Já era tarde da noite quando fiquei sabendo que o Flamengo ganhou outra vez do Botafogo. Quase sem querer deixei escapar um Boa, Mengão! Na mesma hora fui delicadamente repreendido pela dama que acompanhava: – Você é um rapaz simpático, agradável. No entanto, fica perdendo seu tempo com bobagem, né? Gamei! Sou um sapiosexual assumido, tenho tara em mulher inteligente. É tão bom conviver entre mulheres sábias.
A bela dama estava coberta de razão. Flamengo x Foguinho é uma bobagem. E já não é um evento dos mais esperados pelo público que aprecia o bárbaro esporte bretão. Se formos falar em termos de popularidade é nítido que a oferta do clássico supera a sua procura. Jogam-se Flamengo x Botafogo em excesso, a maioria valendo nada. E os poucos que conseguem ser decisivos são monótonos, sempre acabam em lágrimas. Ainda por cima é um produto caro. Não surpreende nem um pouco que um Flamengo x Botafogo na tarde de sábado pela prescindível Taça Rio tenha levado ao Engenhão um público de show de jazz.
Como não me interessei em ir ao estádio aproveitei pra nem ver o jogo, o que me permite e autoriza comentar a partida pelo viés preferido de 90% dos comentaristas de futebol do mundo: o do resultado. Se ganhamos está bom. E bola pra frente, porque o que importa é a Libertadores. Flamengo já perdeu tempo demais jogando 90 minutos contra um timinho. Voltem a treinar que vocês ganham mais. No compacto de cenas lamentáveis do jogo só deu alvinegro perdendo a linha. Nossa molecada tá apanhado porque merece, esculacha eles demais. Tá certo, pereba tem que levar olé. Isso está bom também. Fim do comentário sobre o jogo.
Prefiro falar sobre torcida. A nossa, cada vez mais madura, irracional e sábia. A deles cada vez menor. Eu curto muito uma baixaria. Mas leitura labial de torcedora de time pequeno é tipo o recorde mundial de mergulho em profundidade. O Malcon X já dizia que o racismo é como um Cadillac. Todo ano eles lançam um novo modelo. Essas cenas são feionas, queimam o nosso filme, dão vergonha. E fica mal pra nós todos. Não como brasileiros, não como torcedores de futebol, mas como espécie Homo sapiens mesmo. É uma tragédia nacional que os crimes de discriminação não mereçam mais manchetes e mais escândalo. A atenção que o público dá ao assunto é muito menor do que deveria. Somos um país racista, se não fizer tumulto isso vai continuar acontecendo.
Depois do jogo, nas redes sociais (que é um jeito elegante de dizer que li essas porras no Twitter), havia muito mais indignação com os comentários do Paulo César Vasconcellos durante a transmissão do Premiere do que com o evento racista. Infelizmente, nos últimos tempos uma parte da torcida do Flamengo tem sido exposta em excesso a uns fumos autoritários e reage muito mal ao contraditório. Tudo a ofende, tudo coloca em risco a supremacia rubro-negra e a sacra credibilidade do jornalismo. Outro dia pegaram no pé do Juninho Pernambucano porque o cara, entre outros alegados crimes de opinião, elogiou o Marcio Araújo. Ontem foi no do PC Vasconcellos porque disse qualquer besteira sobre uma lambreta do Paquetá. Uma jumentice. Na verdade, foi porque o Juninho torce pra vasca e o PC pro foguinho. Anotem essa previsão, no futuro o linchamento virtual vai dar cadeia também.
Não chega a ser o fim do mundo, a torcida do Flamengo não é pior do que as outras. É só a maior do mundo. E apenas reproduz, em maior frequencia e num universo mais reduzido, o que acontece em toda parte nesses tempos de algoritmos que aproximam os iguais, suprimem os diferentes e dão espaço aos discursos mais bizarros de qualquer idiota com um numero considerável de seguidores. As pessoas, meio sem perceber, são levadas a conviver em bolhas onde todo mundo pensa mais ou menos igual. E morre de medo do que é diferente. Agora, só porque descobriu que tá pagando pelo show todo, neguim só quer ouvir o que lhe agrada, como se a transmissão de um jogo de futebol pela TV fosse a sua playlist no Itunes. Isso é uma viagem de ácido.
Mas a imprensa, institucionalmente falando, tem seu quinhão de culpa nesse novo modelo de ignorância. São os frutos amargos que se colhem pela esterilização clubística a qual os profissionais da imprensa esportiva se entregaram voluntariamente nos últimos 30 anos. Baixo inconfesso fito dinheirista, disfarçado sob o argumento humanista de não afastar os simpatizantes de A, B ou C e de manter o equilíbrio e a equidistância do observador neutro e onisciente, os caras simplesmente foram constrangidos a esconder as suas preferências clubísticas. Desde então jornalistas esportivos passaram a ser comercializados como seres exóticos, sem coração, consequentemente, sem um time pra carregar no orgão ausente.
Mario Filho, Ary Barroso, Nelson Rodrigues, João Saldanha, Sandro Moreyra, Luis Mendes, Jorge Cury, entre outros gigantes do jornalismo esportivo, sempre tiveram time de coração. E não perderam um centímetro sequer de sua estatura ou de sua credibilidade por não esconderem essa informação do público. E sempre que podiam puxavam a brasa pra sardinha dos seus preferidos, como qualquer humano em pleno domínio de suas faculdades mentais faria.
Essa imparcialidade magna inventada pelos arautos imbecis do Rei Mercado e reclamada pelos torcedores com menos juízo é uma quimera. No jornalismo esportivo sequer se obteve comprovação científica da sua existência. A imparcialidade jornalística, ainda que existisse, é superestimada. Um comentarista imparcial, justo e equidistante, ou não gosta de futebol ou não entendeu a essência do jogo. Se o cara curte futebol ele tem um time e isso é o bastante pra inviabilizar qualquer imparcialidade genuína.
Quando um comentarista que é torcedor notório do adversário do Flamengo faz um comentário parcial ou que insinue algum recalque clubístico o rubro-negro devia ficar feliz e não puto. É só uma prova de que a essência do futebol ultrapassa o limite artificial do que se convencionou chamar profissionalismo e de que o Flamengo é mesmo o maior. É como se fosse um gol pra nós. É pra isso que eu pago pay-per-view e não pra ficar ouvindo nego babar o ovo do Flamengo. Isso eu mesmo faço e cobro muito mais barato.
Atualmente a regra de ouro no show business é a segmentação, a tendência é que em breve as transmissões de futebol ofereçam um canal exclusivo pro torcedor de cada clube. Ai o locutor vai poder chamar o jogador do lado de lá por apelidos pejorativos, o comentarista vai dar aquela distorcida bonita nos fatos que as imagens mostram e o analista de arbitragem vai nos fazer acreditar que o Flamengo jamais levou um gol legal na vida. Mas pelo menos você terá pago pra poder escolher receber esse tipo de informação. Pode até ser que seja bom esse modelo, embora tema que depois de um tempo fique meio chato. O certo é que para criar demanda por esse produto é preciso que a transmissão mainstream também deixe o torcedor um pouco puto e o faça ter interesse pelas alternativas. Se é esse o business plan, está funcionando muito bem.
Que os donos do jogo aproveitem pra oferecer também a alternativa do áudio do estádio limpo e sem qualquer narração. Vai ser um sucesso.
Pau nos putos racistas.
Mengão Sempre
O Arthur é muito bom! Meteu um Harari no meio do texto de futebol. Encheria essa parada de palminhas se tivessem emojis.
Valeu!
HAHAHAHAA, muito bom o lance de transmissões segmentadas.
Até hoje nenhum autor de ficção de futuro distópico teve essa sacada.
parabens.
Carlos,
educacadamente respondo a pessoas que me tratam com educaçao.
Esse idiota Chacal nao o faz entao falo com ele a lingua que ele entende.
E seria bom se voce se pronunciasse tambem sobre o que ELE escreve aqui, no momento que o faz, e nao somente quando ele recebe o troco.
Falando do que importa:
Voce tem razao que aqui nao temos o lugar para discutir racismo à fundo. Mas o lugar de discutir seria, sim.
Tudo que é lugar é lugar para discutir o abominavel.
Mas jah que o assunto foi lançado seria bom levar uma conversa um pouco mais inteligente.
Nao é questao se o Brasil é ou foi o pais “mais racista do mundo”. Basta ele ser um pais racista – até hoje.
Nao tem KKK? Mas tem um monte de gente que fez e faz justiça com as proprias maos, as vitimas voce sabe quem sao.
Manifestaçoes culturais negras foram caçadas e reprimidas durante séculos. Hoje em dia a repressao passou para a apropriaçao.
Nao tem apartheid? Nao? E o elevador de „serviço“? E a senzalinha para a empregada? E aonde tem empregada comendo na mesa de seus patroes. E os nao-existentes garçoes negros nos restaurantes melhorzinhos? Etc., etc., etc.
Racismo alias nao é somente o racismo contra o negro – pensa naquele se contra o primeiro cidadao desse pais que nunca é mencionado e nem existe na discussao do assunto: o indio.
Até pouco tempo atras esse nem passaporte podia sacar.
Racismo pior nao existe.
A sua explicaçao que voce cita sobre a desigualdade social é significativa:
Claro que num pais capitalista desigualdades se abatem sobre todos os cidadoes. Mas o ponto central é que ela – a desigualdade – nao se abate “evidentemente” mais sobre os negros.
A unica “evidencia” nesse caso tem como raiz exatamente – o racismo.
Leia os dados do IBGE para se dar conta do fato de que existe – até hoje – uma linha, por exemplo salarial, entre brancos e nao-brancos
Eh simplesmente insustentavel a argumentaçao.
Voce nao precisa mudar de opiniao, mas pessoalmente eu aponto que seria interessante para voce, que „conheço“ um pouco desses anos daqui e o considero como alguem que procura sempre „as verdades“ – de pegar um desses livros do IBGE que trabalha sobre a „cor“ no Brasil.
Porque nessa questao do racismo nao se trata de ter „opinioes“ diferentes e sim de saber ou de ignorar dados.
Ou seja – continuo sim achando que senhoras e senhores, de qualquer idade, aonde estejam, mesmo em estadio, nao deveriam se comportar impunemente como racistas e como idiotas. E se o fizerem, deveriam sim ser caçados pela lei.
SRN
Uns links de 2017:
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/seis-estatisticas-que-mostram-o-abismo-racial-no-brasil
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/03/pretos-e-pardos-sofrem-mais-com-desemprego-aponta-ibge
https://www.cartacapital.com.br/economia/ibge-pretos-ou-pardos-sao-63-7-dos-desocupados
Meu caro,
estou um tanto ou quanto sem tempo, neste exato momento.
Não quero deixar passar em branco.
Concordo com as suas colocações a respeito do racismo, apenas insisto que ^as três vetustas senhoras^ botafoguenses são umas pobre-coitadas.
Elas próprias devem ser vítimas de inúmeros preconceitos, pelo que não devemos transformá-las em alvo de perseguição, que, no caso, é muito mais cínica e clubísticas do que real e sensata.
Apenas isto.
Nos meus idos tempos de Maracanã já tive oportunidade de ver e ouvir pessoas de cor xingar jogadores de cor chamando-os de ^negão safado^
Não tem propósito de injúria racial e é exatamente isto que precisa ser levado em consideração.
Os torcedores apenas desopilam as suas mágoas, não falam exatamente o que sentem.
Para que você não duvide, citoaté o neguinho^exingado pelo ~Negão ao meu lado – Evaldo, aquele que jogou no Fluminense e depois no Cruzeiro.
Por falar em Fluminense e Cruzeiro, você consideraria precoooonceito sexual denominar estes times, como os torcedores rivais fazem aos montes – AQUI MESMO NO RPA – de Flor e de Marias, pergunto.
Os exageros , em assuntos sérios, somente acabam beneficiando os Vampirões da vida.
Este o meu entendimento, em poucas e breves palavras.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – sou leitor da Carta Capital e também da revista do Murtinho, a Piauí. Exceções em comparação às Vejas e IstoÉ da vida.
Perfeito, mestre Moraes.
Nada a acrescentar.
Hipocrisia é um dos maiores males deste século.
SRN
Carlos, nao entendi muito bem aonde vc quis chegar com certas colocações.
Por exemplo no caso das 3 senhoras vc diz que “elas mesmo” devem ser vitimas de preconceito ENTAO COMO elas fariam algo preconceituoso e porque seriam perseguidas por tal? Foi isso que vc disse?
Nessa visão – QUEM poderia ser perseguido? Somente entao o “primeiro” a ter feito algum tipo de preconceito. Nao é?
Segundo – nos “inúmeros preconceitos” se esconde exatamente o que existe no cotidiano brasileiro- preconceitos sem fim.
E também acho evidente que nao é argumento dizer que sempre foi assim, desde os tempos de outrora. Sim, justamente, nos tempos de outrora, quando foram estabelecidos esses preconceitos, existiam conceitos de “raça pura e impura”, existiam escravos, etc etc etc.
E finalmente, falando em times de futebol – é OBVIO que chamar certos de “flor” e de “Marias” (isso até sendo um múltiplo preconceito) é preconceituoso. Se nao fosse um preconceito (o de achar que homossexual nao tem lugar, achar que vale menos) nao funcionaria.
Bem, a discussão teria que ser muito mais intensa e mais aprofundada, para ver-mos todos os lados.
Sao poucos os brasileiros, alias, que RECONHECEM que vivem num pais racista, com cultura racista que cria sem cessar detalhes preconceituosos.
Que o mundo do futebol nao é o mundo dos mais entendidos, isso é lugar comum e nao vem de hoje. E é mundial. Nao vamos esquecer as bananas e os gritos de macacos na Europa. Agora, aqui tenta-se perseguir esses monstros.
Nao vejo finalmente nenhum problema em pedir que torcedor nao aja como racista, que nao exprima seu preconceito publicamente. No FUTEBOL apresentado, nao tera por causa disso qq mudança. TORCER vai ser possivel ainda assim.
Mas se quiser-mos viver num mundo que melhore, nao ha como nao pedir por isso – pedir para que torcedor ou torcedora, que se comporta como racista em publico seja enquadrada exatamente nessa lei e punido/a.
SRN
Explicando. Quis dizer – e é, com a maior sinceridade, a minha opinião – que as três botafoguenses são na verdade três ^joanas ninguém^.
Não têm qualquer poder de refletir sobre racismo.
Mal comparando, e perdendo o apoio do Romano, diria que processar (o que, ainda bem, não irá acontecer) as ^desvairadas^, guardaria semelhança com a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Assim como as mesmas nem sabem o que é racismo, a grande maioria dos pobres que habitam Vila Kennedy e cia. ltda., não têm o menor poder sobre o tráfico de drogas.
Os franceses têm um ditado que entendo maravilhoso – ^épater les bourgeois^.
Sempre é a meta preferida dos Vampirões, que detestam soluções eficazes, que detestam permitir acesso social aos menos favorecidos.
Enquanto isto, nós, burgueses e preguiçosos, que também nada fazemos, ficamos a bater palmas, a agir como se calhordas fôssemos, a desejar a volta do Coliseu Romano.
Sei bem que coloquei uma porrada de chavões, mas não estou inspirado.
Estou muito mais enojado.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – creio que o Romano foi muito feliz e sintético – HIPOCRISIA é um dos maiores males deste século.
Ok.
Umas perguntas:
Se alguem que nao sabe que o que faz é contra a lei – essa pessoa nao deve ser punida?
E no caso eu acho que TODO MUNDO que xinga um outro de negro safado ou algo assim, SABE o que estah fazendo. Sabe muito bem.
Nao vejo hipocrisia em pedir que leis existentes sejam cumpridas. Nao ha razao para deixar essas senhoras que viveram jah muito, de lado da lei.
Estádio não é teatro , tumultos indesejaveis e detestáveis continuarão acontecendo assim como os tumultos desejáveis e prazerosos … Edinho terceirona , Lédio trirebaixado ,PC Birebaixado ,Juninho trirebaixado … Quem regula o áudio ainda é o espectador … os torcedores vão continuar esperneando… filosofia de jogo , leitura de jogo … panorama da partida … Junior maestro raramente não está em sintonia com a torcida do Flamengo …. Alguns jogos são dois comentaristas um de cada time… E na direção do futebol chamaria Leonardo, Pet,Andrade HEXA e Jayme ,manteria o Carpegianni junto .FORA GUERRERO LIXO CHORINTHIANO ! FORA TRICOLETE GAUCHO RODRIGO CAI TANO !!! Estou aqui tentando me lembrar o ano o qual o Flamengo foi campeão de algum título expressivo com apenas 1 atacante de area isolado … Imperador e Zé Buteco … Imperador 18 gols 6 meses HEXA
Arthur,
De início, agradeço por estar mais assíduo com suas colunas. Desde Urublog, é tradição ver o jogo e, não importa se puto ou muito feliz da vida, ler a sua opinião sobre a partida.
Na Globo, com a equipe que disponibilizam pra nossas partidas, é no mute mesmo.
O Juninho, que está longe de ter cometido como único pecado elogiar Márcio Araújo (muitos flamenguistas têm essa opinião favorável ao cabeça de área), é o que menos me irrita, pois ele é quase folclórico com seus comentários de que “o Flamengo tá atacando muito” ou que é contra o banco de reservas com mais de 7 jogadores porque isso “acomoda o jogador”. São raciocínios confusos que motivam mais risadas que indignação.
O que me irrita mesmo é o narrador tricolor que com um sorriso no rosto finge que é imparcial, mas entre dentes tá falando pro flamengo se fuder.
Mas dá pra escapar com o volume no zero e aceitar a bosta porque de graça até injeção na testa.
Agora, na Sportv/Premiere, eu pago por aquela merda, e tenho todo o direito de me indignar com a equipe pífia que eles colocam lá. Edinho e PCC são exemplos da baixa qualidade do produto MONOPOLISTA do grupo Globo.
A transmissão de ontem era tedenciosa. Basta destacar que o Paquetá sofreu pênalti no segundo tempo e NÃO TEVE UM REPLAY DA JOGADA. Mas o gol impedido do Flamengo foi massivamente explorado durante a transmissão.
E o PCC, dentre as muitas merdas que ele fala durante o jogo, de forma pedante, arrogante, com o ar de quem foi um grande jogador ou estudioso do esporte, não se deu o mínimo trabalho de comentar as injúrias dirigidas ao menino de 17 anos que vestia a camisa do time adversário do time para qual ele não torce. Logo ele que pagou de moralista na semifinal, criticando a comemoração do V Jr, não viu nada digno de nota na tosca senhora descontrolada. Ele preferiu criticar novamente o V Jr quando ele foi expulso por um escorregão. Um palanque se armou pro comentarista arrogante falar das verdades absolutas que saem da sua boca.
Eu tento, mas não consigo abstrair esse personagem. Realmente, já irritado com o futebol pobre que esse time desenvolve com o seu já terceiro técnico (vida longa ao Paquetá!), a transmissão, o juiz e o PCC foram o que faltavam pra eu ficar remoendo essa merda de jogo.
Próxima partida vai ser no mudo. É a promessa que faço ao meu saco que está cheio!
SRN
essa coisa de racismo no brasil eh bem pitoresca…
a grande maioria aqui eh descendente de brancos e negros,somos pardos salvo uma minoria.
acho linda essa mistura !
somos o povo mais bonito do mundo,com certeza !
aquelas senhorinhas tem um pezinho na cozinha,assim se falava quando tínhamos liberdades.
cansei de chamar amigos bem chegados de crioulos e ninguém ficava de mimimi.
ta muito chato hoje,todo mundo tem que ser politicamente correto.
eu ja passei dos 50 então to liberado pra ser incorreto….
adilio era chamado de neguim e ninguém ficava ofendido por causa disso.
vamos ter mais liberdade…
SRN !!!
Voce nao é “incorreto” voce é um imbecil.
A unica coisa que casa mesmo é o seu nome.
ja falei que não gosto de viado !
não insista,bichona !
chacal não eh um nome somente um nickname,boiola !
Mais um artigo notável do Arthur, o que não é novidade alguma.
O Grão Mestre praticamente nada falou sobre o jogo, pois, pelo que se deduz, passou a tarde de forma muito mais agradável, mas lançou temas a serem discutidos.
Neste primeiro momento, gostaria de tratar de um deles, que é gravíssimo, seja dentro, seja fora de um estádio de futebol.
Já perceberam, parece-me evidente, que quero falar a respeito de uma praga – MUNDIAL – o racismo.
Arthur concluiu a sua crônica de forma incisiva – ^pau nos putos racistas^.
Nos putos racistas, sem a menor dúvida, mas é preciso que sejamos tranquilos também em relação às pessoas, no geral.
Um dos meus conselheiros preferidos, de nome Acácio, já dizia uma pérola – ^é preciso separar o joio do trigo^.
Exatamente o que pretendo fazer aqui.
Aquelas três vetustas senhoras, gravadas por todos os lados, como nunca provavelmente o foram ao longo de suas vidas, já não tão curtas assim, desculpem-me, NADA TÊM DE RACISTAS.
Se o Vinicius Júnior fosse um autêntico Viking, a reação das três seria a mesma, mudando apenas a expressão usada, mantidos os delicados gestos.
Teriam dito, ^branquela filho da puta, corno sem vergonha, vá logo pra casa que o negão teu vizinho tá comendo o cu da tua mulher^.
Nem ódio havia.
Havia, isto sim, a dor de uma derrota, que, além do mais, está se tornando uma constante.
Tinha-se, fosse quem fosse, a certeza que a torcida botafoguense reagiria à expulsão.
Os comentaristas da TV, que não chegam a ser geniais, previram o que aconteceria.
Todas as câmeras já estavam direcionadas, tal era a certeza do evento.
A esta reação contra as ^três vetustas senhoras^ é exatamente o que chamo de BABAQUICE, ou, nos dias atuais, de ^caça-confusão^.
Completamente diferente do que acontece quando, fora do calor de um confronto e com a derrota iminente, mais uma vez, uns bobos imitam macacos ou jogam bananas no campo.
Porra, até parece que somos todos uns PURITANOS, que nunca participamos de um bate boca mais quente, de uma discussão mais ferrenha, até mesmo quando disputávamos (no passado, no meu caso) as nossas peladas tipo casados contra solteiros.
Vez por outra – com certa raridade, é bem verdade – o pau comia e ninguém era de ninguém.
Ofensas sobravam para todos os lados.
Além do mais, chamar alguém de FILHO DA PUTA, em certas ocasiões chega a ser até mesmo um elogio.
As circunstâncias, sempre as circunstâncias, precisam necessariamente ser observadas.
Ontem mesmo, recebi um vídeo onde o nosso Presidente Lula chama de Filho da Puta um seu admirador.
Xingamento, pergunto. JAMAIS.
No fundo, as ^três vetustas senhoras^ não tinham a pretensão de lançar xingamentos racistas ao Vinicius Júnior.
Queriam, isto sim, extravasar os seus sentimentos.
Certamente, não o fizeram de modo nada nobre, mas daí a uma acusação de injúria racial vai uma colossal distância.
Admiradoras SRN
FLAMENGO SEMPRE
Bem, Carlos, desculpa discordar.
Tenho a opiniao que nesse pais racista esse tipo de reaçao é considerada “normal”, cotidiana, por isso defendida e “entendida” e finalmente desconversada – e por essas razoes é importante ser chamada do nome que tem de verdade.
De “puritanismo” e “vetutismo” nao tem nada. Mas de falta de qq civilidade sim.
Merecem uma pena – a tv e o futebol sao uma boa janela para tentar mudar essa falta.
Minha opina.
SRN
Respeito a sua opinião, mas não tenho motivo para mudar a minha.
O Brasil não é, nem nunca foi, o país mais racista do planeta.
Fazem uma grande confusão, pois fomos, isto sim, o país de um mal ainda maior, a escravidão, que perdurou de forma exageradíssima entre nós e terminou sem possibilitar a menor condição de acesso social aos escravos libertados.
Este o problema.
Creio não ser aqui o local ideal para a discussão do tema, que, além do mais, é extremamente complexo.
Nunca tivemos Ku-Klux-Klan ou algo no gênero.
Nunca tivemos apartheid.
A desigualdade social é, sem a menor dúvida, intensa, atingindo todas as raças, evidentemente em maior número a raça negra.
O futebol, em verdade, como em boa parte do nosso Mundo, é , bem ao contrário, uma forma – certamente a mais eficiente – de permitir o acesso social, isto porque, à exceção do Governador Brizolla e seu extraordinário Darcy Ribeiro, com a construção de inúmeros CIEPs, a educação foi sempre colocada em um patamar ridículo por nossos governantes.
Deu no que deu, procurando-se agora uma solução absurda, a ponto de se colocar uma das principais cidades, a minha Rio de Janeiro, no mesmo plano de um Haiti, ainda por cima pós hecatombe.
Agradeço a sua manifestação, que foi educada, bem ao contrário da sua intervenção na colocação feita pelo Chacal, que primou pela grosseria.
Fraternas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Carlos,
educacadamente respondo a pessoas que me tratam com educaçao.
Esse idiota Chacal nao o faz entao falo a lingua que ele entende.
E seria bom se voce tb se pronunciasse contra o que ele escreve aqui, quando o faz e nao somente quando ele recebe o troco.
Voce tem razao que aqui nao é o lugar para discutir racismo à fundo.
Mas jah que o assunto foi lançado seria bom ter uma conversa mais inteligente.
Nao é questao se o Brasil é ou foi o pais “mais racista do mundo”. Basta ele ser um pais racista – até hoje.
Racismo alias nao é somente o racismo contra o negro – pensa naquele contra o primeiro cidadao desse pais que nem é mencionado e nem existe na discussao do assunto: o indio.
Até pouco tempo atras esse nem passaporte podia sacar.
A sua explicaçao que voce cita sobre a desigualdade social é significativa:
Claro que num pais capitalista desigualdades se abatem sobre todos os cidadoes. Mas o ponto é que ela – a desigualdade – nao se abate “evidentemente” mais sobre os negros.
A unica “evidencia” nesse caso é exatamente – o racismo.
E continuo achando que senhoras e senhores, aonde estejam, mesmo em estadio, nao deveriam se comportar como racistas e como idiotas.
SRN
Mais uma, prometo não encher mais o saco de vocês, prefiro a Claudinha (como diz seu íntimo coevo(epa) Carlos Morais) quando ela aparece com o suvaquinho meio sobre o vencido, como se diz agora, no meu tempo era cabeludinho mesmo.
Suave penugem, grande Xisto.
Tesão em dobro.
Hoje, nem mais LÁ, onde fazia toda a diferença de uma menina (porra, há mais pedófilos do que imagina a Rede Globo) para uma mulher, continuam a existir …
Fraternas SRN FLAMENGO SEMPRE
Voltando ao futebol. Acabei de ver o VT de Flamengo e Botafogo. Já expliquei, mas repito, meu lado sádico adora ver VT, porque gosto de ver as emoções passadas das pessoas, o sofrimento, enfim, bem instalado aqui no presente em minha poltrona, gato ronronando no meu colo. Conclusão definitiva que videoteipe não é burro porra nenhuma, pelo menos o meu: o Flamengo com aquele futebolzinho insosso, que dá pra ganhar de sobra mais esse carioqueta, mas não dá pra ganhar mais nada fora dessa praia. Encerre-se já todo o blá-blá-blá sobre o assunto. E mais não digo, subscrevo-me atenciosamente.
Arthur, não só no futebol encontramos tais indivíduos, a tendência atual no Brasil, diabólica perversão dos políticos, é o ódio disseminado: quem não pensa igual é odiado pelo oponente, sem meio termo, sem a mínima empatia, que a plebe ignara ( royalties para o Stanislaw Ponte Preta) resumiu bem: pimenta no olho do outro é refresco.É essa a grande catástrofe que assola o Brasil. Conclusão curta e grossa: o jornalismo brasileiro é (está) uma merda.
[…] República Paz e Amor […]
“Carpegiani desabafa”
“Cobrança exagerada”
Poxa, o cara é um RN, mal entrou em jogo e solta essas pérolas?
Jah estah no fim.
Foir rapido.
Há anos tiro o som das transmissões. Muita besteira e desinformação.
Onde eu assino?
O Mauro Cezar Pereira, de quem sou fã, em certo programa ficou puto da vida por ter sido flagrado num jogo do Flamengo por um mala qualquer que o fotografou. Bobagem total, porque sempre foi evidente o flamenguismo do Mauro em seus comentários: só quem torce tem intimidade suficiente para esculhambar sem ficar constrangido!…e tem que ser assim mesmo! Inspirou-me até escrever em verso:
Gostar de futebol sem torcer para um time tal é como gostar de mulher e não ter um pau.
Gostar de futebol e não zoar ou ser zoado é como tomar banho e não querer ficar molhado.
Gostar de futebol e não gostar de ter rival é como só querer jogar bola sozinho e no seu próprio quintal.
Gostar de futebol e não querer ser confrontado é só aplaudir aquilo que diz o seu próprio ditado.
Enfim….rsss
E antes que me esqueça, com o atraso de um dia: Feliz Natal!
Carlos André, eu não conhecia esse comentarista Mauro Cezar Pereira, mas assim que eu vi o cara falando coisas duríssimas e, pior, verdadeiras, sobre o Flamengo, fiz o diagnóstico: esse cara é flamengo doente. Seu comentário confirmou meu diagnóstico.
E as críticas atuais são de uma precisão cirúrgica: é o Bandeira amenizando fracassos e o Diego no “midia training”, bem falante, o cara ideal pra casar com a nossa filha, mas bola mesmo que é bom……
Onde acho esse Mauro? Não tenho mais saco pra esses antis desculparem 3 caras impedidos mais de 1 metro e uma cortada de voley na quarta feira e reclamarem de meia canela no sabado. Alias, agradeço ao meu primo que casou no dia dessa pelada e me poupou de ver essa meleca… e ainda serviu uisque bom!
ESPN.
Parece que também escreve no Coluna.
http://www.espn.com.br/blogs/maurocezarpereira
Por isso que eu tiro o som das transmissões! Já não aguento mais escutar tanta escrotisse!
Grande Arthur,
Mais um Grande texto.
Mas vou me limitar à observação que fizestes sobre a parcialidade de narradores e comentaristas. Talvez porque me incomodem muito mais do que esse futebolzinho caro e medíocre que “nossos” atletas vêm praticando.
É verdade que no passado tivemos (eu vi e ouvi) gigantes do jornalismo, tais como “Mario Filho, Ary Barroso, Nelson Rodrigues, João Saldanha, Sandro Moreyra, Luis Mendes, Jorge Cury” que também eram torcedores confessos. Mas existia uma grande diferença. Por mais que eventualmente puxassem “a brasa para a sardinha dos seus preferidos” faziam-no sempre com moderação, elegância e até com alguma imparcialidade, por paradoxal que pareça. Ou que seja.
É claro que a maioria tem simpatia por esse ou aquele time de futebol. E isso é bem normal. O que não é normal ou não deveria ser é o indivíduo perder o senso do ridículo e da linha que divide o crédito do descrédito ao se deixar levar pelo lado passional.
Confundem profissão com paixão.
Esse comportamento me lembra muito, há algumas décadas, quando por obrigação tive que conhecer um pouco sobre a Janela de Johari. Dita Janela se dividia em quatro partes. E era de se imaginar (pelo menos para mim) certa proporção nessa divisão, embora não necessariamente. Mas, cá para nós, em se tratando desses narradores e comentaristas, esse primeiro quadradinho chega a ocupar dois terços da Janela.
A diferença, meu Irmão, é que aqueles a quem você citou no passado, apenas tinham o seu time preferido. Estes, os atuais, além de possuírem simpatia por essa ou aquela agremiação são anti-flamenguistas. E, em assim sendo, como de fato é, não importa contra quem o Flamengo esteja jogando. Eles torcem e distorcem. Chegam a ser ridículos em certos momentos. Uma cegueira tal que não lhes permite ver isso. No fim não conseguem mais distinguir o real do desejo ou do rancor, obtendo até mesmo o descrédito entre seus pares. Os salva, no entanto, o espírito de corpo que reina entre os do mesmo ramo.
Era de se esperar que, estudando como tiveram que estudar, se preparando como tiveram que se preparar, sendo cônscios de suas reponsabilidades profissionais para assumir e desempenhar tal atividade tivessem o cuidado de se policiar para manter a sua simpatia clubista com descrição, para não cair no ridículo da repetição cega, irresponsável e ridícula e se perder por não se limitar à torcida do seu time – o que já seria reprovável – mas também “interpretar” os fatos de forma a tentar criar outra realidade só para satisfazer seus egos.
Deixassem isso para as redes sociais onde os novos ‘experts’ que entendem de tudo dão vazão aos seus profundos e sombrios conhecimentos sobre futebol, administração, economia, política, religião…. Ali vale tudo e não pagamos para isso.
Grande abraço e SRN.
Abrahão,
nem preciso dizer mais nada. Você disse tudo aquilo que eu pretendia dizer.
Nelson Rodrigues era tricolor, mas grandes frases sobre o Flamengo são da sua lavra, tais como:
“Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.”
Sempre Flamengo,
Concordo e discordo.
No tocante aos grandes nomes de um passado muito superior ao presente, ou seja, João Saldanha (era botafoguense, todos sabemos, mas também, EM FUTEBOL, o ^primus inter pares^, pelo que citarei sempre em primeiro lugar), Nelson Rodrigues (tricolor fanático, mas um autêntico gênio das letras brasileiras), Mário Filho (o irmão), Ary Barroso, Jorge Cury e Luiz Mendes, a concordância torna-se como que obrigatória.
Nomes fantásticos no todo ou, quando nunca, na imprensa esportiva (caso mais do Luiz Mendes (com dois times, pois, se no Rio era Botafogo, talvez fosse mais do que tudo Inter), que estão ^acima de qualquer suspeita^, à exceção, talvez, do nosso Aquarela do Brasil, que só via o Flamengo, ou, como ele mesmo narrava, nos momentos de perigo, ^não quero nem ver^.
Discordo, no entanto, do ^tema^, esta palavra mesmo, embora com certo exagero, ^anti-flamenguistas^.
Penso que estamos a viver, nesta triste quadra da história brasileira, cheios de rancor e de sentimentos de perseguição. Estamos, todos, um tanto ou quanto, esquisofrênicos.
Lá aem cima, o Xisto disse muito bem – ^o ódio está sendo disseminado^. Quem não está comigo, está contra todos os meus sentimentos.
Nada disso, meu querido amigo Abrahão.
O Paulo Cesar Vasconcellos, que não está na minha lista para o Oscar desta noite, é até um ingênuo. Não faz mal a ninguém, nem tem cacife para tanto.
Além do mais, ao se referir ao Paquetá, estava certíssimo. O garoto (revelado para os profissionais pelo Rueda, sempre é bom lembrar) vem jogando um bolão, mas anda exagerando. A crítica do PCV foi branda e correta, sem ofender, nem de longe, o garoto, muito menos a instituição Flamengo.
Vamos devagar com o andor, no sábio dizer do Conselheiro Acácio.
Fraternas SRN
FLAMENGO SEMPRE