrando demais. CBF, arbitragens criminosas, VAR, no máximo conseguem dar uma emoção, mas ainda não foram suficientes para equilibrar os jogos do Fla.
E quero deixar aqui uma menção honrosa, dentre as diversas que esse time merece: Filipe Luís. Eu ajoelho no milho agora porque já critiquei muito treinadores da seleção que colocavam o Marcelo no banco dele. Nunca tinha prestado atenção devidamente no seu futebol. Monstro demais. Joga muita, mas muita bola. Toma conta absoluta de um quadrante enorme do campo, incluindo a meia esquerda, com um posicionamento, uma técnica e uma inteligência tática absurda.
Peço que reparem no replay do lance em que ele roubou uma bola na intermediária e fez uma assistência primorosa para o Gabigol, que sofreu um pênalti escandaloso que o VAR ignorou. Reparem que em NENHUM MOMENTO o Felipe Luís sequer dá uma olhadela para a bola. Cabeça em pé 100% do tempo durante a condução da bola, até desferir o passe milimétrico. Tem uma câmera por trás do gol que mostra claramente. São raros os jogadores que conseguem conduzir a bola assim, em velocidade.
E já tive que ler várias vezes, inclusive aqui, que o Renê é melhor. Pra se ver como o gosto do brasileiro para futebol tá torto depois de tantos anos de mediocridade.
Gelo no sangue e rumo ao hepta e ao bi da Liberta
Fala, Trooper.
Só administrando o resultado, né? Tá certo.
Tenho uma dúvida quanto ao seu comentário: com o Inter, sim, mas acho que Vitinho não foi rebaixado com o Botafogo. Até onde eu lembro, ele jogou naquele time do Seedorf, que fez boa campanha e chegou inclusive à Libertadores. Vou checar. Concordo plenamente que Vitinho não é craque, mas que pode vir a ser útil. E é muito importante sua observação a respeito dos caras a quem ele precisa substituir. Ano passado, chegou para ocupar o lugar de Vinicius Júnior – que surgiu como a maior revelação do Flamengo em muitos anos, e vinha fazendo um Campeonato Brasileiro à altura dessa fama. Esse ano, ele entra no lugar de um dos três que você citou. É muita areia pro caminhão dele.
Quanto ao bom cabelo, é isso aí: melhor deixar quieto.
Perfeita sua análise sobre o Filipe Luís. Essa jogada a que você se referiu foi de uma simplicidade e de uma eficiência absurdas. Ele intui onde o cara do Cruzeiro vai tocar a bola, faz o corte como se estivesse brincando no quintal com uma criança de cinco anos, sai pro jogo e faz o lançamento na medida. Jogada extraordinária.
Quanto ao que a gente lê (ou até escreve), releve. Lembro de neguinho aqui chamando Gabriel de grosso e pereba.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Eu visto a carapuça. Sob o comando de Abel, o agora artilheiro, andava literalmente em campo. Perdia gols fáceis e não tinha domínio de bola. A grosso modo, o time não treinava. E, por consequência, os desempenhos eram fracos.
A chegada do Mister mudou completamente o time. Comprometimento, cobrança, esquema tático, preparação física. Aquele Flamengo banana, não existe mais.
Além do treinador, torno a repetir, o maior reforço foi o acaso. A fratura do Enceradeira foi essencial para a nova postura. Os reforços pontuais se encaixaram perfeitamente. Como Diz o sábio The Trooper, que se recupere. Sem pressa.
Quanto ao Vitinho, o problema é psicológico. Autoafirmação. Que se recupere.
Fala, João.
Juro que eu não lembrava quem chamou o cara de grosso ou de pereba. Eu também não ia muito nas águas dele, embora pereba nunca achei que fosse.
Concordo que Jorge Jesus foi fundamental nessa história aí. Tenho dúvidas quanto ao Diego: se Dorival Júnior o barrou no ano passado, não creio que Jorge Jesus o escalaria por causa do nome. A essa altura do campeonato, estaria esquentando o banquinho, disputando a primeira reserva com Piris da Motta. Porém, por garantia, fixemos o mantra: sem pressa.
Abração. SRN. Paz & Amor.
O neguinho aqui esclarece: o Gabriel Barbosa do terrível momento Abel era um, o do JJ é outro completamente diferente. O do Abel perdia gols às toneladas, se posicionava mal, muitas vezes em impedimento matando o ataque, constantes ataques neymáricos – talvez pela proximidade com a família -, e no um contra um não tinha habilidade no drible. Quanto a este último, continua não tendo, não é a dele. O exemplo das 300 pedaladas sem sair do lugar contra o Felipe Melo é claro. Melhorou 1000% graças, imagino, ao JJ – está sempre bem colocado, joga pro time, vem aliviando gradativamente a primadonice, me encanta pela entrega e a identificação com a torcida e vou lamentar muito se não for contratado em definitivo, já que se tornou parte fundamental de um projeto vitorioso a longo prazo. Eu sempre fico feliz quando um jogador do Flamengo me faz engolir as críticas que faço.
Ah, meu amigo, quer dizer que foi você?
O João Neto também já “se acusou”. E, como escrevi na resposta ao comentário dele, eu também tinha minhas dúvidas.
Sou igual a você: fico amarradão quando um jogador do Flamengo me faz engolir minhas cornetagens. E estou mais amarradão ainda por esse momento em que não temos (quase) ninguém para cornetar.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Mas também, o Gabigol com Abel era escalado dentro de uma das “caixinhas” – ponta direito aberto ou centroavante – posições em que não rende bem.
Com JJ, ele ganhou liberdade para jogar como rende melhor, trocando posições constantemente com os demais companheiros de ataque, jogando mais por dentro, entrando na área, tabelando, mais próximo do gol.
A diferença é gritante. Continua perdendo gols, mas tem tantas chances que acaba fazendo muitos também. Ainda bem, se fizesse todos estaria no Barcelona.
Pois é.
Com Jorge Jesus, é diferente. É o contrário. Se parar numa dessas “caixinhas”, dança.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, só tenho que agradecer a esse novo Flamengo, minha saúde melhorou consideravelmente, agora assisto os jogos sem precisar de muletas ( não vou repetir, todos já sabem quais)não fico mais apreensivo como antigamente, sei que o gol vai sair a qualquer momento é só ter um pouco de paciência. No tempo do Diego gumex eu ia quase à loucura com aqueles seus movimentos circulares de enceradeira enferrujada criada por outro embusteiro o Ibson, lembram-se dele?, aliás, ele ainda joga?O Diego ficava ali no rodopiar de disco de vinil quebrado à espera da falta providencial que ele mesmo se encarregava de bater depois de demorar horas com aquela sua pose de entendido, um olhar superior e…colocar a bola na cabeça do zagueiro adversário, tudo muito bem estudado, já se vê, e eu numa angústia indescritível, pensando o Flamengo, se Deus ajudar, só vai fazer gol no fim dos séculos, séculos, amém. E dizer-se que um certo técnico o tinha como titular absoluto barrando o Arrascaeta este jogador incrível que quando pega na bola ao contrário do outro eu sei que vai sair algo bem próximo de gol. Meu medo é que esse encanto termine.
Grande Xisto!
Então, rapaz, outro dia um amigo fez um comentário aqui mais ou menos nessa linha. O nome dele é Valois, e ele disse que não fica mais preocupado quando o Flamengo está ganhando de três a zero. E o pior é que ele tem razão.
É impressionante como o Flamengo pós-Jorge Jesus é diferente de tudo o que nos acostumamos a ver nos últimos dez, vinte ou sei lá quantos anos. Claro: o elenco é outro papo, mas já tivemos coisas parecidas e não chegamos nem perto da qualidade coletiva que temos agora. Arthur mandou benzaço: “Falar de quem jogou bem já está ficando monótono”.
Parabéns pela inspirada e precisa descrição do estilo Diego. Abração. SRN. Paz & Amor.
Foi uma bela exibição e uma vitória mais do que justa.
Teve alguns pontos a serem criticados negativamente, sendo de todo óbvio a péssima exibição (mais uma) do Vitinho, tanto que, sendo substituído como se impunha e o Mister não paga pra ver, Piris da Mota transformou-se em figura de proa, como nunca havia sido.
Muito elogiado, inclusive pelo Murtinho, não gostei, DEFENSIVAMENTE, do Filipe Luíz. Como deu espaço ! Se o Ezequiel fosse um jogador mais taludo e competente teria colocado o Cruzeio em vantagem no início do segundo tempo. Chutou pessimamente, e, aí sem querer, cabe reconhecer, o nosso lateral desviou para a trave, após chegar duas horas atrasado na jogada.
Frize-se, não foi o único momento em que havia uma avenida naquela banda da nossa defesa.
O Mister é sábio e deverá remediar o buraco existente, até porque o Renato Gaúcho, que não é retranqueiro a exemplo dos demais sulistas, também é mais do que esperto, certamente viu o que ocorreu e não me surpreenderá se lançar o Cebolinha pelo setor.
Por falar no Grêmio, deixarei de lado a falsa modéstia, para relembrar o que, com total convicção, aqui escrevi na semana passada.
Mesmo jogando na Vila, o time do Sampaoli, como previ, levou uma senhora sapatada do ^imortal tricolor^. O Santos tem uns poucos jogadores de destaque mas, no todo, é apenas um timinho, tentando jogar ofensivamente, graças ao seu técnico. Não existe no tocante à disputa pelo título. Quando muito chegará em honroso quarto lugar. E olhe lá.
Depois de amanhã já teremos o Inter, novamente.
Com uma retranca total, poderá trazer dificuldades.
Mesmo no MaracANÃO, será mais perigoso que o Cruzeiro, que, coitado, está com um time fraquíssimo, candidato forte ao rebaixamento.
Pensei que este ano, pela presença incomum de tantas equipes fracas – CSA, Avaí, Fortaleza, Ceará, Chapecoense, Goiás – os grandes times não tivessem problemas para escapar. Errei. Cruzeiro e Fluminense estão péssimos, sem falar nos outros dois cariocas. Vao sofrer até o final.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu amigo Carlos Moraes.
Pra dar uma checada, vou rever o lance da bola na trave. Mas, ao que me lembre, o Filipe Luís não chegou atrasado. Como o Cruzeiro transferiu a jogada da direita para a esquerda, ele acompanhou o movimento, exercendo a função de cobrir o quarto-zagueiro. (Nesses casos, e de forma justificada, toda a zaga dá alguns passos para o lado.) Ou seja: de acordo com as exigências do futebol moderno, e que Jorge Jesus vem tentando implantar, quem deveria estar ali era o Gerson ou o Arrascaeta, ou o Bruno Henrique, enfim, o cara responsável por cobrir a chegada de algum adversário pelo setor, já que o lateral-esquerdo precisa mesmo fechar. Como posso estar enganado, vou rever.
Discordo de você quanto à atuação do Ezequiel. Ele entrou bem no jogo, deu muito trabalho e só falhou mesmo justamente naquele chute: pegou mal na bola, que provavelmente seria defendida sem dificuldade por Diego Alves. O que matou nosso goleiro foi o desvio em Filipe Luís.
Já a atuação ofensiva do Filipe Luís, sobretudo no segundo tempo, foi fantástica. É só dar uma olhada na descrição dos lances principais. E foi isso o que elogiei no post: as “construções ofensivas”. Esse negócio de dar espaço lá atrás é discutível. Falavam isso do Marinho Bruxa e do Júnior, falam isso do Marcelo, três laterais extraordinários. Defesa é organização. Se o setor estiver organizado e o lateral for talentoso, tem mais é que se mandar mesmo.
O elenco do Santos é fraco. Não é fácil escolher entre Sasha e Uribe pra comandar o ataque. Só uma ressalva: no primeiro turno, lá em Porto Alegre, o Santos deu no Grêmio o mesmo baile que levou no segundo tempo – friso, no segundo tempo, porque no primeiro o Grêmio não existiu – na Vila Belmiro. Concordo que o time de Sampaoli não tem como brigar pelo título. Já fez muito.
Devido a todos os problemas extracampo, é bastante possível que o Cruzeiro sofra até o fim, mas acho difícil cair. Ao contrário do que – d’accord – pode acontecer com os outros três cariocas. (O Fluminense, com Ganso e Nenê no meio-campo, parece aquelas seleções de veteranos que eram montadas por Luciano do Valle. Inacreditável.)
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, lendo esse teu comentário/análise sobre o posicionamento defensivo do time no lance da bola na trave, aliado ao que estou escutando numa mesa redonda da FOX, me pergunto por que vc não está RICO como um famoso comentarista esportivo.
Sabe muito.
Fala, Trooper.
Rico, não, que definitivamente não nasci pra isso. Mas como escrevi numa das respostas a um comentário em outro post, não sei aonde esses caras aprenderam futebol.
Minha paciência com mesa redonda é nenhuma.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Exceção justa feita ao Linha de Passe da ESPN, que depois de algumas demissões ficou só com a nata.
Uma mesa que tem Calçade e Mauro Cezar Pereira juntos tem que ser respeitada.
Discordo totalmente do relator. Filipe Luís jogou uma partida exuberante, disparado o melhor em campo, e pode ser – pensei eu revendo os melhores momentos – uma solução no meio de campo em caso de necessidade ou na próxima ausência do Arrascaeta. Baita jogador!
“ESSE JOGO NÃO É 1 X 1…”
( 1 X 1. Jackson do Pandeiro).
Murtinho, no intervalo do jogo eu ficava a confabular com os meus neurônios sobre o porquê da malemolência após abrir o marcador e deixar o combalido adversário empatar o jogo.
Observei que o time entrou em campo com dez jogadores. Sendo o futebol um esporte em que o psicológico atua preponderamente, idêntico ao boxe, se o oponente observar que há esmorecimento, com certeza, a tendência é o seu crescimento. Como diria o saudoso Mário Sérgio: “Deixaram gostar do jogo”. É foi exatamente o que aconteceu. A série de bobagens cometidas sucessivamente por Vitinho, propiciaram o retorno ao jogo do Cruzeiro que igualou o placar com a ajuda do árbitro, em mais uma perda de bola bisonha. O comportamento juvenil do atacante – assustado e nervoso – é inaceitável para quem jogou no futebol europeu.
Já havia comentado anteriormente que esse rapaz precisa de ajuda psicológica. Não tem personalidade para envergar a camisa rubro-negra. É pesada demais para ele. Retirando a sua pequena participação, foi mais uma atuação sofrível. Como diria um certo comentarista: “Patético!”.
No segundo tempo o time voltou a ter 11 jogadores. Imprimiu um ritmo de jogo superior e venceu com folga. Para minha surpresa, Piris da Motta teve uma boa atuação. Pelo simples fato de não comprometer, já teve um destaque positivo.
Filipe Luís…merece reverência. Gabriel, Arrascaeta..
E na minha rabugice vinha o pensamento: Esse jogo não pode ser 1 x1.
SRN
Fala, João.
Interessante mesmo essa questão do psicológico. Sem dúvida.
E é muito estranho esse caso do Vitinho. Porque agora era hora do cara arrebentar. Time entrosado, todo mundo jogando bem, as coisas dando certo, era pra entrar e aproveitar. (Até o Berrío tem se dado bem.) Já foi assim contra o Avaí, quando substituiu Piris da Motta no segundo tempo e não fez nada, e agora a história se repetiu contra o Cruzeiro. Uma pena, porque bola o Vitinho sabe jogar.
Pelo visto, Piris da Motta surpreendeu a todos nós. Melhor assim.
Abração. SRN. Paz & Amor.
flamengo só perde esse brasileirão pra CBF,time tá jogando o fino.
meu medo é a paulistada dessa instituição roubar o mais querido.
SRN !
Fala, Chacal.
Se continuar jogando bem assim, não há CBF que impeça.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Jorge, a única coisa que o soprador de apito poderia marcar seria nada. A marcação do pênalti sem vacilar e sem ao menos consultar o var levanta suspeita. Já o insuspeito Mauro Cezar concorda comigo. Vi e revi o lance algumas vezes – não houve absolutamente nada. O Flamengo que se cuide e o Landim e seu viés político, exagerado pro meu gosto, que tome uma providência antes que seja tarde.
Quem me surpreendeu positivamente foi o Piris da Motta. Melhor partida dele com o Manto. Estava seguro, solto e confiante. É uma boa notícia levando-se em conta a maratona que se aproxima e a ausência de Arrascaeta em 2 jogos. Quando o tal do Caboclo tomou posse deixou claro que quem fosse contra a cbf ia se dar mal. Depois disse ao Landim que esperava que ele não fosse como seu antecessor que, apesar de banana, peitava a cbf. Mais claro impossível. Isso é o que dá os clubes brasileiros serem reféns da cbf e federações, incapazes de criar uma liga independente. Como disse o JJ – e que nenhum técnico brazuca tem coragem -, os jogadores são produtos dos clubes e pagos por eles e o campeonato brasileiro deveria ser melhor explorado. As duas convocações, quando havia o compromisso de só convocar 1 de cada clube, faz as orelhas se esticarem e as teorias da conspiração se aproximarem da prática. Alguma dúvida de que o Palmeiras foi beneficiado?
Mas a confiança no time é tanta, que mesmo com um “penal fantasma”, como estampou o diário argentino Olé, a certeza de que o gol sairia não se abalou. O lamento ficou por conta do gol que o Arrascaeta perdeu – e que não costuma perder – na cara do Fábio depois da caneta num seilaquem.
O fato é que o time tá voando e ainda tem muito a subir.
Vi os melhores momentos de Palmeiras x Fortaleza e as peppas não têm a menor condição de chegar perto. E o Renato Gaúcho, desse jeito, vai enfartar antes do jogo começar. Enquanto isso, o JJ dá aula de civilidade e sabedoria.
srn p&a
Fala, Rasiko.
Concordo: se um juiz marcasse um pênalti daqueles no saudoso Campeonato de Pelada do Aterro do Flamengo, promovido pelo Jornal dos Sports, saía até tiro. Quanto ao Landim, lembro ter visto certa vez o Zico dizer que, na década de oitenta, os líderes do time viviam falando para os caras da diretoria: “Cuidem das coisas nos bastidores. Ninguém aqui quer ser ajudado pela arbitragem, o que queremos é não ser prejudicados.” Fica a lição.
O time melhorou mesmo com a entrada do Piris da Motta no lugar do Vitinho, mas acho que foi mais uma questão tática. De qualquer forma, o Piris da Motta fez um bom jogo, apesar de sua incontrolável tendência para brigar com a bola. (Fato raro: no lance do segundo gol, ela passou três vezes por seus pés, sem que ele se enrolasse todo.)
Creio que, surpreendentemente – ele é bastante frio na hora das finalizações -, Arrascaeta se empolgou e quis estufar a rede, pra dar uma boa risada na cara do Mineirão. Seria um golaço. Pô, Rasiko, o seilaquem em que ele deu a caneta foi o zagueiro-central Cacá. Botei na descrição. Tenho um trabalho da porra, e você nem chega lá? Francamente!
Também vi Fortaleza e Palmeiras, mas não prestei muita atenção. Não dá para prestar atenção num jogo ruim daqueles. O problema é que, mesmo jogando mal, o Palmeiras vem ganhando. Aí, no dia em que o time se acertar, pode ficar complicado.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Li e leio sempre a descrição, meu amigo, e você sabe disso pela louvação que faço ao seu saco. Só que na hora de escrever o comentário, preguiçoso assumido que sou, não rolei a página pra cima. E, de mais a mais, quem é Cacá a não ser um seiláquem? E parece que nós 2 erramos: não foi caneta, apenas mais um dibre desconcertante.
Um fato curioso aconteceu agora à tarde durante a minha sagrada siesta: sonhei um longo sonho em que eu estava numa espécie de galpão, coisa comum no Rio Grande do Sul, distribuindo goiabada com queijo pro time do Grêmio e, claro, o Renato Gaúcho era o 1º da fila. Entregava tudo num saco de pano branco e frisava que ambos eram feitos em casa. Alguém aí sabe interpretar sonho?
Opa! Claro que sei. Estava brincando contigo.
E por falar em Cacá, o Rogério está lançando um monte de seilaquem na fogueira. Cacá, Ederson, Ezequiel, sei não. Se perder mais duas, bem provável que a batata dele asse.
Rapaz, fiquei curioso com a sua observação sobre a caneta, fui rever o lance e confirmei minha impressão inicial. Fiquei, mais uma vez, com a sensação de que foi caneta mesmo. O seilaquem Cacá chegou vendido, não havia o que fazer, mas achei que o toque do Arrascaeta passou mesmo entre as pernas dele.
Que puta sonho da porra esse aí! Fumaste algo antes da siesta?
Abração. SRN. Paz & Amor.
Cácácá! Fumei nada, não. Quando fumo, não sonho. Não dá pra fumar essas porcarias que rolam pelaí. Tô pessimamente acostumado com os variados e excelentes cardápios dos coffeeshops de Amsterdã. Dignidade acima de tudo 🙂
Eita! Gente fina é outra coisa.
Tá certo sim. Coffeeshop de Amsterdã está pra essas palhas safadas mais ou menos como Cruyff para Diego Ribas.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Prezado Murtinho,
Ontem aconteceu a temível “bola vadia”, porque coloco nessa conta o maroto pênalti marcado. E quase levamos um segundo desses, naquela bola mal chutada pelo atacante adversário que desviou no Filipe Luís e, graças a Deus, ficou na trave.
Aliás, nessa jogada, assim como em outra, o adversário recebeu livre no lado esquerdo de nossa defesa. Certamente JJ, como bom observador do jogo e detalhista ao extremo, deverá buscar a correção dessa falha.
Quanto ao Vitinho, atribuo as últimas más apresentações a falta de ritmo. É bom jogador. Quem sabe aproveitando o tempo da próxima pré temporada, JJ não o recupere. Acho válida a tentativa.
A arbitragem uma vez mais com muitas incoerências. Se pediu VAR no gol do Gabigol, que até fez sentido, já que a encenação do zagueiro ao cair na disputa da bola com o Vitinho (?) poderia não ter sido encenação, então por que também não foi conferir o suposto pênalti? Estranho, muito estranho! Gabigol reclamou, sem sucesso, ter sido empurrado quando tentou o gol no passe do FL, na jogada que você muito bem descreveu aos 30 do segundo tempo. Para mim lance normal, assim como o do pênalti que só o juiz viu falta da defesa. Mas, já que tem VAR, deve-se usá-lo sempre, sem discriminação. Seu uso selecionado dá até margem a teorias da conspiração.
Também JJ foi preciso e direto na sua fala pós jogo, dando uma oportuna chamada no Tite, que havia dito que convocaria apenas um de cada time e não cumpriu, e questionando a desimportância que a CBF atribui ao deveria ser seu principal produto, o campeonato por pontos corridos, desfalcando os clubes por causa de jogos da seleção do outro lado do mundo, contra adversários muito fracos.
Quem está acostumado a vivenciar futebol bem organizado por federações mais sérias, se assusta com a bagunça do nosso calendário. E olha que JJ ainda não viu nada. Chocado mesmo vai ficar quando vir o curto tempo destinado à pré temporada e os joguinhos mequetrefes dos falidos estaduais.
Aproveito para uma vez mais falar do lamentável estado de todos os nossos campos, salvo algumas honrosas exceções. É triste a inevitável comparação com os “tapetes” europeus.
Mas deixemos tudo de lado e aproveitemos o momento do Flamengo, as bonitas jogadas, os belos gols, o lindos quase gols, a perfeita organização do time em campo, a união do grupo, demonstrada nas comemorações dos gols (Rafinha deu um espetacular peixinho para comemorar com o Arão o golaço do Arrascaeta). E a cereja no bolo: Gabigol não levou amarelo!
SRN! Prá cima deles Flamengo!
Excelente comentário, Fernando.
Vamos lá.
1) A história da bola vadia é incontornável. Não tem como evitar. Por isso, você tem razão quando alerta sobre a importância de matarmos os jogos. Aliás, a chance de acontecer a desgraça da bola vadia aumentou muito com o VAR, que pelo menos aqui no Brasil se transformou numa indústria de pênaltis discutíveis. Futebol é um esporte em que há choques. O tempo inteiro. Se não compreendermos isso, é falta a cada segundo.
2) Também gosto do Vitinho, mas tá ficando difícil defendê-lo. De todo modo, concordo que continua valendo a pena a tentativa de recuperação.
3) Eu acho, rapaz, que não é o juiz que consulta o VAR, e sim o contrário: os caras do VAR é que alertam o juiz quanto a supostas irregularidades. E como eles têm aquele intercomunicador, a gente não sabe o que rola. Não significa, necessariamente, que o juiz ignorou. Muitas vezes, os caras do VAR devem garantir que tá tudo certo, falam no ouvido do cara e segue o jogo. E já escutei, diversas vezes, que todos os lances de gol são revisados. Todos. Aí o cara do VAR pode lavar as mãos, tipo: “sei lá, você é o juiz, vai lá, checa e decide”.
4) Não interromper a mais importante competição do nosso futebol, nas datas-Fifa, é um absurdo inacreditável. Piada sem graça. Tiro no pé. Curioso é que, depois, a CBF reclama que alguns clubes – e o Grêmio é o melhor exemplo – abandonam o Campeonato Brasileiro para se dedicar à Copa do Brasil.
5) Nossos gramados dão vergonha. Outro dia escrevi isso aqui. Citei, inclusive, o campo em que jogaram LDU e Boca Juniors, em Quito. E que ninguém puxe esse papo furado de clima, porque vejo o gramado da Vila Belmiro ser constantemente elogiado. Se em Santos dá, por que não dá no Rio ou em Belo Horizonte? Agora, da mesma forma que no caso das datas-Fifa, os clubes também têm culpa no cartório. Por que não se juntam e se impõem?
6) Sim, Gabriel não levou amarelo, mas ali – como dizia meu pai – é uma no cravo, outra na ferradura: Bruno Henrique levou. Ele tinha forçado o terceiro cartão na partida com o Palmeiras, para cumprir contra o Avaí (estava convocado para a seleção brasileira). Entrou zerado contra o Santos, levou o primeiro; contra o Cruzeiro, levou o segundo. Espero que não seja punido nos jogos em que Gabriel estará ausente. Já pensou se tivermos que entrar com Berrío e Vitinho lá na frente?
7) Pra cima deles!
Abração. SRN. Paz & Amor.
Não é nada nobre bater em cachorro morto, mas esse vídeo é hilário demais pra não ser compartilhado.
https://www.youtube.com/watch?v=4yzeQWlLH9E
E o peixinho do Rafinha lá na ponta direita pra comemorar o gol do Arrasca hein? Sinal de comprometimento tbm hehe SRN
Pois é, Marcos.
Coisa de time que se prepara para vencer, disputa os noventa minutos (que agora são quase cem, né?) com gana de vencer, e quando vence tem todo o direito de comemorar.
Nós também.
Abração. SRN. Paz & Amor.