A paixão do futebol se manifesta de várias maneiras, e uma delas é uma exagerada e obsessiva atenção que dispensamos à uma infinidade de coisinhas desimportantes, como um fulano que não jogou ontem, um sicrano que se machucou de bobeira, um beltrano que ficou dodói, a camisa do jogo estava assim, o calção assado, uma tacinha Guanabara, um campeonatinho carioca, uma copinha do mundo, entre outras miudezas. Essas micro histórias vem se acumulando há décadas, se empilhando, se transformando em sagas, epopeias que remontam a tempos antediluvianos.
É do alto desse descomunal arcabouço histórico que analisamos a mais sórdida das peladas, é sob o peso incalculável do que chamamos tradição que debatemos até a mais irrelevante das informações. Essas minudências as quais dedicamos tanto tempo e energia são um terreno seguro no qual sabemos como nos mover. São nosso escudo, são nossa proteção. O futebol é uma formidável armadura pra enfrentar o mundo. Mas não é invulnerável.
Quando vem uma porrada como essa do Ninho nós, amantes do futebol, que cultuamos diariamente o pinga-pinga incessante de irrelevâncias somos obrigados a lidar, de uma hora pra outra, com questões muito mais profundas. A fragilidade da existência, a falibilidade da raça humana, a incapacidade do estado em prover segurança, a inexorabilidade do destino, crime e castigo, vida e morte. Questões muito cabulosas, que se não diminuem o tamanho do futebol aos nossos olhos mostram que por maior que seja a nossa paixão o espaço que o jogo da bola realmente ocupa em nossas vidas é limitado. Assim como é limitada a sua capacidade em responder tais questões.
Ninguém aqui está iludido pensando que alguém escolhe torcer pra um time de futebol pra se divertir. Isso é uma lenda, todo torcedor sabe que a rapadura é doce, mas não é mole. Ainda assim, foi bem difícil assistir aos dois últimos jogos do Flamengo. Não é porque o Flamengo não tenha conseguido mostrar um futebol capaz de não fazer feio na Liberta, porque isso não mostrou mesmo. Mas é que tem sido bem impossível olhar pros sujeitos de Manto correndo no campo e não lembrar de tudo que aconteceu. Até os portadores dos mais rígidos corações de pedra ainda compartilham a terrível sensação de que aqueles contêineres continuam ardendo. E essas lembranças fumegantes simplesmente cortam a onda, impedem a plena fruição do prazer de assistir à uma partida de futebol.
É muito evidente que a torcida do Flamengo segue em estado de choque. O que o Flamengo está passando não há precedentes e é muito natural que os torcedores não saibam como se portar diante do ineditismo e da gravidade da situação. O campeonato Carioca, com suas peladas café-com-leite e sua desimportância intrínseca também não ajuda muito a dissipar essa névoa que envolve os jogos do Flamengo. Tudo parece ser tão sem propósito. Não é todo mundo que consegue torcer nessas condições.
Não apostaria um centavo nisso, mas não é impossível que os jogadores do Flamengo, ao contrário de enorme parcela da torcida, já tenham conseguido superar os funestos acontecimentos no Ninho do Urubu. O show tem que continuar, eles são profissionais e as exigências laborais podem ser um eficiente remédio para as dores da alma. Portanto, a muleta dos aspectos emocionais não são uma justificativa adulta para qualquer atenuante numa análise técnica sobre o que o time do Flamengo vem produzindo até agora. Que podemos afirmar, isentos de qualquer crueldade ou oportunismo, ter sido muito pouco. O futebol que o Flamengo jogou na meia-dúzia de partidas que disputou em 2019 não conseguiu empolgar ninguém. E, cá pra nós, é bastante improvável que essa empolgação apareça durante o Carioca.
Por que está tão difícil se empolgar com o Flamengo? Colocar a culpa na retranca do Abel é uma simplificação muito da safada. Esse Flamengo que dá sacode em Americano e perde pro Flor e que ainda não resolveu a encrenca com a família dos meninos do Ninho está a anos-luz do Flamengo que a torcida quer. Sempre vamos querer raça, amor, paixão e Mantos suados. Mas acima de qualquer título ou competição a torcida do Flamengo, a entidade beneficente sem fins lucrativos, patrimônio imaterial da humanidade, a eterna insatisfeita, a massa infantilizada e encantadora que faz a terra tremer, só quer uma coisa. Que o Flamengo seja grande. Enorme. O maior possível. Dentro e fora de campo.
Mengão Sempre
Como um mero observador, fico a indagar como exigir postura de um grupo de acomodados e afortunados jogadores se o mau exemplo vem de cima? No turbilhão que atravessa o Clube, seu mandatário e o vice partem em viagens de lazer. Centro de Treinamento embargado;Time em estréia na Libertadores; Ambiente sombrio decorrente das mortes dos garotos e as futuras e imprevisíveis negociações; Desempenho medíocre…A Ilha da Fantasia não tem fim. Tudo Divino e Maravilhoso – Calma, Caetano!
Como faço parte de uma pequena parcela de torcedores racionais. Assim como os demais colegas. Acho tudo vergonhoso. Baixo. Inescrupuloso.
Nem tudo de ruim tem a vida. Dia 03 foi aniversário do nosso maior jogador. Fico a cantarolar a música de Moraes Moreira:
” E agora,como é que eu fico nas tardes de domingo, sem Zico no Maracanã? E agora como é que eu me vingo de todas as derrotas da vida de a cada gol do Flamengo eu me sentia um vencedor? “.
Tempo, Tempo, tempo…
É por essas e outras que o Clube deveria implodir. Como exigir comportamento profissional de um grupo de jogadores acomodados se o mau exemplo vem de cima? Em pleno turbilhão, o mandatário e seu vice saem em gozo de férias de lazer. A Ilha da Fantasia rubro-negra. Tudo Divino e Maravilhoso – Calma, Caetano!
Como faço parte de um pequeno grupo de racionais, tudo isto é muito vergonhoso, descarado, imoral. Guardo na memória um dos mais belos times que vi jogar e da música em homenagem ao seu maior representante, composta por Moraes Moreira :
“E agora como é que eu fico nas tardes de domingo? Sem Zico no Maracanã. E agora como é que eu vingo de todas as derrotas da vida se a cada gol do Flamengo eu me sentia um vencedor?”.
Lembranças…
Eu não acredito, me recuso acreditar, estarei delirando? Mas a bem da verdade eu estou tão inerte em coisas de Flamengo que nem contato com o meu velho Teacher, engarrafado em 12 minutos, tenho mais, portanto estou lúcido, orientado no tempo de no espaço e dormindo feito uma pedra, sem precisar das gotinhas mágicas do Rivotril, essa sobriedade eu devo ao Flamengo atual, ou, melhor dizendo, a tamanha indiferença e desânimo que entrei após a terrível tragédia, pior, com o desenrolar dos acontecimentos, as posições dúbias da Diretoria que ainda quer discutir essas malfadadas indenizações, quando a atitude de autênticos rubro-negros seria pagar o preço que for, mais pagar, só assim o time poderá voltar a campo de cabeça erguida. E todos nós rubro-negros, moços e velhos, a favor ou contra essa diretoria. Pois é, divaguei e agora sim vou relatar o motivo de minha estupefação, com as minhas entranhas se contorcendo em ânsias de vômito, leio incrédulo: o presidente está se licenciando neste exato momento. Não preciso lembrar a conhecida história de que os primeiros a abandonar o navio que naufraga são os ratos. Metáfora numa hora dessas?
QUEM INSTALOU ESTES CONTAINERS ???
Se a proposta do Ministério Público do Trabalho foi considerada absurda, muito mais foi a do Flamengo.
Isso porque na verdade o canalha do Rodolfo Landim vem demonstrando não pretender resolver a questão por meio de uma composição extrajudicial. Muito longe disso. Ele quer mesmo é empurrar o caso para o Judiciário, em que além dos ridículos valores fixados pelos tribunais, com base na famigerada “jurisprudência”, as famílias dos garotos vítimas do incêndio terão que penar um século para receber as indenizações.
Para comprovação desta assertiva, basta dizer que o Landim mentiu na sua única entrevista sobre o caso, como ficou devidamente provado pelos advogados das famílias das vítimas.
Eis a miserável proposta do canalha do Landim, que está registrada em ata:
R$ 150 mil reais para cada genitor, R$ 50 mil para cada irmão e R$ 25 mil para cada avô e uma pensão de um salário mínimo por genitor no período de dez anos ou até o falecimento.
Advogasse a questão, eu diria:
– Landim! Enfia esta proposta no seu cu, seu verme!
É sempre bom relembrar Ruy Barbosa em momentos como o atual:
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Indignadas Saudações Rubro-Negras.
Como estou extremamente cansado disso tudo e sem energia pra xingar esse bando de covardes, agradeço ao Áureo e apenas assino embaixo.
Só faço uma correção: os vermes, como tal, são honestos.
Correção muito bem feita, Rasiko.
Correção muito bem feita, Rasiko.
é isso. Que seja GRANDE fora de campo. O FLAMENGO E AS FAMÍLIAS dos meninos VIRARAM vítimas da imprensa.
O flamengo, mais fácil de compreender, vende jornal, vende acessos ao site. Então quanto mais bombástico, melhor. Hoje a prefeitura – que não tem alvará – interditou o ninho. MANCHETE. Tá ooooooooooooooótimo pra mídia.
Já as famílias, vítimas porque em sua dor e ignorância, se deixaram levar pelas trombetas do MP & e advogados & imprensa e querem, cada uma, ficar milionárias, levar (como li) 15% do orçamento anual do clube (coisa de 750 milhões no total), receber um cacetilhão de reais até que os meninos fizessem 40 anos e, não esquecer, umas camisas autografadas. Pelo time de 1981.
Aí a coisa emperra e fica esse mal-estar.
Todos vítimas.
Todos, não, Fred. Vítimas, até agora, são os que morreram e a torcida, que não tem nada com isso, ao ver a instituição ser comandada por uma gang de malfeitores, bandidos, vagabundos, escrotos, filhos da puta, nojentos.
Cara, vicê é um fanático fundamentalista da internet? Não adianta culpar ninguém, nem imprensa, nem prefeitura e nem o bispo! O Flamengo sabe disso, tem culpa sim e já admitiu! Vai pagar as idennizações e a imprensa vai se calar! Acabou! é assim… quando um gugante dá espaço, sempre acontecem essas falações, mas o importante é o Flamengo resolver e já está resolvendo…. agora um problema assim não é fácil, requer tempo…
FANÁTICO FUNDAMENTALISTA É A ARROMBADA DA TUA MÃE, DA TUA MULHER E DA TUA FILHA, SE É QUE VC TEM.
PEDI A TUA OPINIÃO, Ô FILHO DA PUTA ESCROTO?
NÃO GOSTOU? ENFIA O DEDO NO CU E RASGA.
KKKKKKKKKKKKKK. Leio sempre e não comento nunca, mas esse Rasiko é do peru. Escreve textos brilhantes e bota pra fuder com quem se mete com ele com a mesma facilidade. É isso aí meu irmão manda esses malas se fudê kkkkkkkkkk
Pô, logo no primeiro comentário que fiz já censuraram? Só dei os parabéns pro Rasiko por mandar esse mala se fudê. Fiz mal? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
SRN
Muito legal o texto, tá complicado pra gente.
João Neto não sei quem é, mas, sendo ^neto^ deve ser jovem.
Xisto, há uns dez anos, desde os tempos do Urublog, acompanho com entusiasmo. Tem um dado que muito me agrada – é, como eu, um eterno admirador do Feiticeiro paraguaio.
Rasiko e Aureo, estes conheço pessoalmente e admiro desde sempre.
Rasiko é um mestre da análise, figura exponencial com seus cigarrinhos de palha (ou seja lá o que for).
Todos somos Flamengo fanáticos, como também o é o incomparável Grão Mestre.
Todos estamos decepcionados a ponto de sentarmos indiferentes à frente da TV, acordando, quando muito, no momento de um gol, ocasional ou não.
Para dar mais raiva, com a venda do inútil Dourado, propalaram abertamente que meio milhão de reais vão ser poupados a cada mês.
Meio milhão para ficar sentadinho no banco.
Que porra de bicicleta cara !
Agora, para a ^fatalidade^, chama-se o mesmo advogado (dizem, estou acreditando na imprensa) que atua no caso de Mariana, onde, até agora, passados três anos, nada se pagou.
É, parece que o João Neto está certo.
O nosso perfil não é de ^novos ricos^, como agora assumimos.
O Magnética é a Magnética por ter surgido na Praia do Pinto, favela (comunidade é coisa de outros mauricinhos) que o Lacerda mandou queimar e deu origem à Selva de Pedra.
Voltemos às nossas origens.
Se se escalar os grandes times rubro-negros vamos encontrar uma supremacia dos garotos feitos em casa.
Quem já viveu muito, como eu (em primeiro lugar, por ser o mais velho), o Aureo e o Rasiko, sabe perfeitamente que não foi só o time de 1981, onde pontificam, além do Zico, mais o Leandro, o Figueiredo, o Mozer, o Júnior, o Andrade, o Adílio e o Tita, mas também outro que foi TRI, à época que a mais importante competição era o Cariocão, e que, embora reservas, na maioria, a fantástica Seleção de 1970 tinha lá os nossos garotos Joel (este, na verdade, ^roubado^ ao Botafogo), Moacir, Henrique (não foi a Suécia, mas brilhou também na Seleção), Dida e Zagalo.
Todos nossos garotos, como poderiam vir a ser aqueles que não vivem mais.
Ainda tristíssimas SRN
Só pode ser o abatimento, uma vez mais.
Entre outros equívocos de português (ex. ^O Magnética^) há um imperdoável erro de data.
Duas foram as melhores Seleções brasileiras campeãs do mundo, a de 1958 e a de 1970 (a terceira melhor, sem conquistar o título, foi a de 1982).
Evidentemente Joel, Moacir, Dida e Zagalo pertenciam à primeira delas, enquanto Henrique jogou aquele jogo das vaias pela ausência do Garrincha (jogou o muito bom Julinho, que fora o craque da seleção chegada a mambembe de 1954), marcando um dos dois gols na vitória sobre a Inglaterra.
Bons tempos, estava lá presente.
SRN
Já algum tempo venho remoendo a idéia de que para o bem do Clube de Regatas do Flamengo, este deveria implodir. Recomeçar de suas próprias raízes. Essa nova posição de novo rico não combina com sua história, pois, nas dificuldades é que angariou simpatizantes.
Esse seu novo padrão social só atraiu mazelas. Tudo de ruim. A começar pela suas frustrantes formações de elenco. Entre uma e outra inclusão da base, se recheou de forasteiros e embusteiros que somente visam o dinheiro. Se não ganha porra nenhuma mesmo, que se formem elencos de sua própria cria. De imediato, os já desolados torcedores vão retornar as atenções. Essa conversa de super tine nunca deu certo mesmo. Ademais, pela sua própria instituição, não foi criado para gerar lucro.
O cúmulo da insanidade foi desprover de segurança os seus próprios rebentos para privilegiar uma casta de aproveitadores que sugam as economias no time principal. Na atual conjuntuta o Flamengo virou o que era o Fluminense. Um Clube esnobe que vivia das glórias do passado – Pelo menos no campo regional. E, o antigo Flamengo, hoje, é o Vasco da Gama. Um Clube com sérios problemas financeiros que ainda encontra forças em sua apaixonada torcida para se reerguer.
Esta é o quadro que visualizo. Sinceramente, “não posso torcer por um Cluve que não chora as suas derrotas ” ( Ari Barroso ).
O verdadeiro torcedor não quer galãs em sua formação de elenco. Quer homens que honrem a camisa. Que percam, mas que percam com dignidade.
Esta é a palavra que falta ao atual e frustrante momento. DIGNIDADE!
SRN
Não sei mais o que dizer sobre a canalhice do Landim e sua gang – além do covarde e ensurdecedor silêncio do Banana refugiado no seu bunker. A não ser ficar repetindo os mesmos adjetivos desqualificativos ou inventar outros. Só que cansei. Dignidade não pode ser implantada. Ou se tem ou não. E eles não têm. Mas o pior é constatar a omissão da própria torcida, principalmente as organizadas, incapaz de se manifestar, oficial e publicamente, contra esses malfeitores que tomaram o clube, a entidade e a instituição de assalto, como meros mercadores de almas, sem o menor resquício de compaixão. É a cara do capitalismo. Como seu irmão de sangue, o comunismo, visa apenas o poder sobre o outro a qualquer custo. O outro é apenas um meio, uma ferramenta, um número, um ativo na bolsa de valores variando de preço de acordo com as circunstâncias, o desempenho e as apostas do dia. Como se não fosse possível, com a incrível capacidade que temos como espécie, criar um sistema social acima e além dessas duas opções falaciosas que só servem, como sempre serviram, aos donos do poder, que nem na mídia aparecem.
Apocalipse é isso, Carlos Moraes. Tsunamis, terremotos e afins são apenas a catarse da Mãe Terra – um ser vivo e consciente -reagindo à agressão cotidiana daqueles a quem ela, em troca, protege e alimenta.
Em meio a essa tragédia global, o futebol não tem a menor importância. Nem como válvula de escape. Aliás, pensando melhor, e tendo a Verdade como valor supremo, se tem uma coisa que abomino é qualquer válvula de escape. E nessa altura da vida, nem mesmo vulva de escape me interessa.
Eu já há muito tempo ando sem tesão de torcer pelo Flamengo, cada elenco que é montado me parece bem distante daqueles jogadores que conheci em minha cada vez mais longínqua infância. Que rotulem como quiserem, sem identificação com o espírito rubro-negro, sei lá eu, só sei que cada um que surge me parece um novo boneco pra preencher a outrora camisa rubro-negra com sua mística que se acreditava imortal, sai um, entra outro, tudo muda pra continuar o mesmo como diria Lampedusa. Para piorar veio essa terrível tragédia, aí, me esvaziei por completo, perdi saco, albugínea, tesão, minha vontade é chorar no meio- fio lágrimas nelsonrodrigueanas. Acho que ajudaria muito a diretoria pagar logo essa indenização, não interessa o quanto vai custar, pague um preço rubro-negro, com a alma rubro-negra, com o coração rubro-negro, com a camisa rubro-negra, com o suor rubro-negro, enfim, pague-se com tudo aquilo que há muito vem faltando em campo, mas pague-se sem chiar, e ainda teremos lucro, um lucro que ninguém pode medir, aquele lucro de uma alma lavada, a assim talvez eu velho que estou, curtindo meu armário, meu rivotril e meu inseparável melhor amigo , o velho professor, possa voltar a torcer sem me envergonhar, de peito erguido., sem esse tal peso que eu ando carregando na alma desde essa terrível tragédia.
Após assistir à entrevista do Rodolfo Landim, um misto de tristeza e indignação tomou conta de mim. Assim – creio que pela primeira vez – cochilei o tempo inteiro nos 4×1 sobre o Americano. Só abria os olhos para ver os gols. Faltou-me aquela paixão e amor pelo Manto Sagrado.
Landim afirmou que o Flamengo vai indenizar as famílias dos garotos mortos no incêndio, de acordo com a jurisprudência. E sabem vocês como se aplica a jurisprudência nessas questões?
Muito simples: pouco para os pobres e muito para os ricos. Por exemplo, a honra de um famoso vale muito mais do que a de um pobre mortal. Se eu chamar um vizinho de ladrão nas redes sociais, deverei ser condenado a pagar em torno de uns 2 mil reais, por danos morais. Entretanto, pelo mesmo fato, o Deputado Pornô foi condenado a pagar 50 mil reais ao Chico Buarque.
Mas, por que a honra do Chico vale mais do que a do meu vizinho? Ambos não foram chamados de ladrão?
Pois é! O ressarcimento pelas mortes dos meninos irá seguir a mesma trilha da tal “jurisprudência”. Afinal, as vítimas do incêndio eram meninos pobres da periferia.
Posso estar errado, porém, a economia que o Landim possa estar fazendo hoje, poderá custar muito caro no futuro ao nosso clube.
Quem vai querer torcer por esse Flamengo. Meus netos, os nascidos e os que irão nascer, com certeza não. Somos uma família cristã.
Quem sabe o Landim, tocado por uma Luz Divina, não direcione o dinheiro da venda do Henrique Dourado para o ressarcimento das famílias dos meninos?
Enquanto, isso não acontece, o meu amor e a minha paixão pelo Flamengo vão adormecendo.
“Uma teoria, que faça do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica, é moralmente inaceitável. O apetite desordenado do dinheiro não deixa de produzir os seus efeitos perversos e é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social.” (Concílio do Vaticano II)
Tristonhas saudações Rubro-Negras.
Obs.: da mesma forma que o Carlos Moraes, meus aplausos para o Arthur, para o João Neto e também para o Carlos Moraes.
flamengo se dispôs a pagar 500 mil por menino.
tá pouco?
Tá aí.
Dúvida CRUEL.
Não sei qual o melhor. O belíssimo artigo do Arthur ou o mais do que expressivo do único comentário que surgiu até agora, do João Neto.
De fato, tal como o Arthur, estou sem tesão. A tragédia foi muito maior do que tudo que o futebol, pelo menos em tempos de Carioqueta, pode oferecer.
Posso dizer que assisti passivamente o jogo de ontem.
Pará centrou para o Gabigol, a bola chegou na cabeça do Vitinho, gol com um minuto. Tudo bem, mas se não tivesse acontecido estaria também tudo bem.
No momento, parece-me ser mais importante que o nosso Flamengo seja grande FORA do campo, fazendo com que possamos amenizar o nosso sofrimento, imaginável em tamanho perto do que o dos familiares dos garotos vitimados.
Já o João Neto, também de forma brilhante, tocou no que sinto ser exatamente o X da questão do nosso indolente grupo de jogadores.
Observações PERFEITAS, pelo menos na minha visão.
Só me resta bater PALMAS, sentado mesmo, pois o desânimo não me permite ficar de pé, muito menos gritar BRAVOS, embora o escrito muito merecesse.
Fico com o final do João.
É tempo de mudar, de se fazer uma faxina.
Cabe a indagação.
Será que há interesse por parte de quem detem a possibilidade de fazê-lo (INT.)
Infelizmente, não creio.
Ainda tristíssimas SRN
Grande Arthur! De tão puto com mais uma atuação pífia do já desgastado elenco, me esqueci de fazer referência ao seu retorno. Mil perdões! Sem maiores pretensões, posso afirmar que este problema é decorrente da suposta estabilidade financeira. O Antes e o Depois.
O Flamengo virou o novo Eldorado do jogador de futebol. Os originados da Europa e demais plagas sonham com a manutenção do padrão financeiro já em declínio. Buscam Amparo. Nada mais oportuno do que se amarrar em rígidas cláusulas contratuais. Contrato assinado. Desempenho? O que der. Já estou seguro.
Nesta relação, o Clube não se cercou de profissionais experientes. Sob a batuta do anterior mandatário, foi por este “conduzido profissionalmente ” na Gestão de Futebol. Sem comando e pulso firme, os “empregados” conduzidos por algumas cabeças ditavam e ditam o modo de trabalhar.
Sem cobranças e dinheiro em conta….um paraíso.
O Clube se acostumou a desempenho sofríveis e da total falta de ambição. Vive na Ilha da Fantasia. Tudo maravilhoso. Menos para o pobre torcedor que na sua paixão e fanatismo ainda persiste em sua adoração. Outros, mais racionais, já vislumbram cheiro de podridão. Algo tem de mudar.
Então, meu caro redator, esse comportamental não é de hoje. Essa nova gestão apenas está perpetuando o que já vinha de errado. Contratações esdrúxulas, manutenção de jogadores em declínio técnico, ex-jogadores em atividade. ‘Em resumo: A manutenção do atraso. O convívio com o fracasso. A sobrevida dos velhacos.
Dá tempo de mudar. Mas é preciso fazer uma faxina.
SRN