Alvareguinha fez quinze. Procurei várias formas para definir esse menino rubro-negro desde antes de nascer.  Ele é resistência, já falei por aqui quando fez treze. Ele é o Flamengo que ainda acredito. É a esperança do vencer, vencer, vencer. Alvarenguinha é a linguagem da torcida, o grito do gol, as loucuras de uma paixão com quinze anos, a relação de pai e filho legitimada na arquibancada do Maracanã. Por ele, pelo pai dele, pelo amor ao Flamengo, somos todos Nação. No último jogo me mandou uma mensagem, sabendo que eu estava do outro lado da arquibancada, perguntando: “Tia, tirou uma foto da torcida?” Alvarenguinha sabe que o Flamengo é Flamengo, porque SOMOS Flamengo. E que a ida ao Maraca se basta quando a torcida faz festa e o Flamengo ganha.

Aos quinze eu sonhava com o “mundo de novo”. Ele também. Minha vida é pontuada pelos títulos do Flamengo, pelos jogos importantes, pelas grandes decisões. Minhas decepções também. Meu kairós rubro-negro, meu momento certo, passa pelo tempo do Flamengo. Por isso, ver esse menino crescendo com o Flamengo, NAMORANDO. NA-MO-RAN-DO. Para viver um grande amor rubro-negro, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro. E ser de sua dama por inteiro – Quero falar do Vinícius de Moraes para ele.  Comprometido com a cultura da arquibancada, esse menino-homem enche meu coração de esperança. Enquanto Alvarengas e Alvarenguinhas estiverem na arquibancada, não me importa a quantidade de “Tudo do Flamengo, nada pelo Flamengo” ou de canalhas que vendem seu “amor” rubro-negro por canapés e salgadinhos. Resistiremos. Pelas lembranças, pela esperança, pelos Garotos do Ninho, pelo futuro ainda mais lindo, que o seu presente que tão lindo é.

Seja lá como for, Alvarenguinha, faça do Flamengo a sua morada. E assim, quando um recém eleito dirigente rubro-negro te questionar: “O que você fez pelo Flamengo? Blog?”  incomodado com suas críticas e cobranças – que você tem direito de fazê-las por um clube mais digno, humano, social e vencedor – você possa responder: EU NASCI. Você nasceu Flamengo. Fez 15. E fará mais quinze, e mais quinze, e mais quinze…é até morrer. EU NASCI. Respondi internamente lembrando de todos os sonhos, as tardes no Maracanã, os abraços desconhecidos que recebi, os amigos incríveis que fiz, o amor rubro-negro que tenho. Eu nasci. Podemos gritar, Alvarenguinha. E responder sempre: EU NASCI FLAMENGO. Eu não ando só. Só ando em boa companhia. Com meu violão. Minha canção e a poesia (rubro-negra).

Alvarenguinha fez quinze e com a idade nova desse menino marcado pelo surdo da torcida, pela arquibancada que muda nossa maneira de ver a vida, que renova nossa esperança de ser e sonhar com o Flamengo, clamamos para que a justiça seja feita pelas vidas dos nossos meninos que se foram na tragédia e que o Clube seja ainda mais campeão de terra e mar. Mas, acima de tudo, um campeão de transformação social e uma sociedade melhor para todos. Como diria o velho Mandela: “O esporte pode criar esperança onde antes só havia desespero.” O Flamengo também. Nos meus quinze, o Flamengo foi campeão. Desejo o mesmo para o Alvarenguinha. Flamengo campeão é amuleto, é sorte na vida, é formação de caráter. Sou feliz de olhar para a minha história e dizer: Eu venci. Eu fui, sou e serei Flamengo. Isso me basta. Esse é o segredo da felicidade, do sucesso na vida: SER FLAMENGO, Alvarenguinha. Para viver um grande amor, direito. Não basta apenas ser um bom sujeito. É preciso também ter muito peito. Peito de remador rubro-negro. Com a licença do poetinha. Tia Vivi te ama.

Pra vocês,

Paz, Amor e Feliz Idade Nova, Alvarenguinha.