Este é o melhor momento para falar de Márcio Araújo.
Ele fez um partidaço contra o Santos, marcando de modo irrepreensível o meio-campo mais técnico e criativo de todos os times do futebol brasileiro, e fazendo o que não fez em nenhuma das trinta e quatro rodadas anteriores de que participou: não se omitiu, não atrasou todas as bolas que lhes chegaram aos pés – característica que ajuda a engordar sua enganosa estatística de passes certos – e até concluiu uma jogada com perigo, obrigando Vanderlei a fazer boa defesa.
Vou repetir o que já escrevi aqui: meu problema não é com a pessoa Márcio Araújo, a quem sequer conheço e que vejo como um profissional dedicado e íntegro. O meu problema é conceitual e específico do jogo. Márcio Araújo representa um futebol que há muito foi abandonado pelos melhores times do mundo. Se o Flamengo quer ser reconhecido como um deles, tem que mudar o jeito de pensar.
Como a temporada acabou – tirando os sempre bem-vindos reais a mais, pouca diferença faz ser segundo ou terceiro –, temos tempo para digressões. E eu proponho aproveitá-lo para retroceder dez anos.
Em 2006 Ney Franco chegou ao Flamengo, para comandar o time nas duas partidas que decidiriam a Copa do Brasil contra o Vasco. Campeão, ganhou moral e aos poucos transformou a Gávea num autêntico consulado mineiro. Era possível escalar um time inteiro só com gente que havia trabalhado com Ney no futebol das Minas Gerais.
Não tenho nada contra os jogadores revelados em Minas, e incluo ao menos quatro deles entre alguns dos principais responsáveis por eu gostar tanto de futebol – Tostão, Dirceu Lopes, Zé Carlos e Reinaldo. O que é bem diferente de uma lista composta por Irineu, Gérson Magrão, Leandro Salino e, aberração das aberrações, Jaílton, o volante que me fez ser eternamente simpático a Cuca: foi ele que, numa das primeiras decisões tomadas ao assumir o cargo de treinador do Flamengo, dispensou Jaílton.
Titular com Ney Franco, Joel Santana e Caio Júnior, Jaílton me aborrecera por duas temporadas completas, apesar de ter participado de conquistas estaduais e da empolgante campanha de recuperação no Campeonato Brasileiro de 2007. Tudo indica que, se não fosse demitido, Cuca não teria sido campeão brasileiro em 2009, já que não concordava com o aproveitamento de Petkovic e todos sabemos o tamanho da bola que Pet jogou naquela conquista. Apesar da teimosia e do grande número de bobagens cometidas, a dispensa de Jaílton é suficiente para incluir Cuca na galeria dos caras que fizeram bem ao futebol rubro-negro.
Transformando água em vinho, passemos de Cuca a Guardiola. Ao chegar ao Manchester City para a atual temporada, o marrento catalão abriu mão de um dos maiores ídolos do clube, o ótimo goleiro Joe Hart, por ele não saber jogar com os pés. Guardiola optou por contratar o chileno Claudio Bravo, muito mais indicado ao tipo de jogo que gosta de ver seus times praticarem.
Quem viu algumas partidas do Bayern de Munique dirigido por Guardiola deve se lembrar que, várias vezes, ele entrava em campo com três zagueiros. Vejam bem: não eram três zagueiros de área, eram apenas três caras jogando lá atrás. Em um alucinado exercício de imaginação, seria mais ou menos como se Zé Ricardo escalasse Muralha; Pará, Rever e Jorge na zaga; Willian Arão centralizado, com Diego e Mancuello na armação; Gabriel e Everton correndo pelos lados; Guerrero e Leandro Damião na frente. Em um sistema tão ousado, é essencial ter um goleiro que saiba jogar adiantado.
Claro que Guardiola jamais entraria desse jeito para enfrentar o Real Madrid ou o Barcelona, mas o futebol atual é uma aula prática de ocupação de espaços, e da mesma forma que um time não se torna necessariamente ofensivo por estar com cinco ou seis atacantes, não significa que ficará exposto se tiver apenas três defensores de origem. O negócio é ter competência para arrumar a casa e fazer a coisa funcionar.
Outra: às vésperas da decisão da Copa das Confederações, perguntaram ao meio-campista Fàbregas como a seleção espanhola poderia neutralizar o ataque brasileiro. Fàbregas respondeu com simplicidade, dizendo que eles tentariam fazer o de sempre, ou seja, ficar o maior tempo possível com a bola. Não deu certo naquela final contra o Brasil – a seleção espanhola já iniciara seu processo de declínio técnico – mas, ao contrário do que muita gente pensa, o tiki-taka era muito menos um estilo enfadonho de atacar, e muito mais um jeito eficiente de se defender. Sem jogadores que ajudem o time a ficar com a bola, iremos sempre precisar de caras para correr atrás do adversário. E continuaremos a renovar o contrato do Márcio Araújo.
Quando confrontado com alguma pesquisa de mercado, um ex-diretor da agência de propaganda em que trabalho costuma dizer que se você tortura um número, ele acaba revelando o que você quer. Tenho minhas reservas quanto às estatísticas no futebol, por perceber que muitas vezes elas servem para defender o indefensável. Além disso, estou convicto de que muito mais importante do que estatísticas duvidosas é o conceito de jogo que o Flamengo irá adotar, porque através dele conseguiremos enxergar nossas verdadeiras ambições.
Para um clube que quer participar das competições com dignidade, alguns técnicos e certos jogadores são adequados. Para um clube que pretende se impor, ganhar títulos e obter reconhecimento internacional, o buraco é mais embaixo. (Esse ano, quando o técnico Argel foi demitido do Internacional, o jornalista Menon, do UOL, escreveu o seguinte: “Se você vai lutar para não ser rebaixado, contrate o Argel; se você acha que pode brigar pelo título, jamais contrate o Argel”. É por aí.)
Se o futebol moderno obriga que todos marquem, ele também exige que todos participem dos esforços ofensivos. Na boa, gente, como é que um jogador de meio-campo disputa trinta e cinco partidas sem dar um passe para gol (o que hoje as pessoas chamam de assistência) e vai acertar seu primeiro chute só na penúltima rodada?
Peguem os volantes dos times colocados nos seis primeiros lugares da tabela. Com a infeliz exceção de Márcio Araújo, todos fizeram gols. O Bruno Henrique, volante do Corinthians vendido no meio da competição, disputou menos de vinte partidas e marcou quatro gols. O Réver, que é zagueiro, fez dois. Jorge também. Rafael Vaz deu um passe difícil e perfeito para o gol de Willian Arão contra o Figueirense. Pará cansou de participar de jogadas que terminaram nas redes inimigas. Por que só Márcio Araújo tem a prerrogativa de não colaborar com as jogadas ofensivas? Qual é o borogodó do cara?
Respeito a opinião de quem o acha imprescindível para o Flamengo, mas não entendo alguns argumentos. Dizem que, quando Cuéllar entrou, o sistema defensivo ficou fragilizado. O fato de Cuéllar não resolver – se é que não resolve, o que acho discutível – e o fato de Ronaldo ainda não estar pronto, o que não me sinto em condições de avaliar já que ele nunca foi lançado, não significam que Márcio Araújo seja a solução. Ora bolas, não podemos ir ao mercado? Se fomos atrás do Diego, do Muralha, do Willian Arão, por que diabos não podemos contratar um volante de verdade, que não apenas nos ajude a montar um bom sistema defensivo como também consiga iniciar de forma competente nossas jogadas de ataque? (Se alguém aí pensou no Arão, empatou.)
Lembrem-se, incrédulos e ateus: Deus sempre dizia que, lá no CFZ, o volante tinha a obrigação de ser o melhor passador do time. Vão discutir com o homem?
O presidente Eduardo Bandeira de Mello declarou que não pode tomar decisões em função do que os torcedores opinam nas redes sociais, e aposta na competência da comissão técnica. Errado não está, mas convém não esquecer que foram comissões técnicas da gestão Bandeira de Mello que trouxeram Ayrton, César Martins, Bressan, Erazo, Armero, Thallyson, João Paulo, Val, Diego Silva, Elano, Bruninho, Carlos Eduardo, Lucas Mugni. Há vários acertos entre as contratações mais recentes, e eles merecem reconhecimento e elogios, mas achar que não há erros beira a arrogância.
Não queria mais falar de Márcio Araújo. Fiquei chateado por aquele chute dele não ter entrado. Torço para o Flamengo, e não para esse ou aquele jogador. Não sou tonto de achar que o único problema do nosso time está ali, e acredito que é possível ser campeão com Márcio Araújo – embora, e que os estatísticos não esqueçam de registrar isso, ele jamais tenha conquistado nenhum título significativo em seus treze anos de carreira. Mas a titularização absoluta de Márcio Araújo revela atraso em relação ao melhor futebol que se pratica atualmente e mostra uma frustrante falta de ambição quanto ao lugar aonde queremos chegar.
A pergunta-chave, presidente Bandeira de Mello, é essa: aonde queremos chegar?
(PS: Esse texto foi escrito e publicado um pouco depois da meia-noite, na virada de 28 para 29 de novembro, algumas horas antes da trágica notícia da queda do avião com a delegação da Chapecoense. Desnecessário dizer que não há o menor clima para discutir qualquer assunto ligado ao futebol, mas como a postagem aconteceu antes do acidente, também não seria o caso de cancelá-la. Força e solidariedade do República Paz & Amor a todos os torcedores do clube e, especialmente, aos parentes e amigos das vítimas.)
Se esse ATRASO DE JOGADA AMBULANTE prestasse pra algo teria fila de clubes interessados nele…
no entanto…
Não me sinto à vontade para fazer um comentário adequado, como merece este estupendo artigo do nosso grande Murtinho !
Direi, apenas – É DEFINITIVO !
O acidente (na verdade, crime) de que foram vítimas jogadores e diretores da Chapecoense, além de jornalistas, foi algo que, para ser curto e grosso, tirou o meu tesão.
Houve, ontem, a inesquecível e inimaginável manifestação de Medellin (… e falavam mal da cidade, só por causa do tal cartel), algo que JAMAIS pensei que fosse um dia assistir.
O FUTEBOL – o esporte, quero crer – tem destas coisas maravilhosas. É capaz de unir, de fazer com que diferenças desapareçam, que os irmãos humanos se recordem que são mesmo irmãos. SIMPLESMENTE ARREPIANTE.
Em contrapartida, em terras tupiniquins, vimos as baboseiras do Presidente (que Deus me perdoe) da CBF, do Vice do rebaixado Internacional já preparando o seu ^golpezinho de Estado^ e, para tristeza minha, o nosso Banana de Mello falando em LIDERAR um movimento pró-Chapecoense.
Banana, você não lidera sequer o Clube que preside, porque, uma vez mais, esta empáfia, esta mania de grandeza, própria dos medíocres. Bota o galho dentro, Sr. Presidente !
Extremamente entristecidas SRN
FLAMENGO SEMPRE
Endosso! Excelente texto.
Bom dia Murtinho !
Eu encaro o Marcio Araújo como um mal necessário em 2016. Mas em 2017, o Flamengo pode ver por aí no mercado o que pode encontrar para fazer um up grade.
Sem contar o Ronaldo, que deverá ter mais chances no carioca, e quem sabe, assume logo essa posição assim como o Jorge fez na lateral esquerda.
Vamos aguardar para ver o que acontecerá, apesar da renovação do Araújo ser dada como certa, mas nada impede de alguém novo chegar e tomar esta titularidade.
No mais, minha solidariedade com a Chapecoense e seus familiares, além dos demais comentaristas e jornalistas que faleceram neste trágico acidente.
SOMOS TODOS CHAPECOENSE ! SRN.
Ótimo texto Murtinho.
A questão realmente é essa, “Oque queremos pra 2017” ????
Se for pagar contas,ficarmos na primeira fase da libertadores,e nos mantermos na série A,acho esse time capaz disso.Porém,se pensamos em vôos mais altos,precisamos elevar o nível do nosso elenco e time titular,devemos entender que alguns jogadores tiveram o máximo de suas carreiras nesse BR,nomes como Pará,Everton,Gabriel,Fernandinho,MA.Vaz …
Dificilmente jogarão mais no próximo ano,podem sim manter oque estão jogando agora,mas ñ evoluirem,pois certamente chegaram no seu limite,físico e técnico.Com isso precisamos nos reforçar com peças que elevem o padrão da equipe,isso claro,se nosso objetivo for realmente algo grande para o ano que vem.
Porque,pelo que tenho observado a nossa diretoria “confia muito nesse elenco” e deve manter a maioria,ou quase todos.Aí já sabemos como a banda toca,o time ñ evoloui,por motivos já citados,e no meio do ano,saímos loucos atrás de reforços,ficamos no G3,a comemoramos a meta alcançada …
Torço para estar errado e,certamente virei aqui com rabo entre as pernas e muito feliz é claro,se eu queimar a lingua … VEREMOS
SRN
Murtinho, naquele argumento sobre o Argel, o Menon tinha toda a razão, o Inter deveria tê-lo mantido. Olha, eu não tenho a mesma opinião que você sobre o Márcio Araújo. De acordo com as estatísticas, o jogador é o segundo melhor em roubadas de bola do campeonato, sua primeira função. Tomou apenas um cartão amarelo e vermelho no campeonato inteiro, na mesma partida contra o Palmeiras ( roubo!). tem média de 93,9% dos passes certos em todo o campeonato. E engana-se quem acha que dá apenas passes inúteis. É ele quem busca a bola entre os zagueiros, com o goleiro. quando rouba a bola, já busca alguém livre para limpar a jogada e iniciar o contra ataque (geralmente o William Arão). Vejo o Márcio Araújo no time como parte da engrenagem que dá liberdade ao Arão para atacar. SRN
Terceiro, e o outro “volante”, Arao, primeiro!!!
Olha direito as estatisticas, porque se elas ja mentem, imagina com memória seletiva!!
Saudações Rubro Nigérrimas
Paulo Vítor, Rodinei, Wallace, Juan e Jorge; Cuellar, Arão e Mancuello; Cirino, Guerrero e Sheik.
Este era o time titular do Muricy Ramalho, escalado para jogar num 4-3-3, seguindo as novas concepções do futebol moderno, com a abolição portanto da função do cabeça de área.
Vindo de um estágio no Barcelona, Muricy procurou implantar novos conceitos de futebol no Flamengo, como a constante posse de bola, compactação defensiva e movimentação para criar apoio e permitir as infiltrações do ataque.
Trabalhando as jogadas com movimentação constante numa espécie de linha de passe, o meio de campo (Cuellar, Arão e Mancuello) deveria municiar o ataque. Cuellar não jogaria fixo como um volante de contenção, porém como um volante moderno, com a obrigação de iniciar as jogadas entre os zagueiros e o restante do time. No estilo da Alemanha na última Copa do Mundo.
Pois bem, o que aconteceu com este futebol moderno do Flamengo, copiado do futebol do Barcelona?
Já se esqueceram? Eu não. Quatro vergonhosas eliminações: Taça Guanabara, Campeonato Carioca, Primeira Liga e Taça do Brasil. Lembraram? Muito bem. Então, vamos continuar o relato.
Zé Ricardo assumiu então interinamente o comando do time. Mais uma vez eu indago: diante do flagrante fracasso do esquema tático implantado por Muricy Ramalho, seria correto não mudar a forma de o time jogar? Ou o Zé Ricardo deveria insistir com o fracassado esquema do Muricy? Bem, eu mudaria. Time que tudo perde tem que ser mudado. Ou não?
Por outro lado, quando o Zé Ricardo assumiu o comando, o elenco praticamente não tinha zagueiros. Juan estava no departamento médico e Wallace treinava separadamente, o que adiou a viagem para Portugal do renegado César Martins. E os jovens zagueiros da base, Leo Duarte e Dumas, foram “convocados” para reforçar o elenco.
Ora pegando um time que vinha de quatro desclassificações, com um esquema tático que não havia vingado e sem zagueiros, só mesmo um técnico maluco para não montar um esquema defensivo.
Eu faria a mesmíssima coisa que fez o Zé Ricardo: plantaria o Márcio Araújo na cabeça de área, com a finalidade de proteger a frágil dupla de zagueiros.
Quem acredita que o Cuellar poderia desempenhar as mesmas funções defensivas do Márcio Araújo, por certo também acredita em Papai Noel, Mula sem Cabeça e Saci-Pererê. Cuellar jogou quase todas as partidas batendo cabeça com Willian Arão. Cuellar foi contratrado exatamente para exercer as funções de um volante moderno, nunca de cabeça de área, o que efetivamente ele não sabe fazer.
Importante destacar que quando Raphael Vaz e Rever chegaram ao Flamengo, havia apenas dois zagueiros à disposição do Zé Ricardo: os garotos Leo Duarte e Dumas. E os dois zagueiros contratados não inspiravam a mínima confiança, eis que nem banco eram nos seus times de origem, por isso com total falta de ritmo de jogo.
Aí então você vai e modifica o esquema, tornando o time ofensivo, trocando Márcio Araújo por Cuellar? Só maluco.
E, jogando com um esquema defensivo, para alguns até covarde, o time foi conquistando pontos e nos dando a esperança de que chegaríamos com facilidade ao 45 pontos. Nosso único sonho na ocasião.
E, assim, com o “covarde” Márcio Araújo jogando na posição defensiva, o Flamengo chegou ao fim do primeiro turno com 34 pontos, apenas 2 do líder.
Então, mais uma vez eu indago: faria sentido mudar o esquema tático, para colocar Cuellar no time? Para mim não.
Com a entrada do Diego, o time subiu consideravelmente de produção. Craque é craque. E foi uma sequência de vitórias e de boas atuações do time até a 30ª rodada, quando estávamos com 59 pontos, apenas dois do Palmeiras.
Ora, se o esquema defensivo com o Márcio Araújo estava dando certo, por que mudar?
Não foi por acaso que a torcida se empolgou e criou o cheirinho de hepta. Se o time estivesse jogando tão mal, quanto dizem, não teria acontecido toda essa euforia.
Entretanto, a partir da 31ª Rodada, o time inteiro caiu um pouco de produção. Não foi somente o Márcio Araújo. Foi o time inteiro. E fomos nos afastando da possibilidade de brigar pelo hepta. Mas, também muito por falta de sorte. Sorte que sobrou ao Palmeiras, que venceu três partidas com um golzinho salvador e empatou outra de 1 x 1, conquistando 10 pontos.
Agora, para finalizar eu quero deixar bem claro que não sou adepto do futebol defensivo praticado pelo Flamengo neste Campeonato Brasileiro; que tenho sérias restrições quanto ao futebol do Márcio Araújo; que reconheço que Cuellar é muito mais jogador do que o Márcio Araújo – mas que apoiei o tempo todo a escalação do Márcio Araújo, porque o time estava vencendo e com reais condições de se sagrar campeão. Não era hora de mexer no time, nem de mexer no esquema.
Então, meu caro Murtinho, o seu artigo é magnífico, entretanto, completamente afastado da realidade daquilo que aconteceu com o Flamengo no Campeonato Brasileiro. Realmente, uma bela peça literária.
A verdade é que parte da torcida do Flamengo, seguindo a orientação de Levítico 16, 5-28, anualmente sacrifica um bode, para a expiação dos seus pecados. Este ano foi o Márcio Araújo. Mas, outros bodes expiatórios já foram sacrificados. Os dois últimos foram Wallace e Carlos Eduardo, ambos titulares do time do Flamengo que conquistou o nosso último título importante: Tricampeonato da Copa do Brasil de 2013.
Saudações Rubro Negras.
Comentário simplesmente irretocável, aplauso de pé, mais uma vez, parabéns Áureo, desta forma vou sugerir seu nome, em breve, para a ABL…
Não me sinto bem em falar ou ler sobre futebol diante desta terrível tragédia. Convido todos a um silêncio meditativo por mais breve que seja e, para os que acreditam, rezar, rezar sempre pelos que se foram. Deixar o tempo passar e as sandices que vêm por aí, pois a mídia já se apossou do assunto, e abutres que são, vamos ter que aguentar fatos verídicos ou não sobre os que morreram num total desrespeito às vítimas. Infelizmente é a regra. Estou, pois, em silêncio e estado de prece.
Rapaziada, eu estou de luto, muito triste a história da Chape, mas vida que segue.
Realmente, falar do Araújo já deu no saco. Não gosto do cara, mas tenho que admitir que se não fosse ele, não estaríamos nem no G4.
isso porque o cuellar, queridinho de alguns, é ruim demais. O araújo pelo menos, é um combatente determinado, e ajuda muito na marcação e na defesa. Agora, o cuellar, parece uma barata tonta, chega atrasado, faz falta, se enrola e se posiciona mal. Como segundo volante ele até pode ser melhor, mas como 1º volante, deixa a defesa toda escancarada. ele não sabe atacar e cumprir seu papel defensivo ao mesmo tempo. E para atacar, temos outros jogadores, mas para fechar a “casinha”, se o 1º volante não ajudar, arrombam a nossa porta. Simples assim, mas parece que as pessoas tem dificuldades em entender isso.
Não gosto do araújo, mas era o único para cumprir aquele papel, o defensivo, com um mínimo de responsabilidade. E não foi só nessa última rodada que ele jogou bem não, ele fez vários bons jogos. mas esse último realmente foi o melhor dele. Foi muito bem mesmo. Tudo bem que contra o coritiba ele foi uma merda, mas se jogar mal já aconteceu até com Diego em alguns jogos, imagine com ele.
Sinceramente, não consigo entender tanta antipatia e má vontade com esse jogador a ponto de tanta implicância e perseguição de uma parte da torcida. Disse uma parte da torcida, porque a outra parte, que é a maioria, não pega assim no pé do araújo não.
mas no ano que vem gostaria de ver um volante mais qualificado no lugar do araújo. O araújo pode muito bem ficar para compor o elenco, na reserva. o cara não machuca e é pau pra toda obra. mas pra titular, o Flamengo precisa mesmo de alguém mais talentoso para aquela função. Para aquela e para outras posições também, mas o papo chato hoje mais uma vez é sobre o araújo, pra variar, então deixa esse outro papo chato para uma outra ocasião.
Srns
Uma perguntinha inocente ao inocente Pedro –
onde e quando você viu o Cuellar jogar, pelo menos no time do Zé Jayme.
Vi no time do Muricy o suficiente para achar ele horroroso. Horroroso como 1º volante que deveria possuir noções de marcação. Do meio pra frente, ele até pode ser melhor que o araújo. mas o tal volante ‘moderno’, tem que ser ofensivo, mas também cuidar da ‘casinha”, ter cuidados defensivos, e nisso ele foi muito fraco com muricy. e não foi só porque os zagueiros eram outros não, é porque o Flamengo jogava mal e era dominado, e não podemos colocar culpa disso exclusivamente somente nas falhas do zagueiro.
E outra, tanto o Vaz, quanto o Réver, também não são essa cocada toda não, também falham, bolas bobas, saem jogando errado com passes errados, e são meio lentos. mas melhoraram a nossa bola aérea pelo menos, principalmente nas bolas paradas.
Nosso elenco precisa ser reforçado sem dúvidas para o ano que vêm, inclusive na defesa, os torcedores estão satisfeitos aí com Rever e Vaz, mas é porque o parâmetro deles era o wallace e o césar martins.