Bastou o Flamengo vencer o horroroso Coritiba, que para efeitos práticos ainda não conseguiu sair da Série B, e já apareceram os doido dizendo que o time emulou o Flamengo de 2019 e que o trabalho de Rogério Ceni começou a aparecer. Ê vida de gado, como gostam de consumir um capim. Emulou uma ova, ainda faltam seis pontos pra manter a honra intacta.
Quem viu o jogo sabe que o Flamengo jogou mal e que se o Coxa fosse capaz de ser pelo menos um time ruim os três pontos talvez nem rolassem. E Rogério, coitado, fez as únicas coisas que estavam ao seu alcance, trocou aquele figurino de gerente de papelaria por um agasalho tiozão eu me cuido e rezou o tempo todo pra não perder outra no Maraca.
Mas não é culpa do Rogério que o Flamengo esteja jogando um futebol de segunda categoria e só co-lidere a bagaça porque os outros times são ruins demais. Não ainda, mas a sua predileção por escalar jogadores que a torcida está de maus mostra que ele tem potencial pra ser muito culpado. Ainda mais agora que a torcida, muito mal acostumada, voltou a se dedicar a alguns de seus passatempos prediletos quando em síndrome de abstinência de bom futebol: a lapidação e a crucificação dos defensores que mais aparecem nos BOs dos incríveis 31 gols que levamos em 22 jogos.
Uma modalidade de injustiça, já que a média de 1,4 gol por jogo jamais seria alcançada sem a decisiva participação dos maluco no meio de campo e dos atacantes, detentores de um macabro recorde de chances claras desperdiçadas. E seguindo essa lógica não deixemos escapar da nossa ira a elite dirigente flamenga. Que são os caras que lucraram milhões de euros vendendo o Pablo Marí e usaram a grana pra trazer Gustavo Henrique e Leo Pereira.
Portanto, se tacar pedra for a sua onda, não gaste todas elas no Michael e no Vitinho. Como dizia o príncipe Hamlet no segundo ato: – Se fosseis tratar todas as pessoas de acordo com o merecimento de cada uma, quem escaparia da chibata? O fato é que aos trancos e barrancos o Flamengo está lá na zona do agrião, apenas esperando que os paraguaios à frente deem suas mancadas. Mancadas que tem sido padrão desse campeonato onde muitos tem chances de ganhar, mas ninguém parece ter vontade.
Não tem problema nenhum em se admitir que o Brasileiro de 2020 é um gigantesco erro. Pontos corridos, que já é chato quando rola na Europa, com tudo certinho e programado com anos de antecedência, aqui no Brasil caboclo fica quase insuportável. E nesse ano os supremos poderes esculhambativos do nosso povo moreno zonearam a porra toda, nego atrasou, adiantou, adiou, anulou e remarcou os jogos ao sabor das influências políticas. E ainda aparelham o uso VAR. Mas nem assim o bagulho ficou animado.
Sem a torcida nos estádios, reduzido às dimensões e a bi dimensionalidade das nossas telas, o Brasileiro exala um futum de e-sports que afasta qualquer possibilidade de catarse. Os gols vão saindo e sendo anotados com um entusiasmo de amanuense em fim de expediente. Os times até ensaiam arrancadas, mas chegam lá no topo e flatulam, parecem ter medo da responsabilidade de ser o líder. Nem o Flamengo, papaizão vocacional, escapa do diagnóstico de paumolescência.
A bendita e benfazeja pausa de dez dias longe dessa mediocridade que gruda no solado das sagradas chuteiras rubro-negras talvez sirva para reacender aquele sentimento de urgência e necessidade pela vitória que era a marca desse time antes da pandemia. A Libertadores tem o poder de libertar as pregas dos contidos e pode também nos libertar da perigosa autossuficiência do time, fruto não da soberba, mas da perfeita compreensão do contexto.
Aqui na terrinha somos muito melhores que os outros mesmo, o problema é que tem uns e outros mal informados, que ainda não sabem disso e ficam dando trabalho. Essa certeza estúpida de que se pode vencer a qualquer um quando bem quiser já encurtou a carreira de muitos esquadrões. Mas é o ônus de ser foda, temos que aprender a lidar com isso também no exterior. Libertadores não é Brasileiro, o jogo é outro.
O Flamengo agora vai encarar uma adversário enjoado, que vem de uma terrível sequência de fracassos. E não são fracassinhos análogos aos do Flamengo, que comparados aos atuais perrengues do Racing podem ser catalogados na pasta white people problems. Os caras tão na merda mesmo, perdendo uma atrás da outra e com o técnico caminhando na prancha. Ou seja, a Libertadores é tudo o que os caras têm. Será que eles vêm babando pra cima de nós na terça-feira em Avellaneda? Isso é verdade, certo e muito verdadeiro.
Meu receio é que o Rogério mantenha a coerência com tudo que vem realizando como treinador e arme o Flamengo numa retranca safada, jogando por uma bola, como tantas vezes fez com êxito no Fortalezinha. Se for nessa onda errada prevejo problemas. Além de não ser uma postura em consonância com a identidade tática que o Flamengo desenvolve desde 1912, sempre propositiva e belicosa, temo que a zaga que estamos levando pra Argentina não segure a marimba quando os hermanos partirem pra pressão lá no El Cilindro. Mas isso já é especulação safada da minha parte.
Sem neurose, vamos nos iludir que o Flamengo na Libertadores não é o Flamengo do Brasileiro. Que no mata-mata o sangue corre mais rápido nas veias e que os caras vão, enfim, mostrar vontade de ganhar alguma coisa esse ano além daquele carioqueta sem vergonha. Vamos no iludir que a fama adquirida no ano passado ainda serve para inspirar medo nos adversários e que o Manto Sagrado, a mais poderosa vestimenta esportiva da humanidade, transforma meninos em homens e homens em heróis.
Rumo a Tóquio. Rumo ao TRI.
Mengão Sempre
P.S. Hoje se comemora um ano da conquista do Bi da Libertadores. Pra marcar a data, na Fla TV vai rolar às 21:30 h a estreia mundial do Onde Estiver Estarei, filme que escrevi com o Pedro Asbeg sobre a épica peregrinação a Lima. Dá moral lá.
Escalação do Clube de Regatas FLAMENGO: Diego Alves; Isla, Thuler, Filipe Luís; Willian Arão, Gérson, Everton Ribeiro, De Arrascaeta, B. Henrique e Gabigol
Escalação do Racing: qqq, www, eee, rrr, ttt, yyy, uuu, iii, ooo, ppp, aaa e LÉO PENEIRA
Ao receber a escalação, imediatamente o Garoto do Placar atualizou-o para
Meu querido Mula, muitas e muitas gracias. Rever o Morais, o Cláudio e todos os abnegados torcedores que não mediram perrengues pra chegar a Lima é um presentão e tanto. Filmaço. Arquivado. Pra sempre.
Já tá marcado com ferro e fogo Arthur,não perco por nada.Nem se eu morrer,pois até brigo com o santo que vier me buscar antes de ver o “Onde estiver estarei”.SRN
No jogo contra o Curitiba, o Flamengo vencia por inacreditáveis 3 x 0, quando bateu o recorde mundial de perdas de gol: 7857 chances devidamente registradas no Guiness Book.
Estava achando que mais milagroso que isso, era o fato de até aquele momento, Leo Peneira não ter feito seu ofício, e entregado pelo menos um. No entanto, comprovando que é um profissional dedicado, no último ataque dos caras, Matheus Bebeto entra como quer na defesa, repetindo ato tão comum de outros atacantes, ganha na caminhada (aquilo nunca foi corrida) da tartaruga orelhuda e toca na saída do goleiro em fase catabólica. Gol…
Matheus se recusa a comemorar, num misto de respeito ao clube que o revelou e pela extrema facilidade.
Léo Peneira cumpriu mais uma vez sua sina…
Arthur, a frase é definitiva “os outros são ruins demais”. Ontem tive o desplante de assistir vários jogos dessa zona aí que chamam brasileirão, puta que me te pariu, como é que o Flamengo consegue perder para esses times, meu Deus do céu?Ainda fui obrigado a aturar um desses caras que chamam narrador com toda pinta de viado dando chilique porque o Palmeiras jogou desfalcado, aquela enxurrada de lugares-comuns que esses bundeiros nos impingem com suas vozes esganiçadas, que isso é uma desumanidade e que tais. O tipinho à toa esqueceu do que fizeram com o Flamengo, ou melhor, essa gente que governa tudo aqui, desde do Flamengo até essa zona que se chama bananão/laranjal. Uma vergonha se o Flamengo não ganhar logo essa porra, como disse o Romero Jucá se referindo a Lava Jato.
Um comentarista que tinha espinafrado o Flamengo por não querer jogar com desfalques pelo covid, colocando o clube no nível mais baixo entre seus pares, foi o mesmo que na última rodada estava chorando em defesa do Verdão. Noriega, do SporTV, quanta desfaçatez!!
Mais um gol que nosso goleiro na fase catabólica aceita.
A SUDERJ, informa…
Escalação do Clube de Regatas FLAMENGO: Diego Alves; Isla, Thuler, Filipe Luís; Willian Arão, Gérson, Everton Ribeiro, De Arrascaeta, B. Henrique e Gabigol
Escalação do Racing: qqq, www, eee, rrr, ttt, yyy, uuu, iii, ooo, ppp, aaa e LÉO PENEIRA
Ao receber a escalação, imediatamente o Garoto do Placar atualizou-o para
Racing 0 x -1 Flamengo
Documentário sensacional, arrepiante… de chorar de emoção! Parabéns pelo roteiro, Arthur! Ficou mto bom, mas mto bom mesmo!
Meu querido Mula, muitas e muitas gracias. Rever o Morais, o Cláudio e todos os abnegados torcedores que não mediram perrengues pra chegar a Lima é um presentão e tanto. Filmaço. Arquivado. Pra sempre.
srn p&a
Tem que ganhar nos pontos corridos mesmo. Flamengo em mata mata se fode mais do que ganha.
Os porcos guincham, os burros zurram e a urubuzada passa… Por cima. Quem dera! Estamos em 2020, rapeize. Faz um ano que 2019 acabou. Feliz ano velho.
Já tá marcado com ferro e fogo Arthur,não perco por nada.Nem se eu morrer,pois até brigo com o santo que vier me buscar antes de ver o “Onde estiver estarei”.SRN
No jogo contra o Curitiba, o Flamengo vencia por inacreditáveis 3 x 0, quando bateu o recorde mundial de perdas de gol: 7857 chances devidamente registradas no Guiness Book.
Estava achando que mais milagroso que isso, era o fato de até aquele momento, Leo Peneira não ter feito seu ofício, e entregado pelo menos um. No entanto, comprovando que é um profissional dedicado, no último ataque dos caras, Matheus Bebeto entra como quer na defesa, repetindo ato tão comum de outros atacantes, ganha na caminhada (aquilo nunca foi corrida) da tartaruga orelhuda e toca na saída do goleiro em fase catabólica. Gol…
Matheus se recusa a comemorar, num misto de respeito ao clube que o revelou e pela extrema facilidade.
Léo Peneira cumpriu mais uma vez sua sina…
Amanha vamos saber se estamos em 2019 ou 2020.
2020, nitidamente.
Anotado, Arthur. Onde vc estiver, estarei.
srn p&a
Arthur, a frase é definitiva “os outros são ruins demais”. Ontem tive o desplante de assistir vários jogos dessa zona aí que chamam brasileirão, puta que me te pariu, como é que o Flamengo consegue perder para esses times, meu Deus do céu?Ainda fui obrigado a aturar um desses caras que chamam narrador com toda pinta de viado dando chilique porque o Palmeiras jogou desfalcado, aquela enxurrada de lugares-comuns que esses bundeiros nos impingem com suas vozes esganiçadas, que isso é uma desumanidade e que tais. O tipinho à toa esqueceu do que fizeram com o Flamengo, ou melhor, essa gente que governa tudo aqui, desde do Flamengo até essa zona que se chama bananão/laranjal. Uma vergonha se o Flamengo não ganhar logo essa porra, como disse o Romero Jucá se referindo a Lava Jato.
Um comentarista que tinha espinafrado o Flamengo por não querer jogar com desfalques pelo covid, colocando o clube no nível mais baixo entre seus pares, foi o mesmo que na última rodada estava chorando em defesa do Verdão. Noriega, do SporTV, quanta desfaçatez!!
Carlos Rocha, então é mais um na lista dos chorões, porque o que eu ouvi foi o tal de Gustavo Villani.